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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 339 - 24 de Novembro de 2013

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 
 
 

Servir para vir a ser

Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso pai que está nos céus.

Jesus (Mateus, 5: 16)


Você já pensou na composição silábica da palavra "servir"? Ela é formada por dois verbos: "ser" e "vir". Se mudadas as posições das sílabas e feita a ligação com a preposição "a" teremos "vir (a) ser". É o devenir, devir (fr.) ou vir a ser: transformação incessante e permanente, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, consequência natural de nossa predisposição de evoluir.    

Podemos concluir, do dito acima, que é preciso servir ao bem, de modo incondicional, em nosso eterno vir a ser. Não deve ter subordinação a uma possibilidade futura do “Ah, se eu vier a ser nomeado chefe de minha seção, vou melhorar”; “Ah, quando eu vier a ser aposentado, vou ser mais atuante no Centro Espírita que frequento há quarenta anos”; “Ah, se eu vier a ser premiado, vou ser rico e ajudarei a acabar com a miséria em minha cidade”. “Ah, se...”. Nada disso, o “vir a ser” é nossa transformação permanente. Resulta da lei de ação e reação, sempre benfazeja quando provinda de nosso esforço em servir a Deus e a nosso próximo.

Decorre do exposto que o ser sempre ocupado na caridade serve não somente quando pensa e fala, mas quando age em favor do próximo, como nos recomenda Jesus. Serve incondicionalmente em seu incessante vir a ser melhor hoje que ontem, amanhã melhor que hoje, seguindo os passos de Nosso Senhor, que caminha adiante em nossa condução ao “EU SOU”, Supremo Criador de todos nós, nosso Pai, Inteligência Suprema que nos legou uma só coisa para nossa felicidade: servir ao bem[1].

O apóstolo João reproduz as seguintes palavras de Cristo, no cap. 8, vers. 12: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”. Ou seja, Jesus já é “a luz do mundo”. Segui-lo é a prática dos seus ensinamentos, é o esforço diuturno para nos melhorarmos, é nosso empenho em servir, na medida de nossas forças e sem desânimo, nesse eterno “vir a ser” ou “devir” que nos impulsiona, pelas nossas boas obras, inexoravelmente, à perfeição.

É por isso que, também em Mateus, 5: 14, o Senhor nos afirma: “Vós sois a luz do mundo”. Ser a “luz do mundo”, conforme afirmou-nos Jesus, é possuir a iluminação máxima em nosso orbe. Segui-lo é estar na luz da sabedoria. Segui-lo é, enfim, trabalhar intensamente nas fileiras do bem sem desânimo e cheios de fé e de esperança. É não alimentar qualquer tipo de reconhecimento humano, não ter como objetivo senão o autoconhecimento para melhor servir nas suas hostes do bem.

Na belíssima mensagem nº 105, da obra Fonte Viva, podemos ler a seguinte exortação do Espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier:[2]

Quando o Cristo designou os seus discípulos, como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra.

A missão da luz é clarear caminhos, varrer sombras e salvar vidas, missão essa que se desenvolve, invariavelmente, à custa do combustível que lhe serve de base (...).

Se nos compenetramos, pois, da lição do Cristo, interessados em acompanhá-lo, é indispensável a nossa disposição de doar as nossas forças na atividade incessante do bem, para que a Boa Nova brilhe na senda de redenção para todos.

Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho. Busquemos o Senhor, oferecendo aos outros o melhor de nós mesmos. Sigamo-lo, auxiliando indistintamente. Não nos detenhamos em conflitos ou perquirições sem proveito. “Vós sois a luz do mundo” — exortou-nos o Mestre —, e a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina.

É desse modo que se aprende a servir para vir a ser. Quando entendermos isso, não somente cultuando palavras bonitas para sermos aplaudidos no mundo, mas para as aplicarmos, antes de tudo, às nossas ações positivas, demonstraremos a perfeita compreensão dos benefícios do bem em nossas vidas e na do nosso próximo.

Sendo um com o Pai, em suas próprias palavras (João, 10:30), Jesus Cristo já transcendeu, em relação a nós, o “vir a ser”, e alcançou o “Eu sou”, meta de todos nós, na Terra, quando alcançarmos a purificação de nossos Espíritos. Entretanto, mesmo esse “ser” ainda equivale a um eterno devir, em relação ao SER MAIOR, que é Deus. Resulta desse nosso estado de espírito superior alcançar a felicidade cada vez maior.

Ainda são de Jesus as seguintes palavras: “Eu sou a porta das ovelhas” (João, 10: 7); “Eu sou o bom Pastor: o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João, 10: 11); “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João, 11: 25). E, por fim, após confirmar ser Mestre e Senhor de todos nós (João, 13: 13), em seguida à atitude humilde de lavar os pés de seus apóstolos, ainda complementa: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”.

É, portanto, necessário aprender com o Cristo de Deus, “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João, 17: 21).

Quando aprendermos o verdadeiro significado de servir, sem qualquer intenção, mesmo oculta, de retribuição ao benefício que façamos, mas por amor ao próprio bem, como o Senhor nos ensinou, estaremos modificando nosso Espírito sempre para melhor, nesse eterno vir a ser. E nossa alma resplandecerá na luz, não pelo que de bom falamos, mas, sobretudo, pelo que de bom fazemos, porque, como diz o poeta Fernando Pessoa, “(...) Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena”.


 


[1] Em Êxodo, cap. 3, v. 14, Deus é representado pela expressão “EU SOU”, ou seja, somente Ele desfruta desse eterno Ser, ao contrário de nós, que estamos num
eterno “vir a ser” resultante de nossas ações.
 

[2] XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2005, p. 245. Sois a luz.


 

 


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