WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 362 - 11 de Maio de 2014

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 
 
 

Entendimento fraterno


No livro Fonte viva (XAVIER, 2013), lemos a seguinte frase do apóstolo Pedro: “Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros”  (I Pedro, 4:8).

Caridade: essa palavra resume toda a Lei de Deus. Não foi por outra razão que Allan Kardec registrou, n’O Evangelho segundo o Espiritismo (cap. XV): “Fora da caridade não há salvação”. Junto dela está a humildade, diz Kardec (op. cit., it. 5).

O que diz O Livro dos Espíritos sobre a caridade?
 

Pergunta 886: “Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?” Resposta: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas". [...].  


A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. [...] O homem verdadeiramente bom procura elevar aos seus próprios olhos aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.


A grande maioria dos religiosos busca aprofundar seus conhecimentos; sejam eles católicos, evangélicos, islamitas, umbandistas, budistas, judeus, espíritas, os que realmente amam os ensinamentos da Bíblia, da Torá, do Alcorão, etc. Entretanto, quão poucos são os que se esforçam, sinceramente, em praticá-los em toda a sua essência.


Quantos religiosos há que por possuírem um pouco mais de informação que seus irmãos, sobre as obras da sua crença, se esquecem de exercitar, entre os confrades e demais pessoas, as máximas que pregam do alto da tribuna, muitas vezes, sob grande emoção e aplausos. Buscam o destaque pessoal e não a união, o desinteresse, o devotamento e a abnegação em torno do trabalho imenso que requer a Doutrina que pregam.


Falam para a plateia daquilo que ainda não se esforçam em praticar. Captam do plano espiritual superior as mais belas inspirações, comovem os ouvintes e se comovem. Entretanto, mal termina a reunião doutrinária, transferem a sintonia mental elevada para as entidades inferiores e, não raro, cometem as mesmas faltas que há poucos minutos recomendavam não se deveriam cometer.


Disputam, quase a tapas, cargos de direção ou destaque na casa, igreja ou templo, como se somente eles estivessem na situação privilegiada de exercer o poder espiritual ali. E exibem, mesmo, seus títulos e conhecimentos acadêmicos, não para servir, mas para demonstrar superioridade intelectual em relação a outros confrades que também aspiram a trabalhar devotadamente no lar que os acolheu.


Se prometem algo, com a mesma facilidade esquecem sua promessa. Julgam-se sempre melhores e mais bem preparados do que seus irmãos de ideal religioso e não perdoam as mínimas faltas alheias, embora cometam outras até mesmo maiores. De todos desconfiam, como adversários ferrenhos na disputa de cargos efêmeros na instituição religiosa e, se lhes fazem quaisquer críticas fraternas, não perdem a ocasião de vingar-se.


Atingido seu objetivo, sorriem, intimamente, satisfeitos em ter afastado de seu caminho mais um empecilho e se verem livres para buscarem apenas aqueles que lhes aplaudem os atos antifraternos.


Antes de qualquer outra virtude, é preciso exercitar a humildade, que é o ramo mais importante da grande árvore chamada caridade, cujos galhos abrangem todas as demais qualidades espirituais. Por isso, é importante refletir sobre o que diz o Espírito Emmanuel (XAVIER, 2013, item 122): “Não existem tarefas maiores ou menores. Todas são importantes em significação”.


E prossegue dizendo o benfeitor espiritual (id., ibid.)


Um homem será respeitado pelas leis que implanta, outro será admirado pelos feitos que realiza. Mas o legislador e o herói não alcançariam a evidência em que se destacam, sem o trabalho humilde do lavrador que semeia o campo e sem o esforço apagado do varredor que contribui para a higiene da via pública.

A responsabilidade de um Administrador é muito grande, mas a dos demais integrantes da empresa não é menor, pois “A comunidade é um conjunto de serviço, gerando a riqueza da experiência. E não podemos esquecer que a harmonia dessa máquina viva depende de nós” (XAVIER, 2013, loc. cit.).


O cristão autêntico, como todo ser humano que aspire iluminar-se, não pode jamais deixar de praticar a regra áurea, como nos recomenda Emmanuel em outra página, como complemento à necessidade de nos dedicarmos à assistência mútua, com “ardente amor fraterno”.


Exercitemos, pois, a humildade e a caridade com todos, servindo sempre, com boa vontade e contentamento. Pois, para que possamos dizer “Senhor, Senhor” e sermos atendidos como verdadeiros servos do Cristo, é preciso pôr em prática, a todo instante o contido nesta belíssima mensagem, psicografada por Chico Xavier:

Faremos hoje o bem a que aspiramos receber.

Alimentaremos para com os semelhantes os sentimentos que esperamos alimentem eles para conosco.

Pensaremos acerca do próximo somente aquilo que estimamos pense o próximo quanto a nós.

Falaremos as palavras que gostaríamos de ouvir.

Retificaremos em nós tudo o que nos desagrade nos outros.

Respeitaremos a tarefa do companheiro como aguardamos respeito para a responsabilidade que nos pesa nos ombros.

Consideraremos o tempo, o trabalho, a opinião e a família do vizinho tão preciosos quanto os nossos.

Auxiliaremos sem perguntar, lembrando como ficamos felizes ao sermos auxiliados sem que nos dirijam perguntas.

Amparemos as vítimas do mal com a bondade que contamos receber em nossas quedas, sem estimular o mal e sem esquecer a fidelidade à prática do bem.

Trabalharemos e serviremos nos moldes que reclamamos do esforço alheio.

Desculparemos incondicionalmente as ofensas endereçadas no mesmo padrão de confiança dentro do qual aguardamos as desculpas daqueles a quem porventura tenhamos ofendido.

Conservaremos o nosso dever em linha reta e nobre, tanto quanto desejamos retidão e limpeza nas obrigações daqueles que nos cercam.

Usaremos paciência e sinceridade para com os nossos irmãos, na medida com que esperamos de todos eles paciência e sinceridade, junto de nós.

Faremos, enfim, aos outros o que desejamos os outros nos façam.

Para que o amor não enlouqueça em paixão e para que a justiça não se desmande em despotismo, agiremos persuadidos de que o tempo da regra áurea, em todas as situações, agora ou no futuro, será sempre hoje. (XAVIER; VIEIRA, 1973. Mens. nº 52.) 

Esses, com certeza, são passos preciosos, que deveríamos memorizar e nos esforçar para pôr em prática toda vez que a luz de alerta se acender em nossa mente, resultante da convivência fraterna com todas as pessoas. Desse modo, estaremos no exercício permanente da caridade ardente para com todos.

Caridade e humildade, virtudes-antídotos contra o egoísmo e o orgulho. Até quando continuaremos ouvindo e falando sobre isso, mas agindo contrariamente à regra áurea de Jesus: “fazer aos outros o que desejamos que eles nos façam”?

 

Referências:

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Ed. histórica. Brasília: FEB, 2013.

______. O Livro dos Espíritos. 6. ed. de bolso. Brasília: FEB, 2001.

XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Brasília: FEB, 2013.

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Opinião espírita. 4. ed. Uberaba, MG: CEC, 1973.

 


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita