WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 360 - 27 de Abril de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 7)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Lício era um ser com inclinação feminina em um corpo de rapaz. Por que  procurou ele ajuda espiritual?

Depois de expor os conflitos de ordem sexual que o acometiam, Lício disse à Mentora: “Creio em Deus e na alma, razões que me afligem a consciência, ante os tormentos que me assaltam. Valeram, indago-me, os parcos minutos de relax e prazer em relação aos dias e noites de ansiedade e incerteza? E depois, quando a morte advier, sempre penso, o que acontecerá, como será?” Concluída a narração, ele disse à Benfeitora que estava ali para pedir socorro! “Soube – explicou o jovem – que, talvez, um trabalho de vossa parte me pudesse aliviar o sofrimento, já que não creio seja possível arrancá-lo de mim, por entender que sou um ser feminino numa forma masculina, graças a um sortilégio da Divindade, que não consigo entender. O que sei é que necessito de uma tábua qualquer de salvação, mesmo que imaginária, qual náufrago que, em se debatendo na procela, se agarra a uma navalha que lhe dilacera as carnes, mas que é a única possibilidade de salvação ao seu alcance.” (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 63 e 64.)

B. Conflitos como o de Lício são comuns em nosso mundo?  

Sim. Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a situação descrita por Lício alcança número muito maior de criaturas do que se possa imaginar, na Terra, como no Além. Contam-se aos milhões, no mundo, os que padecem conflitos dessa natureza, que ainda não encontraram compreensão adequada, nem estudo conveniente, das doutrinas que lhe investigam as causas, procurando soluções. (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 63 e 64.)

C. Qual a atitude recomendada em face dos conflitos ligados à área sexual?

A orientação do Dr. Bezerra Menezes é, nesse sentido, muito clara: “O respeito e a linha de equilíbrio devem viger no homem, em qualquer compromisso de relacionamento estabelecido”. “Enquanto, porém, o sexo mantiver-se na condição de produto para venda e a criatura permanecer como objeto de prazer, a situação prosseguirá nos seus efeitos crescentes, mais amplos e dolorosos do que aqueles que se digladiam em nossa sociedade consumidora e inquieta.” (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 64 a 66.) 

Texto para leitura 

25. O caso do adolescente Lício e seu tio - O tio, que era irmão de sua mãe, viera fazer Faculdade na cidade onde residia o menino, passando a viver em sua casa. Carinhoso com o sobrinho, este experimentava grande bem-estar ao seu lado e, por isso, corria sempre em busca da sua companhia. Um dia, porém, com palavras dóceis, que o menino não alcançava, ele levou-o à sedução e à ação nefasta devastadora que prosseguia a afetá-lo. Com o tempo, a criança acostumou-se e passou a amá-lo, se é que se pode chamar a isso de amor. Em casa, em face da confiança da família, jamais transpirou o drama que se desenrolava entre o homem e a criança, aventura essa que perdurou por mais de três anos e só se interrompeu quando o tio concluiu o curso e foi trabalhar noutra cidade. Sua partida foi um desespero para ambos, que pareciam não suportar o que iria acontecer. Impossibilitados, porém, de encontrar outra solução, o tempo selou seu destino com a separação. Mais tarde, o tio encontrou uma jovem, a quem passou a amar realmente, e casou-se com ela. “Eu estava com quinze anos”, informou Lício. “Adicionei à dor moral outra, decorrente do vício a que me acostumara... Sem orientação, sem coragem de buscar apoio e diretriz com quem me pudesse ajudar, e temendo não os encontrar, após noites indormidas e lutas tenazes contra a ideia do suicídio que se me fixava como única solução, tombei em novas, frustrantes e arrasadoras experiências que me magoaram profundamente, dilacerando-me o coração e a dignidade interior.” O rapaz disse à Mentora espiritual que mesmo as criaturas consideradas mais vis do chamado contexto social possuem a sua dignidade, suas áreas  emocionais de honra, fronteiras resistentes, últimas a se perderem na guerra das paixões dissolventes, antes da derrocada total. “Quando estas são ultrapassadas – acrescentou Lício –, nada mais resta porque lutar: é o fim, a entrega ao aniquilamento, a morte interior da vida, e a criatura se torna um cadáver adornado quando logra manter a aparência, porém, apenas cadáver que respira...” Em seguida, ele lembrou que hoje quase todas as pessoas afirmam a necessidade de cada um ser por fora o que é por dentro, assumindo a sua realidade íntima, viver e gozar conforme as necessidades. Mas isto não o convencia nem satisfazia às suas aspirações. (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 61 a 63.) 

26. Conflitos como o de Lício contam-se aos milhões no mundo - Lício afirmou à nobre Mentora que havia dentro dele algo que repelia a degradação, a promiscuidade, a morte dos objetivos que a vida possui. “Creio em Deus e na alma, razões que me afligem a consciência, ante os tormentos que me assaltam”, asseverou o rapaz. “Valeram, indago-me, os parcos minutos de relax e prazer em relação aos dias e noites de ansiedade e incerteza? E depois, quando a morte advier, sempre penso, o que acontecerá, como será?” Com respeito ao tio, os sentimentos do rapaz eram contraditórios. A lembrança dele ainda lhe era viva. “Amo-o e odeio-o”, informou o jovem. “Não voltei a vê-lo, embora, não há muito, ele tentasse, por carta que eu não respondi, uma aproximação. Ele, agora, é pai. Como conciliar tal comportamento? No entanto, ele não me sai dos sonhos, nem das recordações que me enternecem e infelicitam.” Concluída a narração do seu caso, Lício disse à Benfeitora que esse era o motivo de ter buscado o auxílio da Instituição: ele ali estava a pedir socorro! “Soube – explicou o jovem – que, talvez, um trabalho de vossa parte me pudesse aliviar o sofrimento, já que não creio seja possível arrancá-lo de mim, por entender que sou um ser feminino numa forma masculina, graças a um sortilégio da Divindade, que não consigo entender. O que sei é que necessito de uma tábua qualquer de salvação, mesmo que imaginária, qual náufrago que, em se debatendo na procela, se agarra a uma navalha que lhe dilacera as carnes, mas que é a única possibilidade de salvação ao seu alcance.” Quando o jovem concluiu a fala, um grande silêncio caiu no compartimento e Miranda percebeu que várias Entidades que envergaram a epiderme negra, assinaladas pela bondade e nobreza de propósitos, ali presentes, comoveram-se, tanto quanto ele, com a narração do jovem e uma onda de simpatia geral os envolveu a todos. Dr. Bezerra de Menezes explicou então: “Caro Miranda, a situação em que estagia o nosso querido irmão alcança número muito maior de criaturas, na Terra, como no Além, do que se possa imaginar... Contam-se aos milhões, no mundo, padecendo conflitos desta natureza, que ainda não encontraram compreensão adequada, nem estudo conveniente das Doutrinas que lhe investigam as causas, procurando soluções. Por enquanto, travam-se lutas entre a coarctação e a liberação do comportamento daqueles que estagiam nas áreas conflitantes do sexo. Os apologistas da proibição aferram-se a códigos morais caducos e impiedosos, nos quais a pureza é sinônimo de puritanismo, e os outros, que lideram o esforço em favor dos direitos da funcionalidade aberta, primam pela agressão moral, pela alteração de valores, pela imposição da sua conduta, nivelando todos os indivíduos em suas carências afetivas e estruturais, proclamando a hora da promiscuidade e da chalaça”. (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 63 e 64.) 

27. A importância do passe no atendimento ao jovem enfermo - Prosseguindo a explicação, Dr. Bezerra concluiu: “O respeito e a linha de equilíbrio devem viger no homem, em qualquer compromisso de relacionamento estabelecido. Enquanto, porém, o sexo mantiver-se na condição de produto para venda e a criatura permanecer como objeto de prazer, a situação prosseguirá nos seus efeitos crescentes, mais amplos e dolorosos do que aqueles que se digladiam em nossa sociedade consumidora e inquieta. É natural que ressalvemos as exceções valiosas e nobres que há em todos os campos e áreas de ação da Humanidade”. Nesse ínterim, a Mentora do Grupo ergueu o médium, pôs a destra sobre a cabeça de Lício e disse-lhe em linguagem simples e carinhosa: “De fato, os seus cabelos anelados são sedosos e muito agradáveis ao tato. São uma dádiva de Deus, ante o crescente número daqueles que os perdem desde muito cedo... Mais belos, porém, do que os pelos que se modificam com o tempo e morrem, são os seus propósitos, meu filho, a sua inteireza moral, apesar de todas as dilacerações sofridas. Vamos orar primeiro, enquanto lhe aplicamos recursos balsamizantes, refazentes, para iniciarmos o trabalho de que necessita”. Um bem-estar imenso se espraiava pela sala, enquanto a Entidade compassiva, utilizando-se da técnica do passe longitudinal com pequenas variações, operou, dispersando, a princípio, as construções mentais perniciosas e desencharcando-lhe o psiquismo de fluidos prejudiciais, para, logo após, recompor-lhe o equilíbrio, mediante a doação de energia, facilmente assimilada pelo organismo. Lício começou a transpirar em abundância e a bocejar repetidamente. “Tudo bem, meu filho”, disse-lhe, tranquilizando-o, a magnetizadora espiritual, produzindo assim um clima psicológico adequado para a segunda fase do atendimento ao jovem, agora mais disposto à terapia. A paz reinava no ambiente e o amor, ungido de sabedoria, comandava os acontecimentos. (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 64 a 66.) 

28. Em sua realidade intrínseca, o Espírito é assexuado - Enquanto a Orientadora espiritual se aureolava de tênue claridade, resultado de uma forte concentração com vistas a detectar as causas anteriores do problema de Lício, Dr. Bezerra acercou-se de Miranda e elucidou: “O sexo, em si mesmo, é instrumento excretor, a serviço da vida. Programado pela Divindade para servir de veículo à perpetuação da espécie nos seres pelos quais se expressa, tem sido gerador de incontáveis males, através dos tempos, em face do uso que o homem, em especial, lhe tem dado. Quando respeitado nos seus objetivos pelas criaturas e atendido pelo instinto entre os animais, atinge as finalidades a que se destina, sem outras consequências, qual ocorre também com as plantas... No atual estágio evolutivo do planeta terrestre, o ato sexual faz-se acompanhar de sensações e emoções, de modo que propiciem prazer, facultando o interesse entre os seres, e assim preenchendo a destinação a que se encontra vinculado. Não obstante, o vício e o abuso sempre lhe seguem empós, como decorrência da mente que se perverte e o explora, dando origem a capítulos lamentáveis de dor e sombra, que passam a assinalar a conduta daqueles que o perturbam. Simultaneamente, devemos considerar que, em sua realidade intrínseca, o Espírito é assexuado e sem preferência ou psicologia específica para uma ou outra experiência na organização física. Por esta razão, a própria vida elaborou formas que se completam em favor da função procriativa. Ao lado dessas, em se considerando o incessante progresso dos homens, na busca da felicidade, os ideais lentamente vão suprindo, na área das emoções superiores, os prazeres que decorrem das sensações mais fortes. E, não raro, atendendo a aspirações pessoais, muitos desses indivíduos requerem, quando no plano espiritual, e têm deferido os pedidos, a reencarnação na masculinidade ou na feminilidade, sem amarras com a forma, vivendo uma sexualidade global, sem conflitos nem posses, destituída de paixões e de ímpetos descontrolados. São aqueles que poderíamos denominar heterossexuais, porém, calmos e seguros, capazes de transitar, se for o caso, por toda a vilegiatura física com autossuficiência, sem maior esforço, porque, também, sem compromissos negativos com a retaguarda nesse campo. Outros Espíritos, receosos de repetir as façanhas prejudiciais, solicitam e conseguem formas neutras, o que equivale possuir uma anatomia tipificadora de um ou outro gênero, com uma psicologia e uma emoção destituídas de interesse por tal ou qual manifestação, digamos, erótica. Constituem a larga faixa onde estão as pessoas brandas, cuja aparência inspira sentimentos nos outros, sem que se deixem enredar pelos apetites correspondentes, por serem psiquicamente assexuadas, embora possuam todo o mecanismo genésico perfeito e sejam portadoras de hormônios correspondentes à sua fisiologia. Assim, mais facilmente executam os misteres que abraçam nos diferentes setores da existência, normalmente afeiçoadas em profundidade aos seus programas de enobrecimento, mediante os quais se elevam e promovem a Humanidade”. (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 67 a 69.) (Continua no próximo número.)


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita