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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 331 - 29 de Setembro de 2013

PAULO ARTUR GONÇALVES
pauloarturgoncalves@gmail.com
Paraisópolis, MG (Brasil)

 
 



Resumo Informativo da Doutrina Espírita e as
Leis de Deus
 

Objetivo deste artigo 

Há uma dificuldade do frequentador não assíduo de um Centro Espírita compreender a Doutrina Espírita e se interessar pela leitura de O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo.

O motivo é a não assiduidade dos frequentadores da casa que não frequentam os cursos da doutrina espírita.

Se feito o estudo d’O Livro dos Espíritos em forma sequencial das questões, eles sempre acabam por perder o fio da meada.

Além disso, O Livro dos Espíritos é muito extenso e consome quase um ano, estudando questões por questões em uma reunião por semana.

Esta série de artigos, “Resumo Informativo da Doutrina Espírita”, objetiva fazer abordagens condensadas do essencial da doutrina espírita constante em O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo.

O objetivo é que cada artigo resuma um assunto por inteiro.

Estes resumos, se utilizados como suporte a palestras, estas terão começo meio e fim em até uma hora.

Estes resumos informativos também visam dar um panorama geral a pessoas que querem saber um pouco sobre o Espiritismo.

A ideia por trás disto é mostrar o assunto na forma top down para despertar o interesse por conhecê-lo na totalidade e, neste caso, deverá ser utilizado O Livro dos Espíritos e/ou O Evangelho segundo o Espiritismo.

As frases escritas em caracteres itálicos são de autoria de Allan Kardec e foram “pescadas” n’O Livro dos Espíritos.

Introdução

Uma das primeiras coisas que nos ensinaram era que os 10 mandamentos bíblicos seriam a lei de Deus.

Estes 10 mandamentos não são a lei natural e moral de Deus e, sim, leis de um código civil simplificado, que Iahweh, o deus bíblico, ditou a Moisés.

Eles contêm também alguma coisa das leis morais.

Na Bíblia, Deuteronômio - Cap. 5 v 6 a 21, temos os 10 mandamentos: 

No primeiro, Iahweh se impõe como sendo ele o único deus do povo de Israel e exige exclusividade em relação aos demais deuses. 

I. Eu sou o senhor, vosso deus, que vos tirei do Egito, da casa de servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. - Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano, porque eu, o senhor vosso deus, sou deus zeloso, que puno a iniquidade dos pais nos filhos, na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e uso de misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. (grifos meus) 

No segundo, ele exige respeito com o uso de seu nome.

II. Não pronunciarás para um uso vão o nome do senhor, teu deus; porque o senhor não terá por inocente aquele que tiver pronunciado para um uso vão o seu nome. 

No terceiro, ele estabelece o descanso semanal.

III. Guardarás o dia de sábado e o santificarás, como te ordenou o senhor, teu deus. Trabalharás seis dias... 

No quarto, ele visa agregar a família.

IV. Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o senhor, para que prolonguem teus dias e prosperes sobre a terra que te deu o senhor, teu deus.  

Do quinto ao décimo, quatro proibições primárias, sendo:

a) Assassinato:

V. Não matarás.

b) Adultério por ato ou pensamento:

VI. Não cometerás adultério; 

IX. Não desejarás a mulher do teu próximo.

c) Roubo por ato ou pensamento:

VII. Não furtarás;

X. Não cobiceis sua casa, nem seu campo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem o seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence.

d) Uma regra ética de boa convivência:

VIII. Não levantarás falso testemunho contra teu próximo.

OBS:

As regras “b” e “d” são complementadas em Deuteronômio, 22:22, e em Levítico, capítulo 20, de 7 a 21, onde Iahweh regulamenta a poligamia e estabelece restrições ao relacionamento sexual, visando combater o adultério (então, o maior mal de Israel) e o homossexualismo.        

Em outras passagens da bíblia, Iahweh, como Espírito guerreiro, estabelece regras bárbaras de como tratar os povos conquistados e repartir o produto do saque.

Estas regras hoje são crimes contra a humanidade.

Vide: Deuteronômio, cap. 20 v 10 a 16, e, Êxodo, cap. 30 v 11 a 16.  

Iahweh era um deus no sentido de ser um Espírito-guia do povo de Israel.  

O uso da palavra deus, para designar guia ou intermediário entre Deus e o homem, remonta da mais longínqua antiguidade, como, por exemplo, no Livro dos Mortos do Antigo Egito, antes mesmo do advento da bíblia.

No Livro dos Mortos, Anúbis, Íris, Maat, Osíris etc. eram deuses, e Deus era chamado por nomes próprios como Emen-Rá (a luz oculta), Atum-Rá (o começo e o fim de toda a luz) e Eaau (poder que foi polarizado e expandido, criando o universo).

Também o descreviam como “Nenhum dos seus pensamentos pode concebê-Lo, nenhuma linguagem pode defini-Lo: O que é incorpóreo, sem forma, invisível e não pode ser apreendido pelos nossos sentidos; O que é eterno e não pode ser mensurado pelos critérios limitados do tempo. Ele é inefável (algo que não pode ser expresso com palavras)”. 

Jesus usava a palavra Pai e fez alguma referência a deuses, dizendo, por exemplo, aos apóstolos: “vós sois deuses”.

Também no evangelho apócrifo de Tomé, no Versículo 30, Jesus disse: “Onde há três deuses, eles são deuses. Onde há dois ou um, eu estou com ele”.  

Na data de hoje o Budismo se refere aos Espíritos no topo da sua escala da evolução (Espíritos puros na escala Kardequiana) como sendo deuses. 

Assim, o deus único de Israel acabou sendo confundido com a unicidade de Deus, e esta confusão persiste até os dias de hoje onde várias religiões dizem que seu deus é único.

Assim, as religiões abraâmicas/cristãs (católicos, ortodoxos, protestantes, evangélicos etc.) adotam o deus Iahweh como sendo Deus, variando somente os dogmas, ritos, e formas de interpretação da bíblia.

O Espiritismo conceitua e busca Deus. 

As leis de Deus 

Sobre as leis de Deus n’O Livro dos Espíritos - Parte Terceira, nos capítulos de I a XII, Allan Kardec diz: 

A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem; ela lhe indica o que deve ou não fazer, e ele é infeliz somente quando se afasta dela: A lei natural Eterna e imutável como o próprio Deus. 

Deus não pode se enganar; são os homens que são obrigados a mudar suas leis, porque são imperfeitos; mas as leis de Deus são perfeitas. A harmonia que rege o universo material e o universo moral é fundada sobre as leis que Deus estabeleceu para toda a eternidade.

Todas as leis da natureza são leis divinas, uma vez que Deus é a causa de todas as coisas. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda as leis morais e as pratica. 

Uma vez que o homem traz escrito na consciência a lei de Deus, há necessidade que ela lhe seja revelada para que aflore.

Assim, Deus deu a alguns homens a missão de revelar Sua lei.  

A lei natural pode ser dividida em onze partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade e perfeição moral.

O tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo foi Jesus.

A seguir passamos a resumir estas leis.

1. Lei da adoração:

É a elevação do pensamento a Deus.

Pela adoração, a alma (Espírito encarnado) se aproxima d’Ele.

A verdadeira adoração é a do coração.

Em todas as vossas ações, imaginai sempre que o Senhor está convosco.

Esta lei é equivalente a Amar a Deus sobre todas as coisas.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. Objetivo da adoração; - 2. Adoração exterior; - 3. Vida contemplativa;

- 4. A prece; - 5. Panteísmo; - 6. Sacrifícios.

2.  Lei do Trabalho:

O trabalho é uma lei natural, por isso mesmo, é uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta suas necessidades e prazeres.

Ao trabalhar o homem promove o progresso.

O estudo desta lei está subdividido em:

1. Necessidade do trabalho; - 2. Limite do trabalho. Repouso.

3. Lei da Reprodução:

Isso é evidente; sem a reprodução, o mundo corporal acabaria.

Esta lei se aplica ao reino vegetal e animal, incluindo aí o homem.

É necessário e permitido ao homem que entenda melhor esta lei, atuando nela.

Portanto, criar novas espécies de vegetais, fazer clones de animais, criar fetos humanos em provetas, etc., e é aprendizado segundo a Lei do progresso.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. População do globo; - 2. Sucessão e aperfeiçoamento das raças;

- 3. Obstáculos à reprodução; - 4. Casamento e celibato; - 5. Poligamia.

4. Lei da Conservação:

O instinto de conservação foi dado a todos os seres vivos, seja qual for o grau de inteligência.

Para uns, nos animais, por exemplo, é puramente mecânico, já que o instinto é um tipo de inteligência.

Para outros, os homens, parte dele permanece mecânico, como instinto (nossas reações automáticas na presença do perigo), e parte dele podemos submeter nossa inteligência racional, submetendo-o à nossa vontade, já que em alguns casos podemos controlar o instinto.

O instinto de conservação, que nos foi útil no reino animal na forma mecânica, tende a desenvolver o egoísmo no homem.

Sendo o egoísmo um dos maiores dos males, ele nos atrapalha e deve ser transformado em fraternidade, humildade, amor etc., para que a raça humana tenha a felicidade neste mundo, como prometeu Jesus.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. Instinto de Conservação; - 2. Meios de conservação;

- 3. Gozo dos bens terrenos; - 4. Necessário e supérfluo;

- 5. Privações voluntárias Mortificações.

5. Lei da destruição:

É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar.

O que chamamos destruição é apenas transformação, que tem por objetivo a renovação e o melhoramento dos seres vivos.

Diz a lei de Lavoisier: “Nada se perde nada se cria, tudo se transforma”. 

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. Destruição necessária e destruição abusiva; - 2. Flagelos destruidores;

- 3. Guerras; - 4. Assassínio; - 5. Crueldade; - 6. Duelo; - 7. Pena de morte.

6. Lei de Sociedade:

A vida social é uma obrigação natural.

Deus fez o homem para viver em sociedade.

Deus deu-lhe a palavra e todas as demais faculdades necessárias ao relacionamento.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. Necessidade da vida social; - 2. Vida de insulamento. Voto de silêncio; - 3. Laços de família.

7. Lei do Progresso:

O estado natural é o estado primitivo.

A civilização é incompatível com o estado natural, enquanto a lei natural contribui para o progresso da humanidade.

O estado natural é a infância da humanidade, é o ponto de partida de seu desenvolvimento intelectual e moral.

O homem, tendendo à perfeição e tendo em si o germe de seu aperfeiçoamento, não está destinado a viver perpetuamente no estado natural, como não foi destinado a viver perpetuamente na infância.

O estado natural é transitório, o homem liberta-se dele pelo progresso e pela civilização. A lei natural, ao contrário, rege a humanidade inteira e o homem se aperfeiçoa à medida que melhor compreende e pratica essa lei.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. Estado de natureza; - 2. Marcha do progresso; - 3. Povos degenerados; - 4. Civilização; - 5. Progresso da legislação humana;

- 6. Influência do Espiritismo no progresso.

8. Lei de Igualdade:

Todos os homens são iguais perante Deus.

Todos tendem ao mesmo objetivo e Deus fez suas leis para todos.

Muitas vezes, dizeis: “O Sol nasce para todos” e aí está uma verdade maior e mais geral do que pensais.

Todos os homens são submissos às mesmas leis da natureza; todos nascem com a mesma fraqueza, sujeitos às mesmas dores, e o corpo do rico se destrói como o do pobre.

Portanto, Deus não deu a nenhum homem superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos são iguais diante de Deus.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. Igualdade natural; - 2. Desigualdade das aptidões; - 3. Desigualdades sociais; - 4. Desigualdade das riquezas; - 5. As provas de riqueza e de miséria; - 6. Igualdade dos direitos do homem e da mulher;

7. Igualdade perante o túmulo.

9. Lei de Liberdade:

Não há liberdade absoluta, porque todos necessitam uns dos outros, tanto os pequenos quanto os grandes.

O estudo desta lei está subdividido em:

 - 1. Liberdade natural; - 2. Escravidão; - 3. Liberdade de pensar; - 4. Liberdade de consciência; - 5. Livre-arbítrio; - 6. Fatalidade; - 7. Conhecimento do futuro; - 8. Resumo teórico do móvel das ações do homem. 

10. Lei de Justiça, Amor e Caridade:

O sentimento de justiça é tão natural que vos revoltais com o pensamento de uma injustiça.

O progresso moral desenvolve, sem dúvida, esse sentimento, mas não o dá.

Deus o colocou no coração do homem; por isso encontrareis, muitas vezes, nos homens simples e primitivos, noções mais exatas de justiça do que naqueles que têm muito conhecimento. 

“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois, amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.

A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. Justiça e direitos naturais; - 2. Direito de propriedade. Roubo;

- 3. Caridade e amor do próximo; - 4. Amor materno e filial.

11. Lei da Perfeição Moral:

Todas as virtudes têm seu mérito, porque indicam progresso no caminho do bem.

Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências; mas a sublimidade da virtude é o sacrifício do interesse pessoal pelo bem de seu próximo, sem segundas intenções.

“A mais merecedora das virtudes nasce da mais desinteressada caridade.”

O Espírito prova sua elevação quando todos os atos de sua vida são a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.

Esta lei é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras. Foi por este motivo que Jesus a focou com maior força.

O estudo desta lei está subdividido em:

- 1. As virtudes e os vícios; - 2. Paixões; - 3. O egoísmo;

- 4. Caracteres do homem de bem; - 5. Conhecimento de si mesmo.

Nota importante:

Kardec deixou bem claro, ao explicar esta lei, que ela era a mais importante e ainda disse que foi por este motivo que Jesus a focou com maior força.

Kardec também preferiu tratar deste enfoque de Jesus em um livro em separado que é O Evangelho segundo o Espiritismo.

Por este motivo também não a estou focando aqui, por preferir, a exemplo de Kardec, fazer para elas um resumo informativo em separado, tratando, entre outros, dos seguintes tópicos:

Bem-aventurados os aflitos.
Bem-aventurados os pobres de espírito.
Bem-aventurados os que têm puro o coração.
Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos.
Bem-aventurados os que são misericordiosos.
Amar o próximo como a si mesmo.
Amai vossos inimigos.
Fazer o bem sem ostentação.
Fora da Caridade não há salvação.
Sede perfeitos.

 

Reencarnação:

Muito embora Kardec não tenha elencado a reencarnação como sendo uma lei natural, acho importante relacionar este assunto aqui por ser uma forma da humanidade progredir, no estágio em que estamos, alternando experiências no plano espiritual e físico.

Pela sua importância, este assunto será tratado em um resumo informativo em separado, da mesma forma que Kardec preferiu fazê-lo. 

Os que quiserem um detalhamento maior devem ler O Livro dos Espíritos - Parte Terceira - Capítulos de I a XII - Allan Kardec.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita