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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 8 - N° 366 - 8 de Junho de 2014
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Clayton Cesar Donato Prado: 

“A arte espírita ainda engatinha em todos os sentidos”

 O conhecido músico e compositor fala sobre a importância da música e seu papel na divulgação dos ensinamentos espíritas
 

Clayton Cesar Donato Prado (foto), professor de música e músico profissional em eventos e cerimônias, nasceu em Formosa d´Oeste (PR) e reside em Americana, no interior paulista. Espírita há quase 12 anos, vincula-se ao Centro Espírita Flora-Luz, na cidade onde reside, e à USE - União das  Sociedades  Espíritas de  Americana  e  Nova  

Odessa, na qual é diretor do Departamento de Artes. Clayton concedeu-nos a entrevista seguinte, em que o assunto principal é justamente a música.


De onde vem o interesse pela música e pelas artes em geral?

O meu interesse deu-se pelo fato de eu trabalhar profissionalmente com música. Como cantor, músico e compositor, desde que comecei a estudar música com 15 anos de idade, sempre gravitei pelo universo da MPB, do Jazz e da Música Erudita, sempre alternando entre uma e outra. Já em 2002, no alto dos meus 21 anos de idade, saí da Igreja Católica para ingressar nos estudos do Espiritismo, ocasião essa que marcou, em definitivo, o meu trabalho enquanto compositor.

Como compositor, diferentemente da atuação como músico e cantor, passei a encerrar o trabalho de produções voltadas a vendas de canções, e a compor apenas canções voltadas a temas pré-definidos, de acordo com os padrões filosóficos, dentro de uma perspectiva que atenda aquilo que eu estudo e me esforço por praticar.   

Como você transferiu seu gosto pela arte para vinculá-lo ao movimento espírita, desde que tomou contato com o Espiritismo?

No próprio ano de 2002, em que eu ingressei no Espiritismo, já comecei a tomar contato, pela internet e por revistas, com a música espírita e o trabalho de vários batalhadores da Arte Espírita no Brasil. Após organizar um coral e cantar na abertura de uma palestra em Americana, no início de 2003, inclusive cantando canções de composições minhas, fui pela USE convidado a reativar o Departamento de Artes e conduzir as minhas atividades voltadas a tratar de Arte e Espiritismo. Contava com apenas um ano de Doutrina Espírita e já comecei a reunir o maior número de material possível: matérias, CDs, links de sites, etc., para o começo de nossas atividades aqui em Americana e Nova Odessa. 

Como você avalia hoje a integração artística com o pensamento espírita?

Hoje no Brasil temos a Abrarte - Associação Brasileira de Artistas Espíritas, que tem tido uma atuação muito importante para o fortalecimento de um Movimento Nacional de Artistas, valendo-se da Arte para transmitir a mensagem espírita, ou, como queiram, inspirando-se no pensamento espírita a fim de produzir uma Arte que transcende os conflitos humanos para transmitir os frutos de uma inspiração mais sublimada. Há muitos artistas que criticam a ligação entre Doutrinas e Artes, pois entendem que quando você tenta divulgar algo através da Arte ela deixa de ser arte para ser propaganda. Mas é sempre bom relembrar o pensamento do maestro Rossini, em Obras Póstumas, quando trata da influência do Espiritismo sobre a música: “A influência da música sobre a alma, sobre o seu progresso moral, é reconhecida por todo o mundo; mas a razão dessa influência é geralmente ignorada. Sua razão está inteiramente neste fato: que a harmonia coloca a alma sob a força de um sentimento que a desmaterializa. (...)”.

Portanto não se trata de narrações doutrinárias, tentativas de conversões, louvores, nem mesmo propaganda, mas, sim, um esforço de mergulhar na compreensão da Doutrina Espírita, para que ela, sendo a mola propulsora para a nossa autotransformação, seja propagada através da inspiração que proporciona aos artistas que transformam em arte as boas novas de uma nova ordem e qualidade de pensamentos e sentimentos!

Em outro trecho prossegue o maestro: "... Oh! sim, o Espiritismo terá influência sobre a música! Como poderia não ser assim? Seu advento transformará a arte, depurando-a. Sua origem é divina, sua força o levará a toda parte onde haja homens para amar, para elevar-se e para compreender. Ele se tornará o ideal e o objetivo dos artistas. Pintores, escultores, compositores, poetas irão buscar nele suas inspirações e ele lhas fornecerá, porque é rico, é inesgotável...". 

Em sua região a arte é bem valorizada? De que forma?

Na nossa Região existem vários cantores, músicos e compositores que trabalham em seus respectivos Centros espíritas. Pelo Departamento de Artes, começamos desde 2003 um trabalho voltado à Arte Espírita, valendo-nos da força da USE para transmitirmos aos dirigentes a importância de se dar abertura aos artistas de suas casas, para que eles possam exercer alguma atividade voltada a esse mister. De lá pra cá, com a vinda de vários artistas que se aproximaram do Departamento, desejosos de tocarem adiante esse trabalho, iniciamos os primeiros Encontros da Canção Espírita, que começaram por volta do ano de 2004, inicialmente duas vezes ao ano, e agora se transformaram em um grande evento – digo grande no sentido de mobilização e da divulgação que fazemos nas ocasiões em que são realizados. 

Após a realização de vários encontros, com presença considerável de público e de Artistas, iniciamos uma campanha para a gravação do primeiro CD promovido pelo Departamento de Artes, intitulado: Mensageiros da Harmonia, que teve seu lançamento em 2007 no Teatro Municipal de Americana, com quase 600 pessoas assistindo e quase 100 no palco, entre eles 5 corais e grupos vocais. Os Encontros vão para a sua 10ª edição este ano e reúnem artistas de várias cidades do Estado, inclusive as que integram a nossa região.  

Na experiência de cantor, compositor e instrumentista, o que gostaria de transmitir aos leitores?

Gostaria de dizer aos amigos leitores que todas as oportunidades de fazer o bem não podem ser desperdiçadas, mas que também temos que buscar, incessantemente, nos capacitar para isso. Penso também que é importante estarmos alinhados com a proposta ética que o estudo do Espiritismo nos proporciona, fortalecidos na pureza doutrinária, antes de iniciarmos qualquer trabalho de divulgação ou de posição de evidência no movimento espírita, pois sabemos que, quanto maior a evidência, maior será a nossa responsabilidade diante da Doutrina.  

Fale-nos também do CD já lançado.

O CD reúne compositores, cantores e músicos espíritas, com canções todas produzidas por nós e com algumas composições de compositores como: Ana Claudia Bittencourt, Roberto Ferreira, Ana Person e João Cabete. As demais são composições nossas.   

Qual a experiência principal que tem colhido em sua tarefa profissional com a música e também com a tarefa espírita por meio da arte?

A principal experiência, primeiramente, são as oportunidades vivenciadas e a presença dos Espíritos amigos, que nos auxiliam em nossa tarefa.  

Você considera que a música auxilia na divulgação espírita? Como?

A música não pode deixar de ser manifestação artística. Não pode ser composta ou veiculada como uma música narrativa, como se fosse um texto lido. Ela divulga o Espiritismo, primeira e especialmente, pela conduta do Artista, na sua libertação dos excessos, na simplicidade e seriedade etc. Aliado a isso, através da sua mensagem sempre elevada, buscando realizar aquilo que toda mensagem edificante proporciona aos ouvintes. Por fim, a precisão técnica, a beleza e a afinação cumprem o resto.  

Como palavras finais, o que você diria do momento artístico vivido pelo movimento espírita?

Primeiramente este é um momento especial, mas um momento mais especial ainda nos aguarda, pois apenas estamos preparando terreno para outros Artistas que virão no futuro, e que deverão encontrar um terreno mais preparado, pois a Arte Espírita ainda engatinha em todos os sentidos. Sinto-me imensamente feliz por ser uma pequena parte dessa imensa engrenagem que é esse grande movimento de Arte e Espiritismo que se fortalece a cada dia. Aproveito para agradecer a sua oportunidade de sempre e a sua sensibilidade em abrir espaço para que possamos falar do nosso assunto favorito. 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita