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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 338 - 17 de Novembro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


E a Vida Continua...

André Luiz

(Parte 23)

Continuamos nesta edição o estudo da obra E a Vida Continua, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. O fracasso de Ernesto Fantini como pai é algo comum no mundo em que vivemos? Qual fora sua falha?

Sim; trata-se de algo comum em nossa sociedade. Fantini agira como pai da mesma forma que Ribas havia agido. Segundo palavras do próprio Ribas, o instrutor fora na Terra o chamado esposo-legenda, isto é, casou-se e abraçou compromissos de família, acreditando que suas responsabilidades se limitassem a ostentar a chefia da casa e a pagar as contas de fim de mês. "A rigor – disse Ribas –, jamais compartilhei as inquietações da companheira, na educação íntima dos filhos e, que eu me lembre, nunca me sentei, junto de qualquer deles, para sondar-lhes as dificuldades e os sonhos, conquanto lhes exigisse conduta que me honrasse o nome." Fantini, assinalando a delicada objurgação, viu-se mais uma vez espicaçado pela própria consciência, porque também não fora o esposo e o pai que deveria ter sido e somente ali, depois da morte do corpo físico, percebia, nas duras refregas da autocorrigenda, que o dinheiro não faz o serviço do coração. (E a Vida Continua, cap. 23, pp. 188 e 189.)

B. Na agressão praticada por Elisa contra seu genro Caio ocorreu alguma influência de natureza espiritual?

Sim. Elisa se revoltara com as palavras que ouviu de Caio e se aprestou para a reação, exclamando: "Infame!..." Surgida a indignação, Desidério senhoreou-lhe a mente, de forma espetacular, e a crise se desencadeou dominadora, terrível. Possessa, Elisa investiu sobre o genro, buscando asfixiá-lo, em meio a impropérios que lhe jorravam da boca. Caio recuou, espantado, dando lugar à paciente enfermeira que imobilizou a viúva, enquanto que, de outro lado, Fantini tentava impedir os movimentos desordenados do companheiro. (Obra citada, cap. 23, pp. 192 e 193.)

C. Inútil protestar contra as leis da vida. Por que essa frase foi dita por Fantini ao ex-amigo Desidério?

Ernesto Fantini a pronunciou quando Desidério, avisado da próxima desencarnação de Elisa, bradou: "Elisa não partirá de meus braços, não me abandonará!... Não a deixarei!..." Ao ouvir isso, Fantini lembrou-lhe que eram inúteis quaisquer protestos contra as forças da vida, porque as leis de Deus, quer gostemos ou não, se cumprirão sempre. (Obra citada, cap. 23, pp. 194 e 195.)

Texto para leitura 

89. O dinheiro não faz o serviço do coração - A obra de assistência espiritual realizada por Fantini e Evelina avançava com segurança junto a Túlio e Desidério, que não se desvinculava de Elisa, relegada então às próprias reflexões no sanatório a que fora conduzida. Evidentemente, o trabalho de Ernesto se fazia cada vez mais difícil, porquanto o adversá­rio não perdia ocasião de arrancar-se contra ele, através de acusações e achincalhes, e Elisa piorava a cada dia, redundando quase nulos os seus esforços no sentido de abeirar-se dela. Preocupado com a situação, Er­nesto recorreu a Ribas, inquirindo por que motivo um Espírito sofredor e enrijecido nas ideias de vingança adquirira tamanho poder de penetração, a ponto de apontar-lhe as mínimas falhas de caráter. O mentor informou-o, então, de que nossos irmãos atrelados ao desespero e à revolta encontram razões para censurar-nos, sempre que preferimos desempenhar na Terra a função de personalidades-legendas. Trocando em miúdos, aclarou: "Muita vez, somos no mundo titulares desses ou daqueles encargos, sem que venha­mos a executá-los de modo efetivo. Costumamos ser maridos-legendas, pais-legendas, filhos-legendas, administradores-legendas... Usamos rótulos, sem atender às obrigações que eles nos indicam. Entendeu?" Ele mesmo, Ri­bas, fora na Terra esposo-legenda, isto é, casou-se e abraçou compromis­sos de família, acreditando que suas responsabilidades se limitassem a ostentar a chefia da casa e a pagar as contas de fim de mês. "A rigor – informou Ribas –, jamais compartilhei as inquietações da companheira, na educação íntima dos filhos e, que eu me lembre, nunca me sentei, junto de qualquer deles, para sondar-lhes as dificuldades e os sonhos, conquanto lhes exigisse conduta que me honrasse o nome." Fantini, assinalando a de­licada objurgação, viu-se mais uma vez espicaçado pela própria consciên­cia, porque não fora o esposo e o pai que deveria ter sido e somente ali, depois da morte do corpo físico, percebia, nas duras refregas da autocor­rigenda, que o dinheiro não faz o serviço do coração. Percebendo seu aba­timento, Ribas confortou-o: "Nada de desânimo!... Ouçamos os opositores nas críticas que assaquem contra nós, buscando aproveitá-las com humil­dade no que mostrem de verdadeiro e de útil. Usemos essa chave, Fantini – a humildade –... Ela funcionará com acerto na solução dos maiores enigmas. Sejamos cristãos autênticos, amando, servindo, desculpando..."  Fantini seguiu o conselho do mentor e passou a tolerar, com resignação heroica, as diatribes da mulher e os baldões do irmão infeliz, sempre disposto ao espancamento verbal. (Cap. 23, pp. 188 e 189) 

90. Caio visita a sogra enferma - Depois de vinte e seis dias de atendimento a Elisa, Fantini verificou, surpreso, que Caio Serpa, pela primeira vez, vinha ao encontro da futura sogra. A sós com o moço, Elisa ex­pôs, com palavras serenas de mãe, o desejo de abraçar a filha, a fim de que ela lhe testemunhasse a sanidade mental e lhe patrocinasse o regresso para a casa, sensibilizando tanto a Fantini quanto a Desidério, que as­sistiram à entrevista, pela atitude humilde em que vazava as súplicas de mulher derrotada pelas circunstâncias. Caio, no entanto, contrariou-a, inflexível: "Absolutamente, a senhora não terá alta, assim como pretende, pois os prognósticos a seu respeito não ajudam..." E ajuntou: "As infor­mações relativas ao seu comportamento não nos autorizam a retirá-la", acrescentando que ela continuava chorando sem propósito, conversando sozinha, interpelando sombras... "Simplesmente, não sou compreendida, o que vejo, vejo...", replicou Elisa, reiterando o desejo de ver a filha, fato com que Caio não concordava, por entender que Vera poderia ficar trauma­tizada com as suas fantasias. O diálogo prosseguiu tenso e muito áspero por parte do genro, que deixou claro: Elisa só veria a filha quando, nor­malizando-se, pudesse recebê-la sem causar-lhe impressões negativas. Diante dessa atitude, Elisa perguntou por que ele lhe impunha tal recusa, se sempre o recebera em sua casa como se fosse um filho. "Mentira! a se­nhora me detesta...", respondeu Caio. "Não me expulsou, porque Vera não permitiu, porque sou o homem que ela escolheu para lhe dirigir o fu­turo... E saiba que tanto ela quanto eu estamos fartos de saber que a senhora já viveu sua vida e que precisamos viver a nossa... Não será uma sogra velha que frustrará nossos planos." (Cap. 23, pp. 190 a 192) 

91. Elisa agride o genro - Inopinada revolta anuviou o cérebro de Elisa, que se aprestou para a reação, exclamando: "Infame!..." Surgida a indignação, Desidério senhoreou-lhe a mente, de forma espetacular, e a crise se desencadeou dominadora, terrível... Possessa, Elisa investiu so­bre o genro, buscando asfixiá-lo, em meio a impropérios que lhe jorravam da boca. Caio recuou, espantado, dando lugar à paciente enfermeira que imobilizou a viúva, enquanto que, de outro lado, Fantini impedia os movi­mentos desordenados do companheiro. Restabelecida a ordem, a enfermeira conduziu a doente para o quarto, e voltou para as escusas: "Não se aflija, doutor. Foi uma crise como tantas... Isso passará". "Compreendo", respondeu Caio, gentil. "Dona Elisa sempre me tratou com carinhos de mãe. Pobre amiga! tem os nervos positivamente destrambelhados." Enquanto a conversa prosseguia, Fantini segurava Desidério, amistosamente, coadju­vado por outros tarefeiros desencarnados em atividade no sanatório. Um deles solicitava prisão para o agressor, ao passo que outros diziam ser Desidério um prestativo e pacato acompanhante da enferma, que encontrava nele um amparo e um amigo. Temendo o encarceramento do rival, Ernesto va­leu-se da circunstância, no intuito de sossegar as sentinelas, para apre­sentá-lo aos demais como sendo para ele um irmão caríssimo, a quem procu­rava ajudar, a fim de se desvencilhar de quaisquer lembranças destruti­vas. Os guardas então se dispersaram e Ernesto convidou Desidério a se­gui-lo, sentando-se ambos em espaçoso banco de jardim. "Você viu que crá­pula? – explodiu o rival, encarando Fantini com expressão menos cruel – não sei por que ainda não aniquilei esse pulha de Serpa!... Primeiro, as­sassinou um colega, o advogado Túlio Mancini, depois matou minha filha aos poucos, e agora quer arrasar Elisa, após furtá-la, descaradamente..." Fantini fitou-o com bondade e ajuntou: "Desidério, perdoe-nos por todo o mal que já lhe fizemos e escute-me!... Acalme-se por amor de Deus! Não lhe peço isto por nós, mas por Elisa, a quem você ama tanto... Presente­mente, nada mais disputo senão a paz entre nós. Tranquilize-se, para arrostarmos a realidade, posso informar a você que a nossa enferma está no fim da resistência física!..." – "Tenho alguma ideia disso – replicou Desidério, menos hostil –, mas lutarei como um touro para defendê-la. Darei a ela as minhas forças, minha vida. Minha alma é a dela, assim como o corpo em que ela respira é o meu corpo... Habitamos a mesma cela de carne, pensamos pela mesma cabeça!..." (Cap. 23, pp. 192 e 193) 

92. Inútil protestar contra as leis da vida - Fantini elogiou os es­forços de Desidério e, demonstrando o elevado grau de despersonalização que ia adquirindo, aditou: "Desde que você me falou com clareza fraterna, em nosso primeiro reencontro, reconheci que Elisa descobriu em você a sustentação de que necessitava, e creia que, se atualmente algo aspiro em relação a ela, anseio vê-la feliz ao seu lado... Estou convencido de que a nossa doente não perseverará mais por muitos dias no corpo terrestre e o choque de hoje, com certeza, pesará na balança..." Era preciso, porém, ter paciência e tolerância e dar um basta à rebeldia e ao ódio! "O leito das lágrimas de Elisa – perguntou Fantini – não poderia ser o ponto terminal de nossos disparates? o santo lugar de apaziguamento? Elisa se libertará dos suplícios corpóreos, e nós, meu amigo? que será de nós, se, largado o corpo de matéria pesada, continuamos de espírito atormentado nas ideias de culpa e condenação, crime e castigo?" Transtornado pelos argumentos que anunciavam a partida de Elisa, Desidério bradou: "Elisa não partirá de meus braços, não me abandonará!... Não a deixarei!..." Fantini lembrou-lhe que eram inúteis quaisquer protestos contra as forças da vida, porque as leis de Deus, quer gostemos ou não, se cumprirão sem­pre. "A morte – acrescentou Fantini – vai situá-la em polo oposto ao seu... Ela não tem a sua estrutura mental, nem a sua disposição para de­morar-se nestes sítios... Ressentida hoje contra o genro, amanhã saberá absolvê-lo e patrociná-lo, acomodando-se com os Mensageiros da Vida Maior, através da oração... Apesar do temperamento irritadiço que lhe conhecemos, não odeia a ninguém e nunca demonstrou vocação para a vin­gança." Desidério chorava muito, em meio a grande desespero, mas, respon­dendo a Fantini, disse que nunca perdoaria o que lhe fora feito. "Sou eu quem reconhece as injustiças que perpetramos contra você – disse Fantini –, sou eu quem lhe observa a nobreza de coração... Releve-me e ouça!... Agradeço o seu devotamento à mulher que eu não soube fazer feliz e a ter­nura pela filha, para a qual você se transformou em abnegado zelador... Por tudo isso, peço-lhe ainda para que estenda até nós, os seus carras­cos, as vibrações de sua piedade e de sua simpatia..." Desidério, lutando para não se render à emoção, redarguiu: "Ah! Fantini, Fantini!... por que me tenta assim a uma conciliação impossível? que razões para tanto empenho em modificar-me?"  (Cap. 23, pp. 194 e 195) (Continua na próxima semana.)

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita