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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 343 - 22 de Dezembro de 2013

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 



Ter convertido e ser converso

O Espírita convertido, mas não converso, ainda está
vivendo na infância espiritual

  “(...) e para que, tendo-se convertido, eu não os cure.” -          Jesus.  (Mt., 13:15.)

Converter (do lat. “convertere”), verbo transitivo direto, significa: fazer mudar; mudar a natureza de; transformar; transmudar; comutar; substituir; mudar de religião; de partido; de opinião.

Converso (do lat. “conversu”), adjetivo, significa: religioso leigo, com votos, mas sem haver recebido ordens sacras.

Vemos que – gramaticalmente – existe diferença entre as palavras “converter” e “converso”, onde a primeira é verbo e a segunda é adjetivo. Mas a diferença é ainda maior, quando a análise atinge o “espírito” que vivifica e não a “letra” que mata: o convertido apenas exibe a Verdade; o converso vive a Verdade. Portanto, não basta converter-se: torna-se necessário ser converso!

Os integrantes do Colégio Apostólico, à exceção de Judas de Kerioth, (que era só convertido), Maria de Magdala, Paulo de Tarso, Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Francisco Cândido Xavier são expressões máximas de criaturas conversas.  Não apenas se converteram (verbo), mas tornaram-se conversos (adjetivo).

Ser converso é o qualificativo de quem mudou não apenas na superfície, mas no âmago do ser, nas mais abissais anfractuosidades do Espírito.

Inúmeras criaturas se têm convertido ao Espiritismo, mas ainda não são conversas, vez que a transformação é apenas superficial, um leve verniz que sai ao mais leve toque, mostrando a verdadeira coloração. Não se mostram menos invejosas, egoístas e orgulhosas, nem mais caridosas, continuando a acoroçoar velhos, arraigados e perniciosos hábitos como, por exemplo, o tabagismo, o alcoolismo, a drogadição, a maledicência, característicos da conversação vazia...

Ter-se simplesmente convertido, portanto, não constitui condição de alforria espiritual, pois, vezes sem conto, muitos convertidos permanecem de ouvidos moucos para as Verdades espirituais e coração demasiadamente endurecido para sensibilizar-se com a dor do próximo e agir para mitigá-la.

Ensina Allan Kardec[1]: “dá-se, com os homens em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e maturidade. Cada coisa tem que vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina.   Mas o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade. Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do Céu, eles tratam de raciocinar sobre a sua fé”. Entendemos, assim, que o Espírita convertido, mas não converso, ainda está vivendo o período álacre da infância e juventude dos raciocínios ainda mesclados com os fortes apelos do “homem-velho”; é como se fosse uma semente lançada à terra fora da estação. São aqueles que Allan Kardec classificou[2] como espíritas experimentadores, imperfeitos e exaltados.

Atentemos no ensinamento de Arago[3]: “a Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes, ainda, um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a Caridade, a Fraternidade e a Solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar. Não poderiam consegui-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, restos de outra idade.

Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. Mas uma mudança tão radical como a que se está elaborando, não pode realizar-se sem comoções.

Os cataclismos gerais foram consequência do estado de formação da Terra; hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade”.

A Terra já está em franca operação para elevar-se na escala dos mundos.   Alcançará o nível dos chamados “Mundos de Regeneração”.

Somente os “conversos” poderão reencarnar nessa nova Terra assim classificada.   Aos simplesmente “convertidos” não restará outra alternativa senão “as trevas exteriores onde haverá choro e ranger de dentes”; isto é, serão (a exemplo dos capelinos) exilados para mundos compatíveis com o seu progresso, ou melhor, com sua falta de progresso.  Esses são como as virgens loucas da referência evangélica[4] que batem à porta, muito tarde, dizendo: “Senhor, Senhor, abre-nos!...”, e Ele, respondendo, dirá: “Em verdade vos digo que vos não conheço”.

Os diversificados matizes existentes nas personalidades dos convertidos e dos conversos estão bem realçados na seguinte lição de Eros[5], intitulada: “duas vidas”, onde aprendemos: “a vida são duas vidas: vida exterior e vida interior...

A sua vida interior é a responsável pelos reflexos do seu comportamento exterior.   O que você anele e cultive na mente se tornará impulso e necessidade que se manifestarão em busca intérmina. Assim, tente abandonar o ‘ego’, porém, sem pressão nem amargura, e sim mediante a reflexão em torno daquilo que lhe é realmente importante, pois que de imediato se apresentará na face exterior da sua vida como a harmonia desejada.

O equilíbrio do seu pensamento, fazendo-o tagarelar menos e meditar mais, facultar-lhe-á um bom trânsito entre a vida interior e a exterior.

Quando você conseguir vencer no íntimo as paixões dissolventes, externamente você irradiará bem-estar, porque todo aquele que conhece a Verdade corrige os excessos, e não se preocupa com os resultados imediatos.

Aquele que apenas exibe a verdade, inquieto quão infeliz, fomenta e vive a balbúrdia, incapaz de beneficiar-se com a realidade.

 Vida interior saudável vincula o homem ao mundo transcendente; enquanto a exterior, com as suas sensações liga-o ao mundo físico.  Viva interiormente na luz, e o exterior se manifestará em tranquilidade, sem qualquer tormento”.   


 

[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 129. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XXIV, item 4, § 2.

[2] - KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 1ª parte, cap. III, item 28, § 1º, 2º e 4º.

[3] - KARDEC, Allan. A Gênese. 43. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XVIII, itens 5, 7 e 8.

[4] - Mateus, 25:11 e 12.

[5] - FRANCO, Divaldo. Paz intima. Salvador: LEAL, 1997, p. 20.


 

 


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