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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 329 - 15 de Setembro de 2013

JOSUÉ DOUGLAS RODRIGUES 
josuedouglas.br@gmail.com
Itanhaém, SP (Brasil)

 
 



Os boatos


A capacidade para difundir-se rapidamente, mantendo sua força nefasta é uma das mais terríveis características da mentira. Isso acontece porque, além de encontrar guarida na mente humana, a mentira conta com o hábito, quase compulsivo, da maioria dos indivíduos em repassar a terceiros, fatos e ocorrências que contenham quaisquer traços de novidade, independentemente da veracidade do conteúdo. Essa é a alma dos boatos, quer digam respeito a fatos sociais significativos de repercussão mundial, quer se atenham a detalhes da vida pessoal de vizinhos, celebridades ou colegas de trabalho. O impulso de comunicar uma novidade sobrepõe-se de tal maneira a tudo, que praticamente inibe qualquer iniciativa de questionamento quanto à procedência e consistência da informação, criando assim, na malha social, um meio eficaz de difusão da mentira, com um efeito multiplicador exponencial, capaz de atingir milhões de indivíduos em curto espaço de tempo.

De acordo com o velho adágio popular que diz que “Quem conta um conto aumenta um ponto”, devemos considerar, ainda, o efeito cumulativo das distorções mentirosas. Em outras palavras, a cada repasse de um fato, acrescenta-se a este, de forma consciente ou não, mais um ingrediente falso, fruto da imaginação. Todos sabemos quão distorcidos podem ficar os fatos, após terem passado, de boca em boca, por dezenas de vezes.

Se considerarmos, nesse cenário, o papel dos veículos de comunicação em massa – a chamada mídia – teremos, como resultado, a difusão instantânea de mentiras por todo um país ou, mesmo, por todo o globo.

Tamanha capacidade dispersiva tem provocado, ao longo da história humana, estragos e tragédias inumeráveis. Calúnias e difamações cruéis já destruíram relacionamentos familiares e sociais, destroçando almas bem-intencionadas, provocando contendas intermináveis e até guerras.

Se não há grandes novidades nas reflexões acima, quanto à capacidade de difusão própria da mentira, cabe aqui refletirmos sobre nossa postura, enquanto indivíduos, nesse fluxo contínuo e destrutivo. Somos e seremos responsáveis por todo o mal decorrente das mentiras por nós transmitidas ou criadas, assim como pelas distorções deliberadas ou decorrentes de displicência, ao repassarmos os fatos. Cabe, inclusive, questionarmos a real necessidade desses repasses e nossas verdadeiras motivações ao fazê-los. O que nos leva a relatar fatos e ocorrências de maneira tão compulsiva? Estaremos, ao fazer isso, buscando algo construtivo, que agregue algum benefício ao destinatário de nossas informações? Quais nossas reais intenções? Que prazer sórdido é esse que nos induz a comentar aspectos supostamente negativos da vida alheia?

Mesmo quando temos absoluta certeza quanto à veracidade de um fato, que direito temos de divulgá-lo, se inclui informações negativas sobre terceiros? O próprio Código Penal brasileiro, no Artigo 139, reconhece como crime a atitude de “Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação” e, ainda que advogados e juristas possam discutir o que pode ou não ser ofensivo à reputação de alguém, o bom senso, a caridade, a indulgência, a prudência e as mais básicas noções de educação e elegância imploram por nosso silêncio e discrição.

Importa, pois, estabelecermos um crivo em nossos impulsos ao falarmos da vida alheia. O discernimento deve vir antes das palavras proferidas, calando-as, se necessário, abrandando-as, se conveniente, ou alterando-as, com a finalidade de torná-las edificantes. Quando nossas palavras expressarem apenas o que foi previamente considerado por nosso discernimento maduro, é certo que falaremos menos e, no entanto, seremos mais apreciados pelos demais e, principalmente, por nós mesmos, porque seremos verdadeiros.

A Doutrina dos Espíritos, que vem tornar mais claros os ensinamentos de Jesus, aplicando-os a situações comuns da jornada humana, ensina-nos sobre a atitude nobre que se contrapõe àquelas que fomentam boatos: a indulgência, abordada em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo X, item16:

... A indulgência não vê os defeitos alheios e, se os vê, evita comentá-los e divulgá-los. Oculta-os, pelo contrário, evitando que se propaguem, e se a malevolência os descobre, tem sempre uma desculpa à mão para os disfarçar, mas uma desculpa plausível, séria, e não daquelas que, fingindo atenuar a falta, a fazem ressaltar com pérfida astúcia.

A indulgência jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço, mas ainda assim com o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados...

Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência acalma e corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita. (José, Espírito protetor. Bordeaux, 1863)

Que guia valioso, a Doutrina dos Espíritos! As instruções prosseguem, no mesmo capítulo, dos itens 17 ao 21, demonstrando, com argumentos incontestáveis, a postura sábia e madura, que deve manter todo aquele que busca a paz e a serenidade interior, tão necessárias ao aprendizado e à evolução espiritual.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita