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Um minuto com Chico Xavier

Ano 7 - N° 353 - 9 de Março de 2014

JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)
 

 

"Morre um capim, nasce outro."

Eram pouco mais de 19h30 de domingo, 30 de junho de 2002, quando o coração de Chico Xavier parou. Chico tinha acabado de deitar-se na cama estreita de seu quarto acanhado para mais uma noite de sono. Pouco antes de dormir, ergueu as mãos para o alto, como sempre fazia, e rezou pela última vez.

Chico morreu em casa, como queria, sem dor nem sofrimento. Poucas horas antes, ele chamou o enfermeiro que sempre o acompanhava. Precisava de ajuda para fazer a barba, mas Sidnei tinha viajado. A reação de Chico, ao saber da viagem, foi rápida e intrigante: Não vai dar tempo.

Nos últimos dias, a cozinheira da casa, Josiane Alberto, estranhou o comportamento de Chico. Bastava ela trazer um copo de água para Chico agradecer: Jesus vai te abençoar. Muito obrigado.

Passou a semana agradecendo. Era como se estivesse se despedindo.

Foi esta a sensação que teve o médium Celso de Almeida Afonso ao visitá-lo na semana anterior. “Agora vieram todos” – Chico disse ao vê-lo, depois de uma sucessão de visitas de outros médiuns.

O líder espírita morreu exatos oito dias antes da data em que seria alvo de uma série de homenagens e comemorações: os 75 anos de sua mediunidade.

Para os amigos mais íntimos, a morte, naquele momento, o poupou de novos desgastes com eventos e compromissos. Chico planejou com cuidado a própria despedida. Uma de suas principais preocupações era impedir que impostores divulgassem, após sua morte, supostas mensagens transmitidas por ele. Temia que, em busca de projeção, médiuns se apresentassem como porta-vozes de seu Espírito. Para evitar fraudes, Chico combinou um código secreto com três pessoas de sua confiança: o médico e amigo Eurípedes Tahan Vieira, o filho adotivo Eurípedes Higino dos Reis e Kátia Maria, sua acompanhante nos últimos anos de vida. Três informações deveriam constar da primeira mensagem enviada do além. Na tarde anterior à própria morte, Chico confirmou o código com Eurípedes Tahan e avisou: “Vocês saberão quem sou eu”.

Traduzindo: depois de morto, Chico revelaria um dos seus segredos mais bem guardados: quem ele teria sido na última encarnação. Ele pensou em cada detalhe. Seu corpo deveria ser velado no Grupo Espírita da Prece durante 48 horas, para que todos tivessem tempo de se despedir, sem confusão. O enterro seria feito no cemitério São João Batista, em Uberaba, a cidade que o acolheu em janeiro de 1959, quando Chico deixou para trás a família e os amigos da cidade natal, a também mineira Pedro Leopoldo.

Foram feitas, é claro, as suas vontades.

Quando a notícia sobre a morte dele se espalhou, fogos de artifício ainda espocavam nos céus de Uberaba e do Brasil. O país festejava a conquista do pentacampeonato da Copa do Mundo de futebol. O jogo decisivo aconteceu na madrugada de sábado para domingo. Mas a principal notícia em Uberaba logo se tornou Chico Xavier. Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas correram para a casa dele. O corpo do médium saiu de casa por volta das 23h30 pelo portão dos fundos, rumo ao Grupo Espírita da Prece, o centro fundado por ele em 1975. Aplausos o saudaram na saída de casa e na chegada ao Centro.

Uma fila de admiradores logo dobrou o quarteirão e se prolongou dia e noite, por dois dias. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram mobilizados e, de todo canto do país, chegaram os devotos de Chico Xavier.

Mães e pais que perderam filhos e foram consolados por ele; pobres que teriam morrido de fome ou de frio sem a ajuda dos mutirões que ele promovia; espíritas e não espíritas de todo o país, que aprenderam a ter fé com a ajuda de Chico.

As 48 horas de velório foram suficientes para que as caravanas de ônibus chegassem em paz. A Polícia Militar fez as contas: 2.500 pessoas por hora, em média, se despediram de Chico no Grupo Espírita da Prece. Ao todo, 120 mil pessoas. A fila para ver o corpo atingiu quatro quilômetros e chegou a exigir uma espera de aproximadamente três horas.

Coroas de flores foram enviadas de todo o país por políticos, artistas, admiradores anônimos, enquanto o prefeito decretava feriado na cidade, o Governador anunciava luto oficial por três dias, e o Presidente Fernando Henrique Cardoso divulgava uma mensagem sobre a importância do líder espírita para o país e para os pobres.
 

Texto extraído do livro: “As vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior, editora Planeta do Brasil Ltda.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita