WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 7 - N° 319 - 7 de Julho de 2013
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Painéis da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 19)

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. É correto dizer que o burilamento da alma é trabalho de largo tempo?

Evidentemente. A simples candidatura ao bem não torna bom o indivíduo, tanto quanto a incursão no compromisso da fé não faz ninguém, de imediato, renovado. O burilamento da alma, através do esforço continuado, é trabalho de largo tempo, merecendo respeito não somente os triunfadores, mas também aqueles que persistem e agem sem descanso, mesmo quando não colimam prontamente os resultados felizes. (Painéis da Obsessão, cap. 24, pp. 184 a 186.)

B. É perigosa a obsessão que passa quase despercebida?

Sim. É perigosa porque se instala vagarosa e firmemente nos painéis mentais, estabelecendo comportamentos equivocados com aparência respeitável. Esse tipo de perturbação é mais difícil de ser erradicada, pelo fato de o paciente negar a sua condição de enfermo e, até, muitas vezes, de comprazer-se nela, porque o narcisismo a que se entrega converte-se em autofascinação por valores que se atribui e que está  longe de possuir, o que anula qualquer contribuição que lhe é oferecida. (Obra citada, cap. 24, pp. 186 e 187.)

C. Na terapia desobsessiva devemos cuidar também do desencarnado?

Sim. Na terapia desobsessiva devemos cuidar do encarnado e do desencarnado. Nunca será  demais repetir que, em todo processo obsessivo, a vítima de hoje é o algoz de ontem, transferido no tempo, sendo a dívida a razão do mecanismo perturbador. Aquele que foi dilapidado imanta-se ao infrator que o infelicitou e assume a posição de cobrador ou justiceiro, com o que incide em erro não menor. Enquanto o amor não luz no defraudado, ante a mudança de comportamento do seu adver'sário, o problema permanece. O trabalho não consiste, pois, em simplesmente afastar a Entidade obsessora, mas ampará-la e esclarecê-la. (Obra citada, cap. 24, pp. 187 a 190.)

Texto para leitura

86. O burilamento da alma é trabalho de largo tempo - A comunidade onde Argos e Áurea se alojaram era o campo abençoado para sua redenção, onde poderiam também auxiliar outros náufragos espirituais a encontrarem o porto de segurança. Quando alguém se candidata a uma ação meritória, nunca deve esperar dos outros os exemplos de virtudes, nem as lições de elevação, mas examinar suas próprias disposições para verificar o que tem e o que pode, em nome de Jesus, oferecer. A simples candidatura ao bem não torna bom o indivíduo, tanto quanto a incursão no compromisso da fé não faz ninguém, de imediato, renovado. O burilamento da alma, através do esforço continuado, é trabalho de largo tempo, merecendo respeito não so­mente os triunfadores, quanto aqueles que persistem e agem sem descanso, mesmo quando não colimam prontamente os resultados felizes. Nas experiên­cias de elevação, entre outros impedimentos que surgem, a rotina é teste grave a ser superado. Enquanto há  novidades no trabalho, há  motivações e entusiasmos para realizá-lo. Depois, à medida que se fazem repetitivas, as ações tendem a cansar, diminuindo o ardor do candidato à operosidade e levando-o à saturação, à desistência. Nesses momentos de cansaço, surgem as tentações do repouso exagerado, da acomodação, do tempo excessivo sem utilização correta, abrindo-se campo à censura indevida, que medra em forma de maledicência e espalha azedume e reproche, destruindo as leiras onde a esperança semeia o amor e a ternura. Muitas Obras do bem não re­sistem a esse período, quando as intenções superiores cedem lugar ao en­fado e à comodidade, que propiciam a invasão das forças destrutivas e a penetração dos vigilantes adversários da luz... (Cap. 24, pp. 184 a 186) 

87. Bom conselheiro e exemplo negativo - Argos não era afeito ao trabalho metódico, que exige disciplina e ação contínua. Após a cirurgia, evitava qualquer esforço, justificando-se com a deficiência orgânica, o que era de certo modo fruto do largo repouso a que se submetera nos lon­gos meses hospitalares. Esse comportamento dava-lhe bastante tempo mental para aspirações levianas e observações negativas, e, à medida que os dias passavam, mais habitual e persistente se lhe tornava a conduta ociosa. Com Áurea ocorria o oposto. A jovem assumira um setor de socorro aos mais carentes, procurando crescer interiormente, ampliando os horizontes do entendimento pessoal em torno da vida e suas injunções que motivam o crescimento para Deus. Candidatou-se, assim, a cursos de adestramento so­cial, para melhorar seu desempenho no trabalho, o que despertou a atenção dos companheiros de tarefa e granjeou-lhe simpatias. Argos, ao invés de acompanhar-lhe a marcha, passou a agasalhar sentimentos inferiores, tor­nando-se bom conselheiro e mau exemplo, por falta de ação, palrador e acomodado, torpedeando o trabalho geral, sem dar-se conta de tal postura, visto que discordava da conduta dos servidores ativos, concitando-os a repousos mórbidos em detrimento da ação dignificante. (Cap. 24, pp. 184 a 186) 

88. Um caso de obsessão de difícil tratamento - Ante tal estado de espírito, Argos passou a receber as incursões psíquicas de Felipe, que percebeu que, gerando um clima de antipatia pessoal contra seu rival, o levaria a querer desvincular-se da comunidade onde se encontrava prote­gido e, feito isso, seria presa fácil para a sujeição à sua vindita lar­gamente programada e esperada. O fato de alguém encontrar-se num lugar de psicosfera superior não o torna indene aos propósitos malfazejos de seus adversários espirituais. Certo, isso lhes dificulta a ação nefasta, mas não coloca a pessoa visada em situação privilegiada ou especial, o que constituiria uma injustiça, ainda mais se essa pessoa não procura fazer por merecer o apoio que recebe, nem honra emocionalmente o clima psíquico de que desfruta. Irmã Angélica e Venceslau, percebendo o que ocorria, conclamavam o rapaz à luta, ao esforço intransferível, ao trabalho perse­verante, insistindo para que ele abandonasse o comportamento que o arras­tava ao estado lamentável de fácil vítima de si mesmo. Os esforços do mé­dium e as diretrizes dos Benfeitores Espirituais faziam-se, porém, inú­teis, de vez que, embora insistam, os Protetores Espirituais não impõem a ninguém normas de conduta nem rigidez de comportamento. Desse modo, esti­mulando-lhe a inércia, que lhe era inata, e a indiferença à dor e ao sa­crifício alheios, Felipe insinuou-se em sua casa mental, insuflando-lhe maior dose de soberba e de egoísmo, acabando por assenhorear-se de tal modo de grande parte do setor de discernimento, que o tornou ridículo ante os outros, sem que Argos o percebesse. É perigosa a obsessão que passa quase despercebida e se instala vagarosa e firmemente nos painéis mentais, estabelecendo comportamentos equivocados com aparência respeitá­vel. Apresenta-se em pessoas que denotam grave postura e sabem conquistar outras pela facilidade de comunicação verbal, tornando-se afáveis e gen­tis, desde que ninguém as contrarie. Interiormente, vivem sob conflitos que disfarçam, nascendo dessa dupla atitude situações neurotizantes que desarticulam o equilíbrio emocional. São indivíduos galantes em grupo e, a sós, taciturnos; idealistas na comunidade, aplicando teorias verbais que não transformam em atos, porque não creem nelas; cordiais exteriormente, mas arrogantes e sem resistências para as lutas morais... Nesse clima psíquico, que resulta de experiências de vidas passadas, hospeda-se o agressor desencarnado, que insufla no indivíduo maior dose de indife­rença pelos problemas alheios, desbordando o egocentrismo que termina por aliená-lo. Esse tipo de perturbação é mais difícil de ser erradicado, pelo fato de o paciente negar a sua condição de enfermo e, até, de com­prazer-se nela, porque o narcisismo a que se entrega converte-se em auto­fascinação por valores que se atribui e que está  longe de possuir, o que anula qualquer contribuição que lhe é oferecida. (Cap. 24, pp. 186 e 187) 

89. O trabalho edificante vitaliza os centros de força - Somente a humildade, que dá  a dimensão da peque­nez e fraqueza humana, ante a gran­diosidade da vida, faculta uma visão legítima que leva o indivíduo a re­correr à Divindade pela prece ungida de amor, antídoto eficaz para os distúrbios obsessivos. A prece liberta a mente viciada dos seus clichês perniciosos e abre a mente para a captação das energias inspiradoras, que fomentam o entusiasmo pelo bem e a conquista da paz através do amor. En­tretanto, a fim de que se revista de força desalienante, necessita do combustível da fé, sem a qual não passa de palavras destituídas de com­promisso emocional entre aquele que as enuncia e o Senhor a quem são di­rigidas. Uma das primeiras atitudes do obsidiado com as características do caso Argos é o desdém à oração, por crer que dela não necessita e tam­bém por menosprezar a sua utilidade e eficácia. Adotando uma atitude de falsa superioridade, anestesia os centros da razão e deleita-se no estado em que se encontra. A largo prazo, porém, perde o controle sobre a von­tade, que deixa de dirigir, tornando-se agressivo e desfazendo a aparên­cia de equilíbrio, que dá lugar ao desequilíbrio que se lhe instalou nos mecanismos nervosos. Nesse quadro de obsessão constritora, encontram-se inumeráveis indivíduos hospedando adversários que os vampirizam demorada­mente, até culminarem o desforço com os golpes largos das quedas na lou­cura, no crime ou no suicídio. Invigilante, Argos deixava-se seduzir por seu próprio orgulho, sob a hipnose de Felipe, que ele atraía, visto que, agasalhando os conflitos negativos e negando-se ao trabalho edificante – que vitaliza os centros de força onde se desenvolvem os fulcros de ener­gia –, caía em faixas vibratórias de baixo teor e tornava-se fácil presa para a sintonia com o inimigo. Nunca será  demais repetir que, em todo processo obsessivo, a vítima de hoje é o algoz de ontem, transferido no tempo, sendo a dívida a razão do mecanismo perturbador. Aquele que foi dilapidado imanta-se ao infrator que o infelicitou e assume a posição de cobrador ou justiceiro, com o que incide em erro não menor. Enquanto o amor não luz no defraudado, ante a mudança de comportamento do seu adver­sário, o problema permanece. Outrossim, devidamente esclarecido sobre o equívoco em que se demora, o obsessor, mediante doutrinação por alguém que tenha autoridade moral e o sensibilize, pode mudar de atitude, resol­vendo-se por abandonar a pugna, o que não livrará  o devedor de resgatar sua dívida por outro processo de que se utiliza a Soberana Justiça. Na terapia desobsessiva, devemos cuidar do encarnado e do desencarnado. O trabalho não consiste, simplesmente, em afastar a Entidade obsessora, mas ampará-la e esclarecê-la. Os Espíritos sofrem e amam, odeiam e lutam, e esperam a ajuda que não souberam ou não quiseram oferecer-se. Por isso, o amor deve alcançar a vítima de ontem, que sofre há  mais tempo, amparando-a, de modo a que desperte para não mais sofrer nem provocar sofrimento. (Cap. 24, pp. 187 a 190) (Continua no próximo número.) 
 


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita