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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 367 - 15 de Junho de 2014

DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Caetano do Sul, SP (Brasil)

 
 
 

A mais fascinante
das guerras
 

Existe um confronto que mobiliza grande parte da humanidade deste planeta. Falamos do mais fascinante dos combates, a Copa do Mundo, ou Campeonato do Mundo de Futebol FIFA 2014 (“Fédération Internationale de Football Association” (“Federação de Futebol Associado”). Repete-se no Brasil o certame e, pela quinta vez, na América do Sul.  


Certa feita, li interessante crônica que associava a Copa do Mundo com uma guerra sem estratégia militar. Uma guerra, por assim dizer, sem devastação de cidades, de vidas. Saiba o prezado leitor ou a prezada leitora que em minha adolescência eu pensava: quantas vidas não seriam poupadas, se, em vez de guerras de armamentos mortíferos, tivéssemos “guerras” de lances geniais, de belíssimos gols dos que têm intimidade com a saliente e saltitante esfera?


Imagino os aplausos, as expressões de espanto, de raiva, de tristeza e lágrimas, lágrimas também de alegria, hinos nacionais, cantigas, gesticulações, coreografias.* Mal posso esperar pelo grito de gol da galera, a plenos pulmões, em seguida a uma bela cabeçada ou um chute fulminante, fazendo a Brazuca,
a bola da vez, amortecer no fundo da rede adversária.


A diferença entre a guerra da Copa do Mundo e a dos conflitos bélicos é que nesta acontece enorme quantidade de mortos e feridos. Os combates são ocasionados por interesses hegemônicos, daí a dureza, a predominância do instinto de destruição no que há de pior na criatura humana;1 já o motivo das contendas futebolísticas visa somente ao glorioso triunfo do atleta participar e fazer o seu nome na história do grande momento do futebol mundial.

Instinto animal sobre a natureza espiritual

Conflitos armados entre nações dizem respeito à superioridade do instinto animal sobre a natureza espiritual e dos transbordamentos das paixões, segundo Instrutores das Esferas Invisíveis.2 Mas os Espíritos disseram a Allan Kardec que as lutas armadas não durarão para sempre. Do paleolítico, nos primeiros choques de caçadores, pela conquista da procura de recursos na natureza, aos atuais organismos político-administrativos, a violência ainda acontece. Ao Kardec perguntar aos bondosos e esclarecidos Instrutores da Doutrina Espírita quando as guerras desapareceriam, responderam eles: “Quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus”; “nessa época”, concluíram, “todos os povos serão irmãos”.3  


Os combates sangrentos impostos pelas guerras produzem heróis anônimos. Eles dão a própria vida pelos outros, arriscam-se em encargos perigosos, não raro, sucumbindo. Já os heróis dos combates entre duas equipes de 11 jogadores não perecem, reconhecem-nos logo, facilmente a mídia escrita, falada e televisada, o povo os aclamam. Quem poderá esquecer o futebol-arte que marcou épocas e torcidas, até admirado pelos jovens, ao assistirem às cenas cinematográficas em preto e branco ou em cores, ainda que gastas pelo tempo?!


Quem olvidará os belos lances e gols de craques, como: Zico, Maradona, Cruijff, Platini, Beckenbauer, Leônidas, Puskás, Bobby Charlton, Garrincha, e a maior expressão da história do futebol, o rei Pelé, além de Ronaldinho Gaúcho, Messi e, agora o nosso atual ídolo, Neymar?!


É certo que acontecem disputas acirradas, baixas na guerra futebolística. No entanto, em guerras de verdade, não há juízes, fiscais de linha, ou bandeirinhas, nem cumprimento de regras, os famosos cartões amarelos e vermelhos. Em que pese todo o aparato, cometer-se-á enganos e, com eles, injustiças. Vale dizer que câmeras serão introduzidas em cada trave, podendo impedir “gols fantasmas”, segundo o presidente da FIFA, Joseph Blatter.

Sem armas, sem matança

Numa partida de futebol não se faz uso de armas, fuzis, canhões, mísseis, não há terrenos repletos de minas, perdas por morte, por ferimento ou captura. Cá pra nós, seria bem melhor, volto a dizer, se os conflitos fossem resolvidos num estádio de futebol! O amigo ou a amiga provavelmente já deve ter pensado: “não é tão simples assim”.


Em cada Copa do Mundo, penso que há total congraçamento de pessoas de todas as classes sociais. É que esses quadrienais suscitam-me agradável esperança no “mundo de regeneração”...
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Tudo evolui. Basta observar o conjunto para que se enxerguem progressos já realizados. Quer saber? Avançamos sim no que concerne à parte moral.
5 Das pelejas violentíssimas de milênios atrás aos dias de hoje há um quê de cordialidade, de franqueza; atletas abraçam-se depois de um jogo duro, de intensa rivalidade, e acaba de nos ocorrer a lembrança da Copa de 1998.


Recordemos a Copa da França. Receava uma disputa complicada, violenta entre Estados Unidos e Irã. Os embaraços diplomáticos, a animosidade desses dois países faziam-me prever hostilidades, catimba, jogadas desleais. Ora, pelo contrário! Surpreendentemente, assisti a uma partida de verdadeiros cavalheiros, e o placar foi de 2 a 1 para o Irã. Que beleza! Confesso que fiquei comovido com os cumprimentos de capitães na hora da troca de flâmulas, com a postura e o ar de respeito no semblante dos atletas de ambas as nações, ante a execução dos respectivos hinos.


Sim, é claro! Às vezes, ocorrem alguns incidentes deploráveis dentro e fora dos estádios. Lances ou atitudes em desrespeito a normas provocadas nos gramados, confrontos violentos de torcidas, sem falar das manifestações de racismo. Fazê o quê?! É o modo de ser das criaturas; a Terra pertence à categoria dos mundos de “expiação e provas”, por isso, a maneira pela qual o homem se comporta, não apenas nesse tipo de atividade como em outras tantas, indica-nos por que vivemos na Terra e quanto precisamos evoluir.
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Fair-Play

A Copa do Mundo faz por onde ser um confronto fraterno de atitudes saudáveis, e tem-se notado empenho nesse propósito. Hoje, ao entrarem em campo, antes da peleja, jogadores conduzem crianças pela mão, adolescentes exibem a bandeira da FIFA, tendo por slogan uma única palavra: Fair-Play. Esta palavra, que quer dizer “jogo limpo”, sugere aos representantes das cores de cada bandeira, suas tradições e cultura, observância quanto a confraternização e respeito mútuo.


Portanto, faça pinturas sim, e das mais bem grafitadas, naturalmente em lugares permitidos, ostente sim bandeiras e bandeirolas verde-amarelas, decore a sua rua, a casa, pois a seleção é emblemática, isto é, representa a essência do nosso país; ela está acima de qualquer sigla partidária, de toda ideologia política.


Deixando bem claro, futebol é um esporte, e não uma “guerra”, substantivo figuradamente aqui expresso. Desejemos excelentes resultados ao nosso futebol (eu pelo menos desejo), rogando a Deus, Pai de todo jogador, de todo torcedor, de todos os times e seleções de futebol de todos os países, que tudo transcorra na mais perfeita ordem, cortesia e fraternidade, sobretudo, no mais perfeito fair-play. PRA FRENTE, BRASIL! SALVE A SELEÇÃO!!!!

 

 

Nota e Referências bibliográficas:

* Este artigo foi escrito no dia 30 de maio, treze dias antes da partida inaugural da Copa do Mundo de 2014.

1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução Herculano Pires. 62. Ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 6.°, questão 752, página 254.

2 _____ . _____ . Q. 742, p. 253.

3 _____ . _____ . Q. 743, p. 253.

4 _____ . _____. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. H. Pires. 62. ed. São Paulo: Lake, 2001. Cap. 3.°, do item 16 ao 18, p. 57.

5 _____ . _____. O Livro dos Espíritos. Cap. 8.°, q. 780, p. 261.

6 _____ . _____. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. 3.°, do item 13 ao 15, p. 56.


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