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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 325 - 18 de Agosto de 2013

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 
 


Prece no campo


O lavrador de uns quarenta anos, enxada ou machado às costas, voltava à tardezinha do seu duro labor. No corpo, o cansaço e o suor. Na alma simples, o pensamento em Deus, na família, nas suas criações, no seu pedaço de chão. 

Próximo a sua casa, sentava-se sob frondosa árvore, onde encostara um toco de pau, à maneira de um banco. Todos os dias, no seu retorno, ali se sentava, nela se recostando, refazendo energias e meditando. 

Quando chegava àquele ponto, esquecia a exaustão e o dia de lutas. E se punha a ouvir e a olhar a natureza à sua volta, enquanto pensava. 

Ouvia a música do vento na folhagem das árvores e da plantação: aqui do arrozal, ali do milharal soltando bonecas; o cantar dos pássaros, ora pousados, ora em revoadas pelo ar; mais além, a 'voz' do monjolo, a pilar o arroz, o milho, ou o café; do riacho próximo, a 'cantiga' da água, a marulhar entre pedras; em meio ao pasto, o berrar de bezerros e vacas, o relinchar dos cavalos; próximo à casa, o cantar das aves no quintal (o galo, a galinha, os patos), o latir dos cães e o grunhir dos porcos no chiqueiro. Até o pipilar de grilos era música aos seus ouvidos. 

Ah! e ouvia então o riso de seus filhos inocentes e bons, a correr e a brincar! E ouvia muito mais: parece que a alma das coisas lhe falava nestes momentos, naquele universo de sons e de cores! 

Enquanto ouvia, seu olhar buscava a origem dos sons. E então via, ora o peixe no regato cristalino; ora os animais, pelos campos a pastar; ora os pássaros em bandos, ou aos pares, a voar pelos céus. 

Ah! o céu! Que encantamento, para sua alma, todas as tardes olhar as nuvens e mirar no poente o sol a se pôr, a cada dia com novos desenhos e novos tons no colorido, pois que Deus é poeta: poeta da vida, a mais bela das artes. E nunca repete um quadro! A cada momento, o céu se modifica e o amanhecer ou o entardecer é sempre novo, aos olhos de sua ternura. 

Então, nestes momentos, em que ali se sentava e tudo via e ouvia, sua alma se deslumbrava, extasiada, com tanta beleza; e seu coração se voltava a Deus, numa prece. Prece de gratidão, pela generosidade com que o tratava, a ele, simples homem do campo: além da fartura dos grãos e dos frutos, em tudo a beleza e a música da vida. Não contente em criá-lo e em nutri-lo, o Pai o cumulava de tantas bênçãos. 

E agradecia pelo ar que respirava, pelas coisas belas que o cercavam, pela vida que levava; pela família, pelo pedaço de chão que lhe dera a cultivar; pelos campos e pelos animais! Como amava tudo que lhe viera à vida! Era-Lhe grato por tudo! Trazia na alma, nessa hora de paz, ternura infinita! 

Em todos os dias, àquela hora sagrada ao seu coração, o mesmo encantamento! Sua alma, toda em prece, e ele só, tão-somente ele, diariamente, no seu encontro com Deus, para a prece do muito obrigado!  

Aos seus olhos, isso era bem pouco, diante da grandeza e da generosa presença; mas era o que, com alegria e reverência, lhe cabia fazer. Era, para ele, nobre e modesto dever que rigorosamente cumpria todos os dias!


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita