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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 364 - 25 de Maio de 2014

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniapickina@gmail.com
Campinas, SP (Brasil)

 
 
  

Há algo errado, concorda?


Hoje fui à feira, uma tarefa que particularmente sempre considerei agradável e nunca a havia pensado como algo non-sense – ao menos até agora, e explicarei por quê.  

Uma terça-feira de maio (2014) ali estava eu, euzinha, na feira do meu bairro. E diante de uma banca de legumes e frutas (de produção nacional), pensei que o absurdo pode, sim, ser o avesso de uma coisa que parece racionalmente lógica. Pois, quando o feirante me pediu dois reais por uma espiga de milho, pasma e indignada, me pus a questionar: "este absurdo é o avesso de quê?"  

Veio-me então um insight repentino: há muitas pessoas hoje, no Brasil, que continuam a fomentar este jeito distorcido de "levar vantagem em tudo" e, deslocados de um olhar cosmopolita, gostam de atuar na vida social enfeitiçados pela ganância insaciável. 

E além dos gananciosos que estão a engrossar a fila dos aspirantes às estratégias dos exploradores [que normalmente “furam filas”], outros, os transformados em pasta homogênea não pensante, desprezam o fato de que a construção de um destino comum não pode subtrair da utilidade econômica o comando ético, senão tudo que participa e compõe a vida, individual e coletiva, passa a assumir a função de uma condicionante para se obter mais lucro.

Com isso, a gente fica olhando para uma coisa e vê outra, e, por isso, uma simples espiga de milho passa a agregar com naturalidade em uma banca de feira o germe infeccioso da intolerável superexploração... E então fez sentido o grito da mulher para ele, o feirante: "Meu senhor, isto não é extorsão?"

Passamos a ter a sensação neste país de uma democracia semelhante a pássaro engaiolado, que pula de poleiro em poleiro porque não sabe (mais) de onde refulgem os sonhos dos povos que não têm as mentes colonizadas.

E consumidos por esta democracia que tanto falseia quanto nos explora, nos furta o justo até mesmo no preço da farinha, do leite e das maçãs, que viraram opção privilegiada, seguimos atônitos, apressados e anêmicos do ponto de vista da ética e da ousadia, esquecidos do fascínio de pensar, porque só pensamos em marchar...

A cada semana seguimos o fluxo de uma agenda econômica (de mercado, mas adjetivada de política) que alimenta a invisível servidão das gentes (estamos visceralmente adestrados), pois esta última é pelos “controladores da democracia engaiolada” criativamente disfarçada na alegria gerada pelos muitos feriados que os legisladores das cidades inventaram - e, de fato, não para fazermos, enquanto indivíduos e comunidades, destes dias inteiros de ócio manifestações de bem e beleza, mas sim para continuarmos a seguir a direção desse conhecimento de coisas já sabidas... Logo naturalmente aceitamos ser levados para os lugares que todos vão.

E, perdoem-me, mas vamos para estes mesmos lugares não por ousadia, mas por imitação e letargia. Nada de aventuras, porque, mais do que nunca, neste instante do milênio, somos os pássaros treinados pelos "controladores da democracia engaiolada", adestrados para tanto aceitar viver explorados e pesados como tolos o bastante para continuar a fazer o mesmo, pois seguramente protegidos pela prudência dos que habitam gaiolas das (destemidas) certezas.

 

*Uma única nota.

Indignada, contei a dois amigos, um que vive na Suíça, em Zurique, e outro, americano, que mora na Flórida, sobre o preço que me foi pedido por uma espiga de milho verde na feira do bairro em Campinas-SP.

O primeiro, brasileiro que vive na Suíça desde a saída da infância, me disse que este é o preço pedido nas feiras da cidade e por um fato simples: a Suíça não produz milho, logo, as espigas verdes são importadas; e o americano, por usa vez, me disse que por este preço, na feira da comunidade de sua região, ele leva seis espigas. Então, ele lançou a pergunta: “Querida, não há algo errado?”


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita