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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 349 - 9 de Fevereiro de 2014

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, MG (Brasil)

 
 

Leis de amor


Alguns companheiros de São Paulo desembarcaram em Uberaba com 125 perguntas, para que Emmanuel, orientador espiritual do Chico, através do médium, lhes desse resposta.

É um pequeno grande livro! Apenas 66 páginas de grande utilidade para todos nós. Fisicamente, são 78 páginas, porque 12 são os questionários já publicados anexos às respostas, talvez para que ele pudesse ser considerado “livro”. (1)

De que trata o pequeno-grande livro?

Trata das grandes dores humanas. São oito capítulos, além do prefácio, que cuidam, cada um, de um aspecto ou de uma forma do sofrimento humano.

1. O primeiro capítulo trata da influência da vida material ou espiritual nas doenças que tanto amarguram as pessoas e suas respectivas famílias, e nos pequenos defeitos, reais ou imaginários, que aparecem na estrutura ou composição de nosso corpo.

Vocês sabem como, na maioria, somos insatisfeitos com o nosso corpo. (As mulheres, mais que os homens; mas também os homens.)

Por exemplo: as mulheres, em sua maioria, não estão satisfeitas com os lábios que Deus lhes deu e, através do batom, querem corrigir a obra, dando-lhes mais cor e tornando-os mais atraentes. As orelhas precisam ser melhoradas pendurando nelas alguns brincos. O rosto precisa ter melhor cor e lhes põem um ruge ou um blush. As pálpebras precisam ser sombreadas para realçarem a expressão dos olhos. E as unhas precisam também se tornar mais expressivas com os mais variados tipos de esmalte. Com referência à altura, a insatisfação é quase geral, determinando a invenção dos saltos altos, que dão uma leve e ilusória impressão de que são mais altas do que efetivamente são. Outras, insatisfeitas com o que a vida lhes proporcionou, costumam acrescentar alguns gramas de silicone, para melhorar o perfil.

Aliás, não são só as mulheres. Vou contar um caso dos muitos de que fui testemunha na vida do meu grande amigo José Stipp.

José Stipp era um cidadão notável que conheci em Garça, interior do estado de São Paulo, quando por lá passei o ano de l953, sessenta anos atrás. Era um paulistano fantástico. Ateu e materialista. Não era bem ateu. Não se preocupava com a ideia de Deus. Era mais agnóstico do que ateu. Mas muito verdadeiro. Sempre. Nunca mentia. E era também de uma pureza e ingenuidade que hoje não se veem mais nas pessoas. Como não mentia, acreditava que todas as pessoas também não mentissem. Já contei algumas histórias sobre ele no jornal “O Ideal”.

O Zé me parecia um homem alto, forte de corpo, e extremamente simpático. Mas um dia...

Nós dividíamos o aluguel de uma casa em Garça. Nessa casa, como em muitas outras, naquela importante cidade do estado de São Paulo, não havia nem privada, nem banheiro. A privada, quando precisávamos usá-la, tínhamos que ir à casa do vizinho (dono do imóvel onde morávamos). Mas na casa dele também não havia privada. O que havia para essas necessidades era uma fossa, no fundo do quintal, cercada com paredes de bambu, de tal modo que quem estava fora via quase tudo de quem estava lá dentro. A gente tinha que ir lá passando por um portãozinho na cerca que separava o nosso quintal do quintal dele. Uma situação extremamente constrangedora.

E não tinha também banheiro. Nem cômodo para banho. Havia no teto da cozinha um gancho em que pendurávamos um balde com a água que a gente costumava esquentar e que tinha um bico, tipo ralo, por onde, aberta a torneirinha, caía a água sobre nosso corpo para as dificuldades do banho.

E quando um se banhava o outro ficava fazendo outras coisas, enquanto aguardava o momento de enxugar a cozinha com um saco de chão para que tudo voltasse ao normal. Um dia, ao encontrar o Zé, saindo do banho, descalço, com uma toalha à guisa de saia, levei um susto! Aquele homem, que me parecia tão alto, e que, perto dele, eu me sentia um anão, era quase do meu tamanho!

– Que é isso, Zé? Você encolheu?

Ele, então, me contou o segredo. Naquele tempo havia sapateiros com muita arte e talento que faziam sapatos por encomenda e que, mais tarde, a indústria veio a imitar. (Meu tio Geraldo era um desses artistas. O sapato que ele fazia rivalizava com os melhores sapatos que a indústria calçadista brasileira veio a produzir!) Mas o Zé mandara fazer para ele um sapato com o solado todo muito alto, a que se acrescentava também um salto bem alto. E por dentro do sapato, na parte em que se apoia o calcanhar, havia uma espécie de cunha, de modo que tudo aquilo o tornava mais alto pelo menos uns quinze a vinte centímetros. Descalço, perdia aquela altura toda e voltava a ser um homem comum. Quer dizer, mal comparando, ele, homem, usava uma estratégia que imitava os grandes saltos de que se servem algumas modelos.

Outros exemplos: pessoas que nascem idiotas ou cegas ou surdo-mudas, ou sem mãos, sem pés, sem braços, coxos etc. etc.

Eu não vou contar o livro todo. Vou lhes oferecer apenas um trailer. Os mais novos talvez não saibam. Mas trailer é uma palavra inglesa que serve para despertar o interesse das pessoas sobre determinado filme ou novela. São cenas escolhidas de um ou de outra para despertar o interesse das pessoas por aquele filme ou aquela novela.

Pois bem: é o que eu vou fazer. Não vou contar o fim da história, sempre desagradável quando a gente quer ver um filme, uma novela, ou ler um livro.

2. O segundo capítulo trata dos dramas familiares: cônjuges infiéis, filhos problemas; filhas desorientadas; dificuldades de relacionamento; irmãos que se odeiam; filhos que não gostam do pai; filhas que não gostam da mãe; pais arbitrários; antipatias entre os parentes; dificuldades financeiras etc. etc. etc.

Não é segredo para ninguém que os problemas mais difíceis de resolver são os problemas relacionados com a nossa família. Não é por outra razão que os Espíritos nos dizem que no casamento estão as provas mais difíceis de suportar.

André Luiz nos fala que na imensa maioria dos nossos casamentos são casamentos provacionais. Por isso, tanta amargura, tanta decepção, tanta infidelidade, tantos problemas. Filhos que se desviam da estrada e seguem o caminho do vício, do roubo, do furto, da droga, da corrupção, da inconsequência, enfim, nas suas múltiplas variações. 

Dificuldades de se aceitarem noras e sogras, primos e cunhados, enfim, da parentela toda, como o grande desafio da longa caminhada.

Certo é que, sempre, os responsáveis por essas dificuldades somos nós mesmos.

3. O terceiro capítulo examina os sofrimentos gerados pela escolha do meio social em que vamos executar as nossas tarefas e a profissão a que vamos nos dedicar para o ganho do nosso sustento.

Sabe-se com que dificuldade lutam as pessoas por estarem entre nós. Economicamente se compõe a sociedade de vários segmentos classificados com a utilização do alfabeto, A, B, C, D, E. A classe A é dos que estão bem servidos pelas facilidades financeiras e, às vezes, culturais: os chamados ricos. A classe B é a que tem boa situação financeira, mas que, superando a classe C, ainda não pode ser incluída entre os componentes da classe A. A classe C é a grande classe dos assalariados e pequenos comerciantes que vivem com as dificuldades de quem não dispõe dos recursos das classes superiores, mas que querem ter uma vida como a que têm as pessoas que compõem aquelas classes. Abaixo da classe C, as classes D e E, constituídas por pessoas que vivem um pouco acima da área da pobreza ou da miséria. O posicionamento faz sempre sofrer as pessoas, de acordo com o nível de orgulho e humildade de cada um. O novo rico sofre por não ser aceito no “grand monde” da sociedade porque, embora tenha dinheiro, falta-lhe a finura que só a boa educação dá às pessoas. Os integrantes da classe C são os que mais sofrem porque não se conformam com a escola pública e com a assistência do instrumento público responsável pela saúde, oferecido pelo governo (o SUS), e gastam o pouco que ganham com escolas particulares e planos de saúde.

4. O quarto capítulo aborda os dramas lamentáveis do divórcio, do suicídio e do aborto.

Sabemos, por informação dos Espíritos e pelos próprios suicidas, quanto sofrem as pessoas que interrompem o curso da vida, recorrendo ao suicídio.

Camilo Castelo Branco diz que o sofrimento por que passa o suicida, no plano espiritual, é inimaginável, indescritível.

E sofrem também, e sofrem muito, os familiares, os amigos e os dependentes de quem elimina a própria vida. Podemos afirmar que esse é o maior erro que pode cometer a criatura humana.

O divórcio é outro caminho para a separação dos cônjuges que já não mais conseguem viver juntos. O Espiritismo, ao contrário de outras escolas cristãs, não condena a separação, mas não a recomenda, porque, como afirmam os Espíritos superiores, “divórcio não é solução; é adiamento do problema”.

Sofrem os cônjuges, mas mais sofrem os filhos que responsabilidade nenhuma têm para com o desenlace.

O aborto, vocês sabem, é o mais covarde de todos os crimes que a criatura humana pode cometer. Impedir o nascimento de quem quer que seja, além de crime injustificável, é lamentável desrespeito a Deus, o grande e único criador da vida.

5. O quinto capítulo aborda um dos mais terríveis sofrimentos das famílias e das pessoas. A obsessão, hoje, nas múltiplas formas de se apresentar, constitui um verdadeiro flagelo para a vida humana. É um mal que não respeita ninguém. Atinge o rico e o pobre, o velho e a criança, o homem culto e o iletrado. Doença sem preconceito, é um dos maiores problemas vivenciados pela humanidade inteira.

6. O sexto capítulo trata das consequências do nosso passado e sobre os quais a doutrina espírita discorre com a maior lógica e o melhor esclarecimento.

7. O sétimo e oitavo capítulos examinam o tratamento das obsessões na visão do Espiritismo e a redenção definitiva de nossos erros e vacilações.

Não deixem de ter à mão esse livrinho notável! (2) 


(1)
Obra editada pela primeira vez em 1963.

(2)  O livro em foco faz parte da Biblioteca Virtual desta revista. Eis o link:
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/principal.html 


 


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita