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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 322 - 28 de Julho de 2013

DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Caetano do Sul, SP (Brasil)

 
 


Bíblia condena Espiritismo, espíritas deveriam
conhecer a Jesus

 
Será que a Bíblia condena mesmo o Espiritismo? Por que certas pessoas insistem em dizer que o melhor para os espíritas seria ler a Bíblia? “Vocês não conhecem a Jesus”, exclamam.  

Comete grande equívoco a este respeito quem assim pensa. “Conhecer” é um verbo transitivo direto que, segundo o dicionário, significa: ter ou chegar a ter conhecimento, estar bem informado, saber, reconhecer etc. Nesse passo, nós, os espíritas, “conhecemos” a Jesus, sim. Não só estamos bem certos da missão de nosso Mestre como sabemos que Ele não veio ao mundo para tão-somente O ficarmos adulando em cultos de louvores em templos de pedra. 

Quer ver o Evangelho ser realmente “pregado”, quer dizer, posto em prática? Aqueles que assim se referem, deveriam, antes de propalar tamanhos absurdos, fazer uma visita a uma de nossas instituições de caridade, como os núcleos espíritas em dias de suas reuniões públicas de palestra evangélica; deveriam visitar creches, hospitais, orfanatos e asilos espíritas.  

Quanto à Bíblia Sagrada, por que a Bíblia condenaria o Espiritismo, se o Espiritismo absolutamente não existia quando a lançaram? Quem afirma que a Bíblia o desaprova induz os que lhes dão ouvidos em erro. É uma inverdade! Desde os primeiros trechos do Antigo Testamento (AT) que se tem notícia (décimo século antes de Cristo), ou desde o seu primeiro exemplar lançado em Alexandria (1º século, a. C.), não há sequer uma ínfima alusão à Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec. Esta foi dada a conhecer em 18 de abril de 1857, século 19, portanto.  

Passou pela mão do homem - Respeitamos o conteúdo bíblico como um documento histórico do povo hebreu, sobretudo, por alguns preceitos elevados. Tudo quanto foi escrito em O Livro dos Livros, uma das mais antigas e controvertidas obras de todos os séculos, a base da doutrina judaico-cristã passou pela mão de homens, os hagiógrafos, “escritores inspirados”, que inicialmente escreveram-na em hebraico, em aramaico e grego. 

Os primeiros livros da Bíblia Sagrada (são 46 ao todo) foram traduzidos inúmeras vezes. De tradução em tradução, escrita no espaço de mil anos ou, no entender de alguns, mil e quatrocentos a mil setecentos anos, não se pode garantir fidelidade aos textos originais. Diz a lenda, segundo a epístola de Aristeia, que, um dia, cerca de setenta judeus dos mais respeitáveis e cultos escreveram a primeira tradução do AT, distantes uns dos outros, o que, depois, foi supostamente comparada e julgada idêntica entre si. Falamos da “Tradução dos Setenta”, tradução oficial grega a que alguns reputam fidedigna, e outros não. 

Certos religiosos insistem na afirmativa de que o Espiritismo tem ligação com adivinhadores, magos, quiromantes, cartomantes, feiticeiros etc., por isso a Bíblia, “a palavra de Deus”, o “condena”. Admitindo-se que adivinhos, magos, feiticeiros e seja lá quem for possuam dons mediúnicos, em geral para explorar indivíduos incautos, porquanto a mediunidade não é privilégio de ninguém, nada tem a ver o Espiritismo com o que fazem. Os médiuns verdadeiramente espíritas sabem o valor desta máxima: “Dai de graça o que de graça haveis recebido” (Mateus, 10, 8); vide o exemplo de Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco e de outros ilustres e abnegados médiuns espíritas. 

Bíblia condena evocação dos mortos - Nossos detratores baseiam-se em certos preceitos para justificar a “condenação da Bíblia”, um deles: a “evocação dos mortos”. Escreveu o nosso confrade, ex-pastor protestante, Jayme de Almeida, em sua excelente obra: O Espiritismo e as Igrejas Reformadas: “Mas, se nossos irmãos continuam fazendo absoluta questão de que sejam rigorosamente observados os preceitos mosaicos, lembraríamos que não devem discriminar, porém estender a observância de todos os preceitos, e não apenas daqueles que proibiriam a “evocação dos mortos”.

Seria o caso de seguir-se à risca toda a legislação de Moisés, segundo Almeida, como, por exemplo, estas normas: “Os incircuncisos que não forem circuncidados serão eliminados” (Gênesis, 17, 14); “Quem ferir alguém que morra, certamente será morto” (Êxodos, 21, 12); “Quem amaldiçoar pai ou mãe, será morto” (Êx., 21,17); “Quem fizer alguma coisa no sábado morrerá” (Êx., 31, 15); “Gordura nem sangue, jamais comereis” (Levítico, 3:17); “Quem comer sangue, será morto” (Lev., 7, 27). Observe-se que até aos “gentios” foi prescrita a abstenção do sangue (Atos, 15, 20, 29 e 21, 25); “Quem se chegar a uma mulher no período, ambos serão mortos” (Lev., 20, 18); “Quem desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito” (Lev., 24, 19); “Um filho desobediente deve ser apedrejado até que morra” (Deuteronômio, 21, 18, 21); “Mulher que vestir traje de homem, ou vice-versa, é abominação ao Senhor” (Deut., 22, 5); “Mulher casada não achada virgem, deve ser apedrejada até morrer” (Deut., 22, 21); “Quem se chegar a mulher casada, ambos morrerão” (Deut., 22, 22).   

Muito embora reconhecendo as múltiplas contradições, que ferem o bom senso e desabonam as leis naturais, o Espiritismo não condena a Bíblia nem persegue quem cegamente por ela se baseia. No entanto, é comum ouvirmos elementos julgando os espíritas como se estes fossem inimigos de Cristo, sugerindo-lhes insistentemente a leitura da Bíblia como se os espíritas fossem um bando de idiotas ociosos, ignaros e crédulos, uns maria-vai-com-as-outras.         

O Espiritismo é uma doutrina de homens sérios, estudiosos e desprendidos, haja vista, nas suas lides, não só a presença de pessoas de atividades simples como a de astrônomos, astrofísicos, físicos, químicos, médicos, filósofos, psicólogos, advogados, juízes de direito, delegados de polícia, jornalistas, escritores – pessoas que pela convicção arrazoada abraçaram o Espiritismo, vendo nos seus conceitos um desdobramento do ensino moral de Jesus. 

Para o Espiritismo, o mais importante é a parte moral das chamadas “escrituras sagradas”, cujos principais pontos dessa parte são encontrados nos ensinamentos que se resumem nesta máxima: “Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo”.  

A Bíblia efetivamente não é a “palavra de Deus”, e, sim, é um livro humano como outro qualquer, possuindo as naturais falhas humanas, embora, repito, encerrando alguns belíssimos e sublimes trechos. Não só respeitamos essa obra como as de outras doutrinas antigas, escritas pela mão do homem; todavia, é possível prosseguir na vã ilusão: a de, bem próximo aos olhos, tapar o Sol com uma minúscula moeda. Fazer o quê, né?!

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