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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 341 - 8 de Dezembro de 2013

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 
 


A literatura dos Espíritos


Já entrei neste assunto em artigos anteriores, mas sempre de maneira insuficiente, de vez que se trata de tema mais apropriado a palestras recorrentes, e de certa amplitude, em razão da necessidade de esclarecimento observável no entrechoque de opiniões existentes hoje em dia, no próprio meio espírita, embora sob circunstâncias lamentáveis.

Tudo nesta vida requer bom senso; e, no contexto em questão, trata-se de requisito fundamental para que não se incorra, por excessos de purismo doutrinário, em injustiças, de um lado, ou de negligência conivente, de outro.

Já não é de hoje que observamos um afã incessante de confrades, diga-se, provavelmente bem-intencionados, no entanto, muitos se posicionando de maneira extremamente precipitada, impulsiva, para se condenar "os excessos de publicações de obras psicografadas". O que reputam, sem nenhuma margem a questionamentos, como oportunismo comercial da parte das editoras ou dos médiuns, falsos ou verdadeiros, que enveredam pelo território da divulgação do Espiritismo de má-fé, é objetivar apenas a exaltação do ego, ou dos próprios bolsos. Ofertam – acusam –, em contrapartida, ao público leitor mais negligente, obras de péssima qualidade de conteúdo, sem nada aproveitável sob a ótica da fidelidade à autêntica divulgação espírita com base nas obras basilares da Codificação Kardequiana. Mas é aqui, bem neste ponto, amigo leitor e leitora, que devemos parar para uma análise mais isenta, menos tendenciosa.

OS AUTORES SÃO OS ESPÍRITOS! 

O primeiro ponto a ser considerado, atém-se, aqui, ao trabalho dos médiuns de fato, que, inclusive, adotam a diretriz oportuna exemplificada por Chico de não mercadejar com o dom mediúnico e ceder a renda dos direitos de seus livros à beneficência, ou correlatos. Não aos falsificadores, porque, nestes casos, o volume de absurdos doutrinários é tão gritante que as obras destes se excluem por si, sem quase nenhum esforço crítico do leitor bem informado para perceber as incoerências flagrantes.  

Assim, no que se refere aos médiuns psicógrafos de fato, trabalhadores idôneos na divulgação do Espiritismo, via de regra, observam-se duas correntes distintas: a das publicações doutrinárias - essas mais bem conceituadas pelo que se pode definir, hoje, como dirigentes e participantes das Casas espíritas mais ortodoxas; e os romances mediúnicos, tidos como de maior força de mercado, com maior venda; e, por essa razão mesmo, mais atacados por esta mesma vertente ortodoxa dos espíritas ditos Kardecistas reais, ou seja: pelos que tomam como orientação restrita somente o conteúdo das obras fundamentais da Codificação feita por Allan Kardec.

Não obstante a utilidade indiscutível das obras basilares e dos bons volumes de conteúdo doutrinário de pilares veneráveis como Léon Denis, Gabriel Delanne e outros, a grande realidade é que a literatura romancista espírita não deve ser atacada indiscriminadamente, de si, e por si, porque, embora talvez muitos não tenham parado para refletir com acerto sobre o assunto, nestes livros - os de boa lavra! - encontra-se, sim, diluído, o conteúdo da Doutrina, embora poetizado, suavizado, ou mesmo com os condimentos do drama! Somente que mais apropriados a atender a um público leitor de índole propensa a assimilar um mesmo conteúdo transmitido de forma diferente. Mais suave, menos denso do que o existente em livros doutrinários, cuja linguagem, em variadas vezes, não se adequa a todos os perfis psicológicos.

De resto, há que se considerar, sobre isso, o ponto mais relevante: no universo literário mediúnico, os autores desencarnados, no seu planejamento prévio com mentores, médiuns e equipes do invisível, é que determinam o método adequado de transmissão, através deste ou de outro médium psicógrafo, e obedecendo a inumeráveis requisitos que não devem ser ignorados, nem considerados precipitadamente pelo crítico atento, sob o risco de prescindir desta importante realidade: são eles, os Espíritos autores, mentores ou guias, que orientam os trabalhos deste jaezE é muito pouco provável que aprovem a atitude inquisitorial que vai tomando vulto, como acontece com o julgamento tendencioso de qualquer tempo, lugar, ou meio: a de condenar, irrestritamente, um estilo literário espírita. Apenas por não atender à compreensão sisuda de alguns de que livro espírita que não verse, objetiva ou analiticamente, sobre a Doutrina da Codificação, transmitindo-a por intermédio da narração romanceada mais próxima do conteúdo folhetinesco, não presta, sem nenhuma redenção!

VIDA É DINAMISMO - EM QUALQUER DIMENSÃO!

Ora, caro leitor! Mesmo em Kardec, atento às contribuições científicas de sua época, consta que as verdades da vida são dinâmicas, e administradas segundo a capacidade de entendimento dos homens de cada tempo! Jesus, outrora, nos asseverou o mesmo, alertando que "nem tudo ainda poderia ser dito" e que mais viria posteriormente, conforme se fizesse, o ser humano, capaz de entender.

Temos, hoje, na literatura espírita respeitada e consagrada pela própria FEB, obras ditadas pelo eminente Espírito Emmanuel, mentor do nosso saudoso Chico Xavier, e as de André Luiz relatando fatos a respeito dos quais os avanços atuais da ciência, no território quântico, vão confirmando de modo paulatino, mas inexorável, as descrições que, certamente, outrora, poderiam ser consideradas, sem apelação, como fantasiosas! Cidades espirituais! Veículos, residências, cenários e paisagens! Trabalho e instituições! Espíritos trajando vestes de seu gosto e opção, como assim o fazemos reencarnados, pois que, de vez que possuem seu corpo espiritual, o perispírito, se apresentarão como bem entendam e lhes atenda o personalismo de momento!

E não podemos deixar de mencionar as pesquisas de valor, realizadas pela Transcomunicação Instrumental - a ciência de ponta que desvela o mundo espiritual via fotos e vídeos, explorada por expoentes do Movimento Espírita e por cientistas de todo o mundo, como Clovis Nunes - que vem corroborar toda uma conjuntura de molde a nos comprovar que a tendência do futuro é, sim, que ciência e revelações espíritas andem de mãos dadas, e convirjam para demonstrar definitivamente à humanidade a confirmação factual desta amplitude maior da existência, a ser percorrida por intermédio das reencarnações sucessivas, por todo ser presente no curto estágio de uma vida corpórea, esteja onde esteja, e à revelia das matérias de fé!

Mesmo no meio material, nas artes cinematográficas, isso é facilmente constatável. Filmes de décadas atrás mencionavam o raio laser, hoje comum nos meios científicos e na parafernália tecnológica de nosso próprio uso. Telas planas e flutuantes; foguetes e naves; a realidade holográfica – a tudo isso, em outros dias, foi assistido nos cinemas ao redor do mundo. E saíamos das sessões com aquele sorrisinho enviesado, de quem, talvez, julgasse ter ido longe demais a imaginação do cineasta! Mas o que temos hoje, no cotidiano do nosso século XXI? Às portas dos televisores domésticos mediante projeção holográfica, assistimos a filmes em 3D. Carregamos para todo lado telefones celulares portáteis; a comunicação é instantânea e global. Computadores domésticos são múltiplos, e as versões se renovam nas vitrines, de modo vertiginoso, para padrões cada vez mais sofisticados, impensáveis há apenas dez anos atrás!

E, hoje, o top de linha no consumo dos Estados Unidos é a espantosa impressora em 3D! Sim! Isso mesmo! Coloca-se no aparelho um molde, como por exemplo, o busto do compositor Mozart, em foto! E a impressora, em poucos segundos, nos produz o busto do mesmo em versão 3D, colorida! Um belo e nobre enfeite para a nossa sala!

Quem, então, terá sido o maior lunático?! O precipitado que denominou como louco, com o risinho enviesado nos lábios, o idealista que nos revelou a possibilidade destas coisas, ou o mesmo profético idealista?!

NOSSAS VIDAS SÃO ROMANCEADAS!

Disso tudo, podemos depreender que a dinâmica evolutiva da vida é presente em quaisquer contextos, corpóreos ou incorpóreos. E que, em sendo assim, as revelações transmitidas pelos autores desencarnados, forçosamente, precisam atender a este dinamismo evolutivo para que, ao final de tudo, a humanidade planetária em estágio material não fique estanque, indefinidamente, n'algum momentum petrificado de conteúdo doutrinário espírita, que haverá de ser transmutado, e à revelia de quem julga poder se apoderar licitamente de seu uso e aplicação, como verdade pétrea e definitiva! Ou alguém é ingênuo ao ponto de pressupor que Nosso Lar e outras estâncias e mundos do invisível não evoluíram desde a década em que André Luiz nos contou sobre as características e os habitantes daquele maravilhoso lugar?

Mas não é assim que acontece, meus amigos; não é assim que a existência funciona! E isso, sim, é a única realidade definitiva! Vida é movimento e transformações, aqui, como nos outros mundos e dimensões! E isto é comprovável nas menores minúcias de uma única vida terrena! E essas transformações, embora talvez não nos demos mais conta, mergulhados no turbilhão diário de nossos próprios dramas, amigos, são as mais romanceadas possíveis! Não é por acaso, portanto, que já ouvi de muitas pessoas que a vida é ainda mais novelesca do que as próprias novelas!

No decorrer ininterrupto de nossas rotinas, choramos, sorrimos. Aprendemos constantemente. Entendemos a necessidade do respeito pelo próximo, para sermos também respeitados. Reformulamos conceitos e pensamentos ao sabor de vivências novas! Conceitos contraproducentes, que bem funcionaram num passado distante, e não mais, devem ser obrigatoriamente renovados, segundo a psicologia e o patamar evolutivo dos novos tempos!

Não é mais lícita a agressão bárbara dos séculos findos; a educação ministrada nas escolas e nos lares teve que se adaptar ao refluxo das transformações sucessivas. Criaram-se necessidades, descartaram-se outras! E, na construção deste aprendizado monumental ao longo das nossas reencarnações, a lição mais valiosa é deitada pelas Leis sábias da Providência, segundo as nossas necessidades de avanço, e a influência efetiva de nosso livre-arbítrio, que atrai os nossos destinos segundo as escolhas mais ou menos acertadas de outrora!

Amor curando chagas, realizando o perdão, fechando feridas, sanando dramas familiares. Violência gerando mais violência; o mal gerando o mal, obstruindo a realização da luz, primeiramente, no íntimo de cada alma! E todo este processo, amigos, acontece na intimidade de nossos dias - romanceados, ricos em personagens e fatos que nos orbitam, nos emocionam, enfeitam ou prejudicam nossos múltiplos caminhos!  

E é desta extensa trajetória evolutiva, seguindo, célere, para milhões de seres, pelas vias naturais das vivências, que os romances falam ao leitor emotivo e mais suscetível às narrativas dessas múltiplas histórias! O aprendizado contido nos livros de análise doutrinária, portanto, é vertido na sua mesma essência, apenas que em formato diferente, e avaliado por cada autor como mais adequado à sua interação com esses ou aqueles médiuns, e a toda uma legião incontável de leitores especialmente receptivos a esta forma de transmissão das mesmas verdades: causa e efeito! Reencarnação! Espíritos protetores, carmas familiares, coletivos, ou individuais! A cada um segundo sua semeadura! Deus; ação evangélica, em várias épocas da história; desmandos ou missões de luz, vividas por inúmeros personagens, não mais que comuns!

Fica, assim, delineada, segundo uma sugestão de maior bom senso, a dinâmica maior da Literatura dos Espíritos! Cada autor com seu estilo literário, em parceria com seus médiuns de boa vontade. E cada obra revestida do seu devido valor em sua época, e em seu contexto de ação e de influências! 

Caberá sempre ao leitor de bom senso e conhecedor sincero e seguro da Doutrina – enfatize-se! – o saber escolher, segundo a sua índole, entre uma ou outra opção, bem como também distinguir entre as produções literárias de bons ou maus médiuns.  

Sobretudo, porém, fazer valer do que leia o proveito maior de tudo, que é, sem sombra de dúvidas, o objetivo maior dos autores desencarnados: o entendimento da boa mensagem transmitida, e a aplicação honesta deste conhecimento na sua reformulação diária, visando à coexistência de todos num mundo cada vez melhor! 


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita