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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 327 - 1º de Setembro de 2013

VLADIMIR POLÍZIO
polizio@terra.com.br
Jundiaí, SP (Brasil)

 
 


Ruy Barbosa, por ele mesmo


A dureza de coração, qualidade que sustenta os pendores do ser inteligente na Terra, envolve a grande maioria das pessoas.

Esse pensamento, não só está presente na era atual, nessa em que estamos vivendo, como também fez parte de toda a eternidade, haja vista que trazemos conosco os germes do bem e do mal a nos instigar a todo momento.

Em contrapartida, a história nos tem dado notícias de qualidades especiais de personagens que já viveram por aqui e que partiram deixando marcas indeléveis no âmbito das famílias, das cidades ou do próprio país, quando não ultrapassaram seus limites, se espraiando por outras regiões do Globo. Essas personalidades manifestaram uma capacidade e dinamismo incrivelmente especiais, o que denota o aproveitamento ao longo das existências.

Um desses nomes mais próximos dos dias atuais emoldurados como expoentes foi Ruy Barbosa de Oliveira, que nasceu em Salvador-Bahia, em 05-11-1849 e teve uma positiva participação na política e no cenário jurídico, brasileiro e internacional.

Seus feitos foram notáveis, inclusive quando, em 1907, foi designado pelo Presidente do Brasil, Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-1919), delegado representante do Brasil no Fórum Internacional em Genebra - II Conferência de Paz, em Haia, notabilizando-se ao defender o princípio da igualdade de todas as Nações, ricas ou pobres, para que devessem os mesmos direitos. Pela demonstração de excepcional habilidade, cultura e inteligência, obteve impressionantes vitórias, cuja atuação nessa conferência rendeu-lhe o epíteto de “O Águia de Haia”. No final de sua vida foi indicado para ser juiz da Corte Internacional de Haia, um cargo de prestígio, que recusou.

Foi político, escritor, diplomata, líder abolicionista e orador brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras e também seu presidente.

A primeira Constituição da República guarda-lhe a coautoria, atuando na defesa do federalismo e do abolicionismo, bem como na promoção dos direitos e garantias individuais.

Mas a nós, o que importa ao objeto deste trabalho é o período em que esteve à frente do Ministério da Justiça, ainda que nessa pasta se achasse na condição de interino, pois era na verdade titular do Ministério da Fazenda. Aos 41 anos de idade, Ruy Barbosa redigiu e apresentou uma proposta ao primeiro Presidente da República do Brasil, Marechal Deodoro da Fonseca, que editou decreto específico em 1890 estabelecendo a igualdade entre as religiões, separando de vez o Estado da Igreja. Nascia, então, o direito e a liberdade de culto e de expressar-se publicamente sobre qualquer religião.

Ruy Barbosa faleceu em 01-03-1923, em Petrópolis, Rio de Janeiro.

Os Espíritos superiores são claros quando nos lembram que o homem não retrograda. Sua caminhada evolutiva não permite que retorne à condição inferior em relação à que se encontrava, isso em nível moral. A água não retorna à nascente após percorrer seu curso normal. Para que isso aconteça, torna-se necessário todo um processo de preparação: vem o Sol que a evapora, seguem a condensação, a precipitação em formas diversas e o enriquecimento dos lençóis freáticos. A vida também é assim. Após a morte do corpo físico, o Espírito não retorna ao mesmo corpo, que jaz sem vida. Um novo processo o aguarda para que possa retornar à vida física, retomando outro corpo.

No caso presente, é o próprio Ruy Barbosa relatando uma sua existência anterior no Brasil, prestando seus relevantes e inestimáveis serviços à Nação, como vamos ver.

Chico Xavier (1910-2002), abordando esse delicado assunto da reencarnação, deixou consignado o que recebeu de seu mentor Emmanuel, eminente Espírito que o acompanhou por quase 75 anos de seu mandato mediúnico, esta bela mensagem de Ruy Barbosa, com o título de Oração ao Brasil (1), onde esse valoroso brasileiro, considerado como um dos maiores escritores da língua portuguesa e a glória luminosa do Brasil, fala de seu passado, com sentimento jubiloso e reconhecida gratidão.

Vamos a alguns trechos esclarecedores:

"Brasil!... Adotaste-me por filho afortunado, quando te bati à porta acolhedora, fugindo ao céu borrascoso e sombrio do Velho Mundo. (...) e orei, agradecendo à Providência Divina o acesso aos teus celeiros de pão e de luz, (...)”.

Aqui, referência à sua reencarnação anterior, no Brasil. Mais adiante, diz, ainda: “E, enquanto te acompanhava os vagidos do berço da emancipação que conquistaste sem sangue, por ti fui aquinhoado com a graça do desfavor e do exílio, para voltar, depois, à cabeceira do infante que te guiaria os destinos, durante meio século de probidade e sacrifício”.

Agora, relata aspectos da condição do Brasil recém-emancipado do jugo português pela Independência proclamada por D. Pedro I e também à delicada condição do exílio a que foi submetido nesse perturbado período político e do desvelo dedicado ao então infante D. Pedro II, como tutor nomeado pelo Imperador, que retornara a Portugal.

Ruy Barbosa, nessa menção que faz sobre sua vida anterior à época da independência do Brasil, deixa certo que também dela participou, mas com outra roupagem física. Pela configuração da história, o tutor de D. Pedro II foi José Bonifácio de Andrada e Silva, nascido na cidade litorânea paulista de Santos, aos 13 de junho de 1763, sendo, portanto, o mesmo Espírito que encarnou, pouco tempo depois, na figura de Ruy Barbosa.      

Para que pudesse estudar, a família mudou-se para São Paulo em 1777. Pelo ano de 1783, José Bonifácio foi à Europa, iniciou seus estudos jurídicos na Universidade de Coimbra-Portugal, acrescendo outras especializações como Curso de Filosofia Natural, de Química, de Mineralogia, e assumindo cargos públicos daquele país. Permaneceu no Velho Continente até 1819, quando regressou ao Brasil, aos 56 anos.

Sua participação na Independência foi muito forte. Como ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, de janeiro de 1822 a julho de 1823, colocou-se em apoio à regência de D. Pedro de Alcântara. Proclamada a Independência, organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação de Portugal e comandou uma política centralizadora.

Durante os debates da Assembleia Constituinte, deu-se o rompimento dele e de seus irmãos.

Em 16 de julho de 1823, D. Pedro I demitiu o ministério e José Bonifácio passou à oposição. Após o fechamento da Constituinte, em 11 de novembro de 1823, José Bonifácio foi banido e se exilou na França por seis anos. De volta ao Brasil, e reconciliado com o imperador, assumiu a tutoria de seu filho, quando D. Pedro I abdicou, em 1831. Permaneceu como tutor do futuro imperador até 1833, quando foi demitido pelo governo da Regência. Conhecido como “Patriarca da Independência”, faleceu na cidade de Niterói-RJ em 6 de janeiro de 1838.

Cabe aqui uma observação no sentido do tempo em que um Espírito pode ou deve ficar ausente da condição de encarnado.

Em O Livro dos Espíritos, essa questão é tratada em alguns tópicos, mas vamos às questões nº 224, que diz não haver tempo pré-determinado entre uma encarnação e outra, podendo durar de algumas horas a alguns milhares de séculos e, nº 332, que ressalta a liberdade do Espírito em aproximar ou retardar o momento de sua encarnação.


(1)
"Falando à Terra", por Espíritos diversos, por Francisco Cândido Xavier – Ed. FEB.
 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita