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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 329 - 15 de Setembro de 2013

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 
 



Desenvolvendo a capacidade de apreciação


É sempre importante frisar que, quando alguém opta pela religião espírita, está deliberadamente se comprometendo a enfrentar um seriíssimo desafio diuturno, isto é, o de ser um indivíduo melhor em todas as latitudes e contextos. Parece pouco quando tal repto é declarado de forma simples e objetiva. Mas não é. Trata-se de um esforço que abarcará toda uma vida e com claros desdobramentos às outras. Tomada tal decisão – que, aliás, assusta a muitos, levando grande número de simpatizantes do Espiritismo a debandar logo aos primeiros contatos com o conteúdo da doutrina –, cabe ao profitente encetar a jornada rumo à perfeição que Jesus claramente explicitou em sua mensagem libertadora.

Posto isto, gostaríamos de tecer algumas rápidas considerações a respeito da qualidade e/ou virtude da apreciação. Os dicionários normalmente estendem o significado dessa palavra para além do seu sentido corriqueiro (isto é, avaliação, julgamento e análise) apresentando também uma acepção voltada ao ato de qualificar alguém de maneira positiva, de demonstração de estima e assim por diante. Portanto, é nessa segunda categoria que pretendemos nos concentrar. A propósito, apreciação é outro tema que vem recebendo crescente interesse por parte da ciência. Nesse sentido, destacados pesquisadores têm argumentado que se trata de uma disposição que representa um importante papel no bem-estar psicológico, bem como na construção e manutenção de laços sociais.1 Além disso, acredita-se que o sentimento de apreciação promove, por extensão, um descanso melhor e encoraja a ajudar e construir confiança nas relações humanas.

De modo geral, apreciação é definida como “reconhecer o valor e significado de alguma coisa – um evento, uma pessoa, um comportamento, um objeto – e um sentimento de emoção positiva com isto”.2  As descobertas apontam sobre a existência de diferenças individuais – às vezes, gritantes – em termos de capacidade de demonstração de apreciação. De fato, não é difícil constatar que existem pessoas que apresentam enorme dificuldade de tecer um elogio, palavra de incentivo, apoio, reconhecimento, enfim, a outra. Talvez absorvidas pelos pensamentos de autopreservação de espaço e poder, pouco ou nada proferem no terreno da apreciação aos seus semelhantes. Especulamos que tais pessoas se encastelam de tal maneira na esfera do egoísmo que, para elas, elogiar alguém soa como algo perigoso e ameaçador ao seu status quo. Dotadas de um ego sem limites, simplesmente não aceitam que outros também possam desfrutar de um apreço natural como decorrência do seu esforço e trabalho. Os cientistas argumentam ainda que apreciação é um fator-chave envolvendo desempenho e bem-estar numa série de domínios da vida (especialmente, trabalho, família e comunidade).2  

Com efeito, a maioria das pessoas passa a maior parte das suas vidas num ambiente de trabalho. Assim sendo, “[...] Quando as pessoas e as equipes de trabalho sentem-se apreciadas e apoiadas, elas provavelmente se sentirão mais profundamente conectadas à organização como um todo, levando a uma maior conexão espiritual com algo além delas próprias. Além disso, há alguma evidência de que comportamentos altruísticos espalham-se para outros além daqueles inicialmente envolvidos [...]”.2 

O que é extremamente relevante é a conclusão da ciência de que “Apreciação pode ser uma expressão da vida espiritual [...]”.2 Circunscrevendo a nossa análise em torno das relações humanas, nota-se, portanto, que saber apreciar o esforço, trabalho e realizações de um companheiro, parente ou conhecido, por exemplo, é demonstração de progresso espiritual. Quem consegue a proeza de elogiar alguém imbuído de sinceridade e respeito sinaliza maturidade psicológica e elevação interior. Tal conquista torna-se digna de nota particularmente quando se considera que vivemos num planeta onde a competição por espaços é duríssima e, às vezes, destituída de ética, sem falar na obsessão de buscar monopolizar as atenções, não raro, diminuindo os feitos dos outros. Analisando essa problemática, pesquisadores brasileiros recentemente declaram que: “[...] Ser competente significa ter capacidade de competir, concorrer, rivalizar-se, entrar em confronto com alguém. [...]”.3

Por outro lado, o Centro Espírita, na condição de lócus gerador de amparo e elucidação de pessoas que normalmente buscam algo mais na vida além dos interesses materiais, propicia consideráveis oportunidades de se externar o potencial de apreciação. Na verdade, a sua própria configuração, missão esposada e valores albergados facultam aos trabalhadores – Espíritos geralmente buscando consciente processo evolutivo – inúmeras ocasiões à apreciação, tais como: ao dirigente que demonstra pulso e equilíbrio nas decisões, ao colega que profere palestra sobre tema edificante, ao socorrista que orienta frequentadores em desespero, à atendente que distribui sorrisos e olhares encorajadores, e assim por diante.

Pode-se mostrar apreciação aos que persistem no tratamento, aos que buscam a leitura iniciadora, aos que comparecem aos trabalhos com assiduidade, aos que se empenham em fazer a reforma íntima etc. Assim sendo, ter a capacidade de externar apreciação pelos outros é manifestação de grandeza d’alma. É entender e respeitar o valor do outro. É sinal, enfim, de quem já atingiu a sabedoria de compartilhar sentimentos positivos e alentadores sem segundas intenções. E sem a conquista de tal predicado, certamente não se chegará à perfeição. 

 

Bibliografia

1.      Adler, M.G. and Fagley, N.S. (2005). Appreciation: individual differences in finding value and meaning as a unique predictor of subjective well-eing. Journal of Personality, 73(1), 79-114.

2.      Fagley, N.S. & Mitchel G. Adler, M.G. (2012): Appreciation: a spiritual path to finding value and meaning in the workplace, Journal of Management, Spirituality & Religion, 9(2), 167-187.

3.      Oliveira, L.C.V., Kilimnik, Z.M. e Oliveira, R.P. (2013). Da gerência para a docência: metáforas do discurso de transição. REAd – Revista Eletrônica de Administração, 75(2), 301-329. 


 


 


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