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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 364 - 25 de Maio de 2014

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 
 
  

Nunca desanimar 


O desânimo tem sido um companheiro indesejável e persistente na vida da maioria das pessoas. Como tal, ele constitui mais um dos muitos obstáculos que necessitamos vencer na trajetória ascensional. Ao longo da vida somos defrontados por inúmeros reveses e dificuldades que podem nos abater completamente ou arrefecer o nosso ânimo e disposição. Nesse sentido, na obra Fonte Viva, o Espírito Emmanuel (psicografia de Francisco Xavier) recomenda-nos a: “Não permitirmos que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, nos inabilitem para o serviço da nossa iluminação”. E o centro espírita é, indiscutivelmente, uma das mais reluzentes fontes de iluminação na atualidade para os corações humanos.

Nele colhemos consolo, esclarecimento, o passe benfazejo, além de outros remédios necessários à nossa alma. Assim sendo, não é adequado permitir que certos eventos nos impeçam de receber tão substancial ajuda. Com efeito, a chuva, o frio, o calor, as visitas e/ou telefonemas inesperados, a localização ou escadaria do centro, as excessivas demandas das nossas atividades profissionais, entre outros, têm sido apresentados como justificativas para a ausência das atividades promovidas pelas casas espíritas. A não ser que haja um sério problema impeditivo como, por exemplo, o de saúde, não é aconselhável abrir mão dos benefícios acima citados. Na verdade, é desejável que o indivíduo lá compareça pelo menos algumas vezes no mês, a fim de extrair os elementos revigorantes ao seu bem-estar interior.

É verdade que os problemas ligados à vida laboral têm sido obstáculos de difícil transposição. Mas, apesar disso, é preciso também lembrar que não será o patrão ou chefe que vão cuidar da nossa espiritualidade. Desse modo, não há outro meio, a não ser a nossa própria vontade e vigoroso empenho em criar espaço em nossa agenda para o cultivo desse imperativo, pois se trata, convenhamos, de dever intransferível. Como precisamos do alimento sadio para o nosso corpo físico funcionar adequadamente, o mesmo se dá com o nosso espírito. Em suma, ninguém pode se alimentar por nós.

Afinal de contas, não é o Espírito a essência do ser? Pois ele também necessita de nutrição apropriada, isto é, a autoiluminação. Jesus Cristo indicou-nos claramente o caminho para a solução desse enigma – ou seja: “Daí, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele” (Marcos 12: 17). Portanto, a nossa autoiluminação deve ser um processo constante e permanente voltado, sobretudo, à superação da má vontade com as coisas do Espírito.  

Todavia, a criatura humana ainda tende a apresentar acentuada propensão ao acúmulo de coisas materiais em prejuízo das de natureza transcendental. E nesse afã acaba, não raro, se descontrolando, pois gasta mais do que ganha, assim como desperdiça tempo valioso em atividades que não lhe agregam valor moral. Aliás, não chega a ser surpreendente que um dos assuntos mais explorados pela mídia seja exatamente o nível de inadimplência das pessoas – muitas vezes caracterizado como subproduto de um comportamento doentio e obsessivo. A propósito, o sucesso no mundo moderno ainda é medido pela riqueza, poder, status etc. Revistas nacionais e internacionais apresentam os rankings dos mais ricos, mas desconheço qualquer iniciativa em relação às pessoas espiritualizadas.

Os sinais de progresso de um indivíduo são geralmente associados ao seu tipo de carro, tamanho do apartamento, restaurantes frequentados, marcas das roupas usadas e por aí vai. Em síntese, as percepções são concentradas nos parâmetros exclusivamente econômico-financeiros. Mas é óbvio que a excessiva preocupação em “ter” – subjacente ao raciocínio previamente exarado - leva frequentemente aos dissabores oriundos dos desequilíbrios financeiros, como o nome protestado, a perda/devolução eventual dos bens, bem como às outras frustrações e decepções de variados matizes. O Espírito Irmão José examina, de maneira muito sábia, na obra Carma & Evolução (psicografia de Carlos Baccelli), a dicotomia entre ter e ser. Conforme pondera o mentor:

“Infelizmente, o homem vive esmagado pela cultura do ter, em detrimento da cultura do ser.

“[...].

“O excesso de consumismo e as necessidades supérfluas impedem-no de voltar-se, com exclusividade, para a sua essência.

“[...].

“Sem dúvida, o homem seria capaz de sobreviver com bem menos...”.

Como Deus é o nosso maior acionista, para ele importa que sejamos cada vez mais virtuosos. De fato, a recomendação de Jesus para que buscássemos alcançar a perfeição como a do Pai Celestial continua atualizada. Segue daí que, enquanto nos encontrarmos no plano material, sempre seremos defrontados pelas dificuldades e pela dorcaminhos naturais para a conquista de virtudes, condições vitais para que nos transformemos em seres melhores.

Já afirmava o apóstolo dos gentios: Sabendo que a tribulação produz fortaleza” (Romanos, 5: 3). Nesse sentido, o Espírito Emmanuel, na obra Vinha de Luz (psicografia de Chico Xavier), indaga: “Quereis fortaleza? Não vos esquiveis à tempestade?” De fato, as pessoas fortes são claramente identificadas pela sua força interior, determinação, resistência e espírito de luta. Normalmente, elas são admiradas por possuir tais características e, assim, servem de modelo às demais. As fracas, em contrapartida, exibem defeitos e comportamentos chocantes.

Como indaga Emmanuel: “Que seria da criança sem a experiência? Que será do Espírito sem a necessidade?” Infelizmente, muitos pais blindam de tal maneira os seus filhos que acabam impedindo-os de desfrutar experiências essenciais à formação dos seus caracteres ou à aquisição de virtudes. Não me refiro aqui, obviamente, a expô-los aos perigos desnecessários, mas, sim, às situações, tarefas e deveres que, potencialmente, lhes permitirão amadurecer os Espíritos.

Por outro lado, cada um de nós traz em si a necessidade de enfrentar certos eventos espinhosos, assaz incompreensíveis à maioria. Assim, quando vemos que “sicrano” ou “beltrano” foram alvos de determinadas tragédias é porque em seus roteiros havia o impositivo espiritual de tal acerto. Afinal, quantos dispondo de elementos altamente satisfatórios ao empreendimento encarnatório – tais como saúde, beleza, recursos e oportunidades - cometem desatinos terríveis comprometendo-se amargamente perante as leis divinas?

Desse modo, como bem arremata Emmanuel: “Aflições, dificuldades e lutas são forças que compelem à dilatação de poder, ao alargamento de caminho”. Tenhamos em mente, portanto, que precisamos nos adestrar no calor das batalhas pessoais para alçarmos voos mais altos. Isso implica aproveitar as experiências que Deus nos coloca no caminho (afinal, ele sabe o que é melhor para nós).

Como diz a música do grupo Yes: “Waiting for the moment, when the moment has been waiting all the time”. Ou seja, às vezes estamos esperando o momento, quando ele sempre esteve à espera de nós. Pondera igualmente o Espírito Emmanuel, na obra Fonte Viva (psicografia de Chico Xavier), que: “A lição dada é caminho para novas lições”. Desse modo, devemos meditar nas coisas que nos acontecem, assim como nas que não nos atingem (os porquês?), assim, “Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem”. O mentor lembra ainda que: “Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar”.

Aliás, todos nós estamos em permanente aprendizado – e não apenas das coisas materiais. Desse modo, alcançar a perfeição demanda tempo e muito esforço. Além disso, Emmanuel recomenda para nos enchermos, em todas as circunstâncias, de calma e bom ânimo. Ele argumenta que:

“Fomos colocados entre obstáculos mil de natureza estranha para que, vencendo inibições fora de nós, aprendermos a superar as nossas próprias limitações.

“Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

“Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.

“Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor”.

Como muito apropriadamente indaga Emmanuel:

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?

“Onde os romanos vaidosos e dominadores?

“Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado?

“Onde as trevas da Idade Média?

 “Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?

“Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos”.

O Espírito Irmão José propõe, no livro Senhor & Mestre (psicografia de Carlos Baccelli), que sejamos constantes e determinados na implementação de atitudes benéficas. Com efeito, sem o entendimento da importância de beneficiarmos o próximo em nossas lides diárias, nos colocamos em grande perigo. Segue daí as observações apostólicas: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gálatas 6.9), ou ainda “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago, 4: 17).

Irmão José sugere ainda que sejamos firmes em nossas decisões positivas, fiéis aos nobres princípios esposados, coerentes na vivência da nossa fé, justos nas palavras que emitimos, pois, desse modo, colheremos uma semeadura mais farta. Por fim, Emmanuel nos conclama a focarmos o nosso esforço em ajudar no bem comum, seguindo com a nossa cruz, ao encontro da ressurreição divina. Lembra o benfeitor que: “Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando e servindo, aprendendo, amando e nunca desfalecer”. Com base no exposto, não podemos deixar que o desânimo nos vença.  


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita