WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 341 - 8 de Dezembro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


E a Vida Continua...

André Luiz

(Parte 26)

Continuamos nesta edição o estudo da obra E a Vida Continua, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Desidério foi afinal convencido por Evelina. Que fator concorreu para que isso se desse?

Foi a oração que Evelina pronunciou, tendo as mãos pousadas na cabeça de seu pai. Quando ela concluiu a prece, as lágrimas que perolavam sua face precipitaram-se sobre o desventurado amigo, transfigurando-lhe o coração. Então, tangido por energias recônditas, Desidério desferiu doloroso gemido e largou, de imediato, a mão da falecida. Ato contínuo, abraçando os pés da filha, bradou com veemência: "Ah! Evelina, Evelina!... Minha filha, minha filha, leve-me para onde quiser!... Confio em você!... Apague a fogueira de meu espírito que tem sabido tão somente odiar!... Socorro, meu Deus!... Socorro, meu Deus!..." (E a Vida Continua, cap. 24, pp. 209 a 211.)  

B. Como Caio Serpa se comportou durante o sepultamento de Elisa?

Caio parecia distrair-se em quadra próxima àquela em que o corpo de Elisa seria sepultado. Ele não queria ver a inumação. Colhido em cheio pela influência de Evelina, que ele, dois anos antes, levara ao sepulcro, pensava nela e, sem querer, via-lhe mentalmente o semblante na tela da memória. Ele rememorou, então, a partida da esposa e os incidentes havidos. Era crepúsculo, qual ocorria ali, e as mesmas indagações lhe vinham à cabeça. Terminaria a vida em montões de pedra e cinza? para onde se transfeririam os mortos, caso continuassem a existir? onde estariam seus pais? em que região andaria Evelina? (Obra citada, cap. 25, pp. 212 a 214.) 

C. Aproveitando aquele momento, que sugestões Evelina transmitiu mentalmente ao ex-esposo?

Foram várias as reflexões que Evelina suscitou aos ouvidos do ex-esposo. Entre outras coisas, Evelina lembrou-lhe os compromissos que ele assumira com Vera, a quem prometera casar-se. Lendo-lhe os pensamentos e as restrições morais que ele fazia à namorada, Evelina perguntou-lhe: "Caio, quem é você para julgar?" A indagação percutiu-lhe na alma em forma de ideia fulgurante que o assustou. E qual se pensasse em voz alta, a falar espiritualmente para si próprio, recebia novas exortações, semelhando impactos da verdade a lhe atingirem o ádito do próprio ser: "Caio, quem é você para julgar? não és igualmente de ti mesmo alguém onerado com débitos escabrosos perante a Lei? a que título, condenar sumariamente uma jovem, prejudicada pelos enganos da sua condição de menina moralmente desamparada?!..." E as advertências prosseguiram: "Seria justo abusar dela agora que se via praticamente só no mundo? se a desprezasse, para onde iria?..."(Obra citada, cap. 25, pp. 214 e 215.)

Texto para leitura 

101. A força da prece vence Desidério – Viu-se, então, o ponto mais alto e mais enternecedor do reencontro, porque, de mãos pousadas na ca­beça do geni­tor, Evelina lançou os olhos para o Alto e orou fervorosa­mente: "Oh! Deus de Bondade!... meu pai e eu somos dois remanescentes ainda unidos de grande família espiritual, presentemente dispersa!... Concede, ó Todo-Misericordioso, se é da tua vontade, que perseveremos em sintonia, no mesmo anseio de redenção!..." A voz, porém, esmorecera em sua garganta, asfixiada de dor, e, ao inclinar-se para a fronte paterna, as lágrimas que perolavam sua face, quais gotas de bálsamo divino, preci­pitaram-se sobre o desventurado amigo, transfigurando-lhe o coração. Tan­gido por energias recônditas, Desidério desferiu doloroso gemido e lar­gou, de imediato, a mão da falecida. Ato contínuo, abraçando os pés da filha, bradou com veemência: "Ah! Evelina, Evelina!... Minha filha, minha filha, leve-me para onde quiser!... Confio em você!... Apague a fogueira de meu espírito que tem sabido tão somente odiar!... Socorro, meu Deus!... Socorro, meu Deus!..." A jovem, suplementada de força pelos com­panheiros que oravam, reergueu-o facilmente, como se tomasse de encontro ao peito uma criança abatida. Enfermeiros desencarnados acudiram, para desentranhar Elisa do corpo inerte, e Plotino entrou em ação, acomodando Desidério, semi-inconsciente, na ambulância que o transportaria para o novo domicílio espiritual. Toda a cena fora acompanhada discretamente pelo mentor Ribas, que viera, de surpresa, ao lar de Vila Mariana, a fim de encorajar sua pupila no testemunho inesquecível. Logo que a viu, ajudando a carregar o pai, em sublime metamorfose, o venerado orientador afastou-se em silêncio, com os olhos marejados de pranto que não chegava a se desprender das pálpebras molhadas. (Cap. 24, pp. 209 a 211) 

102. "Caio, que fazes da vida?" – Após internarem Elisa e Desidério em organização hospitalar, sob assistência afetuosa, Evelina e Ernesto re­tornaram a São Paulo, na tarde do mesmo dia, a fim de consultar a posição íntima de Vera Celina, ante a nova situação. A jovem, marcada pelas lá­grimas, apoiava-se em parentes e amigos. Caio, taciturno, orientava as providências do sepultamento. Durante o cortejo fúnebre, os dois visitan­tes desencarnados, além de outros amigos da Espiritualidade Maior, insta­laram-se no carro familiar, junto de Vera. Já no campo santo, Ernesto es­corou a filha, enquanto Evelina seguiu o ex-esposo, que parecia distrair-se em quadra próxima àquela em que o corpo de Elisa descansaria. Caio fu­gia, intencionalmente. Não queria ver a inumação. Colhido em cheio pela influência de Evelina, que ele, havia pouco mais de dois anos, levara ao sepulcro, pensava nela e, sem querer, via-lhe mentalmente o semblante na tela da memória. Ele rememorou, então, a partida da esposa e os inciden­tes havidos... Era crepúsculo, qual ocorria ali, em Vila Mariana, e as mesmas indagações lhe vinham à cabeça. Terminaria a vida em montões de pedra e cinza? para onde se transfeririam os mortos, caso continuassem a existir? onde estariam seus pais? em que região andaria Evelina? Recor­dando-a, sentiu-se ligado a outra penosa reminiscência: Túlio Mancini! O delito aflorou-lhe à memória com todas as minudências e passou a pergun­tar a si mesmo por que motivo fizera a loucura de assassinar estupida­mente o colega. Embora quisesse expulsar tais pensamentos, Caio sentia-se incompreensivelmente fisgado ao passado. O moço jamais poderia perce­ber que Evelina, em espírito, ali estava, rente a ele, diligenciando acordá-lo para a verdade. "Caio, que fazes da vida?", perguntou-lhe a moça, docemente. O advogado não registou a indagação com os tímpanos cor­póreos, mas ouviu-a na acústica da alma e julgou monologar: "Caio, que fazes da vida?!" (Cap. 25, pp. 212 a 214) 

103. "Caio, quem é você para julgar?" – Repetindo, inconscientemente, as palavras da companheira desencarnada, no ádito da própria consciência, Caio passou a considerar que o tempo fugia sem que se desse conta de si mesmo. Em que valores permutara o patrimônio das horas? em que recursos convertia a saúde e o dinheiro? que bênçãos já teria espalhado com o tí­tulo acadêmico que ostentava? Na condição de amigo, exterminara um com­panheiro, na posição de esposo, não tivera coragem de ser bom para a es­posa sitiada pela doença! Em seguida, lembrou-se de Elisa e inquiriu, de si mesmo, o que teria representado para a falecida, realinhando na imaginação a impaciência e a dureza com que sempre a tratara. Nesse ponto, quando ele, mesmo de longe, olhou para Vera, Evelina assoprou-lhe aos ouvidos da alma: "Caio, pense nos seus compromissos... É tempo de legalizar a situação da jovem que se entregou a você sem qualquer restri­ção..." Supondo desenvolver tão somente um processo de autocrítica, o ra­paz monologou sem palavras: "legalizar a situação com Vera? casar-me? por quê?" Sim, prometera-lhe matrimônio, mas não se resignava a aceitar a me­dida sem maior observação. Já fora homem preso a obrigações de marido e não se propunha a retomar afeição recheada a constrangimentos. Além disso, dava-se por homem robustecido na experiência do mundo. Escutara em sociedade muitas referências desprimorosas, ao redor da filha de Elisa, que não a recomendavam para esposa. Por que entregar seu nome a uma cria­tura tida por inconstante? Evelina, lendo-lhe os pensamentos, perguntou: "Caio, quem é você para julgar?" A indagação percutiu-lhe na alma em forma de ideia fulgurante que o assustou. E qual se pensasse em voz alta, a falar espiritualmente para si próprio, recebia novas exortações, semelhando impactos da verdade a lhe atingirem o ádito do próprio ser: "Caio, quem é você para julgar? não és igualmente de ti mesmo alguém one­rado com débitos escabrosos perante a Lei? a que título, condenar suma­riamente uma jovem, prejudicada pelos enganos da sua condição de menina moralmente desamparada?!..." E as advertências prosseguiram: "Seria justo abusar dela agora que se via praticamente só no mundo? se a desprezasse, para onde iria? e ele, quem era, senão um homem no rumo da madureza, re­clamando a dedicação de alguém para que o comboio da vida não se descar­rilasse? que lucrara com o abuso dos prazeres físicos a que se dedicara e com as noitadas barulhentas cheias de vozes e vazias de sentido?" (Cap. 25, pp. 214 e 215)

104. "Caio, medita!..." – As advertências íntimas persistiram, contun­dentes. Ele nunca ajudara a ninguém. Só sabia ser afável com os outros até o ponto em que não o descontentassem. Bastava um leve fato a contra­riá-lo, para que se internasse nessa ou naquela escapatória, no claro in­tuito de não se incomodar. Não teria chegado o momento de auxiliar, de agir a favor de alguém? Vera Celina se lhe havia entregado de todo, e não vacilara humilhar a própria mãe, para colocar-lhe nas mãos todos os bens. Caio registava todos os argumentos de Evelina, sem compreender de onde lhe vinham tais palavras. Mas opunha contraditas: "Consorciar-me? prender-me? por quê? não tenho toda a satisfação do homem casado, sem as peias do matrimônio?" A voz de Evelina, contudo, ressoou-lhe novamente ao espírito: "Sim, és o elemento-comando da união; entretanto, como não te garantires contra as tentações do futuro, como não te imunizares contra as tuas próprias inclinações para a aventura, doando a ela – o elemento-obediência – a tranquilidade de que carece para servir-te?" "Acaso te julgas livre das tendências à leviandade que te assinalam o campo afe­tivo?" A jovem fê-lo lembrar, então, a própria mãe, indagando-lhe o que ele pensaria de seu pai, caso este espancasse os mais puros anseios do coração dela, desamparada, esquecida por aquele mesmo a quem se rendeu, confiante? Em seguida, abandonando as admoestações, Evelina valeu-se de argumentos otimistas: "Caio, medita!... Vera não te confiou parcos re­cursos materiais à administração! Dispões de patrimônio apreciável para organizar uma família... Pondera quanto às bênçãos do futuro! Escuta! Creias ou não em Deus e na sobrevivência do espírito, além da morte, car­regas contigo um doloroso problema, até agora inarredável da mente: o re­morso pelo homicídio praticado, a lembrança de Túlio Mancini, abatido por tuas mãos! Escapas, no rumo de prazeres que não te diminuem a mágoa, e tentas, em vão, bloquear reminiscências amargas que te assediam constan­temente... Ser pai, cuidar de filhos queridos, não te será na Terra a mais elevada compensação?" "Um lar, Caio!... Um lar, onde possas descan­sar, renovar-te, esquecer! Filhos em que te revejas e o convívio de Vera, cuja presença te lembrará o refúgio maternal!" (Cap. 25, pp. 216 e 217)  (Continua na próxima semana.)
 


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita