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O Espiritismo responde
Ano 8 - N° 368 - 22 de Junho de 2014
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
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ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Recebemos de uma pessoa residente em Uberaba (MG), que se identificou apenas com o primeiro nome, uma carta via internet datada de 13 de junho, redigida nos seguintes termos: 

“O espiritismo não tem nada a ver com o cristianismo, toda fé cristã se baseia na crença de que Jesus é o único Filho de Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e mortos. O cristianismo prega também a ressurreição da carne sendo que o espiritismo não acredita nem que Jesus seja filho de Deus muito menos que ressuscitou.

A palavra Cristo significa O Ungido. Os seguidores de Jesus são chamados de cristãos porque acreditam que Jesus é o Cristo, ou Messias, sobre quem falam as profecias da Tanakh (que os cristãos conhecem como Antigo Testamento), sendo assim qualquer crença que não reconhece a divindade de Jesus não pode ser considerado cristã.” (sic)

Não costumamos responder a cartas com conteúdos assim, porque é óbvio que ela foi enviada por uma pessoa que professa a religião católica e que tem, obviamente, o direito de pensar como lhe aprouver.

O Espiritismo, como Allan Kardec deixou bem claro no capítulo I de seu livro O que é o Espiritismo, não adota a prática do proselitismo nem procura forçar convicção alguma. Com efeito, na obra em causa Kardec escreveu: 

“O Espiritismo tem por fim combater a incredulidade e suas funestas consequências, fornecendo provas patentes da existência da alma e da vida futura; ele se dirige, pois, àqueles que em nada creem ou que de tudo duvidam, e o número desses não é pequeno, como muito bem sabeis; os que têm fé religiosa e a quem esta fé satisfaz, dele não têm necessidade. Àquele que diz: ‘Eu creio na autoridade da Igreja e não me afasto dos seus ensinos, sem nada buscar além dos seus limites’, o Espiritismo responde que não se impõe a pessoa alguma e que não vem forçar nenhuma convicção.

(...)

A seus olhos, toda crença, quando sincera e não permita ao homem fazer mal ao próximo, é respeitável, mesmo que seja errônea. Se alguém fosse por sua consciência arrastado a crer, por exemplo, que é o Sol que gira ao redor da Terra, nós lhe diríamos: ‘Acreditai-o se quiserdes, porque isso não fará que esses dois astros troquem os seus papéis’; mas, assim como não procuramos violentar-vos a consciência, respeitai também a nossa. Se transformardes, porém, uma crença, de si mesma inocente, em instrumento de perseguição, ela então se tornará nociva e pode ser combatida.

Tal é, senhor abade, a linha de conduta que tenho seguido com os ministros dos diversos cultos que a mim se hão dirigido. Quando eles me interpelaram sobre alguns pontos da Doutrina, dei-lhes as explicações necessárias, abstendo-me de discutir certos dogmas de que o Espiritismo não se quer ocupar, por serem todos os homens livres em suas apreciações; nunca, porém, fui procurá-los no propósito de lhes abalar a fé por meio de qualquer pressão.” (O que é o Espiritismo, capítulo I, Terceiro Diálogo – O Padre.)

Não temos, pois, ao escrever estas notas, intenção nenhuma de convencer o missivista, mas somente esclarecer dois lamentáveis equívocos que ele cometeu em sua carta, frutos certamente da pressa com que a redigiu.

O primeiro equívoco foi confundir Cristianismo com Igreja Católica Romana.

Ao longo de sua história, como poucos ignoram, o Cristianismo vem resistindo bravamente aos inúmeros cismas e às disputas teológicas diversas que resultaram na criação de muitas igrejas distintas. A Igreja Católica Romana é apenas um dos seus ramos, como também o são a Igreja Ortodoxa e as Igrejas protestantes.

O Cristianismo professado nos primeiros séculos, antes que o Catolicismo dele se apossasse, era inteiramente destituído de dogmas ou rituais e sua fonte exclusiva eram os ensinamentos de Jesus. 

A Igreja Católica Romana, ao contrário do que apregoam seus adeptos, não tem sua origem nos ensinamentos de Jesus ou de seus apóstolos. No Novo Testamento não há referência à divindade do Cristo, ao pecado original, ao papado, à adoração a Maria, ao batismo dos bebês, às ordenações da Igreja que estabeleceram os sacramentos, à confissão auricular, ao sacerdócio organizado, ao purgatório, às indulgências e a uma série de rituais que lembram as práticas do paganismo e destoam inteiramente da singeleza com que viviam e exercitavam sua crença os apóstolos do Cristo.

Um indivíduo, tanto quanto uma doutrina, pode, portanto, considerar-se cristão sem que professe as ideias católicas. O vocábulo cristão diz respeito ao Cristianismo, não ao Catolicismo, como se pode ler em qualquer dicionário.

É exatamente isso que ocorre no tocante aos espíritas e ao Espiritismo, que não estabeleceu moral diferente da ensinada por Jesus, fato que Allan Kardec deixou bem claro na Introdução d´O Livro dos Espíritos, sua principal obra: “A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações”. 

O outro equívoco do autor da carta diz respeito à suposta desconsideração que os espíritas e a doutrina espírita teriam com relação a Jesus.

Quem pensa assim e o diz publicamente revela que jamais leu uma obra espírita e, por isso, não poderia julgá-la, porque constitui princípio elementar que para julgar uma obra é preciso, primeiro, conhecê-la.

Ora, na questão 625 d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, lemos: 

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? “Jesus.”

Nota de Allan Kardec: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava”. (Grifamos)

Na Introdução d´O Evangelho segundo o Espiritismo, Kardec escreveu:

“Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda a parte se originaram das questões dogmáticas. Aliás, se o discutissem, nele teriam as seitas encontrado sua própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte mística do que à parte moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo. Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. E, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Essa parte é a que será objeto exclusivo desta obra.” (Grifamos)

Bastam as referências acima para que o leitor se informe sobre o que o Espiritismo nos fala sobre Jesus e seus ensinamentos. Contudo, caso queira o leitor saber mais, sugerimos que leia o artigo “Como o Espiritismo vê Jesus e a moral cristã”, que publicamos na edição 36 desta revista. Eis o link que remete o interessado ao texto: http://www.oconsolador.com.br/36/especial.html

Há na carta do missivista católica outros pontos que mereciam ser analisados, mas isso alongaria por demais estes comentários. Sugerimos, então, aos interessados pelo assunto que vejam nos livros Cristianismo e Espiritismo, de Léon Denis, e A esquina de pedra, de Wallace Leal V. Rodrigues, como surgiu a Igreja Católica Romana e de que maneira, sorrateiramente, a singeleza dos ensinamentos e dos exemplos de Jesus foi enxertada com práticas e ideias estranhas, para acomodação dos interesses dos que então se encontravam à frente da Igreja.

Um exemplo desses enxertos é exatamente a propalada divindade de Jesus, citada na carta, uma ideia que provocou discussões durante três séculos e foi rejeitada por três concílios, até que, insistindo no assunto, seus partidários conseguiram aprová-la no ano de 325, em Niceia, nos seguintes termos: “A Igreja de Deus, católica e apostólica, anatematiza os que dizem que houve um tempo em que o Filho não existia, ou que não existia antes de haver sido gerado”.

Jesus passou a ser considerado desde então, no seio do Catolicismo, não mais um homem - o filho de Deus -, mas uma divindade - alguém que jamais foi gerado -, em contradição formal com as opiniões dos apóstolos e com as palavras dele próprio, que com frequência se designava Filho do homem, raramente se chamava Filho de Deus e nunca se declarou Deus. (Cf. Cristianismo e Espiritismo, de Léon Denis, pp. 73 a 83.)
 

 


 
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