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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 340 - 1º de Dezembro de 2013

JANE MARTINS VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)   

 
 

Ação no crepúsculo


 “... Apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior...

...A prática do bem, simples e infatigável, pode modificar a rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante, interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio, segundo a lei do auxílio.”  (Emmanuel, em “Pensamento e Vida”, psicografado por Chico Xavier.)

Na mente reside o comando. A consciência traça o destino, o corpo reflete a alma. Palavras de Clarêncio, instrutor espiritual, no livro do Espírito de André Luiz “Entre a Terra e o Céu”, psicografado por Chico Xavier. No mesmo livro, vemos irmã Clara, instrutora em “Nosso Lar”, cidade espiritual de André Luiz, orientando que a serenidade, em todas as circunstâncias, será sempre a nossa melhor conselheira.

Clarêncio comenta que um dia o homem ensinará ao homem, consoante as instruções do Divino Médico, que a cura de todos os males reside nele próprio. A percentagem quase total das enfermidades humanas guarda origem no psiquismo. Diz ele que a enfermidade, como desarmonia espiritual, sobrevive no perispírito. As moléstias conhecidas no mundo e outras que ainda escapam ao diagnóstico humano por muito tempo persistirão nas esferas torturadas da alma, conduzindo-nos ao reajuste. A dor é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental, reestruturando as peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos de que se vale a nossa inteligência para desenvolver-se na jornada para a vida eterna. Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.

 O Espírito é o autor de sua enfermidade e de sua cura em grande parte de males, e seu pensamento e sua emoção podem modificar a estrutura de seu perispírito, promovendo modificações que se refletem no corpo físico e que muitas vezes a medicina terrena não consegue explicar. Curas inexplicáveis, na visão terrena, mas que o pensamento reto, a consciência reta, o sentimento reto podem explicar, promovendo, como usina de força, reparação nas moléculas do corpo físico. A mente é essa poderosa usina, derramando energia reparadora ou destruidora, conforme o patamar de emoções sublimadas ou destrutivas em que se coloque.

Dentro desse raciocínio observamos como a vida nos oferece campo para estudos e meditações, dando-nos lições que esperamos indelevelmente marcadas em nossa memória, como tesouros de luz, refletindo as Divinas Bênçãos, que nos permitem experiências dignificantes para o nosso crescimento. Se tivermos “olhos para ver e ouvidos para ouvir’, poderemos observar em nossas vidas o auxílio incessante do divino amor a nosso favor.

Há alguns dias, recebemos um pedido de socorro de entes muito amados, em Minas Gerais, e para lá seguimos imediatamente. Tratava-se da esposa abnegada e amorosa de um médico querido de lá, cujas notícias o leitor assíduo por certo se lembrará, ao ler estas linhas. Já nos referimos a ele como um senhor de 83 anos, com câncer de próstata e que trabalhou até este ano, exemplificando coragem e imenso amor pela vida, lutando com denodo, sendo muito amado em sua cidade pelo exercício de imensa compaixão demonstrado em sua profissão, sendo um médico querido por todos, de todas as religiões e classes sociais.

Ora, esse senhor idoso e lutador sofreu uma queda, traumatizando o cérebro, num quadro de hemorragia posterior, que lhe afetou a memória. Passou por uma cirurgia, que não demonstrou resultado eficaz, pois cerca de três semanas depois precisou de nova correção, visto que o coágulo não se desfizera e continuava pressionando o cérebro. Foi nesse momento que sua amada esposa nos pediu socorro e para lá fomos.

Chegamos ao hospital no exato momento em que o neurologista lhe dava “alta”, 48 horas após a cirurgia. Foi para casa, com o corpo enfraquecido, na cadeira de rodas, mas memória lúcida, como se nada lhe houvesse acontecido. Dois dias após isso, entrou num quadro de lutas enormes, pois a memória falhou, o que era possível acontecer, diante da situação ocorrida, até o cérebro se recuperar. No início, ele não entendia. Punha a mão, aflito, na cabeça, tentando esforços para lembrar as palavras que queria falar e não conseguia articular a palavra. Percebemos a lucidez de seu olhar e, carinhosamente, tomamos-lhe as mãos entre as nossas e as beijamos, acariciando-lhe as faces.

O Espiritismo bendito e os conhecimentos como os que citamos no início ajudaram-nos a auxiliar nessa hora. Nós o olhamos e dissemos: - O senhor é um Espírito muito inteligente, heroico, está lutando muito. Está lúcido, mas a matéria não corresponde aos seus desejos. A matéria foi agredida, o cérebro sofreu. Não lute agora. Acalme a emoção, tranquilize a mente, confie em Deus. Ninguém sofre dores que não necessite. O senhor foi muito amparado pelos médicos seus amigos espirituais, no hospital que ajudou a construir. Estão ajudando-o. Tranquilize-se. A ansiedade agora lhe será prejudicial. Confie em Deus. Com os dias passando, haverá de melhorar. Calma, agora.

Ele, que não é espírita, nem tem uma religião definida, mas segue a justiça e a caridade, olhou-nos de modo lúcido, acalmou-se e conseguiu articular as palavras e nos dizer: - Estou entendendo tudo o que você está me falando e você está com a razão.

Acalmou-se. Estivemos a seu lado dia e noite, orando, dando-lhe passes magnéticos e tranquilizando-o. Ele lutou muito para se recuperar. Ia até seus objetos e documentos, olhando-os, incontáveis vezes, tentando resgatar as lembranças, até que foi se recuperando aos poucos. O corpo estava frágil, precisava de ajuda para se levantar e andar. Houve um momento em que ele desabafou: - Está muito difícil! Nós lhe dissemos: Há um propósito divino aqui. O senhor não se foi, está ainda no mundo. A preciosa lição que seu Espírito precisa aprender agora é a paciência. Paciência, calma! Deus também lhe permitiu ficar para o senhor continuar a demonstrar para toda a cidade a sua luta e seu amor pela vida. Continue! Ele começou a caminhar um pouco mais e, ao conseguir dar a volta no quarteirão, todos os transeuntes que o viam mudavam o trajeto e vinham até ele abraçá-lo com todo o carinho.

Voltamos para Cambé, no Paraná, quando vimos que a situação melhorara e, falando com ele ao telefone, perguntamos como estava, ao que ele respondeu para a nossa alegria: - Firme! 

O espírito pode modificar-se e fazer a cura real, que é a paz, a fé, o reto pensamento, o reto proceder. Curar-se em espírito é o que importa. Lição imorredoura e tesouro de lembranças para nós, caros leitores!

E sua esposa, que acima mencionamos? Que ser bondoso! Está com o tornozelo fraturado e pensava mais nele, sua preocupação maior. Pudemos ver o amor dos dois, a ternura que encantava os cuidadores, abraços e beijos e cuidados um com o outro. O amor é a cura para a maioria de nossos males. O amor um dia curará nosso mundo que ainda se encontra enfermo em meio a animosidades de sentimentos.

Abençoados momentos passamos por lá. Diálogos e amor com os dois velhinhos queridos. Quem tiver amores assim, com idade, beije muito, abrace muito, aproveite momentos de presença, pois na despedida, ao partirmos para o mundo espiritual, somente Deus sabe como e quando será o reencontro e as saudades serão uma grande dor. Devemos amar o mais que pudermos e ainda será pouco.

Num mundo tão repleto de tecnologia, computador, relacionamentos virtuais, bom demais é partilhar de relacionamentos interpessoais intensos e emocionantes, ver uma cidade inteira agradecida e em preces, um povo bom, um mundo bom. A esperança cresce. Um casal de idosos exemplificando amor e cuidados para os jovens.

“Que beleza!”, diria Jerônimo Mendonça, “ o Gigante Deitado. “Que beleza!”


 

 


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