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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 361 - 4 de Maio de 2014

MARCUS DE MARIO
marcusdemario@gmail.com

Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 
 
 

A honestidade
perante Deus


Encontramos no livro O Céu e o Inferno importante mensagem do Espírito Joseph Bré, onde ele faz distinção entre ser honesto perante os homens e ser honesto perante Deus. Isso causou surpresa para sua neta, que o havia evocado, e que sempre tivera no avô um homem honesto. Kardec lembra que já se haviam passado 22 anos de sua desencarnação, e mesmo assim informava que ainda sofria a expiação pela sua descrença, carregando o desgosto de não ter aproveitado melhor sua vida na Terra. 

Diante da surpresa da neta, e por esta ter feito a evocação no intuito de se esclarecer, ou seja, com o objetivo de aprendizado, Joseph Bré inicia uma longa explicação, a qual chamou a atenção do Codificador, que colocou a comunicação espiritual iniciando o capítulo “Espíritos em Condições Medianas”, da segunda parte do livro, que estuda a justiça divina na visão espírita. Passemos, então, a palavra ao amigo espiritual, que inicia explicando a questão da honestidade perante os homens: 

“Aí entre vós, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos. Honesto é aquele que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita. Em podendo fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos terem pago sua dívida à Humanidade! Erro! Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas”

Sabemos que a lei humana é falha, muitas vezes arbitrária, deixando lacunas para o sabor da interpretação, e que normalmente não abrange questões de ordem moral. Então, se aparentamos respeito a essas leis, ou seja, se não as transgredimos ostensivamente, somos reputados como cidadãos honestos. Mas, e quando burlamos o fisco na hora da declaração do imposto de renda? E quando damos uma “propina” ao guarda de trânsito para nos livrar de uma multa? E quando falamos, nos bastidores, mal do outro? E quando, fingindo honestidade, damos um jeito de levar alguma vantagem, na verdade ilícita? 

Tem razão Joseph Bré, nosso amigo espiritual. Não basta respeitar as leis do país onde vivemos. Não basta não prejudicar alguém ostensivamente, é preciso tudo fazer para nunca prejudicar alguém, seja em qual circunstância for. Ele lembra a grave questão da felicidade e da honra do próximo, cujos golpes que desferimos contra normalmente não são alcançados pelo código penal humano. De fato, quantas vezes causamos especulação, maledicência, boatos etc., com o intuito de prejudicar alguém ou uma instituição, com o claro objetivo de auferir vantagens e lucros? Em não havendo provas ou testemunhas, ficamos impunes e ostentando uma auréola de honestidade. 

Entretanto, esquecemos que a lei divina está gravada em nossa consciência, como informam os Espíritos Superiores na questão 621 de O Livro dos Espíritos e, portanto, mais dia, menos dia, teremos de prestar contas com o Criador dos nossos atos ilícitos feitos longe do público, que, se não ferem a lei humana, contrariam a lei divina. 

Prossegue o texto da mensagem: 

“Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações sem esquecer a condição do servo ao qual o Senhor pedirá contas um dia do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo”

A simples leitura do texto já nos dá a dimensão da diferença entre honestidade perante os homens e perante Deus. Consagrar a existência ao bem, sem olhar a quem, é estar de acordo com a lei divina, é poder deitar a cabeça com a consciência tranquila. E mais: é preciso estar sempre ativo, consagrando a existência às boas obras, sejam elas materiais ou morais, pois verdadeiramente honesto é o que dá o próprio exemplo de amor e abnegação ao próximo e à sociedade. 

Lembra ainda que estamos aqui na Terra de passagem, que tudo o que existe e que temos, em verdade, não nos pertence e sim a Deus, portanto, temos de prestar contas do uso que fazemos daquilo que não é nosso. Se bom uso fizermos, dedicando-nos ao amor e à bondade, de nada temos que nos queixar, do contrário, temos que enfrentar a devida expiação, ou seja, temos que nos dedicar à reparação dos prejuízos que causamos a nós mesmos e aos outros. 

A finalização do texto é um alerta muito sério a respeito de como convivemos com os outros e a repercussão disso depois da morte: 

“Assim, o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadosamente as palavras mordazes, veneno escondido nas flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo. O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germes de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com aqueles que o agredirem; deve perdoar do fundo d'alma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume ‘no amor de Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo’"

Cuidemos do que pensamos e do que falamos e escrevemos. A maledicência é porta de perdição. Teremos de dar contas das vidas que com ela prejudicamos. Tomemos cuidado com a inveja, o orgulho, o despeito, a mágoa, o desejo de vingança. Se aqui na existência corporal podemos disfarçar esses sentimentos negativos, mantendo uma capa de bondade, honestidade e humildade, esse disfarce de nada vale quando retornamos à vida espiritual, pois tudo será então revelado, e não escaparemos do julgamento da própria consciência, que nada mais é do que o acerto de contas, o ajuste com a lei divina. 

Como vemos, não basta ser honesto perante os homens, acima de tudo é necessário ser honesto perante Deus. Se assim não procedermos seremos mais um Joseph Bré da vida, tendo que amargar sofrimento na dimensão espiritual, carregando dolorosa expiação por termos desdenhado de Deus, nosso Pai, e da finalidade superior da reencarnação, que é nos dar oportunidades de avançarmos, de progredirmos intelectual e moralmente, rumo à perfeição. 


Marcus De Mario é Educador, Escritor, Palestrante, Colaborador da Rádio Rio de Janeiro e da Associação Espírita Lar de Lola. Diretor do Instituto Brasileiro de Educação Moral.


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita