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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 363 - 18 de Maio de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 10)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Que causas deram origem ao autismo em Aderson?

Aderson, o rapaz autista atendido pela Mentora, dedicara-se, na reencarnação passada, a urdir planos escabrosos e de efeitos nefastos contra diversas pessoas a quem levou à desdita. De início, desforçava-se daqueles com quem antipatizava, endereçando-lhes cartas anônimas, recheadas de acusações vis, e, exorbitando na calúnia, espalhava a perfídia que sempre encontrava aceitação nos indivíduos venais, gerando insegurança e dissabor às suas vítimas. Dentre outras, o infeliz, picado pelo veneno da inveja, passou a perturbar o lar honrado de um amigo, endereçando, ora ao esposo, e, noutras vezes, à senhora, cartas repletas de misérias, nas quais a infâmia passou a triturá-los, entre suspeitas infundadas, terminando por levar o marido honesto ao suicídio, envergonhado pelo comportamento da esposa, tachada de adúltera, enquanto aquela acreditava, pelas missivas recebidas, na desonra do consorte. Quando o suicídio o infelicitou, ela acreditou que fora pelo remorso e caiu em irreversível depressão, aumentando o sofrimento da família. O ardiloso caluniador, entretanto, jamais se deixou trair, permanecendo amigo do lar durante todos os transes por ele mesmo produzidos e fazendo-se confidente fiel das ocorrências desditosas. E Aderson fez muito mais, valendo-se sempre da calúnia e do anonimato. (Loucura e Obsessão, cap. 7, pp. 86 a 88.)

B. O que aconteceu com Aderson depois de sua desencarnação?

Ele teve de confrontar as diversas pessoas que levou ao infortúnio e padeceu amargamente a vingança de muitas delas. Depois de muitos anos de sofrimento, reencarnou com todas as marcas do horror que lhe foi infligido. Refugiando-se na negação do fato como crime, porque acreditava no direito de havê-lo feito e não se arrependia honestamente, imprimiu no corpo físico os limites do movimento e produziu a prisão na qual se encastelava. Assomando à consciência as lembranças do passado, vivia, nesse mundo, sob a injunção da culpa que o vergastava, procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não ser reconduzido aos lugares de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorecia a reparação noutras circunstâncias. (Loucura e Obsessão, cap. 7, pp. 89 e 90.)

C. A terapia da regressão de memória seria útil no caso do rapaz autista?

Não. Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a terapia de vidas passadas é conquista muito importante, mas, como ocorre com qualquer terapêutica, tem seus limites bem identificados, não sendo uma panaceia capaz de produzir milagres. As cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e induções psicológicas de breve duração. Considerando-se a intensidade da alienação de Aderson – afirmou Dr. Bezerra – nada seria conseguido com a terapia de vidas passadas, em face da sua total ausência de respostas aos estímulos externos. E se fosse possível fazê-lo, numa fase menos grave, o reencontro do rapaz com toda a gama de fatos danosos praticados no pretérito produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o assaltaria da mesma forma. O motivo é que, desejando esquecer, o rapaz não dispunha de forças para enfrentar-se e superar os prejuízos ocasionados às suas vítimas. (Loucura e Obsessão, cap. 7, pp. 90 a 92).

Texto para leitura

37. Ninguém permanece indefinidamente no mal - Prosseguindo os esclarecimentos, Dr. Bezerra disse que esses gravames, que o eu consciente sepulta na memória profunda, passam desconhecidos pelo mundo, sem se aniquilar, permanecendo ali em gérmen que irradia ondas destruidoras, envolvendo o criminoso. Às vezes, irrompem como estados depressivos graves; noutras, surgem como “complexos de culpa”, com fundamento real para eles mesmos, que se tornam desconfiados, crendo-se perseguidos e fazendo quadros de torpes alienações, caindo nas malhas da loucura ou no abismo do suicídio, artifícios que buscam para aniquilar os dramas tormentosos que os esfacelam interiormente. As cenas hediondas que fixaram, retornam implacáveis, cada vez mais nítidas, sem que quaisquer novas paisagens se lhes sobreponham. “Não é raro ver-se – aduziu o Mentor – dama recatada, ou cidadão ilustre, repentinamente enveredar por um desses trágicos comportamentos, a todos causando admiração, em face da aparente falta de motivos. Quando estes não se encontram na existência atual, ei-los nos subterrâneos da mente, no inconsciente, nos arquivos perispirituais, reclamando por justiça, reparação. Não há quem logre dilapidar o patrimônio da ordem e do bem, sem incidir na compulsória da reabilitação, que sempre se apresenta no curso da evolução do ser, reajustando-o e ensinando-lhe o respeito e o amor à vida. Ninguém, portanto, permanece indefinidamente no mal, em razão dos automatismos que a Lei impõe, proporcionando mecanismos de recuperação.” Dr. Bezerra acrescentou que o importante, em tal conjuntura, não é o conhecimento que a sociedade tenha das ações nefastas ou nobres por alguém praticadas, mas o autor conhecê-las, sem poder apagá-las. No lado positivo, o mecanismo é idêntico: é indiferente que se recebam louvaminhas e tributos de gratidão pelo bem recebido. “A quem o bem realiza, é secundário ser conhecido pelo feito, embora muita gente assim o deseje, rebelando-se quando a bajulação e o reconhecimento não lhe vêm trazer as oferendas de homenagem”, acentuou Dr. Bezerra. Na sequência, contemplando com ternura e piedade o enfermo autista, o Mentor aduziu: “A queda no despenhadeiro do crime ou do vício dá-se de um salto ou por meio de sucessivos passos; todavia, a ascensão é sempre muito penosa e a esforço continuado, qual ocorre na terapia das doenças de grave porte, exigindo esforço incessante e medicação cuidadosa. As exulcerações da alma são de gênese profunda, em consequência, doridas, no seu processo de cicatrização”. (Loucura e Obsessão, cap. 7, pp. 85 e 86.)

38. O caso Aderson - Referindo-se ainda ao rapaz autista(1), Dr. Bezerra informou: “O caro irmão Aderson, que aí vemos, dedicou-se, na sua reencarnação passada, a urdir planos escabrosos e de efeitos nefastos contra diversas pessoas a quem levou à desdita. De início, desforçava-se daqueles com quem antipatizava, endereçando-lhes cartas anônimas, recheadas de acusações vis, e, exorbitando na calúnia, espalhava a perfídia que sempre encontrava aceitação nos indivíduos venais, gerando insegurança e dissabor às suas vítimas. Dentre outras, o infeliz, picado pelo veneno da inveja, passou a perturbar o lar honrado de um amigo, endereçando, ora ao esposo, e, noutras vezes, à senhora, cartas repletas de misérias, nas quais a infâmia passou a triturá-los, entre suspeitas infundadas, terminando por levar o marido honesto ao suicídio, envergonhado pelo comportamento da esposa, tachada de adúltera, enquanto aquela acreditava, pelas missivas recebidas, na desonra do consorte. Quando o suicídio o infelicitou, ela acreditou que fora pelo remorso e caiu em irreversível depressão, aumentando o sofrimento da família. O ardiloso caluniador, entretanto, jamais se deixou trair, permanecendo amigo do lar durante todos os transes por ele mesmo produzidos e fazendo-se confidente fiel das ocorrências desditosas... Não ficou, porém, somente nisso. Apaixonando-se por uma jovem que não ocultava a antipatia em relação à sua pessoa, endereçou cartas infames ao homem que propôs casamento a ela, lançando a lama da suspeita contra a honorabilidade e a compostura da criatura desejada. Desgostoso, o noivo, inseguro e orgulhoso, desfez o compromisso, e, porque instado a apresentar razões que justificassem a atitude, entregou-lhe as cartas, que diziam proceder de um ex-namorado predisposto a fazer revelações para poupá-lo às decepções que, segundo afirmava, sofreu, enquanto se relacionava com ela. Ante o choque, e sem recursos para provar a inocência, a vítima refugiou-se no quarto, de onde se recusava a sair, até que a morte a libertou, após negar-se à alimentação, à vida, em terrível transe de ensimesmamento e amargura. É necessário dizer-se que a inocência não se prova, antes, a culpa é que pode ser comprovada, em face dos testemunhos e do material que a evidenciam e confirmam”. O Mentor acrescentou que ninguém jamais soube da autoria das cartas, exceto Aderson, que gozava o prazer funesto de suas ações hediondas e era, na aparência, um cavalheiro nobre e distinto, celibatário que vivia de recursos herdados. Mais idoso, prosseguiu Dr. Bezerra, quando o tempo escoava rápido, ao invés de corrigir-se, mais se permitiu o nefário jogo das missivas caluniosas, levando dor e desconforto a pessoas e lares que atingia, sem a mínima consideração pelo próximo, com quem sequer mantinha qualquer relacionamento, até que um ataque de apoplexia recambiou-o à Vida Maior, onde despertou sob a vista daqueles que o aguardavam ferozes, exibindo as feridas do desespero que ele lhes provocara. O suicida, a esposa dele e a jovem desvairada passaram a supliciá-lo com a mesma impiedade que dele receberam. Surpreso, negou os fatos escabrosos e, mesmo sob a implacável cobrança da loucura, bloqueou a mente, em tentativa inútil de fugir ao ressarcimento inditoso imposto pela ignorância dos seus inimigos. (Loucura e Obsessão, cap. 7, pp. 86 a 88.)

39. Expiar o mal que se fez e depois repará-lo é impositivo da Lei - Transcorridos muitos anos de infortúnio, Aderson reencarnou com todas as marcas do horror que lhe foi infligido. Refugiando-se na negação do fato como crime, porque acreditava no direito de havê-lo feito e não se arrependia honestamente, imprimiu no corpo físico os limites do movimento e produziu a prisão na qual se encastelava. Assomando à consciência as lembranças do passado, vivia, nesse mundo, sob a injunção da culpa que o vergastava, procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não ser reconduzido aos lugares de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorecia a reparação noutras circunstâncias. Expiar o mal que se fez, para logo depois repará-lo, é o impositivo da Justiça Divina, explicou Dr. Bezerra. Larga, como efeito, é a expiação. Se Aderson se recuperasse, surgir-lhe-ia a oportunidade da reparação, edificando a felicidade pessoal nos alicerces do que poderia propiciar às suas vítimas mergulhadas ainda no sofrimento. “A consciência de culpa somente desaparece – asseverou o Mentor – quando o delinquente liberta aqueles que lhe sofreram o mal.” Existem muitos Espíritos que buscaram na alienação mental, através do autismo, fugir às suas vítimas e apagar as lembranças que os acicatam, produzindo um mundo interior agitado ante uma exteriorização apática, quase sem vida. O modelador biológico imprime, automaticamente, nas delicadas engrenagens do cérebro e do sistema nervoso, os fatores de que necessita para progredir: asas para a liberdade ou presídio para a reeducação. Após essas informações, Dr. Bezerra observou ainda: “Como se vê, a obsessão não é, neste caso, fator responsável pela loucura. A autopunição gerou o quadro de resgate para o infrator da Lei. Aqueles inimigos desencarnados que se lhe acercam, pioram-lhe a expiação, mas é o Espírito calceta quem se impõe os sofrimentos que sabe lhe serão benéficos para a redenção”. “Entre os auto-obsidiados encontramos também os narcisistas, que abrem as portas da mente a parasitoses espirituais muito sérias, como decorrência da conduta passada. Outros mais, indivíduos culpados, são promotores das  psicogêneses  que  irão propelir a organização física a produzir a casa mental mais conforme às suas necessidades expiatórias.” Ciente de tudo isso, Miranda indagou sobre as possibilidades de cura do rapaz, ao que Dr. Bezerra respondeu: “Os desígnios de Deus são inescrutáveis. Caso não recupere todas as suas funções, para a atual existência, melhorará as condições para os próximos cometimentos”. “Deveremos examinar a Vida sob o ponto de vista global e não angular, de uma única experiência física, como a atual.” O Mentor lembrou que é preciso considerar o presente como uma ponte entre o passado e o futuro e não a situação única a vivenciar. “Destas atitudes resulta o porvir com todas as suas implicações”, asseverou Dr. Bezerra. “Assim, lancemos para amanhã os resultados do esforço de agora.” (Loucura e Obsessão, cap. 7, pp. 89 e 90.)

40. Os limites da terapia de vidas passadas - Após inteirar-se por completo do caso Aderson, Miranda perguntou a Dr. Bezerra se não seria o caso de aplicar-se no enfermo a terapia da regressão de memória, liberando-o da culpa, isto é, demonstrando-lhe que as ocorrências já eram passadas e delas ele se devia libertar, apagando-as, para dar ensejo a novas conquistas. O Médico dos Pobres respondeu: “A terapia de vidas passadas é conquista muito importante, recentemente lograda pelos nobres estudiosos das ciências da alma. Como ocorre com qualquer terapêutica, tem os seus limites bem identificados, não sendo uma panaceia capaz de produzir milagres. Em grande número de casos, os seus resultados são excelentes, principalmente pela contribuição que oferece, na área das pesquisas sobre a reencarnação, entre os cientistas. Libera o paciente de muitos traumas e conflitos, propiciando a reconquista do equilíbrio psicológico, para a regularização dos erros pretéritos, sob outras condições. Mesmo aí, são exigidos muitos cuidados dos terapeutas, bem como conhecimento das leis do reencarnacionismo e da obsessão, a fim de ser levado a bom termo o tratamento, nesse campo. Outrossim, nesta, mais do que em outras terapias, a conduta moral do agente deve ser superior, de tal forma que não se venha a enredar com os consócios espirituais do seu paciente, ou que não perca uma pugna, num enfrentamento com os mesmos, que facilmente se interpõem no campo das evocações trazidas à baila... Ainda devemos considerar que cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e induções psicológicas de breve duração. Neste setor, além dos muitos cuidados exigíveis, o tempo é fator de alto significado, para os resultados salutares que se desejam alcançar”. Na sequência, Dr. Bezerra esclareceu que, considerando-se a intensidade da alienação de Aderson, nada seria conseguido com a terapia de vidas passadas, em face da sua total ausência de respostas aos estímulos externos. E se fosse possível fazê-lo, numa fase menos grave, o seu reencontro com toda a gama de fatos danosos praticados no pretérito produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o assaltaria da mesma forma. Desejando esquecer, o rapaz não dispunha de forças para enfrentar-se e superar os prejuízos ocasionados às suas vítimas. Assim, o recurso que se lhe aplicava naquela Casa, embora existissem outros, faria com que, pouco a pouco, Aderson retornasse à lucidez e talvez ao interesse pela vida. Segundo Dr. Bezerra, um recurso terapêutico com eficiência imediata somente resultaria positivo num paciente cujo mérito lhe facultasse a recuperação, porque os fatores geradores da enfermidade, na condição de regularizadores das dívidas, não podem ficar esquecidos. “Isto ocorre em todos os campos da vida – asseverou o Mentor –, exceto quando a misericórdia de acréscimo funciona, liberando o ser de uma forma de provação, para que outro recurso regenerador, pela ação do bem praticado, seja posto em campo.” Dito isto, Aderson foi reconduzido ao lugar onde se encontrava anteriormente e a reunião encerrou-se, quando eram duas horas da manhã. (Loucura e Obsessão, cap. 7, pp. 90 a 92). (Continua no próximo número.)
 

 (1) Autista – Que apresenta autismo: patologia caracterizada pelo desligamento da realidade exterior e criação mental de um mundo autônomo.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita