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Clássicos do Espiritismo
Ano 7 - N° 320 - 14 de Julho de 2013
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

A Personalidade Humana

Fredrich Myers

(Parte 45)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Personalidade Humana, de Fredrich W. H. Myers, cujo título no original inglês é Human Personality and Its Survival of Bodily Death. 

Questões preliminares 

A. Uma característica apresentam as mensagens automáticas recebidas por Stainton Moses. Qual é essa característica? 

Primeiro, essas mensagens automáticas foram quase que totalmente escritas pela mão de Moses em estado normal de vigília. Pondo de lado duas únicas exceções, os escritos apresentam, na maioria dos casos, a forma de um diálogo, no qual Moses faz as perguntas com sua letra redonda e grande e escreve as respostas com a mesma pena, mas com uma letra que varia de um caso para o outro e difere da sua própria escrita. (A Personalidade Humana. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.)

B. O caso Blanche Abercrombie é mencionado com destaque nesta obra. De que trata esse caso? 

Blanche morreu numa tarde de domingo, numa casa de campo situada a 200 milhas de Londres. A notícia de seu falecimento foi telegrafada imediatamente a Londres e apareceu no Times na segunda-feira seguinte. Excetuando-se a imprensa e familiares mais próximos, ninguém estava a par dessa notícia no domingo à noite. Contudo, naquela mesma noite, por volta de meia-noite, uma comunicação chegou a Moses na sua isolada casa, ao norte de Londres. A mensagem foi atribuída a Blanche, cuja identidade foi confirmada, dias depois, por algumas linhas que se supôs procedessem diretamente dela e escritas com a sua letra.  (Obra citada. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.) 

C. Duas importantes diferenças separam o caso de Moses do da Sra. Piper. Que diferenças são essas?  

Primeiro, as manifestações supranormais por intermédio da Sra. Piper não estão acompanhadas de qualquer fenômeno de telecinesia; segundo, seu eu supraliminar não apresenta o menor vestígio de uma capacidade supranormal qualquer. Ela dá um exemplo de automatismo extremo, onde a possessão não é só local ou parcial, senão que afeta, por assim dizer, toda a região psíquica onde o eu supraliminar se encontra, momentaneamente, submerso de uma forma completa e onde toda a personalidade sofre intermitentes modificações. Em outros termos, entra num estado em que os órgãos da palavra e da escrita são guiados por outras personalidades que não a sua personalidade normal desperta. (Obra citada. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.)

Texto para leitura 

1097. Examinarei rapidamente a natureza das provas que tendem a mostrar que os espíritos invocados eram realmente o que pareciam ser, julgando, ao menos, pelos cadernos onde se encontravam copiadas as escritas automáticas de Moses. O conteúdo desses cadernos constitui-se de mensagens cuja finalidade é provar a identidade dos espíritos, de discussões e explicações de fenômenos físicos e parábolas religiosas e morais.

1098. Essas mensagens automáticas foram quase que totalmente escritas pela mão de Moses, em estado normal de vigília. As exceções referem-se a dois pontos:

a) existe uma passagem longa que Moses acreditava ter escrito durante o êxtase;

b) existem, às vezes, algumas palavras numa escrita que se poderia chamar “direta”, isto é, grafadas por mãos invisíveis, na presença de Moses e descritas diversas vezes, nas atas das sessões, às quais assistiram outras pessoas.

1099. Pondo de lado estas duas exceções, achamos que os escritos apresentam, na maioria dos casos, a forma de um diálogo, no qual Moses faz as perguntas com sua letra redonda e grande e escreve as respostas com a mesma pena, mas com uma letra que varia de um caso para o outro e difere da sua própria escrita.

1100. Ninguém se atreverá a duvidar de que Moses escreveu estas mensagens com a convicção sincera de que emanavam das pessoas que as assinavam. Todavia, a dúvida é saber se emanavam realmente das pessoas invocadas. Tendo em vista as condições pelas quais se fizeram essas comunicações, não revelam uma capacidade dirigente e não ensinam qualquer verdade realmente nova, admitindo-se que essas manifestações são, hipoteticamente, limitadas, não pelos conhecimentos anteriores, mas pelas capacidades anteriores do sujeito.

1101. E se estas proporcionam fatores dos quais o sujeito-médium não tem conhecimento consciente, mas que apresentam um caráter acabado, pode-se supor que esses dados foram adquiridos subliminarmente pelo médium, como resultado de um olhar inconsciente lançado sobre uma página impressa, ou inclusive que foram apreendidos por clarividência, sem a intervenção de outro espírito que o do médium, ainda que funcionando de uma maneira supranormal.

1102. Esta hipótese não é nem fantástica, nem de natureza a pôr em dúvida a probidade de Moses, porque ele próprio confiou-me que, no seu relacionamento com os espíritos temporalmente distantes, não experimentava a mesma sensação que ao conversar com espíritos mais próximos. Nem repudiava qualquer ideia de memória subconsciente e afirmava que jamais pudera ver ou ler com antecedência a maioria daquilo que escrevera automaticamente. E isto pode ser verdadeiro, uma vez que seus conhecimentos de literatura e de história não iam além dos de um professor de escola primária. E além do mais, entre todas as comunicações históricas que lhe foram feitas não existe uma sequer que não se encontre em fontes impressas, acessíveis a todos.

1103. As provas de identidade proporcionadas por Moses nos casos referentes aos espíritos de pessoas mortas recentemente parecem mais satisfatórias. Mas, também neste ponto é difícil estabelecer se os fatos que afirma não fazem parte dos conhecimentos subliminares do autômato. Dá, às vezes, a impressão de que esses fatos puderam ser retidos percorrendo maquinalmente o necrológio dos jornais ou as inscrições sepulcrais. Ou talvez os nomes e os fatos conhecidos por uma das pessoas presentes à sessão, mas não de Moses, puderam ser mencionados na sua presença, gravando-se na sua memória subliminar.

1104. No caso de Hélène Smith, vimos o grau de acuidade que pode alcançar a hiperestesia e a hipermnésia do eu subliminar; mas, na presença da ignorância em que se encontrava o mundo científico, no que concerne a estes assuntos, não é de estranhar que Moses e seus amigos se tenham negado a admitir a explicação que aqui propomos.

1105. Que os espíritos invocados tenham ou não manifestado sua ação diretamente, coisa que pode ter ocorrido, não nos impede de acreditar que o eu subliminar do médium deve ter desempenhado um papel bastante ativo nessas comunicações.

1106. Duas vezes, Moses recebeu o aviso de um falecimento, quando era impossível que os recebesse pela via normal. Citarei um desses casos (conforme seu artigo publicado em Proceedings of the S. P. R., XI, pág. 96 e seguintes), que, sob muitos aspectos, é dos mais notáveis. Trata-se de uma mulher que conhecera e que Moses não vira mais que uma vez. A publicação do verdadeiro nome está proibida pelo próprio espírito, por razões que me pareceram suficientes ao ler o caso, mas que Moses desconhecia; e como o filho dessa mulher também se opôs, dar-lhe-ei o nome de Blanche Abercrombie.

1107. Essa mulher morreu numa tarde de domingo, há 26 anos, numa casa de campo situada a 200 milhas de Londres. A notícia de seu falecimento, acontecimento de amplo interesse, foi telegrafada imediatamente a Londres e apareceu no Times na segunda-feira seguinte; é seguro que, excetuando-se a imprensa e familiares mais próximos, ninguém estava a par dessa notícia, no domingo à noite. Mas, naquela noite, por volta de meia-noite, uma comunicação que se pretende partia dela chegou a Moses na sua isolada casa, ao norte de Londres. A identidade foi confirmada, dias depois, por algumas linhas que se supôs procedessem diretamente dela e escritas com a sua letra. Não existe qualquer motivo para supor que Moses vira sua letra. A única vez que se encontrou com aquela mulher e seu marido foi numa sessão, não numa das suas, em que Moses foi ferido pelo ceticismo que expressou o marido sobre os fenômenos dessa natureza.

1108. Após receber essas mensagens, Moses não as referiu a ninguém, transcrevendo-as num livro que intitulou “Assuntos particulares”. Quando, autorizado pelos executores testamentários, abri o livro, me surpreendeu encontrar uma breve epístola que, sem relatar fatos precisos, era, porém, característica da Blanche Abercrombie que conheci. Mas embora eu tivesse recebido cartas dela enquanto ela era viva, não lembrava sua letra, e como conhecia a um de seus filhos, pedi-lhe que me emprestasse uma das cartas escritas pela mãe, a fim de poder comparar as duas letras.

1109. Não tardei em comprovar a notável semelhança entre a escrita automática e a letra da carta que me foi emprestada, exceto no que concerne à letra A do nome da família. Permitiu-me o filho estudar uma série de cartas que sua mãe escrevera em épocas diferentes, até os últimos dias de sua vida. Convenci-me de que, nos últimos anos, ela adquirira o costume (de seu marido) de escrever o A do mesmo modo que o da escrita automática. O Dr. Hodgson, a quem submeti as duas escritas, constatou que a automática, e em especial a assinatura, revelava a tentativa de imitar de memória, e não de acordo com um modelo, as principais características da escrita original.

1110. Seria conveniente resumir aqui os principais caracteres que dão identidade às mensagens recebidas por Moses, isto é, que proporcionam a prova de que realmente procedem das fontes a eles atribuídas. A esse respeito temos que distinguir diversos graus:

I. Temos, primeiramente, as mensagens comuns, nas quais todos os fatos que encerram foram de conhecimento do autômato, de uma forma consciente. Nos casos desse gênero podemos supor tratar-se de sua própria personalidade e que as mensagens possuem uma fonte subliminar, não exterior.

II. Vêm, a seguir, as mensagens compostas de fatos que parecem ter sido do conhecimento do espírito invocado, mas dos quais o autômato não possui conhecimento consciente, ainda que em outras ocasiões tenham sido percebidas por ele inconscientemente e gravadas na sua memória subliminar.

III. No que diz respeito às mensagens do grupo seguinte, pode-se provar, com graus de certeza tão variados, como os admitidos pelas provas negativas deste gênero, que o autômato jamais as conheceu diretamente, mas que não se encontram facilmente nos livros, de forma que o autômato pode tê-las conhecido por clarividência, ou em consequência de uma comunicação feita por um espírito diverso do invocado por ele.

IV. Pode-se provar, com um grau variável de certeza, segundo as circunstâncias, que os fatos não foram nunca do conhecimento do autômato, nem estão impressos, senão que foram conhecidos pelos espíritos invocados e podem ser verificados pelas recordações das pessoas vivas.

V. Poder-se-ia, em seguida, citar o grupo de mensagens experimentais ou de cartas póstumas, nas quais a pessoa falecida consignara, antes de seu falecimento, uma prova especial, um fato ou uma frase que só ela conhecia, para transmiti-la depois de sua morte, possivelmente, como um sinal de seu retorno (ver o caso de Finney, capítulo VIII).

VI. Tratamos, até aqui, somente de mensagens verbais que nos são de fácil manejo e análise. Mas, na realidade, não são as conclusões extraídas dessas mensagens escritas as que com maior frequência serviram de inspiração ao sobrevivente para que acreditasse na aparição do amigo falecido. Logicamente ou não, a mensagem escrita não é tão evocadora como o fantasma ou uma voz muito conhecida. É sobre esta presença que insistiram os sobreviventes, desde os tempos em que Aquiles buscava, em vão, abraçar a sombra de Pátroclo. Até que ponto um fantasma constitui uma prova de uma ação real exercida pelo espírito? Discutimos acima esta questão. Mas, ainda que a aparição de uma pessoa falecida não constitua, em si, uma prova de sua presença, não é, tampouco uma simples forma que os fantasmas meramente alucinatórios parecem assumir com bastante frequência; e quando existem provas suplementares, como por exemplo, uma escrita que pretende vir da mesma pessoa, as probabilidades a favor de sua presença real encontram-se consideravelmente aumentadas. No caso de Moses, quase todas as figuras que vira carregavam consigo uma confirmação desse gênero.

VII. Isso nos encaminha a um grupo de casos bastante representados nas séries de Moses, onde as mensagens escritas que pareciam vir de um determinado espírito estavam acompanhadas de fenômenos físicos, dos quais o próprio espírito pretendia ser o autor. Sendo ou não possível dar a esta prova um caráter rigorosamente lógico, é fácil imaginar mais de um caso em que a prova pareça decisiva a todos. Mas os fenômenos físicos não proporcionam uma prova a favor de outra inteligência que não a do sujeito e, como já disse, podem, em mais de um caso, constituir uma simples extensão de suas forças musculares comuns, ao invés de serem devidas a uma ação exterior qualquer.

1111. Jungindo-nos às mensagens verbais, achamos que os casos mais representativos, nos relatos de Moses, pertencem aos três primeiros grupos; quanto aos do quarto grupo, que englobam fatos verificáveis, dos quais inexiste qualquer relato impresso, e dos que se tem certeza de que o médium não os conhecera nunca, são relativamente pouco numerosos. Isso, talvez, possa ser atribuído, em parte, ao escasso número dos que assistiam às sessões de Moses e que eram, todos, seus amigos pessoais.

1112. Ao contrário, os relatos da senhora Piper, dos quais nos ocuparemos agora, são particularmente ricos em incidentes pertencentes ao grupo quatro, e o valor evidente das mensagens verbais é, por isto, superior ao das mensagens de Moses. Enquanto que no caso do último a identidade de um grande número de comunicações repousava, principalmente, no fato de estar garantida por Imperator e seu grupo de auxiliares, no caso da Sra. Piper os espíritos de alguns amigos, recentemente falecidos, que deram provas de sua identidade, surgem para manter a realidade independente e a direção que exercem sobre a Sra. Piper as mesmas inteligências, Imperator, Rector, Doctor e outras que, segundo Moses, intervinham nas suas experiências.

1113. Duas importantes diferenças separam o caso da Sra. Piper do de Moses. Primeiro, suas manifestações supranormais não estão acompanhadas de qualquer fenômeno de telecinesia; e, depois, seu eu supraliminar não apresenta o menor vestígio de uma capacidade supranormal qualquer. Ela dá um exemplo de automatismo extremo, onde a possessão não é só local ou parcial, senão que afeta, por assim dizer, toda a região psíquica onde o eu supraliminar se encontra, momentaneamente, submerso de uma forma completa e onde toda a personalidade sofre intermitentes modificações.

1114. Em outros termos, entra num estado em que os órgãos da palavra e da escrita são guiados por outras personalidades que não a sua personalidade normal desperta. Às vezes, o eu subliminar aparece ou imediatamente antes, ou imediatamente após o êxtase, para assumir durante curto intervalo a direção do organismo; mas, com raras exceções, as personalidades que falam ou escrevem durante o êxtase pretendem ser espíritos desencarnados.  (Continua no próximo número.) 




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita