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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 334 - 20 de Outubro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


E a Vida Continua...

André Luiz

(Parte 19)

Continuamos nesta edição o estudo da obra E a Vida Continua, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Ao ver Ernesto Fantini no seu quarto, qual foi a reação de Elisa, sua ex-esposa?

Não se sabe como, mas o fato é que Elisa notou a presença de Ernesto Fantini e se pôs a gritar, positivamente obsidiada: "Maldito!... Maldito!... fora daqui, Tinhoso!... Fora daqui, assas­sino!... Assassino!... Socorro, Dedé!... Socorro, Dedé! Leva este infame para fora! Sai, Ernesto! Sai! Matador!... Matador!..." Ouvindo esses gritos, Caio e Vera invadiram o quarto, terrificados. A jovem acercou-se da mãe, que bradava impropérios segurando a própria cabeça entre as mãos, num esgar de espanto, e tentou consolá-la: "Mãezinha, que há? estamos aqui, não precisa temer..." Elisa agarrou-se à moça, qual criança assustada, e esticou o clamor, dando a Caio a impressão de uma alienada mental, no mais fundo desequilíbrio: "Seu pai está aqui, aquele canalha! Não quero vê-lo!... Defenda-me, pelo amor de Deus! Voltemos para São Paulo, hoje mesmo!... Tire-me daqui!..." (E a Vida Continua, cap. 19, pp. 154 a 156.)  

B. Além das palavras já mencionadas, Elisa disse mais alguma coisa ao ex-marido?

Sim. Ela confessou que sempre o traiu com Dedé. "A qualquer momento a que vinhas em casa – disse-lhe Elisa –, isso acontecia sempre para infelicidade nossa, porque vivíamos juntos aqui, antes de tua morte, e vivemos juntos depois... Olha este quarto! Dedé está no lugar onde sempre esteve!..." Semelhantes declarações foram suplementadas de informes, sobre os quais a caridade pede se faça silêncio. (Obra citada, cap. 19 e 20, pp. 156 e 157.) 

C. É verdade que Ernesto Fantini não foi o autor do crime que vitimou Dedé?

É verdade. O próprio Dedé foi quem lhe revelou como os fatos se deram. Disse-lhe ele: "Você disparou o tiro contra mim, no intuito de afastar-me de sua esposa, e Amâncio, aquele canalha, obser­vando que você errara o alvo, aproveitou a ocasião a fim de eliminar-me e apossar-se da minha esposa!..." Amâncio era o ter­ceiro companheiro da fa­tídica caçada, cuja lembrança apresentou-se nítida na tela mental de Er­nesto. (Obra citada, cap. 20, pp. 160 e 161.)

Texto para leitura 

73. Elisa o expulsa de casa – Ralado de arrependimento e desespero, Fantini chorava para dentro de si e compreendia por que Ribas procurou delongar-lhe a volta ao lar. Momentos antes descobrira na filha a rival de Evelina, e ali, diante dele, ao pé de Elisa, se estendia o inimigo triunfante, dominador. Fantini procurou asserenar-se, mas seu antago­nista deitou-lhe um olhar sarcástico e Elisa, para surpresa de Ernesto, também notou-lhe a presença e se pôs a gritar, positivamente obsidiada: "Maldito!... Maldito!... fora daqui, Tinhoso!... Fora daqui, assas­sino!... Assassino!... Socorro, Dedé!... Socorro, Dedé! Leva este infame para fora! Sai, Ernesto! Sai! Matador!... Matador!..." Ouvindo esses gritos, Caio e Vera invadiram o quarto, terrificados. A jovem acercou-se da mãe, que bradava impropérios segurando a própria cabeça entre as mãos, num esgar de espanto, e tentou consolá-la: "Mãezinha, que há? estamos aqui, não precisa temer..." Elisa agarrou-se à moça, qual criança assus­tada, e esticou o clamor, dando a Caio a impressão de uma alienada men­tal, no mais fundo desequilíbrio: "Seu pai está aqui, aquele canalha! Não quero vê-lo!... Defenda-me, pelo amor de Deus! Voltemos para São Paulo, hoje mesmo!... Tire-me daqui!..." Dos olhos de Ernesto o pranto jorrou em maré de angústia. Fizera tantos projetos de reencontro; no entanto, che­gava até ali, na condição de hóspede indesejável, abominado pelos seus. "Elisa!" – implorou. "Elisa! Elisa, ouve!... eu sempre te amei..." Ini­ciou-se então uma conversação entre os dois, sem que a filha e Caio pu­dessem ouvir senão metade. "Cala-te, infame! Recuso uma afeição que sempre detestei." Dito isto, Elisa acrescentou ser livre para dizer o que quisesse e confessou que sempre o desprezara. Ela sabia que ele matara Dedé. Ele não negou sua culpa, mas justificou-se alegando seu extremado apego ao carinho dela. (Cap. 19, pp. 154 a 156) 

74. Dedé acusa Ernesto e promete vingança – Irônica e visivelmente em estado de demência, Elisa informou ter gostado de Dedé a partir do instante em que ocorreu o crime. "A qualquer momento a que vinhas em casa – confessou Elisa –, isso acontecia sempre para infelicidade nossa, porque vivíamos juntos aqui, antes de tua morte, e vivemos juntos de­pois... Olha este quarto! Dedé está no lugar onde sempre esteve!..." Se­melhantes declarações foram suplementadas de informes, sobre os quais a caridade pede se faça silêncio. Ernesto chorava e, diante dele, Dedé ria. Caio trouxe a injeção calmante que Vera aplicou na doente agitada. Elisa atirou-se ao leito, desfigurada, abatida. Ernesto já se retirava do quarto, quando Desidério dos Santos saltou do leito e tomou-lhe a frente, desferindo brados terríveis. "Patife!... Celerado!... – vociferou o agressor – você não se afastará sem contas!... Você acreditava que era só acabar comigo, hein? Fique sabendo que, intentando privar-me do corpo, não obteve outra coisa senão colocar-me em sua própria casa... Vivo aqui, moro aqui e sua mulher me pertence!..." Ernesto, de sentimento apurado, qual se achava, depois de tanto sofrimento, implorou: "Oh! Desidério! es­tou arrependido, perdoe-me!..." Dedé foi inflexível: "Perdoar! Isso nunca. Estou longe do fim. Vocês me pagarão, ceitil por ceitil... Miserá­veis!... Vocês ocultam aí na Terra o sangue do crime na capa do arrepen­dimento e julgam que conseguem lavá-lo com lágrimas falsas..." E ajuntou: "Ninguém morre. Vocês, bandidos, que burlam a justiça do mundo, serão pu­nidos pela Justiça Divina!... E a Justiça Divina, em meu caso, sou eu mesmo... Espírito vingador, sim... Sou... E quem me contestará esse di­reito?" (Cap. 19 e 20, pp. 156 e 157) 

75. Cada Espírito recebe da vida o que lhe dá – A superexcitação de Dedé provocou nele mesmo o corrompido pranto do ódio, e foi assim, cho­rando, que profligou: "Cretinos delinquentes!... Perdi a existência, meu lar, minha esposa, minha filha... e vocês esperam de mim um prêmio à crueldade com que me aniquilaram!... Então, vocês exterminam um homem e exigem que esse homem lhes beije as mãos? Abusam da impunidade com que a terra do sepulcro lhes cobre os atos perversos e ainda reclamam o louvor das vítimas tombadas indefesas?!..." Ernesto soluçava... Depois, ajoe­lhou-se, de mãos postas, diante do vencido de outro tempo, em sinal de humildade. Ah! se soubesse o que o aguardava, nunca teria empreendido o retorno a casa. Aprendera, contudo, em dois anos de estudo e meditação, que cada Espírito recebe da vida, nas Leis de Deus, segundo as próprias obras e que criatura alguma logra desertar da própria consciência, porque para o culpado chega, invariavelmente, o dia da expiação e do reajuste. Desidério, apesar do gesto de humildade do ex-amigo, continuou: "Covarde!... Levante-se para enfrentar as consequências de sua falta... Somos agora dois homens, nas mesmas condições, sem a máscara do corpo, qual você me quis, há mais de vinte anos!... Onde estão agora sua prosá­pia, seu sorriso de mentira, sua arma frouxa?" Ernesto, buscando a paz, insistiu: "Perdoe-me pelo amor que você tem a Elisa e que Elisa lhe tem!... Ignorava que minha esposa o amasse tanto!... Sou um réprobo, bem o sinto... entretanto, fiz-me criminoso por muito amar a esposa que o Céu me havia dado!..." Dedé pareceu comover-se diante daquela atitude, mas replicou: "Por que não escolheu outro processo para remover-me do ca­minho? Adotando a violência, nada mais conseguiu senão atirar-me mais in­tensivamente para os braços de sua mulher... E, enquanto você viveu nesta casa, após acreditar-me morto, partilhei sua mesa e sua vida... Você su­punha surpreender-me com os olhos da imaginação, na tela do remorso, mas via realmente a mim, a mim mesmo, Desidério dos Santos, com os olhos da mente, no espelho da consciência... Hoje, chamam-me os amigos, sem corpo terrestre, de Espírito obsessor... que mais posso ser? Sou quem sou, o homem ultrajado, o empreiteiro de minha própria vingança!..." Ernesto, lamentando profundamente o seu ato infeliz, gemeu: "Oh! Deus de Miseri­córdia, sou o culpado, o único responsável..." Dedé, desferindo ruidosa gargalhada, refutou: "Não, não!... Você não é o único... Você fez a ideia e o modelo do crime que me arredou da existência física, mas o verdadeiro homicida, aquele que se valeu de sua maldade para destruir-me, foi ou­tro..." (Cap. 20, pp. 157 a 159) 

76. Como ocorreu o crime – Desidério prosseguiu: "Você disparou o tiro contra mim, no intuito de afastar-me de sua esposa, e Amâncio, aquele canalha, obser­vando que você errara o alvo, aproveitou a ocasião a fim de eliminar-me e apossar-se da minha esposa!..." Amâncio era o ter­ceiro companheiro da fa­tídica caçada, cuja lembrança apresentou-se nítida na tela mental de Er­nesto. Desidério havia escalado um tronco de árvore velha e cravara-se entre galhos robustos, de espingarda na mira das aves em voo. Ao vê-lo, Ernesto disparou contra ele e recuou espavorido, a ocultar-se na mata, esperando os efeitos do seu ato. Não percebera qual­quer grito, mas sim outros tiros que atribuiu à arma de Amâncio em ação de caça. Pouco depois vieram os brados do companheiro. Desidério se re­torcia no fim... Transtornado, ele não pensava em outra coisa senão no seu gesto tresloucado e, por isso, aceitou com alívio a versão do amigo que anunciava em alta voz: "acidente horrível!... acidente horrível!..." O que aconteceu depois estava ainda vívido em sua mente. Após o enterro de Dedé, ele se desligou para sempre de Amâncio e se empenhou, com todas as forças de que dispunha, a olvidar a esposa e a filha pequenina do as­sassinado, cujos gritos, no dia inesquecível, lhe haviam conturbado o co­ração, convencido qual se achava de que fora ele o único culpado. Tran­sido de assombro, Ernesto pôde verificar que todas as cenas da tragédia se lhe reconstituíam na delicada película da memória, em apenas segundos, e Desidério, a seu lado, insistia, implacável: "Lembre-se, miserável!... Lembre-se de como vocês dois, cínicos matadores, me eliminaram... Como afastar-me do corpo inerte, sem detestá-los? Enlouquecido de sofrimento e revolta, recusei, enojado, os braços piedosos de enfermeiros que me bus­caram para outras terras, não sei... Já que outra vida me surpreendia, depois da morte, não a desejava senão para a desforra..." (Cap. 20, pp. 160 e 161)(Continua na próxima semana.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita