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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 360 - 27 de Abril de 2014

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 
 
 

Niza de Melo Álvares
(‘Tia’ Nizinha)


Nossa querida amiga voltou à Pátria Espiritual em 6 de outubro de 2013,  após

longa enfermidade que a conservou afônica e às vezes acamada, sem forças para se locomover. Dura provação para quem era irrequieta e dedicada expositora da Doutrina Espírita e evangelizadora de crianças – tarefa a que se dedicou com ardor por boa parte de sua existência. Certa vez, sem local adequado, evangelizou crianças até debaixo de árvores.

O volume 2 da série Memória Espírita do Estado de Goiás, à página 149, traz breves notas sobre ela. Ali consta que nasceu na cidade de Formosa (GO) em 06.03.24. Viveu, pois, de forma operosa, oitenta e nove anos e sete meses!

Fico a imaginar o júbilo de alguns de nossos amigos – dela e meus – que a antecederam nesse retorno ao mundo espiritual, além de seus familiares!

Refiro-me especialmente àqueles que a amaram e amam fraternal e enternecidamente tal como os nobres amigos Romeu Pelá e sua segunda esposa, a boníssima Nice Pelá – que se dedicou a ele e a seus filhos e netos por toda sua existência!

Ele – deficiente visual por muitos anos, após acidente que levou à desencarnação de sua primeira esposa, deixando-o com muitos filhos ainda jovens – era sempre o primeiro a cumprimentá-la nos aniversários natalícios, dos quais ela revelava apenas o dia e o mês. O ano, como é da natureza feminina, foi segredo rigorosamente guardado.

O livro indicado registra ainda que ela teve formação católica.

Em Goiânia (GO), para onde se mudou com a família, conheceu, em 1952, a União Espírita Goiana, onde recebeu as primeiras lições de Espiritismo, através do Sr. Romeu Pelá. Daí, certamente, do reencontro de duas nobres almas, surgiu a sólida amizade que se estende pela eternidade!

Curiosamente, foi ele quem recomendou a ela procurar-me, a fim de participar da reforma do Centro Espírita Luzes do Evangelho, no Parque Santa Cruz, nesta Capital. Era o ano de 1986 – do Plano Cruzado, que buscava eliminar a inflação que a todos nos oprimia. Não há como esquecê-lo!

A essa época, iniciamos duradoura amizade. Ela, sempre cordial e simpática, conquistava a todos que dela se aproximavam.

Encontramo-nos inúmeras vezes, ora no Centro Espírita, ora em sua casa.

Em mais de uma ocasião falou-me de como chegou à Doutrina Espírita.

Teve um sonho com um homem simpático, de bela aparência e pequeno bigode.

Dias após, num consultório dentário, viu a fotografia desse personagem. Era ela a do Apóstolo da Caridade, Eurípedes Barsanulfo – desencarnado em 1918, em Sacramento (MG)!

O fato levou-a a refletir e certamente a influenciou para romper os preconceitos cultivados pela sociedade contra nossa Doutrina. Esse generoso Espírito certamente a orientou em todas suas atividades, seja como evangelizadora, seja como expositora Espírita, seja como alguém que agiu em favor dos sofredores, eis que preocupada com as carências humanas!

Liderou, em 1981, a fundação dessa Entidade Espírita, movida justamente por seu anseio de levar os ensinos de Jesus às crianças e o socorro aos que sofrem!

Atuou em outras Casas Espíritas, e, dentre elas, destacava-se o “Centro Espírita Jesus de Nazaré” – de cuja fundação, na década de 60, também participou – e o “Sanatório Espírita Batuíra”.

Antes da fundação desses Centros Espíritas, participou de inúmeras atividades assistenciais. Jovem e pobre, com modesto salário de funcionária pública, separava parte desses parcos rendimentos e deslocava-se de bicicleta para levar alimentos a famílias pobres, que viviam debaixo de pontes.

Com o tempo, melhorou seus rendimentos, ao enfrentar dupla jornada, ao trabalhar também na Cantina do Instituto Araguaia – escola de propriedade de seu irmão Múcio –, até se aposentar pelo Estado.

Mobilizava amigos e conhecidos – que a admiravam e nela depositavam irrestrita confiança –, para angariar recursos destinados aos “Filhos do Calvário”. Foram muitas décadas de trabalho assíduo. Também sofreu humilhações de toda ordem!

Certa vez, ao buscar doações, perguntaram-lhe porque não morria, para deixar de aborrecer.

Mas, de outro lado, recebia compensações que a estimulavam a prosseguir.

Em um Natal, com dificuldades para comprar comida para as crianças vinculadas ao “Jesus de Nazaré”, recebeu depósito em sua conta bancária de doador anônimo, que jamais se identificou!

Mais à frente, quando então possuía modesto carro, ladrões o arrombaram e vasculharam tudo, mas não acharam a carteira com recursos destinados aos ‘seus’ pobres. E ela estava entre os dois bancos da frente!

Em 13.10.13 foram prestadas justas homenagens à nobre irmã, na Sede do Centro Espírita Luzes do Evangelho – hoje sob a direção de sua amiga Márcia Ramos –, situado à Rua 1º de Janeiro, Qd. 30, Lt. 8, Parque Santa Cruz – Goiânia (GO).

Vários amigos teceram considerações, em testemunhos emocionados, sobre a nobreza do caráter e da extrema dedicação à causa Espírita pela “Tia” Nizinha – como a chamávamos carinhosamente todos aqueles que ela abrigou em seu coração, em sua amizade sincera!

À ocasião, lemos mensagem do Espírito Romeu Pelá, a ela dirigida em 06.03.96 – data de seu aniversário natalício –, da qual destacamos as seguintes passagens:

“Querida irmã em Jesus, ou terei que chamá-la de ‘Estrela do Oriente’? (...)

São tantos os amigos que vieram abraçá-la, desejando-lhe muita força e muita luz no seu Espírito guerreiro.

O Romão Nilo, o Artiaga, o Bittencourt, a figura majestosa do ‘seu’ Eurípedes e a carinhosa do bom Dr. Bezerra. A Scheilla, que está sempre ao seu lado, (...).

Avise à Nice que continue firme, e que não deixe de receber passes. Deus a protegerá sempre, esse anjo bom dos meus dias. (...)

Niza, valorosa amiga, fique com Deus. Guarde a certeza de que as recompensas aqui são belas: só não menciono para não envaidecê-la sobre o desejo de ver o que é reservado aos trabalhadores do Senhor”.

Nestes breves apontamentos, registro nossa gratidão por contá-la entre os amigos do coração! Que Deus a abençoe sempre!

 


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita