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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 362 - 11 de Maio de 2014

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 
 

Ignorância nativa

O que sabemos mal chega para conhecermos o que ignoramos

“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes.”  
“O Livro dos Espíritos” – q. 115


Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec[1] vem nos lembrar que todas as ideias novas sofrem a ação deletéria do misoneísmo[2], caracterizando a neofobia[3]...

Não raro, as criaturas estão sempre “armadas” e prontas a fazer oposição a tudo que ainda desconhecem; a tudo que possa abalar as estruturas do “status-quo”, sempre escoradas pelo ancestral comodismo e onipresente ignorância.

De forma lúcida e cristalina, o ínclito Codificador do Espiritismo afirma1 que não poucas pessoas “sem estudo prévio, e aprofundado das ideias, se pronunciam pela negativa e escarnecem de quem não lhes subscreve o conceito. Esquecem que o mesmo se deu com a maior parte das grandes descobertas que fazem honra à Humanidade. Expõem-se a ver seus nomes alongando a lista dos ilustres proscritores das ideias novas a par dos membros da douta assembleia que, em 1752, acolheu com retumbante gargalhada a memória de Franklin sobre os para-raios, julgando-a indigna de figurar entre as comunicações que lhe eram dirigidas; e dos daquel`outra que ocasionou perder a França as vantagens da iniciativa da marinha a vapor, declarando o sistema de Fulton um sonho irrealizável. Entretanto, essas eram questões da alçada daquelas corporações científicas”.

Na verdade, o “sábio” desprovido de humildade dá provas tão somente de sua ignorância. Não foi o que aconteceu com Sócrates, considerado o maior sábio do seu tempo, que repetia sempre: “só sei que nada sei”.

Ferdinando, Espírito Protetor, aconselha[4]: “Não vos ensoberbais do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais”.

Os Benfeitores Espirituais são unânimes em afirmar que se não fossem Jesus e Kardec, nós ainda estaríamos presos na escura e estanque cela da ignorância.

Joanna de Ângelis diz[5] estar “(...) de acordo que a ignorância engendrou, desde épocas recuadas, pequenos feitiços para reter em suas malhas quantos não disponham de lucidez espiritual para entender os problemas da fé em suas variadas manifestações”.

Em outra oportunidade, a nobre Mentora ainda aduziria[6]: “(...) O ignorante, na sombra em que se debate, expunge o mau uso do conhecimento”.

Por paralisar a evolução, a ignorância deve ser tenazmente combatida em todas as frentes, em todas as nuanças...  Vemos, assim, a oportunidade do asserto do Espírito de Verdade ao promulgar[7]: “(...) Espíritas, instruí-vos”.

Nas colunas do jornal “O Paiz” que circulava na época do Império, sob o pseudônimo de “Max”, o Dr. Bezerra de Menezes escreveu[8]:  

“(...) Não passa de lastimável vesânia[9] negar a existência da desmarcada altura de uma montanha cujo pico se perde nas nuvens por não se conseguir galgar de um salto as cumeadas...

Ratificando Sócrates, do alto pedestal de seu saber, Laplace confessava – humildemente – sua ignorância, por reconhecer-se incapaz de tudo compreender.

O progresso, a evolução, exigem paciência e empenho, pois assim como a criança, fraca e ignorante, chega à maior força e à maior instrução do homem, assim também todo homem fraco e ignorante na Terra, em relação ao que tem de ser no volver dos séculos, chegará a possuir o que, hoje, lhe é impossível; a conhecer o que hoje lhe é mistério ou coisa desconhecida.  O que não pode, de um passo, galgar o Chimborazo[10], o conseguirá, não recuando para negar-lhe a incomensurável altura, mas perseverando na empresa, dando milhões de passos, lenta e progressivamente para cima.

Os talentos geniais já trazem, de suas existências passadas, um valioso conjunto de saber, os quais não fazem senão desdobrar diante do mundo, admirado. Então, se esses gênios ainda tivessem de vir à Terra por muitas vezes, ainda, assim, ainda que fossem sempre alargando a esfera de sua Ciência, não poderiam dizer a última palavra da sabedoria humana; teriam de confessar como Laplace: ‘o que sabemos mal chega para conhecermos o que ignoramos’.

Na Terra o homem não possui senão as faculdades para a Ciência da Terra, e esta é para a Ciência Universal o que é uma gota d`água para o oceano.

Em mundos de ordem mais elevada, para onde subiremos, quando tivermos feito toda a evolução possível no nosso, nos mundos dessa nova ordem, receberemos, ou antes, se desenvolverão, em nós, faculdades que estavam latentes em nosso Espírito, e, por elas, conheceremos o que aqui nos foi mistério; por elas ensaiaremos o estudo de seres, de leis e de relações, que aqui não conhecemos. Assim, quando subirmos a esses mundos da mais elevada ordem, é que, de fato, desabrocharão em nós as últimas e mais distintas faculdades, pelas quais nos será dado conhecer o que nos foi mistério nos mundos inferiores, e possuir toda a Ciência, que não foi feita para ser desconhecida.

Como, então, quereis daqui penetrar os segredos, que só a Ciência Universal pode explicar, quando não tendes, nem toda a Ciência da Terra?  Como quereis penetrar os mistérios da Criação Universal, e do Criador incriado?   E porque não podeis penetrar esses augustos segredos, reservados para o tempo em que chegardes a ser sábios de toda a Ciência, negais o Criador, com a mesma razão com que o cego nega a luz!

Quereis apreciar o ridículo do vosso papel?  Mirai-vos neste espelho: Vós negais a Deus, mas procurais parecer honesto, moralizado, bom, diante da sociedade! Por quê? Porque a sociedade crê em Deus, reconhece a moral que decorre dessa crença, e tem medo da infalível sanção. 

(...) Acreditamos na boa-fé de muitos materialistas, muitos positivistas e ateus, mas estes hão de relevar a nossa franqueza: não sabem a lei que professam, ou entendem que deve ser só para eles o mundo com uma moral sem sanção.  Bem sabemos que são vítimas do espírito de sistema, que não lhes deixa ver o que decorre, fatalmente, de tal sistema, se ele for lei social.  Assemelham-se aos Ciclopes: só têm um olho, e se por este veem, perfeitamente, um ponto dado, só abarcam com a vista esse ponto e jamais o espaço em torno dele e além”.              

 

[1] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, Introdução – Tomo VII.

[2] - Aversão ou desconfiança em relação a mudanças; hostilidade para com o novo.

[3] - Repulsa ao que é novidade, ao progresso.

[4] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 129. ed. Rio: FEB, 2009, cap. VII, item 13.

[5] - FRANCO, Divaldo. Dimensões da Verdade. 5. ed. Salvador: LEAL, 2000, p. 174.

[6] - FRANCO, Divaldo. Celeiro de Bênçãos. 2. ed. Salvador: LEAL, 1984, cap. 47, p. 147.

[7] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 129. ed. Rio: FEB, 2009, cap. VI, item 5, § 5º.

[8] - MENEZES, Dr. Bezerra. Espiritismo, Estudos Filosóficos. São Paulo: FAE, 2001, vol. II – cap. 9.

[9] - Denominação genérica das diferentes formas de perturbação ou alienação mental; loucura, mania.

[10] - Vulcão dos Andes.


 

 


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