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Estudo Metódico do Pentateuco Kardequiano  Inglês  Espanhol

Ano 8 - N° 360 - 27 de Abril de 2014

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

O Céu e o Inferno

Allan Kardec

(Parte 29)
 

Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, cuja primeira edição foi publicada em 1º de agosto de 1865. A obra integra o chamado Pentateuco Kardequiano. As respostas às questões sugeridas para debate encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

A. Qual é a importância da fé no tratamento dos doentes?

B. Há algum sentido ou objetivo na vida das pessoas desprovidas de qualquer recurso material, como os mendigos?

C. A abnegação que certas pessoas têm para com seus patrões pode ter por ascendentes relações de vidas passadas?

D. Por que ocorrem sofrimentos atrozes e aparentemente injustos sobre pessoas boas e honradas?

Texto para leitura 

251. Antonio B..., escritor muito estimado que exercera com distinção muitos cargos públicos na Lombardia, teve uma morte aparente e foi enterrado vivo. Uma circunstância fortuita fez com que, quinze dias depois do enterro, seu caixão fosse aberto e qual não foi o espanto da família quando se viu que o corpo havia mudado de posição dentro da urna e uma das mãos havia sido comida em parte pelo defunto. (2a. Parte, cap. VIII, Antonio B...) 

252. Antes de descrever as sensações experimentadas dentro do caixão fechado, Antônio B... explicou que a causa de sua expiação estava em sua existência anterior, quando enterrou viva sua própria mulher. A pena de talião foi-lhe aplicada, dente por dente, olho por olho, afirmou o Espírito. (2a. Parte, cap. VIII, Antonio B...) 

253. Eis o que Antonio B... experimentou dentro da urna funerária: “A voz, por falta de ar, não tinha eco! Ah! que tortura a do infeliz que em vão se esforça para respirar num ambiente limitado! Eu era como um condenado à boca de um forno, abstração feita do calor”. (2a. Parte, cap. VIII, Antonio B...) 

254. Analisando o caso Antonio B..., Kardec perguntou a Erasto que proveito pode a Humanidade auferir de semelhantes punições. Erasto respondeu: “As penas não existem para desenvolver a Humanidade, porém para punição daqueles que erram. De fato, a Humanidade não pode ter interesse algum no sofrimento de um dos seus membros. Neste caso, a punição foi apropriada à falta. Por que há loucos, idiotas, paralíticos? Por que morrem estes queimados, enquanto aqueles padecem as torturas de longa agonia entre a vida e a morte?” (2a. Parte, cap. VIII, Antonio B...) 

255. Concluindo sua análise, Kardec esclarece: “A justiça de Deus, às vezes tardia, nem por isso deixa de atingir o culpado, prosseguindo em seu aviso. É altamente moralizador o saber-se que, se grandes culpados acabam pacificamente, na abundância de bens terrenos, nem por isso deixará de soar cedo ou tarde, para eles, a hora da expiação”. “Uma existência honrosa não exclui, portanto, as provações da vida, que são escolhidas e aceitas como complemento de expiação – o restante do pagamento de uma dívida saldada antes de receber o preço do progresso realizado.” (2a. Parte, cap. VIII, Antonio B..., comentário de Kardec.) 

256. Letil foi um industrial que residia nos arredores de Paris e teve, em abril de 1864, uma morte horrível: incendiou-se uma caldeira de verniz fervente e ele, num piscar de olhos, foi atingido pela matéria candente. Letil, embora vendo que estava perdido, ainda teve ânimo de caminhar até o seu domicílio, a distância de mais de 300 metros. Quando lhe prestaram os primeiros socorros, suas carnes dilaceradas caíam aos pedaços, desnudando os ossos de uma parte do corpo e da face. Ainda assim, sobreviveu por doze horas, em meio a cruciantes sofrimentos, conservando, porém, até o fim perfeita lucidez. (2a. Parte, cap. VIII, Letil.) 

257. Devidamente assistido no mundo espiritual, Letil narrou na Sociedade Espírita de Paris como ocorreu a sua desencarnação e a causa de sua expiação. “Vai para dois séculos – disse ele – mandei queimar uma rapariga, inocente como se pode ser na sua idade – 12 a 14 anos. Qual a acusação que lhe pesava? A cumplicidade em uma conspiração contra a política clerical. Eu era então italiano e juiz inquisidor; como os algozes não ousassem tocar o corpo da pobre criança, fui eu mesmo o juiz e o carrasco.” (2a. Parte, cap. VIII, Letil.)

258. Dirigindo-se a todos os que deploram o esquecimento das vidas passadas, Letil exclamou: “Oh! vós, adeptos da nova doutrina, que frequentemente dizeis não poder evitar os males pela insciência do passado! Oh! irmãos meus! bendizei antes o Pai, porque, se essa lembrança vos acompanhasse à Terra, não mais haveria aí repouso em vossos corações”. “Como poderíeis vós, constantemente assediados pela vergonha, pelo remorso, fruir um só momento de paz? O esquecimento aí é um benefício, porque a lembrança aqui é uma tortura.” (2a. Parte, cap. VIII, Letil.) 

Respostas às questões propostas

A. Qual é a importância da fé no tratamento dos doentes? 

A fé é essencial para se conseguir o resultado desejado. É preciso ter confiança em Deus e procurar inspirar aos pacientes uma fé sincera, pois de outro modo nada se conseguirá. Disse Juliana Maria: “Quando implorares permissão a Deus para que os bons Espíritos te transmitam fluidos benéficos, se não sentires um estremecimento involuntário, é que a tua prece não foi bastante fervorosa para ser ouvida”. É somente nessas condições que a prece pode tornar-se valiosa. (O Céu e o Inferno, Segunda Parte, cap. VIII, Juliana Maria, a mendiga, primeira pergunta.) 

B. Há algum sentido ou objetivo na vida das pessoas desprovidas de qualquer recurso material, como os mendigos?  

É evidente que sim. Os exemplos de Juliana Maria e Max, narrados nesta obra, são prova disso. Juliana disse que voltara à Terra com a prova da pobreza para punir-se do vão orgulho com o qual repelia os pobres e os miseráveis. Passou desse modo pela pena de talião, fazendo-se a mais horrenda mendiga de seu país, mas sem queixumes suportou a provação, pressentindo uma vida melhor, da qual não mais tornaria ao mundo do exílio e da calamidade. Max fora, em existência anterior, um rico e poderoso senhor na mesma região onde renasceu na miséria. Orgulhoso de sua nobreza, a fortuna fora a sua perdição, resultado de uma vida de prazeres, de jogos, de orgias, na qual seus vassalos eram por ele espezinhados e oprimidos. Depois de longo sofrimento na vida espiritual, Max reencarnou numa família de burgueses pobres. Ainda criança, perdeu os pais e ficou desamparado e só no mundo. Aos 40 anos ficou totalmente paralítico, sendo-lhe preciso daí por diante mendigar por mais de 50 anos, nas mesmas terras em que fora antes absoluto senhor. Ao retornar ao mundo espiritual, estava redimido e feliz por haver suportado com dignidade e resignação a provação recebida. (O Céu e o Inferno, Segunda Parte, cap. VIII, Max e Juliana Maria, segunda comunicação.) 

C. A abnegação que certas pessoas têm para com seus patrões pode ter por ascendentes relações de vidas passadas?  

Sem dúvida, e pelo menos esse é o caso comum. Às vezes, essas pessoas, hoje na posição de subalternidade, são membros da mesma família, ou, como no caso narrado nesta obra, escravos do reconhecimento que procuram saldar uma dívida, ao mesmo tempo concorrendo para que progridam por sua dedicação. Poucos compreendem os efeitos da simpatia que a anterioridade de relações produz no mundo em que vivemos. A morte em absoluto não interrompe essas relações, que podem perpetuar-se por séculos e séculos. (O Céu e o Inferno, Segunda Parte, cap. VIII, História de um criado e Adelaide Margarida Gosse.) 

D. Por que ocorrem sofrimentos atrozes e aparentemente injustos sobre pessoas boas e honradas?  

Não existem injustiças nas leis de Deus. Os próprios Espíritos revelam a causa desses sofrimentos que nos parecem injustos quando acometem pessoas boas e honradas. Antônio B. descreveu sua provação atribuindo-a a uma punição de cruel e feroz existência! Disse ele: “Que vale uma existência diante da eternidade?! Certo, procurei ser honesto e bom na minha última encarnação, mas eu aceitara um tal epílogo previamente, isto é, antes de encarnar”. É que, em existência anterior, havia enterrado viva sua própria esposa, sofrendo então a pena de talião, um procedimento conhecido e adequado em um mundo e provas e expiações como é a Terra. (O Céu e o Inferno, Segunda Parte, cap. VIII, Antonio B..., perguntas 7 e 8.)

 


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