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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 339 - 24 de Novembro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


E a Vida Continua...

André Luiz

(Parte 24)

Continuamos nesta edição o estudo da obra E a Vida Continua, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Em face da morte corpórea de Elisa, que fez Desidério?

Jungido à falecida pela força dos últimos desejos que ela mesma enunciara, Desidério, inflamado em labaredas de ódio, retivera-lhe uma das mãos na destra rude, impedindo-lhe a retirada. Elisa, apesar de semi-inconsciente, percebeu que se achava presa a ele e algemada ao corpo físico, a ouvir o desventurado companheiro dizendo, convicto, que jamais a deixaria. O fato estabeleceu enorme dificuldade à liberação de Elisa e sua internação em instituição adequada no plano espiritual. (E a Vida Continua, cap. 23, pp. 198 e 199.)

B. Que atitude foi tomada pelos benfeitores espirituais em face da decisão de Desidério, que não permitia que Elisa fosse levada?

O protetor espiritual incumbido de liberá-la dos despojos físicos estava indeciso, porque, se constrangesse Elisa a largar o corpo, não lograria violentar-lhe o pensamento perfeitamente lúcido. Forçar-lhe-ia a retirada, mas não dispunha de meios para isolá-la mentalmente do companheiro rebelde. Era preciso, pois, a intervenção de alguém com poder de persuasão para compelir Desidério a mudar de atitude. Decidiu-se então que chegara o momento para a intervenção pessoal de Evelina, a quem Desidério, que fora seu pai, muito amava. (Obra citada, cap. 24, pp. 200 e 201.)

C. Quando Evelina penetrou o recinto e foi vista por Desidério, qual foi a reação dele?

Aterrado, Desidério fixou a aparição e caiu de joelhos! Era ela, sim – pensou ele –, a sua filha, a sua amada filha que jamais lhe escapara da lembrança, mesmo quando estivera mergulhado em aventuras nas trevas mais densas! À medida que Evelina o fitava, entremostrando radiante e doce ternura, o infortunado genitor contemplou-se no suave clarão que a mensageira irradiava e viu-se na penúria de um sentenciado que persistisse, por anos e anos, no fundo de um cárcere, sem o menor cuidado para consigo mesmo. Qualificou-se por monstro, à frente de um anjo, e, à maneira de um cão batido e aviltado, intentou arrastar-se para fugir... (Obra citada, cap. 24, pp. 201 a 203.)

Texto para leitura

93. Elisa morre - Ante a interpelação de Desidério, Ernesto respon­deu: "Desidério, no mundo físico, trabalhamos particularmente com a maté­ria pesada e transfiguramos pedras, metais, glebas, fontes... Aqui na Es­piritualidade, lidamos, de modo especial, com as forças do espírito e re­novamos almas e consciências, a começar de nós mesmos... Atenda-me!... Lembre-se de que Elisa possui muitos amigos para requisitá-la aos Planos Superiores, como os teve a sua querida Evelina!... Por amor de Evelina, que você guarda na memória, à feição de um gênio tutelar, não quererá você sublimar atitudes, principiando pelo perdão que imploramos e carece­mos?!..." Desidério respondeu, chorando muito, que não poderia imiscuir Evelina naquela conversação, pois ela deveria habitar na casa dos an­jos. Ernesto indagou-lhe, então: "E se ela própria vier, um dia, ao seu encontro para advogar nossa causa, amparar-nos, rogar a sua miseri­córdia de credor para nós outros, os seus devedores?" Desidério não pôde responder, porque nesse instante um assistente espiritual do sanatório veio até os dois para notificar que Elisa havia caído em funda prostra­ção, ante a ruptura de delicado vaso cerebral, prenunciando-se-lhe a de­sencarnação para breves horas. Ambos partiram, assim, para o socorro à enferma, e o mesmo fizeram Vera e Caio Serpa, encontrando Elisa agoni­zante, em ambiente de tranquilidade e carinho. O médico amigo avisara que nada mais podia fazer, senão aguardar. Vera, em soluços, ajoelhou aos pés de sua mãe. Caio, evidentemente contrafeito, contemplava a cena, fumando sem parar. Enfermeiros iam e vinham e auxiliares espirituais formavam ca­deias magnéticas de apoio a Elisa, de modo que seu trânsito de um mundo para outro lhe fosse mais rápido e menos intranquilo. Desidério, porém, se plantou à cabeceira, imerso em revolta e desespero. Sobrevindo a ma­drugada, Elisa abriu as pálpebras e tentou fixar os olhos na filha, para endereçar-lhe a inexpressável despedida; no entanto, descortinou a pre­sença do genro, que a fitava, e, embora incapaz de nutrir quaisquer res­quícios de ódio, cerrou o coração em densa nuvem de mágoa, pedindo men­talmente a Desidério que a defendesse. Bastou tal pensamento e Desidério colou-se a ela, dando a ideia de quem lhe sorvia todas as forças. Vera, pressentindo que a genitora se rendia à morte, procurou debalde reanimá-la, suplicando: "Mãe! Mãe!... Minha mãe!..." Mas Elisa Fantini pendeu a cabeça nos travesseiros, enquanto o corpo se lhe imobilizava para sempre. (Cap. 23, pp. 195 a 197) 

94. Desidério agarra-se à falecida - Na enfermaria do sanatório caíra o pano da morte sobre aquela existência, fértil de tribulações e problemas na ribalta do mundo; todavia, por trás dos bastidores, na es­fera espiritual, o drama não terminara. Jungido à falecida pela força dos últimos desejos que ela mesma enunciara, Desidério, inflamado em labare­das de ódio, retivera-lhe uma das mãos na destra rude, impedindo-lhe a retirada. Elisa, apesar de semi-inconsciente, percebeu que se achava presa a ele e algemada ao corpo físico, a ouvir o desventurado compa­nheiro dizendo, convicto, que jamais a deixaria... O acontecimento ofe­rece a todos nós uma lição inolvidável: em meio às vicissitudes da expe­riência humana, é preciso aprender a tolerar e perdoar sempre. "Por mais se vos fira ou calunie, injurie ou amaldiçoe, olvidai o mal, fazendo o bem!...", propõe-nos o autor da obra. "Vós que tivestes a confiança traída ou o espírito dilacerado nas armadilhas da sombra – recomenda An­dré Luiz –, acendei a luz do amor onde estiverdes!... Companheiros que fostes vilipendiados ou insultados em vossas intenções mais sublimes, apagai as ofensas recebidas e bendizei os ultrajes que vos burilam o co­ração para a Vida Maior!... Irmãs que padecestes indescritíveis agravos na própria carne, desprezadas pelos carrascos risonhos que vos enlouque­ceram de angústia, depois de vos acenarem com mentirosas promessas, aben­çoai aqueles que vos destruíram os sonhos!... Mães solteiras que fostes banidas do lar e batidas até a queda na prostituição, por haverdes tido suficiente coragem de não assassinar no próprio ventre os filhos de vossa desventura, com a insânia do aborto provocado, mães agoniadas às quais tantas vezes se nega até mesmo o direito de defesa, conferido aos nossos irmãos criminosos nas cadeias públicas, perdoai os vossos algozes!... Pais que trazeis nos ombros escalavrados de sofrimento a carga dolorosa dos filhos ingratos, filhos que aguentais na carne e na alma o despotismo e a brutalidade de pais insensíveis e cônjuges flechados entre as paredes domésticas pelos estiletes da incompreensão e da crueldade, absolvei-vos uns aos outros!... Obsidiados de todos os climas, tecei véus de piedade e esperança sobre os seres infelizes, encarnados ou desencarnados, que vos torturam as horas! Criaturas prejudicadas ou perseguidas de todos os re­cantos do mundo, perdoai a quantos se fizeram instrumentos de vossas aflições e de vossas lágrimas!... Quando sentirdes a tentação de revi­dar, lembrai-vos daquele que nos concitou a amar os inimigos e a orar pe­los que nos perseguem e caluniam! Recordai o Cristo de Deus, preferindo ser condenado a condenar, porque, em verdade, quantos praticam o mal não sabem o que fazem!... Convencei-vos de que as leis da morte não excetuam ninguém e não vos esqueçais de que, no dia do vosso grande adeus aos que ficarem na estância das provas, somente pela bênção da paz e do amor na consciência tranquila é que podereis alcançar a suspirada libertação!..." (Cap. 23, pp. 198 e 199) 

95. Desidério não permite que Elisa se vá - Antes que o Sol reapare­cesse, Ernesto e Evelina, acompanhados de amigos do Instituto de Proteção Espiritual, chegaram ao recinto, para a libertação de Elisa. O cadáver fora, então, removido para a casa de Vila Mariana. Evelina, que veria seu pai pela primeira vez, tinha o coração agitado, mas Ernesto a encora­java. Sob as atenções de Vera Celina e guardada pela vigilância de vários benfeitores espirituais, Elisa, semidesperta, jazia no impasse, uma vez que agarrada por Desidério por uma das mãos, e alentada pelas forças dele, parecia comprazer-se com a estranha hipnose. O protetor espiritual incumbido de liberá-la dos despojos físicos estava indeciso, porque, se constrangesse Elisa a largar o corpo, não lograria violentar-lhe o pensa­mento perfeitamente lúcido. Forçar-lhe-ia a retirada, mas não dispunha de meios para isolá-la mentalmente do companheiro rebelde. Era preciso, pois, a intervenção de alguém com poder de persuasão para compelir Desi­dério a mudar de atitude. Irmão Plotino, que chefiava a caravana socorrista, abeirou-se dele com delicadeza fraternal e suplicou-lhe o concurso para que Elisa fosse liberada e conduzida a mansões de refazimento. Acomodado ao pé da morta, Desidério se achegou ainda mais para ela e rugiu em voz selvagem: "Palhaços!... Não me tirarão daqui... Que querem nesta casa? Ela é minha mulher... Ninguém me demoverá com petitórios e ladai­nhas. Tenho experiência! Conheço os que não se separam nas furnas tene­brosas que recebemos por moradias... Ninguém, mas efetivamente ninguém, me arrancará desta sala!..." Plotino disse-lhe que Deus faria isso, mas Desidério, ao ouvir esse nome, trovejou uma blasfêmia terrível que fez com que Plotino voltasse aos companheiros, então situados fora da casa, e explicasse que chegara o momento para a intervenção pessoal de Evelina. (Cap. 24, pp. 200 e 201) 

96. Evelina realiza o sonho de uma vida inteira - Todo o grupo uniu-se em oração, para apoiar os esforços de Evelina, que entraria sozinha no refúgio doméstico, para tentar a renovação de seu pai. Viu-se, então, desde logo o prodígio dos pensamentos congregados em um só objetivo. Pro­jetando as energias do amor na obra socorrista, aqueles corações em prece lançaram vasto lençol de safirina luz sobre a porta da entrada, fortale­cendo a companheira para a abençoada missão que lhe fora delegada. Eve­lina penetrou, desse modo, o recinto como se fora uma estrela repentina­mente transfigurada em mulher. Aterrado, Desidério fixou a aparição e caiu de joelhos! Era ela, sim – pensou ele –, a sua filha, a sua amada filha que jamais lhe escapara da lembrança, mesmo quando estivera mergulhado em aventuras nas trevas mais densas! À medida que Evelina o fitava, entremostrando radiante e doce ternura, o infortunado genitor contemplou-se no suave clarão que a mensageira irradiava e viu-se na pe­núria de um sentenciado que persistisse, por anos e anos, no fundo de um cárcere, sem o menor cuidado para consigo mesmo. Qualificou-se por mons­tro, à frente de um anjo, e, à maneira de um cão batido e aviltado, in­tentou arrastar-se para fugir... Evelina adivinhou-lhe o pensamento e fa­lou, simples: "Meu pai!..." Desidério sentiu que aquela voz lhe alcançava as entranhas... Sim, aquelas duas palavras lhe vinham daquela alma que­rida que ele julgara nunca descesse do Céu para interpelá-lo. Tornando a fletir os joelhos trêmulos, o assombro se lhe rebentou no peito, numa explosão de lágrimas, e ele balbuciou: "Pois é você, minha filha, é você a quem Deus manda para me pedir o impossível?" Evelina abeirou-se dele, colocou-lhe a destra na fronte padecente, e teve início, então, um como­vente diálogo com que a jovem sonhara a vida inteira. (Cap. 24, pp. 201 a 203) (Continua na próxima semana.)

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita