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Um minuto com Chico Xavier

Ano 7 - N° 341 - 8 de Dezembro de 2013

JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)
 

 

Em janeiro de 1933, pouco após o lançamento do Parnaso de Além-Túmulo, Chico continuava trabalhando no pequeno armazém de José Felizardo. O salário era minguado e Chico tinha um outro suplício diário: servir cachaça.

Foi então que recebeu a visita do Dr. José Álvaro Santos, poeta residente em Belo Horizonte. Lera o livro de Chico e desejou conhecê-lo pessoalmente.

A família Xavier morava, então, segundo as palavras do próprio Chico, “numa casa pequenina e prestes a cair”. A família era numerosíssima. Chico trabalhava das sete da manhã às oito da noite, atendendo no balcão ou entregando mercadorias em domicílio. O salário era de quarenta mil réis.

José Álvaro comoveu-se com a situação da família. Em conversa particular com João Cândido, disse que gostaria de obter um bom emprego para Chico na capital do Estado. Mas, para isso, o rapaz teria de acompanhá-lo a fim de se enfronhar aos poucos no ambiente belo-horizontino. Chico deveria permanecer três meses com o novo amigo, tentando arranjar colocação.

Pela manhã, João Cândido chamou o filho de lado e falou-lhe a respeito das perspectivas que surgiam de melhoria de vida. Era uma excelente oportunidade para melhorar a condição econômica da família, muito precária.

Chico nada respondeu. À noite, no momento de rezar, pediu a opinião de Emmanuel. O Espírito esclareceu-lhe que o plano era impróprio e que ele deveria continuar trabalhando na venda, pois “o amparo de que precisávamos viria do Alto no momento oportuno”.

Chico resolveu não se afastar de casa. No dia seguinte, porém, o pai voltou a insistir. Não seria justo negar-se a auxiliar a família. Sensibilizado, o rapaz solicitou novo conselho a Emmanuel. A resposta veio direta: “A tentativa é inoportuna e desaconselhável, mas não desejamos que contraries teu pai. Já que a situação se mostra assim difícil, podes perfeitamente seguir para Belo Horizonte, onde ganharás conhecimentos e experiência de que muito necessitas. Não abandones a prática da oração. Estaremos contigo através da prece”.

A partir desse conselho, as coisas se apressaram. João Cândido obteve para o filho uma licença de três meses no armazém. Em companhia de José Álvaro, Chico partiu para Belo Horizonte, cidade que ainda não conhecia. Ficou hospedado numa chácara, próxima ao bairro da Gameleira, de propriedade de um médico.

Iniciava-se uma nova experiência para Chico. Logo tornou-se íntimo da família de José Álvaro, vindo a conhecer vários intelectuais mineiros de renome.

“Achei-me de improviso num ambiente que eu não conhecia. Muitos livros e elevadas conversações literárias. O meu protetor me apresentava na condição de médium do Parnaso de Além-Túmulo e as visitas, segundo creio, julgavam que eu fosse pessoa de muita cultura. Eu, naturalmente, ouvia as conversações em silêncio ou respondia a essa ou àquela pergunta por monossílabos. Não sabia eu, então, cousa alguma sobre os autores, principalmente europeus, que eram citados nas palestras. Lembro-me que falavam muitas vezes sobre trabalhos de Crookes e Richet, quando se referiam a investigadores da mediunidade, e comentavam poesias e trabalhos de Baudelaire, Musset e outros poetas cujos nomes não guardei na lembrança, além de vários poetas brasileiros como Bilac, Alberto de Oliveira, Augusto dos Anjos e Cruz e Souza. Pelo tom das palestras, eu percebi que a maior parte dos visitantes me supunha o autor do Parnaso. Como eu receava cometer disparates, em meio de amigos tão cultos, permanecia quase que em absoluto silêncio”.

Mas o tempo passava e nada do prometido emprego surgir. Apesar de recorrer a vários amigos seus, José Álvaro não conseguia colocação para Chico. Por seu lado, esgotados os três meses, Chico não mais podia esperar.

Em março, quase findo o prazo dos três meses, Chico resolveu voltar a Pedro Leopoldo. José Álvaro iria para sua casa, em Lagoa Santa. O médium resolveu acompanhá-lo. Ali ficou esperando condução para Vespasiano, de onde tomaria o comboio da Central do Brasil para Pedro Leopoldo.

Enquanto aguardava a condução, em Lagoa Santa, Chico foi procurado por dois amigos. Um deles disse que o emprego em Belo Horizonte sairia em breve. Estavam sendo providenciados, também, recursos para que ele pudesse aprimorar sua educação. E haveria outras vantagens, beneficiando toda a família. Chico exultou. Foi então que o amigo lançou a ducha fria: para conseguir o emprego, ele deveria renunciar ao Espiritismo e declarar de público que o Parnaso era obra sua. Chico negou com veemência, explicando de que forma os Espíritos haviam escrito os poemas através de suas mãos.

O amigo sorriu e perguntou com um ar de desafio:

“Você conhece um passarinho chamado sofrê?”

Chico respondeu que não.

“O sofrê é um pássaro que imita os outros. Você nasceu com a vocação desse passarinho entre os poetas. Não acredite em Espíritos. Esses poemas que você julga psicografar são seus, somente seus.”

Entristecido com o ceticismo do outro, o médium pensou em Emmanuel, e imediatamente ouviu uma voz ao seu lado:

“Volte a Pedro Leopoldo e vamos trabalhar. Você não é um sofrê, mas precisa sofrer para aprender”.

E Chico voltou para o armazém de Zé Felizardo, para cortar linguiça, vender cachaça, fazer entrega de mercadorias em domicílio. A temporada, no entanto, foi breve. Pouco depois ingressava na antiga Inspetoria Regional do Serviço de Fomento da Produção Animal, órgão do Ministério da Agricultura, no cargo de auxiliar de serviço.
 

(Texto extraído do livro “Chico Xavier, Uma vida de amor”, de Ubiratan Machado, editora IDE.) 



 


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