WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 349 - 9 de Fevereiro de 2014

FERNANDO ROSEMBERG PATROCÍNIO
f.rosemberg.p@gmail.com
Uberaba, MG (Brasil)

 
 
 

Emmanuel ter-se-ia equivocado?


Adentramos, pois, o terceiro milênio com a compreensão científica e experimental de que o Homem não é tão só Biomatéria, ou seja: uma matéria biológica pensante; e, sim, que o Homem, antes de tudo, é Espírito, centelha anímica palingenésica, de características infindáveis e imorredouras. Portanto, trata-se de uma revolução no campo das mais diversas ciências, sejam: antropológicas, sociais, biológicas, da psique e da medicina, mudando-lhes os paradigmas para sempre, conquanto não se lhes despreze as conquistas de até então, cumprindo-nos apenas e tão só retificar-lhes os mais diversos capítulos, ampliando-lhes vastamente as perspectivas e concepções.

Entretanto, da nova Equalização Fundamental Humana, onde:

[(Homem) = (Espírito + Biomatéria)],

cumpre-nos anotar que o Espiritismo codificado, dentro dos limites a ele concedidos, estudara mais profundamente a Alma  – este Espírito reencarnado –, às tramas biológicas da matéria, descerrando-lhe e distinguindo-lhe outro organismo mais sutil, energético, que recebera a designação de perispírito, sendo hoje demonstrável por seus eflúvios bioplasmáticos a se irradiarem da fisicalidade humana, animal, vegetal e mesmo de estruturações tão só e exclusivamente materiais, tais como uma pedra e objetos inanimados outros do nosso cotidiano.

Mas, no século vinte (20), causara estranheza e grande discussão no movimento espírita uma página de notável instrutor cristão contido no opúsculo que traz o seu nome mesmo: “Emmanuel” (psicografia de F. C. Xavier – 1937 - Feb), mais exatamente em seu capítulo vinte e quatro, intitulado: ‘O Corpo Espiritual’. E a polêmica alastrou-se culminando na publicação de textos e mais textos e até mesmo de livros defensores da pureza doutrinária em Kardec e condenando Emmanuel e suas posições ditas equivocadas, ilógicas e pouco compreensíveis; e, mais ainda, tratando de igual maneira, André Luiz, Yvonne Pereira, Joanna de Ângelis e grandes clássicos como Gabriel Delanne e Léon Denis.

Ora, o fato de todos eles se harmonizarem não traduziria Consenso Universal (CUEE)? De minha parte, confesso que não sou dado a polêmicas descabidas que, num personalismo doentio, se considera um “Doutor Kardec”, condenando a tudo o que lhe possa, aparentemente ou não, deturpar-lhe a consoladora mensagem, exemplificando-se: obras de Espíritos atrasados, inconsequentes, obsessores, falsos profetas da erraticidade. Eles existem? Óbvio que sim! E quando se revelam de forma objetiva, clara e patente, recomenda-se denunciá-los e isso até já o fiz como, por exemplo, no texto: “O Médium e o Zombeteiro do Astral”.

Todavia, no caso específico de Emmanuel, penso duas vezes antes de denegri-lo, de denunciá-lo, pois, para mim, pela folha de excelentes serviços prestados à humanidade, bem como à Doutrina, creio que o autor está a merecer de todos nós, pelo menos, o benefício da dúvida, de refletirmos bem antes de acusá-lo, difamá-lo, desacreditá-lo. Portanto, com relação à obra de Emmanuel, e Chico Xavier, digo e afirmo sempre que sou deles um eterno aprendiz, sendo, pois, eternamente grato a tais e, por conseguinte, sempre favorável à ideia de se estudá-los mais, adotando posturas de simplicidade e humildade aditadas pela consciência plena e lúcida de que estou em constante aprimoramento, e, sobretudo, de reforma moralizante no campo das inolvidáveis máximas cristãs.

E o fato é que muito pouco ou quase nada sabemos, neste abafadouro temporário de nossas faculdades. E, pois, como poderia um Espírito de escol, da envergadura e naipe de um Emmanuel errar, nos confundir, nos desviar? Sendo assim, me recuso a pensar que o referido autor tenha errado, pois que o mesmo, além de uma sabedoria e moralidade incontestáveis, fazia parte de uma das mais importantes falanges do Cristo, tendo até mesmo participado da plêiade de Espíritos que colaboraram com a Codificação Espírita, e, mesmo se levarmos em conta um possível distúrbio ocorrido na filtragem mediúnica com Xavier, mesmo assim, creio eu, que o referido e iluminado autor não errara, e tampouco nos levara, como consequência, a algum imbróglio filosófico e doutrinário na comparação de suas instruções com as de Allan Kardec.

Mas vamos ao referido texto de Emmanuel, capítulo “O Corpo Espiritual”, de subtítulo “O Santuário da Memória” daquele livro em questão, a fim de se estudá-lo e analisá-lo racionalmente, e ver se é possível uma sua conciliação com Kardec, ou uma sua possível correção, sendo esta última, desde já, por mim descartada em face da possibilidade de prevalecer-se a primeira em detrimento da segunda:

“O corpo espiritual não retém somente a prerrogativa de constituir a fonte da misteriosa força plástica da vida, a qual opera a oxidação orgânica; é também ele a sede das faculdades, dos sentimentos, da inteligência e, sobretudo, o santuário da memória, em que o ser encontra os elementos comprobatórios da sua identidade, através de todas as mutações e transformações da matéria”. (Opus cit.)

Em princípio, do texto em foco, se todas as faculdades pertencem ao perispírito, o que, então, sobrará para o Espírito? Se tudo está no perispírito: faculdades, sentimentos, inteligência, memória, a que se reduzira ou se reduziria o Ser principal, qual seja: o Espírito? São estas interrogações, extraídas da lógica filosófica do Espiritismo, que incomodaram, e, com alguma razão, os espiritistas que se opunham e se opõem a tal “discrepância” doutrinária.

Ou seja: o perispírito é mais importante que o Espírito, podendo este até mesmo safar-se, escafeder-se ou destinar-se a mundos inferiores ou superiores, que o perispírito continuaria sua jornada no lugar daquele outro, com tantas razões, tantas potencialidades nele estabelecidas com notoriedade cognitiva, mnemônica, axiológica e sentimental, qualidades que o alça ao mesmo plano do Ser principal, igualando-os como irmãos siameses espirituais (???).

Entretanto, há que se rever tão falseada perspectiva; há que se melhor aprofundar dita questão, provando-se nossa incompetência para um julgamento mais severo e mais acertado da temática pelo fato contundente de que estamos ensaiando, ainda, os primeiros passos da Ciência Espírita, da infinita sabedoria e moralidade a ser conquistada por todos nós, pela imorredoura existencialidade.

E, portanto, estamos no limiar do Espírito que, somente agora, nas últimas quinze décadas, se nos revela de forma positiva, com estudos sérios, brilhantes, cumprindo-nos aderir à humildade, pois que a soberba, o pretenso saber esquiva-nos do estudo, da salutar reflexão, tão necessários para a compreensão de temas tão complexos, ainda que tais fenômenos (biológicos, perispiríticos e espirituais) estejam a verificar-se em nós mesmos, na intrincada engenhosidade deste organismo Biomaterial como templo sagrado do Espírito, e templo sagrado de Deus, pois que nada existe sem a existência de Deus, Imanente em Sua obra, em Sua criação.

Assim, estudando e fazendo tentativas de melhor interpretar o referido texto de Emmanuel, quando declara que o perispírito:

“... é também ele a sede das faculdades, dos sentimentos, da inteligência e, sobretudo, o santuário da memória”.

Tal assertiva pode ser compreendida, em princípio, ao fato de que todas as potencialidades do Espírito dele mesmo irradiam como um foco de luz, impregnando-se e registrando-se na tessitura plástica e extremamente influenciável do perispírito. De tal sorte que, ao se analisar de forma mais específica e, portanto, separadamente, dito organismo perispirítico, pode-se, ou, poder-se-ia, de alguma sorte, tomar o efeito pela causa e compreender-se tais potencialidades como pertencentes ao perispírito sem embargo ou prejuízo de sua fonte, ou seja, do Espírito propriamente falando que nos parece ser a sede primeira das faculdades, do sentimento, da inteligência e da memória.

Mas tem mais! Todos os estudiosos espiritistas reconhecem haver questões vinculadas ao Espiritismo que, indubitavelmente, encerram alguma dubiedade, em face de instruções dissonantes, e talvez, por não se ter vocábulos gramaticais mais específicos, gabaritados, que melhor explicitem tais questões. Por exemplo: “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857 – Ide), em seu item 146, questiona:

Pergunta: “A Alma tem uma sede determinada e circunscrita no corpo?”. (Opus cit.).

Resposta: “Não...”  (Opus cit.)

Só por tal resposta já se constata que a Alma, e suas potências, poderiam habitar qualquer parte do corpo, poderiam tanto estar no perispírito como em qualquer região ou parte do organismo humano, pois tais corpos se juntam e se coabitam reciprocamente durante o estágio da reencarnação, onde um é o outro, pois que o soma físico fora organizado pelo perispírito, sendo que tal resposta não repudia o texto de Emmanuel, ao contrário, o confirma absolutamente! Mas prossigamos com a resposta completa:

Resposta: “Não; mas ela está mais particularmente na cabeça dos grandes gênios, em todos aqueles que pensam muito, e no coração, naqueles que sentem muito e dirigem suas ações a toda a humanidade”. (Opus cit.)

Pergunta: “Que pensar da opinião daqueles que situam a Alma num centro vital?” (Opus cit.)

Resposta: “Quer dizer que o Espírito habita, de preferência, essa parte do vosso organismo, uma vez que é para lá que convergem todas as sensações. Aqueles que a situam no que consideram como os centros da vitalidade confundem-na com o fluido ou princípio vital. Contudo, pode-se dizer que a sede da Alma está mais particularmente nos órgãos que servem às manifestações intelectuais e morais”. (Opus cit.)

Portanto, temos sim, alguma ambiguidade, distorção provocada pela conjunção de paradoxos que compreende Essência e forma, Espírito e matéria, que toma forma específica no mundo graças à ação vital e organizadora do perispírito! O que fortalece a ideia de que a epífise seja de fato a glândula da vida mental, a glândula por onde atuaria o Espírito e sua constelação de faculdades: cognitivas, mnemônicas, axiológicas e morais, pela instrução uníssona, lógica e não distorcida de seus instrutores, onde se enaltece a figura de André Luiz, sob a égide de Emmanuel e vasta equipe de especialistas da Espiritualidade. (Vide: “Testemunhos de Chico Xavier” – Suely C. Schubert - Feb.)

Todavia, ainda não encerrei! Quando Emmanuel diz que o perispírito é a sede da inteligência, a qual inteligência ele está se referindo? Afinal, desde o citado “O Livro dos Espíritos”, nós, estudiosos do Espiritismo, sabemos bem que o mesmo preconiza a existência de duas formas de inteligência manifestando-se nos seres vivos.

E será que Emmanuel não estaria se referindo à “inteligência não racional”, puramente instintiva da mecânica biológica e perispirítica de todos nós, da planta ao homem, passando inevitavelmente pela série dos animais? Que se confira em “O Livro dos Espíritos”, Capítulo 4, ‘Princípio Vital’, Itens 73 a 75, completados a seguir por excelente comentário de Kardec.

Mas ainda resta, por fim, a questão de o perispírito constituir sede da memória, da citação de Emmanuel. Ora, se o Espírito durante a reencarnação perde sua lucidez natural entrando em perturbação e esquecimento do passado, questiono: o que produziria o novo corpo em gestação no seio materno? Donde vem a tão propalada recapitulação onde tal corpo parece rememorar fases anteriores de sua passagem pelo reino animal? O que, em suma: reuniria tanta capacidade, tanta inteligência e memória para produzir intacto toda a complexidade do novo soma, do novo organismo componente da espécie, das várias espécies, e suas tantas funções a ele inerentes, sendo, a maioria delas, do nosso total desconhecimento.

Desconhecimento sim, ignorância sim, pois tais funções se exercem, se operam e trabalham em nós mesmos por tempo indeterminado, e de forma totalmente independente de mim, de minha consciência, pois que são involuntárias, mecânicas, automáticas, parecendo fruto e dinamismo daquela “inteligência não racional” da obra kardequiana, ou, então, da “inteligência”, ou mesmo da “memória”, estas duas últimas da citação de Emmanuel.  E assim vamos vivendo sem atinarmos para o fato de que o nosso coração pulsa, nossos pulmões trabalham, nossa digestão se faz, e tudo, como tudo o mais, de forma mecânica e inteligente, sem que tomemos lúcida consciência de tais que, inobstante, marcham laboriosamente, em ritmo vital de si mesmas, memoriosas e sábias.

Portanto, que não atiremos pedras sem estudarmos pacientemente a questão; que não julguemos colocando a nossa falsa sabedoria no lugar daquilo que comportaria melhor a nossa humildade, a nossa bronquice perante fatos tão complexos da vida organizada jungida que está aos enigmas incompreensíveis da vida espiritual.

Fatos estes, pois, registrados em nós mesmos, como Espíritos de constante aprendizado, de incessante evolução nos tempos infindáveis da eternidade. Quero crer, assim, que as proposições de Delanne, Denis, Emmanuel, A. Luiz, J. de Ângelis, Yvonne Pereira e outros mais constituem obra de um Consenso Universal (CUEE) completando e aprofundando Kardec ao termo máximo, até ao corpo mental, onde:

“Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é o reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação”. (Vide: “Evolução Em Dois Mundos” – André Luiz – Feb.)

Confirmando-se, por aí, que o sentimento e demais faculdades espirituais, tais como inteligência e memória, haverão de sediar-se em zonas e campos mais íntimos do Espírito, irradiando-se e refletindo-se na roupagem eletromagnética do perispírito; em zonas e campos, pois, ainda inabordáveis pela ciência terrena, bem como para nós mesmos, espiritistas que, pelo menos, temos a convicção, a certeza de que tal assim o é como se nos mostra presentemente as pouco retocáveis obras de Francisco Cândido Xavier, o maior médium psicógrafo de todos os tempos da Humanidade.

Encerrando, estou ciente de que:

- Aprofundando-se os estudos do Corpo Físico, do tão só e puramente biológico, chega-se ao Perispírito;

- Estudando-se o Perispírito, aproxima-se do Corpo Mental;

- Desvendando-se o Corpo Mental, nos abeiramos do Transcendente, ou seja, do Espírito e sua constelação de potencialidades que tão só haveremos de conhecer quando de um maior despertamento de nós mesmos, e, portanto, desenfaixados dos círculos somáticos, com maior acuidade visual e perceptiva da energia pura que dimana de nossos centros conscienciais, organização íntima de nós mesmos.


Obras Recomendadas: 

1. “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – Ide;

2. “A Evolução Anímica” – Gabriel Delanne – Feb;

3. “Depois da Morte” – Léon Denis – Feb;

4. “Emmanuel” – Emmanuel – Feb;

5. “Missionários da Luz” – André Luiz – Feb;

6. “Evolução Em Dois Mundos” André Luiz – Feb;

7. “Testemunhos de Chico Xavier” – Suely C. Schubert – Feb;

8. “Recordações da Mediunidade” – Yvonne Pereira – Feb;

9. “Estudos Espíritas” – Joanna de Ângelis – Feb; e

10. “Atualidade de Allan Kardec” (O Perispírito) – Rubens P. Meira – Editora Brasbilhos.
 


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita