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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 364 - 25 de Maio de 2014

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 
  
 

Ideias espíritas

Onde existiam os fenômenos, orbitavam, também, as ideias espíritas
 

“(...) Estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas...”
- Paulo. (Hebreus, 12:1.)


Parafraseando Paulo, Milton afirmou: “Milhões de seres espirituais percorrem a Terra, tão bem quando velamos, quanto quando dormimos”.

Essas duas assertivas acima foram feitas antes do surgimento da Codificação espírita, mas provam que os antecedentes históricos do Espiritismo se perdem na noite dos tempos, posto que desde que o mundo existe, os fenômenos mediúnicos sempre se apresentaram de maneira ostensiva, haja vista a maneira pela qual Moisés recebeu os Mandamentos da Lei de Deus e o espanto de Baltazar em seu festim, quando u`a mão se materializou e escreveu – profeticamente – a sentença do destino de seu reinado: “Medido, pesado e dividido”.

Muito antes de Kardec reunir “os conhecimentos esparsos”, Swedenborg dava mostras de extraordinária mediunidade. São incontáveis os fenômenos cuja fartura se encontra até mesmo na Bíblia, tanto nas Velhas Escritas quanto nas Neotestamentárias. Portanto, podemos traçar uma linha reta com as ideias espíritas desde Moisés, passando por Sócrates, Swedenborg e Kardec...

Onde existiam os fenômenos, orbitavam, também, as ideias espíritas, e por estarem estas como aqueles espalhados a mancheias, não é de surpreender que muitas pessoas por estarem familiarizadas com tais ideias, sejam espíritas sem o saberem... Assim aconteceu com o Dr. Bezerra de Menezes e com tantas outras criaturas que ao se depararem com “O Livro dos Espíritos” pela primeira vez não encontraram absolutamente nada que estranhassem, a não ser a perplexidade que as tomava por não estranharem nada.

Uma dessas pessoas que trazia – abundantemente – ideias espíritas foi Channing.  Tanto isso é verdade que mais tarde ele viria a ser um dos Espíritos integrantes da plêiade de Benfeitores espirituais que colaboraram na composição da Codificação.

Segundo informações do próprio Codificador[1], o seu nome completo era: Willian Elleny Channing, nascido em 1780, em Newport, Rhode-Island, Estado de Nova York.  Ele foi aluno do colégio de Harward, destinado à profissão médica; mas os seus gostos e as suas aptidões levaram-no à carreira religiosa e, em 1803, tornou-se ministro de uma seita protestante que contava numerosos adeptos na Inglaterra e na América. Morreu em Boston, em 1822, com a idade de 62 anos, portanto, 35 anos antes do lançamento da primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, e numa prova insofismável de que as ideias espíritas já circulavam na ambiência planetária, eis parte de seu discurso, enquanto encarnado, pinçada por Kardec1:

“(...) Para a massa dos homens, o Céu é, quase sempre, um mundo de fantasia; falta-lhe substância; a ideia de um mundo no qual existem seres sem corpos grosseiros, Espíritos puros ou revestidos de corpos espirituais ou etéreos, parece-lhes uma pura ficção; o que não se po­de ver, nem tocar, não lhes parece de nenhum modo real. Isso é tris­te, mas não espantoso, porque como se poderia esperar que homens, mer­gulhados na matéria e seus interesses, não cultivando de nenhum modo o conhecimento de sua alma e de suas capacidades espiri­tuais, possam compreender uma vida espiritual mais elevada?! A multidão considera como sonhador visionário aquele que fala cla­ramente e com alegria de sua vida futura e do triunfo do Espírito so­bre a decomposição corpórea. Esse ceticismo sobre as coisas espi­rituais e celestes é tão irracional e pouco filosófico quanto aviltante...

(...) E quanto é pouco racional imaginar que não há outros mundos senão este, outro modo de existência mais elevada do que a nossa! Quem é aquele que, percorrendo com o olhar esta Criação imensa, pode duvidar de que não haja seres superiores a nós ou ver alguma coisa de insensato em conceber o Espírito num estado menos circunscrito, menos entravado do que sobre a Terra, em outras palavras, que há um mundo espiritual?

(...) Aqueles que nos deixaram por um outro mundo devem ter ain­da o mais profundo interesse neste; seus laços com aqueles que deixaram estão depurados, mas não dissolvidos.

(...) Nossos amigos que nos deixaram por esse outro mundo, não se encontram, de nenhum modo, no meio de desconhecidos; eles não têm esse sentimento desolado de ter mudado a sua pátria para uma terra estranha. As afeições mais íntimas sobre a Terra são frias comparadas às dos Espíritos. De que maneira eles se comunicam? O Espírito, progredindo, deve adquirir maior facilidade para transmitir o seu pensamento.

(...) Toda ação sobre a Terra, mesmo a mais intensa, não é senão um jogo infantil, comparada à atividade, à energia desdobradas nessa vida mais elevada.  Ali deve ser assim, porque não há princípio mais ativo do que a inteligência, a beneficência, o amor verdadeiro, a sede de perfeição, a simpatia pelos sofrimentos e o devotamento à obra divina, que são os princípios expansivos da vida de além-túmulo. É então que a alma tem consciência de suas capacidades, que a verdade infinita se desdobra diante de nós, que se sente que o Universo é uma esfera sem limite para a descoberta, para a ciência, para a beneficência e a adoração. (...) O Céu está em relação com os outros mundos; seus habitantes são os mensageiros de Deus em toda a Criação; eles têm grandes missões a cumprir, e para o progresso de sua existência sem-fim, pode a eles ser confiado o cuidado de outros mundos”.

Allan Kardec informa1 ainda que “todos esses pensamentos de Channing são partes integrantes de um discurso pronunciado em 1834, época em que não havia ainda, de nenhum modo, cogitação na América das manifestações dos Espíritos. Channing, pois, delas não tinha conhecimento, de outro modo teria afirmado o que, em outros pontos, colocou como hipótese; mas não é notável ver esse homem pressentir, com tanta justeza, o que deveria ser revelado alguns anos mais tarde? Com poucas exceções, a sua descrição da vida futura com ela concorda perfeitamente; não lhe falta senão a reencarnação, e, ainda, examinando-a de perto, vê-se que ele a costeia, como tangencia as manifestações sobre as quais se cala, porque não as conhecia. Com efeito, admite o Mundo Invisível ao redor de nós, no meio de nós, cheio de solicitude por nós, nos ajudando a progredir; daí às comunicações diretas não há senão um passo; admite, no mundo celeste, não a contemplação perpétua, mas a atividade e o progresso; admite a pluralidade dos mundos corpóreos, mais ou menos avançados; se tivesse dito que os Espíritos podem cumprir seu progresso passando por esses diferentes mundos, era a reencarnação, em toda a sua pujança!

Perguntamos se uma tal pintura da vida de além-túmulo, por suas deduções lógicas, acessível às inteligências mais vulgares, aceitáveis pela razão mais severa, não é cem vezes mais própria para produzir a convicção e a confiança no futuro do que o horrendo e inadmissível quadro das torturas sem-fim emprestadas ao Tártaro do paganismo? Aqueles que pregam essas crenças não desconfiam do número de incrédulos que fazem e enormes contingentes que proporcionam à falange dos materialistas.

Notemos que Milton, citado nesse discurso, emitiu sobre o mun­do invisível ambiente uma opinião conforme com a de Channing, que é também a dos espíritas modernos. É que Milton, como Channing, como tantos outros homens eminentes, eram espíritas por intuição; por isso não cessamos de dizer que o Espiritismo não é uma inven­ção moderna; é de todos os tempos, porque houve almas em todos os tempos e que em todos os tempos a massa dos homens acredi­tou na alma; também se encontram traços dessas ideias numa multidão de escritores antigos e modernos, sagrados e profanos”.

 

[1] - KARDEC, Allan. Revue Spirite. Junho de 1861, Araras: IDE, 1993. pp. 161-166.

 


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