WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 339 - 24 de Novembro de 2013

RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)

 
 
 

E ela nem é espírita! 

“A lei cósmica respeita o seu livre-arbítrio, mas, simetricamente, impõe a correção, quando você a desrespeita ou se atrita com ela.” –
Hermínio C. Miranda.


A revista Seleções READER´S DIGEST, em sua edição de agosto de 2013, páginas 54 a 57, traz uma reportagem de Jutarat Tongpiam, sobre uma jovem de Bangcoc, capital da Tailândia, Galwalin Surakup, que resolveu socorrer cães que ficavam com paralisia de suas patas devido a doenças ou traumas. Tudo começou quando seu cachorro grande e brincalhão da raça chow-chow adoeceu e não pôde mais andar. O veterinário do animal apenas receitou medicações para aliviar a dor enquanto o cachorro tentava arrastar-se pela casa. A moça tailandesa acabou descobrindo que havia uma espécie de cadeira de rodas para cães, mas que custava 600 dólares para ser importada. Além disso, o material de que era feita, a deixava muito quente e, portanto, desconfortável, podendo, inclusive, acumular micróbios. A moça condoída com a situação do animal resolveu produzir ela mesma um modelo à base de aço, rodas de borracha e estofamento de veludo. Contratou metalúrgicos e deu início à fabricação. Testou os protótipos no próprio cão e em outros 40 animais deficientes indicados por veterinários. Como o aparelho deu certo, a procura do mesmo começou a aumentar muito e a moça tailandesa deu origem a um negócio em escala maior. Hoje produz 200 cadeiras por mês e as exporta para países asiáticos, América do Norte, Reino Unido e Bélgica. Ela tem parceria com a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) e com o Lar para Animais Incapacitados, doando parte da renda das cadeiras para essas entidades. Além disso, doa cadeiras para donos de animais que não podem pagar. Ela expandiu a linha de produção adaptando-as para gatos, coelhos, ouriços-pigmeus, porquinhos-da-índia e furões.

Se você acha que abriu algum artigo errado que nada tem a ver com Espiritismo, pode ficar tranquilo. Para isso lanço mão da questão de número 607 de O Livro dos Espíritos: “Foi dito que a alma do homem, em sua origem, está no estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e ensaia para a vida (190); onde o Espírito cumpre essa primeira fase?”. E a resposta que passa a explicar o atual artigo é a seguinte: “Numa série de existências que precedem o período a que chamais de humanidade”. (grifo nosso)

Continuando ainda na questão 607: “A alma pareceria, assim, ter sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação?” (grifo nosso)

A resposta esclarece melhor a intenção desse artigo: “Não dissemos que tudo se encadeia na Natureza e tende à unidade? É nesses seres, que estais longe de conhecer totalmente, que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida, como dissemos. É, de alguma sorte, um trabalho preparatório, como o da germinação, em seguida ao qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito”. (destacamos)

Quando comecei a ler sobre a Doutrina Espírita, que defendia (como defendo), segundo entendi (e entendo), que passamos pelo reino animal em direção ao reino hominal, muitos companheiros espíritas não aceitavam tal assertiva. Argumentavam que eu não havia entendido direito. Continuei com o meu ponto de vista porque se pretendemos atingir o reino angelical no sentido de Espíritos perfeitos, por que negar aos animais o direito de caminhar para o reino hominal? Será que somos tão melhores do que eles em nossos momentos de “animalidade” consciente? Não são eles também criaturas de Deus, ou será que alguma espécie de homem os criou para o seu deleite? Dessa forma, quando vejo alguém como a jovem da reportagem se sensibilizando com os animais, acredito que ela cuida de criaturas que também são de Deus. Pratica a Lei do Amor, do verdadeiro Amor. Quantas pessoas não vão à igreja de sua devoção e tratam os animais como coisa, como objeto de uso descartável? Estaria Francisco de Assis errado ao chamá-los de irmãos? Afirmava o Apóstolo Paulo que em Deus existimos e em Deus nos movemos. Como acreditar que uma pessoa crê realmente no Criador, se violenta suas criaturas? Se eu digo a alguém que amo essa pessoa e maltrato a um de seus filhos, como fazer essa pessoa acreditar em mim? Agimos como os hipócritas da época de Jesus. E olha que não são poucas as pessoas que “batem no peito” e maltratam insensivelmente os animais. Quando poluímos os rios e a atmosfera; quando devastamos florestas correndo atrás do dinheiro que será barrado na alfândega do túmulo; quando agredimos animais indefesos e que não têm culpa de terem nascido, violentamos a harmonia do Universo que determina o Amor a tudo e a todos. É como se partíssemos o cristal da sinfonia cósmica. Agendamos para nós mesmos o trabalho de repará-lo. Ferimos a própria consciência que passará a exigir o retorno à paz através do trabalho retificador. E como não gostamos de trabalhar a não ser em troca do dinheiro farto, esse outro tipo de trabalho geralmente nos causa dor, embaraços, dificuldades, tropeços, obstáculos, problemas variados, protestos, blasfêmias, deixando-nos a bradar como se inocentes fôssemos: por que sofremos? Por que vivo num planeta como esse? Por que um criminoso é capaz de cometer tal barbaridade? Do que somos capazes nós contra os animais inocentes e indefesos?

Como dizia Hermínio C. Miranda, viver é escolher. Somos livres para escolher o bem ou o mal. Podemos escolher amar ou odiar. Só que não devemos perder de vista que escapar à lei Humana é possível, à de Deus, jamais, ou o universo entraria em colapso, como ele também afirmava.

Ninguém é obrigado amar os animais se assim entender que deva proceder, mas a ninguém é dado o direito de maltratá-los.


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita