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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 344 - 5 de Janeiro de 2014

DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Caetano do Sul, SP (Brasil)

 
 
 

Um mal que afeta milhões


O “homem civilizado” não se sente seguro nem feliz no tocante à sua intimidade. Ainda que tenha atingido um aprimoramento e desenvolvimento sociocultural, obtido toda a comodidade da vida moderna, apesar de toda a rapidez dos meios de comunicação e de transporte, os quais facilitam empresas e negócios, a criatura humana não se sente isenta de angústias e apreensões. 

Chamam civilização toda sociedade resultante de tal processo, ou o conjunto de suas conquistas, em especial, aquelas distintas por certo estágio de desenvolvimento. O que caracteriza uma sociedade civilizada é o seu progresso tecnológico, econômico e intelectual, suas realizações materiais elaboradas coletiva e individualmente em diversos níveis de cargo, segundo modelo das sociedades ocidentais modernas. A despeito das vantagens da vida moderna, homens e mulheres dos grandes centros urbanos não vivem lá muito felizes ao se deparar com súbitos empecilhos que lhes infelicitam a vida.

 Nesse caso, os filhos das urbes têm de reduplicar suas forças. Em meio à competitividade globalizada que as novas tecnologias de comunicação e de processamento de dados tornaram a luta pelos meios de subsistência mais acerba, todo o cuidado é pouco. Angústias profissionais, problemas familiares e outros distúrbios particulares ou coletivos causam a sensação de desamparo e receio, como os dos últimos nefastos incidentes de vandalismo, de brigas de torcidas organizadas, da onda de assaltos com mortes e outras tragédias.

Norte-americanos, europeus e orientais próximos vivem aturdidos, desconfiados, revoltados, com medo de súbitas ações de franco-atiradores, de terroristas. Em nosso país, permanece o clima de insegurança — o brasileiro não sofre a ação sistemática de terroristas políticos; mas, sofre com o terror de traficantes de drogas, enfim, da violência urbana generalizada.

Sensação de impotência, pessimismo

Já ouvi algumas pessoas dizerem que, de vez em quando, ao acordar, sentem aquela sensação de impotência, de violentadas em seus direitos humanos e de cidadãs. Estas se confessaram pessimistas quanto ao futuro, temerosas. Nos grandes centros urbanos do nosso país, o receio do assalto, da bala perdida, do sequestro-relâmpago, a frustração pelas últimas ocorrências lamentáveis de corrupção na política... Consoante adágio popular, “a corda arrebenta sempre do lado mais fraco”...

Entendamos aqui por “lado mais fraco” o organismo físico. Como resultado dos abalos sociais e de toda a agitação, surge a ardência ou aperto no peito, o transpirar frio e abundante, a taquicardia, a palidez no rosto, o medo da morte ou de enlouquecer de vez — sinais vistos em milhões de pessoas. São, segundo os médicos, sintomas da “síndrome do pânico”, o “mal dos tempos”, ou “da vida moderna”. Há quem busque nas substâncias tóxicas um estado psíquico capaz de lhe assegurar uma melhora; mas tudo não passará de mero equívoco; pioram as crises.

As crises generalizadas da síndrome do pânico têm acometido muitos em quase todos os lugares do globo, homens e mulheres, idosos e jovens já as sofreram. Essa doença afeta de 1,5% a 2% das pessoas, conforme o médico Antonio Egidio Nardi, professor adjunto do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.1 Ainda por cima, as pessoas acabam por desenvolver certas fobias: de avião, de elevador, de multidão, de congestionamento de trânsito, etc., por isso, o acúmulo de atendidos em clínicas de emergência. Aliás, os médicos perceberam agora que o medo mórbido, a ânsia, a depressão, no fundo, resumem-se em coisas da alma...

Tem cura? Têm mas de modo relativo, dependendo de cada caso e paciente. Não raro, as crises podem estar associadas ao abuso de alcoólicos, do tabagismo e das demais drogas que lesam a saúde. “A síndrome do pânico nada mais é que uma resposta de uma situação de estresse”, afirmou um psiquiatra, o dr. Steven Bruce, da Brown University, Rhode Island, EUA.

Terapia cognitiva comportamental

No conceito de alguns renomados psiquiatras, o que eles denominam “terapia cognitiva comportamental” pode curar tais transtornos. Essa prática consiste também no emprego de medicamentos antidepressivos tricíclicos, benzodiazepínicos e os IRSS (antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina). A terapia cognitiva comportamental expõe o paciente a situações de estresse e, com o tempo, ele pode aprender a lidar com estas e até adquirir autodomínio, dependendo do caso, com o suporte dos tais medicamentos.

O diretor do Programa de Tratamento de Diagnóstico Duplo do Centro Médico de Harbor, na Universidade da Califórnia, EUA, John Tsuang, crê no bom êxito da terapia cognitiva comportamental. Embora outros médicos a subestimem, Tsuang põe confiança nesse método. “Ainda não sabemos ao certo como funcionaria; porém, sabemos que a mente pode ser bem forte na correção de comportamentos”, disse isso em outubro de 2004, durante conferência no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em Salvador, BA.

Sob tal ponto de vista, concordamos com o diretor, uma vez que, nós, espíritas, sabemos acerca da importância da mente. De fato, ela é capaz de admiráveis casos; porém, esta tanto pode se aviltar sem cogitar do balanço moral da consciência, como pode se engrandecer espiritualmente através das dificuldades, superando ou resolvendo um problema de difícil resolução.

Que diz o Evangelho

O Evangelho segundo o Espiritismo diz que, no transcorrer de nossas existências físicas, acontece uma série de dissabores, cujas causas se encontram em nós mesmos, de acordo com nosso mau procedimento e excessos de toda a sorte. “O homem é, assim, num grande número de casos, o autor de seus próprios infortúnios”, afirmou Allan Kardec em sua exposição escrita.2

Quer dizer, o homem não conhecerá mais que a aflição, se estacionar nas ideias obscuras da exterioridade, por isso a doença, para ele, ilógica. Escreveu o notável filósofo espírita, Léon Denis: “O homem só é grande, só tem valor pelo seu pensamento”.3 Pensamentos de ansiedade, de insegurança e de malogro na maneira de proceder na alegria ou na dor e todo o conjunto de problemas atinentes a desequilíbrios são sintomas doentios da alma.

Alguns chegam mesmo a cometer suicídio, nos EUA e em outros países ditos de primeiro mundo, pensam em não continuar sofrendo, com “medo de morrer” ou de ficar loucos por causa de traumas causados pelo pânico, disse Bruce. O trabalho de psiquiatras brasileiros e estrangeiros é digno de todo o nosso respeito. Segundo os médicos preocupados em dar combate a esse sofrimento de ricos e pobres, o fundamental é o equilíbrio, além de exercícios, de uma dieta saudável, de alguma ocupação interessante, de atividades lúdicas.

E nós, por nossa vez, acrescentamos que, independente da terapia cognitiva, de exercícios e dietas saudáveis, de crença religiosa e de qualquer modo de pensar, todos somos filhos de um mesmo Pai, que é Deus, e Ele nos criou para que sejamos saudáveis, sobretudo, felizes. Em meio à aflição, procuremos jeito de ocorrer um famoso salmo: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”,4 principalmente você, caro leitor ou cara leitora, se “por acaso” lê estas linhas, estando angustiadamente inseguro(a), ansioso(a), com a autoestima em baixa por causa de algum dos mencionados sintomas.

Quanto a você, meu irmão ou minha irmã de fé espírita, oremos, vigiemos sem cessar (não o próximo, e sim nós mesmos!) conforme solicita nosso querido Mestre Jesus, o Médico dos Médicos. Espírita de verdade, conhecedor da sua Doutrina, não sente depressão nem teme coisa alguma porque, antes de tudo, confia plenamente (e sabe como ninguém por que confia) em Jesus, em Deus e na salutar influência dos bondosos Espíritos executores da Sua vontade.

Por último, reflitamos sobre importante receita do Espírito Emmanuel pela incomparável mediunidade psicográfica do bondoso e saudoso médium Francisco Cândido Xavier: “Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai Celestial porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós. Justo é desejar firmemente a vitória da luz, buscar a paz com perseverança, disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides, porém, que a ansiedade precede sempre a ação de cair”.5

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Notas:

1 Ramalho, Cristina. Mal dos tempos. In: Diálogo médico. Ano 31, n.o 1. São Paulo: Editora Livre, fevereiro/janeiro de 2005.  p. 54.

2 KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução Guillon Ribeiro. 77. ed. Rio de Janeiro:  Federação Espírita Brasileira (Feb), 1979. Capítulo 5.o, item 4, p. 102.

3 DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 15 ed. Rio: Feb, 1989. Cap. 24, p. 355.

4 ALMEIDA, Tradução de João Ferreira de. A bíblia sagrada. 100.000. ed. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1960. Cap. 23, vers. 1 a 6, p. 576.

5 XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso (Espírito Emmanuel). 10. ed. Rio: Feb, 1984. Tema 8, p. 27.


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