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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 367 - 15 de Junho de 2014

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 
 

“Impedimentos” propulsores  da  redenção

A dor é o preço sagrado de nossa alforria espiritual

“(...) A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra  sempre os horizontes do Infinito diante dos quais se  esvaem os poucos dias brumosos do presente.” - Santo Agostinho[1]


Poucas criaturas compreendem o verdadeiro sentido das palavras de Jesus, quando Ele disse: “Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis”.

Tal incompreensão se prende ao fato de que – imediatistas - as pessoas não estavam cientes de que Ele falava do futuro, no qual se desdobrariam os painéis do Infinito, onde o Espírito emancipado lograria, finalmente, a situação de bem-aventurança. Só assim podemos compreender a justiça das aflições, como muito bem o explicou o ínclito Mestre Lionês, ao escrever[2]:

“Somente na Vida Futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contrassenso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. É, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém O pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem se compenetrar.

Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, Lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos”.

Segundo Lacordaire,[3] “quando Jesus disse que o Reino dos Céus pertence aos aflitos, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! Poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta.

Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a Alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

Portanto, alegrai-vos quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: ‘Fui o mais forte’. Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso”.

Analisando a pedagogia da dor, afirma Emmanuel[4] que “a agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a Alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal.

A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto.

A doença incurável traz consigo profundos benefícios. Que seria das criaturas terrestres sem as moléstias dolorosas que lhes apodrecem a vaidade?   Até onde poderia ir o orgulho e o personalismo do espírito humano, sem a constante ameaça de uma carne frágil e atormentada?

Se te encontras atado ao leito, incapaz de mobilizar as próprias energias, em benefício de ti mesmo, recorda que, por vezes, a lição da enfermidade deve ser mais longa, a favor de nossa grande libertação no futuro. A moléstia incurável é um escoadouro bendito de nossas imperfeições.

O amor equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos muitas vezes: Nunca teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido. A dor é o preço sagrado de nossa redenção.

Dor e sacrifício, aflição e amargura são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada. Toda dor física é um fenômeno, enquanto que a dor moral é essência. Daí a razão pela qual a primeira vem e passa, e só a dor espiritual é bastante grande e profunda para promover o luminoso trabalho do aperfeiçoamento e da redenção.

O sofrimento é a forja purificadora, onde perdemos o peso das paixões inferiores, a fim de nos alçarmos à vida mais alta...  Quase sempre é na câmara escura da adversidade que percebemos os raios da Inspiração Divina, porque a saciedade terrestre costuma anestesiar-nos o Espírito...

A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ultimato das dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes seguir, calmamente, pelas estradas claras do amor”.

 

[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 125. ed. Rio: FEB, 2006, cap. V, item 19, § 3º.

[2] - Idem, ibidem, cap. V, item 3.

[3] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 125. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. V, item 18.

[4] - XAVIER, Francisco Cândido. Palavras de Emmanuel.  5. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1988, cap. 20.


 

 


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