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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 354 - 16 de Março de 2014

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 
 
 

A pureza do amor

“Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o reino dos céus é para os que se assemelham a elas.” (Mc, 10:14)


Dois personagens do livro Os Miseráveis, do genial escritor francês Victor Hugo, impressionam-nos de modo particular.

O primeiro é Jean Valjean, o ‘ladrão’, que, por roubar um pão para seus sete sobrinhos e para a mãe deles, sua irmã, foi condenado às galés, por dezenove anos! O segundo é o Bispo Charles-François-Bienvenu Myriel, conhecido como Bispo Myriel ou Dom Benvindo, ou, ainda, Monsenhor Bienvenu.

O primeiro, como ex-presidiário, é expulso de todos os lugares. Não lhe bastou cumprir a pena, eis que a sociedade o condenou “para sempre”. Apenas o Bispo Benvindo o acolhe e ampara.

Não obstante a bondade de Monsenhor Bienvenu, o ingrato rouba-lhe os talheres de prata, à noite, e foge. Preso pela polícia, com os produtos furtados ao Bispo, é reconduzido à casa do extraordinário homem, que lhes diz que fora ele a dar-lhe os objetos de prata; e ainda repreende Jean Valjean por haver ‘esquecido’ dois valiosos castiçais; além de ‘lembrá-lo’ da promessa que fizera de recomeçar a vida honestamente.

A partir daí, Jean Valjean, diante de tanta bondade, muda realmente sua vida e seu modo de pensar sobre a sociedade em que vivia.

À semelhança do que se lê na obra de Victor Hugo, sobre a generosidade do Bispo Benvindo, houve, nesta cidade de Goiânia, uma boa senhora – que conhecemos pessoalmente – que vivenciou o Evangelho de forma encantadora e inacreditável para os dias que hoje vivemos na Terra. Revelava a pureza e a inocência de que nos fala Jesus.

Entre tantas outras senhoras, generosas e amáveis, nela se destaca a bondade e meiguice que dedicou a todos aqueles que passaram por sua modesta, mas belíssima vida. Desconheço seu nome verdadeiro, pois a ela todos se referiam como Vó F... Não se trata, pois, de ficção, mas de linda experiência!

Entre as muitas histórias sobre sua constante generosidade, a que narro a seguir merece divulgação, para ilustrar o que é capaz a pessoa de sentimentos puros, que realmente ama o semelhante, conhecido, ou não; bom, ou mau – e que vê no próximo um irmão, um filho de Deus.

Eis breve resumo de um dos episódios singulares de sua vida.

Foi surpreendida, em casa, por um homem que, ao pular o muro, anunciou-lhe:

– É um assalto, vovó!

Ela, embora assustada, mas sem temê-lo, convida-o a segui-la até o quarto, dizendo-lhe:

– Venha, meu filho! Recebi ontem o dinheiro da aposentadoria. Está sobre o guarda-roupa, onde não o alcanço. Pegue-o você mesmo. Não há o que temer: estou sozinha.

O homem a segue, pega o dinheiro e se apressa para fugir, mas ela o retém, perguntando-lhe:

– Por que faz isso, meu filho? Por que age assim? 

Verdade, ou não, ele informa:

– Estou passando por dificuldades e tenho filhos para tratar!

Ela, com a pureza do coração iluminado pelo verdadeiro Amor, pela compaixão – acreditando no que o outro lhe dizia, eis que não cultiva malícia, mas boa-fé –, diz a ele:

– Não vá ainda não! Tem aqui o dinheiro da feira que meu filho deixou. Pegue-o também!

O homem hesita diante de tanto carinho e sinceridade; de tanta pureza de coração! Quem sabe tocado em seu íntimo por espontâneos e sucessivos gestos de compreensão, tenta recusar a oferta. Quem sabe também porque mentia em suas razões para roubá-la! Mas ela insiste:

– Leve, para socorrer sua família! Depois meu filho me dá outro dinheiro!

Ele pega a segunda importância e se dirige ao muro para saltá-lo de volta, fugindo.

Ela lhe diz:

– Não faça isso! Pode machucar-se! Saia pela porta da frente! Como viu, estou sozinha e não há o que temer. Mas espere um pouco: acabei de assar pães de queijo e vou pegar alguns para seus filhinhos!

Ele aguarda, ela prepara a encomenda e o despede pela porta da frente:

– Vá com Deus, meu filho!

Ao sair pelo portão que dá acesso à rua, cruza ele com o filho mais velho da extraordinária senhora, que ali chegara para ver a boa mãe.

Este cumprimenta o desconhecido que se afasta para a rua, celeremente, a fugir. O filho entra na casa e pergunta à nobre mãe:

– Quem é aquele homem que saiu agora, mãe?

– É um ladrão, meu filho. – e lhe relata o ocorrido.

– Mãe! Irei atrás dele, para recuperar seu dinheiro e prendê-lo!

– Não, meu filho, não vá: ele está precisando muito!...

Só coube ao filho – também ele um humanista, tal como Victor Hugo – obedecer ao apelo suave de sua terna mãezinha e, certamente, repor o dinheiro para a feira!

Devia, ainda, elevar o pensamento a Deus, em gratidão pela mãe que, em toda sua vida, só exemplificou compaixão, bondade, ternura, dedicação, renúncia, humildade e sempre soube exibir belo e gentil sorriso, no qual expressava o que lhe ia na alma: pureza inconcebível num vivente desta Terra, tão carente de belos exemplos dessa natureza.

Legítima seguidora, em plenitude, do Cristo! Vivenciou o Evangelho em toda sua pureza, pois, como se vê, fazia o bem com naturalidade, sem esforços! Até a quem, aparentemente, não o merecia!

Que Deus a abençoe, onde quer que se encontre! E àquele irmão equivocado e a tantos outros que, como ele, agem da mesma forma!



 

 


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