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Correio Mediúnico
Ano 7 - N° 332 - 6 de Outubro de 2013
 
 

 

Surpresa de magistrado

Hilário Silva


Comovidos ante a prece tocante da sofredora mulher, acompanhamo-la à presença do juiz.

Alcançamos a casa solarenga.

Deleitosa varanda. Extenso jardim.

Sem que nos pressentisse, ajudamo-la a tocar a campainha a destacar-se na parede fidalga. Uma serviçal atende prestativa. Movimenta-se.

O magistrado, porém, apenas surge depois de longa espera.

Ouve, de cabeça empertigada, a visitante que chora.

– Doutor – diz ela –, peço-lhe caridade. Meu pobre marido não tem culpa. Temos oito filhinhos passando falta. Oito filhos, doutor! Tenha piedade e ajude-nos! O senhor não ignora que meu pobre Cecino foi sempre um chofer cuidadoso! O homem estava embriagado quando avançou de encontro ao carro!

O juiz, entretanto, não traiu qualquer emoção no olhar frio.

– Que deseja a senhora com semelhante arrazoado? – falou irritadiço. – Quem pensa que sou? A justiça é justiça. Seu marido foi imprudente, desnaturado. Houve premeditação inconteste e sanearei a cidade. Tomá-lo-ei para escarmento aos motoristas criminosos. Profissionais inconscientes! O processo foi corretamente conduzido por mim e a justiça provará que Cecino é um homicida quanto outro qualquer.

– Doutor, compadeça-se de nós! – clamou a infeliz.

– Nada mais tenho a dizer – falou, ríspido, o magistrado, despedindo a interlocutora. 

O juiz voltava, sereno, ao interior doméstico, quando enorme alvoroço estala na rua.

– Socorro! Socorro! Pega o culpado! Pega o culpado!

Populares gritam em desespero. Torvelinho na via pública. Ao lado de luxuoso automóvel, último tipo, agita-se um rapaz aprisionado por homens do povo. Não longe, uma criança morta.

Inteiramo-nos, então, do sucesso triste. Era o filho do juiz, que, no carro da família, em correria desenfreada, acabava de atropelar pequenina indefesa.

Mal refeito do choque, ouvimos alguém que pede em tom respeitoso:

– Licença! Licença!

O juiz passa junto de nós com extrema agonia moral a se lhe estampar no semblante paterno. Abraça o filho com enternecimento de quem se compadece de um louco.

E, naquele dia, o magistrado não pôde comparecer ao fórum...

 

Do cap. 27 do livro A Vida Escreve, de Hilário Silva, obra psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita