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Um minuto com Chico Xavier

Ano 7 - N° 356 - 30 de Março de 2014

JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)
 

 

Há poucos dias, tivemos a felicidade de assistir a uma entrevista do jornalista Marcel Souto Maior, sobre o lançamento de seu novo livro, agora sobre a vida de Allan Kardec. Foi no programa de entrevistas com Márcia Peltier, na CNT. Era uma reprise de dezembro do ano passado. Foi muito emocionante. Ele conta como conheceu Chico e inúmeros momentos de impressionar. Abaixo apresentaremos suas declarações exaradas em sua obra: As Vidas de Chico Xavier, impressa pela editora “Planeta do Brasil” no ano de 2003.

...Verdade irrefutável mesmo é que Chico, o menino pobre e mulato do interior de Minas, filho de pais analfabetos, se transformou em mito, venerado, idolatrado, atacado, perseguido, um ídolo popular.

Foi a história desta metamorfose que decidi contar há dez anos quando desembarquei em Uberaba com uma tarefa ambiciosa: receber um sinal verde do médium para escrever sua biografia.

Eu era repórter do Jornal do Brasil, tinha sérias dúvidas sobre questões como vida depois da morte e encarava o líder espírita com o habitual distanciamento jornalístico.

Chico era um mito nacional adorado por milhões de brasileiros e menosprezado por centenas de jornalistas como eu.

Chico Xavier? Não é o Chico Buarque, não? Chico Anysio? Chico Mendes? Amigos de redação ironizavam ao saberem do meu projeto: lançar a primeira biografia jornalística de um dos personagens mais idolatrados e polêmicos do país.

Lá fui eu.

Aos 81 anos, atormentado por sucessivas crises de angina, abatido por duas pneumonias graves e castigado por uma catarata crônica, Chico Xavier vivia em repouso e por recomendação médica já não participava de sessões espíritas há quase nove meses. Eu teria de contar com o apoio de seu filho adotivo, Eurípedes, para conseguir visitá-lo em casa nas reuniões para poucos amigos aos sábados à noite. Não consegui passar pelo portão. Eurípedes preferiu preservar o pai de qualquer desgaste, e eu decidi iniciar a reportagem sem autorização de ninguém nem do possível biografado.

Primeiro passo: acompanhar uma sessão espírita no Grupo Espírita da Prece, mais conhecido como "o Centro do Chico". Era noite de sábado e fazia frio. Dava para contar nos dedos o número de participantes do culto reunidos na casa simples, com piso de cimento e telhas descascadas no teto. Éramos catorze todos sentados a dois metros de distância da mesa comprida onde, até o ano anterior, Chico Xavier causava comoção ao fechar os olhos e pôr no papel mensagens de mortos a suas famílias na Terra.

Com a ausência de Chico nas sessões dos últimos meses, as multidões do ano anterior reduziram-se até chegarem naquele punhado de gente disposta a acompanhar a leitura do Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, e a análise de temas como compaixão e solidariedade.

Sentei no banco de madeira em frente à mesa ocupada pelos dirigentes da sessão e, minutos depois, levei um susto. Contra todas as expectativas, Chico Xavier reapareceu no Grupo Espírita da Prece, o corpo franzino arqueado sob um terno mal-ajambrado e o sorriso aberto de quem volta para casa depois de meses de internação.

Ele se sentou à cabeceira, ouviu em silêncio a leitura de textos de Kardec e, em seguida, rezou o pai-nosso com um fio de voz. Eu não sabia nem como nem por quê, mas lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto sem que eu sentisse qualquer emoção especial. Desabavam à minha revelia, aos borbotões, sem nenhum controle. No fim da sessão, eu me aproximei de Chico e fui direto ao assunto com a desinibição e arrogância típicas dos jovens jornalistas:

– Chico, trabalho no Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, e vim pedir autorização para escrever sua biografia. Chico recorreu a um de seus enigmas, tática usada por ele para evitar a indelicada palavra "não": Deus é quem autoriza.

Continuei no mesmo tom: E Deus autoriza?

Chico ficou em silêncio dois, três segundos e respondeu com um meio sorriso: Autoriza.

Era tudo o que eu precisava ouvir. Ou quase tudo. O acesso à casa de Chico, fundamental para a reportagem, foi negado por Eurípedes no dia seguinte. E o tempo começou a correr contra o projeto. Era preciso voltar ao Rio em breve com o máximo de informações possível..., e o jovem repórter entrou em ação novamente, com uma tática de emergência...

(Esse relato será continuado na próxima semana.)




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita