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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 333 - 13 de Outubro de 2013

JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal

 
 



O meu filho tem cancro…


Mais uma noite de sexta-feira, no Centro de Cultura Espírita, nas Caldas da Rainha, em que teve lugar uma conferência espírita, o passe espírita (tratamento bioenergético) e o atendimento em privado, para algum esclarecimento adicional.

Fátima vinha com ar cansado e dolorido, via-se na sua expressão facial, onde as rugas não escondiam as dores da alma.

Contou-nos o seu drama íntimo: o seu filho, de 40 anos, estava na fase terminal de um cancro no cérebro. (1)

Falámos acerca do que a Doutrina Espírita (ou Espiritismo) pensa do assunto, de como explica as dissemelhanças de oportunidades, alicerçadas na justiça divina e na reencarnação, onde todos somos iguais perante Deus e ninguém é privilegiado.

Conversámos muito, esclarecemos dúvidas. No dia seguinte, Fátima apareceu com uma amiga no Curso Básico de Espiritismo (gratuito), onde estudamos em grupo, com a maior das naturalidades e sem pretensões de ensinar a ninguém: aprendemos em conjunto.

Fátima voltou, voltou e foi voltando, até que, um dia, disponibilizamo-nos para visitar o seu filho.

Ela ficou de ver da viabilidade da visita, sem forçar a vontade alheia. O filho, céptico, e muito marcado pela vida, acedeu em receber-nos.

Ficámos felizes, pois sempre que temos uma oportunidade de sermos úteis, ficamos sempre em débito para com quem nos proporciona tais serviços ao próximo.

No dia marcado, lá fomos, com naturalidade, sem discursos ocos e preparados, pedindo a Deus que nos intuísse para podermos ser úteis.

Nos primeiros segundos, houve uma grande empatia entre o visitante e o visitado.

Não interessava se era céptico ou não. Não interessava se era deste ou daquele clube, desta ou daquela cor. Era um ser humano que está na iminência de largar o corpo de carne, e que estava apavorado em virtude do desconhecido.

Falámos sobre a vida para além da morte, não como crença, mas baseado em fatos, em pesquisas científicas que ainda hoje continuam a ser efetuadas.

Falámos da lógica da vida, dos princípios básicos da doutrina espírita, de como a vida continua no mundo espiritual, de vários casos passados connosco, que atestam a imortalidade do ser humano.

Acima de tudo ficámos amigos.

Como seria bom se todos os moribundos pudessem ouvir
falar de Espiritismo, e assim partissem para o mundo
espiritual em paz e mais serenos…

Voltámos, e agora a conversa era franca: ele sabe que está quase a partir para o mundo espiritual.

Falámos abertamente sobre o que iria acontecer, o que iria sentir, e a confiança estampava-se no seu rosto, levemente molhado por teimosa lágrima que insistia em rolar face abaixo. Ficámos amigos.

Fiquei de voltar. Não sei se voltarei a tempo…

Combinámos que quem partisse primeiro ajudaria o outro quando chegasse a hora do outro partir para o mundo espiritual.

Ficou combinado!

Voltei a casa. Fátima, a sua mãe, dizia-me pelo telefone que se sentia estranha, porque, apesar de tudo, estava muito calma, serena, e a encarar tudo com naturalidade.

Achava ela que devia andar triste, a chorar pelos cantos, a lamuriar-se. Tinha até complexo de culpa por não se sentir mal.

Fátima dizia que, com o que tem aprendido no centro espírita e com os livros de Allan Kardec, parece que a sua vida mudou.

Claro que mudou! Ao entender o porquê da vida, o ser humano acalma-se, esclarece-se, consola-se, percebendo que tudo na vida se encadeia dentro das leis divinas, que são eternas, imutáveis e justas, que a vida continua, e cada um de nós só passa por aquilo que precisa para a sua evolução espiritual, tendo em conta as suas opções do passado e do presente.

Regressando a casa, meditava na grandeza da mensagem espírita, que, esclarecendo, consola, e, consolando, faz com que as pessoas vivam melhor o seu quotidiano, na certeza de que a vida continua, baseada em fatos e não em crenças cegas.

Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a lei”, diz-nos o Espiritismo, que também nos ensina que fora da caridade não há salvação.

(1) Cancro é sinônimo, em Portugal, de câncer.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita