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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 368 - 22 de Junho de 2014

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniapickina@gmail.com
Campinas, SP (Brasil)

 
 
 

Sensíveis prelúdios...


De acordo com a médica Michaela Gloecker, “nada pode substituir as vivências infantis de proteção, confiança e relacionamento constante nos primeiros três anos. Mesmo quando os pais dividem esta tarefa entre si, ainda se mantém um gesto fundamental, ideal, dessa trindade: no centro, a criança, que exige e aceita tudo com naturalidade, e a seu lado, os pais, que acompanham seu desenvolvimento, alegram-se com seus progressos e, como retribuição, recebem o amor e a confiança do filho. Com isso tocamos o lado ideal do que significa ser pai e mãe: com toda a naturalidade, a criança vive protegida e com plena confiança nos pais. Porém a mãe e o pai são como que os representantes daquilo que em todas as religiões foi venerado como aspectos divinos paterno e materno, ao lado do elemento eternamente em devir e que, no cristianismo, tem sua designação suprema na Santíssima Trindade. Quem quando criança experimentou a aceitação carinhosa e sem reservas de sua própria essência tal qual ela é, e também o empenho para se atingir o que é puramente humano, verdadeiro e bom, gosta de lembrar-se de sua infância mesmo que tenha sofrido pobreza e penúria materiais. Jacques Lusseyran declarou em sua biografia que o amor que seus pais nutriam por ele, criança cega, era como a armadura mágica que, uma vez colocada, protege por toda a vida”.

Assim, de acordo com a visão desta pediatra, reconhecemos: há um ideal materno/paterno a ser perseguido.

Mas, na prática, o que acontece? Será que conseguimos em nome do filho dar forma  a esta imagem de Pai e de Mãe?

Um dos grandes desafios de se educar filhos em nossa época nasce do fato de pertencermos a uma cultura que, de forma efetiva, não valoriza a maternidade como um trabalho válido e nobre. No geral, as pessoas consideram aceitável e digna a dedicação integral à esfera da produção (trabalho/carreira).

Em palavras simples, há escasso crédito e apoio à postura de quem escolhe dedicar-se aos filhos, especialmente nos primeiros três anos (1).

E a (nossa) sociedade, apegada às suas prioridades econômicas (campo da produção), largamente colabora para desprestigiar o trabalho de educação das crianças. Afinal, quem recebe os maiores salários no país? Certamente não são os encarregados dos cuidados com as crianças, nem os professores do jardim da infância, do ensino fundamental, cujo ofício expressivo auxilia a missão dos pais e mesmo dos destinos coletivos.

De outro lado, felizmente há bons motivos e razões para o cultivo da esperança, pois existem pessoas que consideram a função de pai/mãe como uma missão sagrada e procuram tecer práticas criativas e calorosas de orientar seus filhos e cuidar deles, mesmo diante dos desafios e obstáculos diários (2).

E embora nos deparemos mais e mais com situações emocionais desconcertantes, porque o ambiente social é, no geral, hostil para a família educar filhos saudáveis (basta, aqui, içarmos a ação dos mass media), somos testemunhas de cuidados diários de amor, apoio, energia e presença calorosa por parte de adultos atentos e responsáveis, mães, pais (cuidadores e professores) plenamente disponíveis a assegurar o desenvolvimento ético e afetivo de (suas) crianças.

Façamos, pois, com atenção e amor o que nos cabe em relação à infância, e para que os jovens amanhã se apaixonem pela ética, beleza e rejeitem, com naturalidade, a razão intolerante das usinas nucleares, o ódio reprimido do holocausto, pois, bem-amados e acolhidos, primeiro aprenderam amar para depois conhecerem...

E como pais, pais substitutos, cuidadores, professores, médicos, amigos, enfim, cidadãos, atenta e conscientemente, nos deixemos guiar por impulsos micaélicos (3) para que sejamos inspirados a tratar a criança valorizando sua natureza e necessidades, procurando não trair, nem agredir seus olhares brilhantes.

Afinal, sem exceção, “toda criança traz consigo a mensagem de que Deus não desanima” (Tagore).

E, por fim, porque senão a estória alonga, como a vida não é uma corrida em linha reta, em nome dos filhos, e por isso pelo bem de toda criança, sejamos afetivos, respeitosos, vibrantes, pois é este prelúdio (breve) da existência que dá solo seguro às virtudes – elas então florescerão e como um projeto humano infinito.

Notas:

(1) No Brasil as empresas podem aderir ao programa Empresa Cidadã e que permite a ampliação da licença-maternidade de 4 para 6 meses. A concessão do benefício é uma opção da empresa, que poderá abater a despesa do Imposto de Renda. Depois da adesão, a funcionária tem um prazo de 30 dias após o nascimento para requerer a ampliação. Ela tem direito ao salário integral. A medida também vale para casos de ação. A regulamentação desse benefício foi publicada no dia 22 de janeiro de 2014 no Diário Oficial da União, e mais de um ano após o Congresso aprovar a lei que criou esse programa (Empresa Cidadã), ampliando o prazo para 6 meses. As vantagens fiscais, no entanto, limitam-se às empresas que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo sistema de lucro real (a maioria é de grande corporação), o que reduz o alcance da medida, pois as empresas incluídas no simples ou no sistema de lucro presumido não têm como abater a despesa (Fonte: Agência Estado).

(2) Conheço mães que lutam muito para manter a presença (com cuidado e afeto) no cotidiano dos filhos, apesar da jornada laboral diária. Atendo outras, ansiosas, diante do fim da licença-maternidade, ou em razão do desemprego do marido, ou mesmo “mães provedoras”, solitárias e que se sentem desamparadas, buscando coragem para dar conta da prole...  Ainda, procuro ajudar homens/pais que criam sozinhos seus filhos, sem a figura da mãe. E muitos destes adoráveis indivíduos, em suas lutas, estão a caminhar bem e os filhos se sentem, apesar de um quadro doméstico diferenciado, seguros e acolhidos. E a prática terapêutica, ao menos a que procuro partilhar, reconhece que o amor sempre dirige e dá um contorno feliz aos rumos familiares, e mesmo para estes “modelos familiares” que surgiram nos últimos tempos e estão a firmar ou, ainda, perante os (duros) desafios econômicos contemporâneos.

(3) Quando digo “micaélico” penso aqui tanto no caráter de Miguel Arcanjo, nas suas virtudes angelicais como coragem – que significa uma ação movida pelo coração –, como nos Espíritos que, no Invisível, estão a auxiliar os movimentos ligados a tornar a infância um período sagrado na Terra e para que almas possam se desenvolver com serenidade e segurança, ou seja, a força micaélica a meu ver pode representar a necessidade de um modelo de educação integralmente apoiado nos critérios do Amor pregado por Jesus.

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita