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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 329 - 15 de Setembro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


E a Vida Continua...

André Luiz

(Parte 14)

Continuamos nesta edição o estudo da obra E a Vida Continua, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. É correto dizer que nós, criaturas comuns, carregamos ainda o imenso fardo de desejos deprimentes?

Segundo o Instrutor Ribas, sim. De acordo com sua avaliação, somos, de modo geral, Espíritos endividados perante as Leis Divi­nas, e estamos situados na faixa de expressiva transição, a transição do amor narcisista para o amor desinteressado. Temos teorias de santificação para o sentimento, mas, na essência, somos simples iniciantes na prática. Na esfera dos pensamentos nobres, assimilamos o influxo dos Planos Glo­riosos; todavia, no campo dos impulsos inferiores, carregamos ainda o imenso fardo de desejos deprimentes, que se constituem de vigorosos ape­los à retaguarda. (E a Vida Continua, cap. 15, pp. 115 e 116.)  

B. No tocante à questão sexual, encontramo-nos ainda em trânsito da poligamia para a monogamia?

Sim. O homem terrestre, apesar de sua inteligência refinada, ainda oscila, de modo geral, entre animalidade e humanização, embora existam na Terra casos particulares de criaturas que já se encaminham da hu­manidade para a angelitude. "A maioria de nós outros, os Espíritos capitulados na escola da Terra nos achamos em trânsito da poligamia para a monogamia, com referência à devoção sexual”, diz o Instrutor Ribas. Decorre daí, segundo ele, o impositivo de vigilância sobre nós mesmos, sabendo-se que o sexo é faculdade criativa, nos domínios do corpo e da alma. (Obra citada, cap. 15, pp. 117 e 118.)

C. Quem era o Espírito que teve a reencarnação frustrada em face do aborto sofrido por Evelina?

Como Evelina julgava que Túlio se suicidara por culpa dela, e tinha remorsos por causa disso, ela atraiu para o próprio claustro materno o Espí­rito sofredor de um irmão suicida, sentenciado pela própria consciência a experimentar a provação de um corpo frustrado, de modo a valorizar com mais respeito o divino empréstimo da existência física. A maternidade malograda lhe proporcionara, portanto, ensejo a preciosas reparações. "Somos mecanica­mente impelidos para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas”, explicou o Instrutor Ribas. Foi por isso que ela se converteu automatica­mente em desventurada mãe de um companheiro suicida, no anseio de expiar a própria falta. (Obra citada, cap. 15, pp. 119 e 120.)

Texto para leitura 

53. O assédio de Túlio Mancini - Observando o assédio e os gestos de desconsideração que Túlio passou a assumir, a senhora Serpa tentou recuar e replicou, valo­rosa: "Túlio, contenha-se! Não sabe você que desposei Caio, que tenho a responsabilidade de um lar?" O rapaz resmungou qualquer coisa e prosse­guiu: "Evelina, sei que você não é indiferente ao que sinto! Vamos!... Diga que me atende!..." Ato contínuo, intentou beijá-la, mas ela, embora possuída de assombro e temor, reagiu indignada: "Túlio, que é isto? es­tará você louco?" Ele respondeu, confessando haver pensado nela, dia e noite, desde que foi ferido à bala por Caio. Evelina se como­veu com a declaração do moço, mas objetou, firme: "Compreendo a sua es­tima e agradeço a lem­brança, mas julga você justo atacar-me assim, des­respeitosamente, quando já lhe falei que tenho um marido e, por isso mesmo, contas a prestar?" Mancini silenciou por momentos; em seguida, exibiu nos olhos esgazeados a perturbação que lhe passou a senhorear os mecanismos da mente, transfigu­rou o pranto em escárnio e desfez-se numa gargalhada terrível. "Um ma­rido!... Um marido, aquele crápula!...", zom­bou. "O povo de onde venho agora, o povo da terra da liberdade, tem toda a razão... Entendo, você agora faz parte dos santos, mas eu não sou mas­carado. Sou o que sou, um homem com as funções que me são próprias... Quero você e isso a escanda­liza? Boa piada!... Você é uma mulher como as outras, você não é melhor do que todas aquelas que conheço na terra da liberdade, apenas com a di­ferença de que você se oculta na capa andrajosa da disciplina..." "Sim – suspirou Evelina, magoada –, não nego a minha fragilidade humana... Não acredita você, porém, que a disciplina é a me­lhor maneira de educar-nos e dignificar os nossos sentimentos?" "Ah! Ah! Ah!... – ironizou Túlio – obediência é a camisa-de-força em que os hi­pócritas metem os simples, mas você mudará de ideia..." (Evelina agoniada confiou-se à prece muda, im­plorando socorro aos poderes da Vida Maior, enquanto Túlio avançava, zom­bando.) "Olhe para dentro de si mesma – disse ele – e verificará seu disfarce... Você é um anjo de pé de chumbo, igual aos outros macacos fantasiados que andam por aí. Largue mão disso... Todos somos livres!... Livres filhos da Natureza para fazer o que quisermos!... Proclame a sua independência se não deseja acabar na senzala dos Tartufos da sujei­ção!..." Dito isto, Mancini investiu para ela e estava prestes a agarrá-la, quando alguém bateu à porta. Era um mensageiro enviado pelo Instrutor Ribas, que reclamava a presença da jo­vem. Evelina respirou aliviada e saiu, enquanto Túlio voltou à casa de reajuste, onde foi recolhido à cela especial, destinada a serviço de se­gregação e tratamento. (Cap. 14, pp. 112 a 114) 

54. Carregamos ainda o fardo de desejos deprimentes - Atendendo à solicitação de Ernesto e Evelina, que ansiavam por esclarecimentos, no embaraço que a presença de Túlio lhes impunha à mente, o Instrutor Ribas ouviu-os, pacientemente. Que significava a perturbação do rapaz? como po­deriam, notadamente Evelina, auxiliá-lo corretamente? seria lícito rogar ao Instituto alguma informação quanto às acusações de Túlio contra Caio Serpa? O Instrutor esclareceu: "Vocês já reiteraram diversos pedidos de acesso ao trabalho espiritual, não estranhem se chegou a hora de começar. Túlio Mancini é o marco de início da obra redentora que abraçam. Investi­guem os próprios corações, especialmente nossa irmã Evelina, e verifiquem a pena que as dificuldades dele lhes causam. Onde o amor respira equilí­brio, não há dor de consciência e não existe dor de consciência sem culpa". Como Evelina lhe pedisse orientação segura para agir, o Instrutor indagou-lhe: "Irmã Evelina, que sensações foram as suas, em se vendo a sós com o amigo recém-visto?" A jovem admitiu ter voltado às lembranças do passado, ao revê-lo, e sentiu-se transportada à juventude, mas se con­teve ao recordar seus compromissos conjugais. "Fez muito bem – asseverou Ribas –, ainda assim, o seu coração falou sem palavras, provocando no­vas sequências do desajuste emocional de que Mancini foi vítima, na expe­riência terrestre, em grande parte motivado por suas promessas não cum­pridas." "Oh! meu Deus!...", balbuciou Evelina, mas o Instrutor prosse­guiu: "Não se aflija. Somos Espíritos endividados, perante as Leis Divi­nas, e estamos situados na faixa de expressiva transição, a transição do amor narcisista para o amor desinteressado. Temos teorias de santificação para o sentimento, mas, na essência, somos simples iniciantes na prática. Na esfera dos pensamentos nobres, assimilamos o influxo dos Planos Glo­riosos; todavia, no campo dos impulsos inferiores, carregamos ainda o imenso fardo de desejos deprimentes, que se constituem de vigorosos ape­los à retaguarda". (Cap. 15, pp. 115 e 116) 

55. Oscilamos ainda entre animalidade e humanização - Ribas estava querendo dizer que o homem terrestre, apesar de sua inteligência refi­nada, ainda oscila, de modo geral, entre animalidade e humanização, em­bora existam casos particulares de criaturas que já se encaminham da hu­manidade para a angelitude. "A maioria de nós outros, os Espíritos capi­tulados na escola da Terra – informou o Instrutor –, nos achamos em trânsito da poligamia para a monogamia, com referência à devoção sexual. Decorre daí o impositivo de vigilância sobre nós mesmos, sabendo-se que o sexo é faculdade criativa, nos domínios do corpo e da alma." Dirigindo-se, especialmente, a Evelina, Ribas comentou: "Compreensível, minha irmã, que você houvesse registado o fenômeno da atração de que dá notícia e muitíssimo justa a continência a que se determinou, exortando o raciocí­nio claro e responsável a frenar o coração imaturo. Ninguém atingirá o porto da dignidade espontânea, sem viajar, por longo tempo, nas correntes da vida, aprendendo a manejar o leme da disciplina. Embora isso, porém, saibamos debitar a nós próprios os erros que perpetramos, no tocante aos valores afetivos, a fim de saná-los ou resgatá-los em momento oportuno." "Túlio terá cometido muitos disparates, até agora; no entanto, a sua consciência de mulher não se eximirá, com certeza, aos compromissos que lhe cabem no assunto." Evelina ouviu essas considerações e perguntou como poderia apagar seu débito para com o ex-namorado. "Auxiliando-o a limpar as próprias emoções, como se purificam as águas de um poço barrento", respondeu-lhe o Instrutor, que, retirando de curioso arquivo uma ficha, informou que Mancini efetivamente perdera o corpo físico pela ação deli­tuosa de Caio Serpa. Vítima da desencarnação prematura, o rapaz perambu­lara, algum tempo, à feição de sonâmbulo na paisagem terrena que lhe ser­vira de fundo à tragédia, sendo, mais tarde, recolhido, ali mesmo, na ci­dade em que lhe pesquisavam agora a situação. Ficara neste sítio alguns meses; no entanto, a paixão que Evelina lhe insuflara levianamente na alma fixara nela e em torno dela os pensamentos. Tornara-se, à vista disso, arredio ao próprio reerguimento, acabando por fugir no rumo do te­nebroso distrito da inteligência desenfreada, onde se entregara, nos últi­mos anos, a desvarios diversos. (Cap. 15, pp. 117 e 118) 

56. A justiça divina funciona em nós mesmos - Na terra da liberdade, vinculado à lembrança de Evelina, que lhe acalentara tantos sonhos de ventura, ele se viciara, desconsiderando a própria respeitabilidade. Re­tornando, porém, àquele pouso de consolação e reequilíbrio, por efeito do reencontro com sua eleita, fora agraciado com novo ensejo de reeducação. A exposição feita pelo Instrutor impressionou vivamente a Fantini e sua amiga, devido à sua lógica irretorquível. Ribas, no entanto, prosseguiu: "Podemos dizer-lhe, minha irmã, que, por seus méritos indiscutíveis, ben­feitores e amigos de que dispõe na Espiritualidade Maior rogaram aos agentes da Divina Justiça não lhe permitissem a desencarnação sem começar o processo de sua reabilitação espiritual na Terra mesmo... Assim é que, através da onda mental dos remorsos que lhe ficaram, à face do suposto suicídio de Mancini, você atraiu para o próprio claustro materno o Espí­rito sofredor de um irmão suicida, sentenciado pela própria consciência a experimentar a provação de um corpo frustrado, de modo a valorizar com mais respeito o divino empréstimo da existência física". "Como é fácil de ver, as angústias da maternidade malograda lhe foram extremamente úteis na Terra, por lhe haverem proporcionado ensejo a preciosas reparações." Quanto a Mancini, seu sofrimento decorria do fato de haver antes inten­tado o suicídio, o que deu a Caio Serpa o molde do crime. "Estamos exami­nando, entre amigos – aclarou o Instrutor –, a lei de causa e efeito. Compreendamos que a justiça funciona em nós mesmos..." "Somos mecanica­mente impelidos para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas. Suscitando ideias de autodestruição na mente de um homem cujas atenções granjeara, Evelina transportou-se da irreflexão para o arrependimento, depois de verificar-lhe a derrocada moral numa em­presa gorada de suicídio, procurada conscientemente. Apenas aí, coagida pela compunção, nossa irmã percebeu que agira em prejuízo do rapaz de quem obtivera integral confiança, lesando, em consequência, a si própria. Lastimando Mancini, deplorava a si mesma e, nesse estado de emoções nega­tivas, fez-se vaso de uma entidade nas condições em que supunha haver precipitado o moço menos feliz. À vista disso, converteu-se automatica­mente em desventurada mãe de um companheiro suicida, no anseio de expiar a própria falta." Endereçando afetuoso olhar para Evelina, Ribas con­cluiu: "Enunciando inconscientemente o desejo de exculpar-se, o seu pro­pósito alcançou o coração de amigos e benfeitores no Mundo Espiritual que lhe advogaram a concessão da bênção a que já nos referimos. Você padeceu, pois, antes da desencarnação, a pena de que se julgava merecedora, se­quiosa que se achava de propiciar a Mancini a supressão do mal que lhe havia causado". (Cap. 15, pp. 119 e 120) (Continua na próxima semana.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita