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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 319 - 7 de Julho de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


E a Vida Continua...

André Luiz

(Parte 4)

Continuamos nesta edição o estudo da obra E a Vida Continua, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Evelina, já no plano espiritual, compreendeu que havia desencarnado?

Não. Ela achava que havia sido novamente hospitalizada, mas, sem entender o porquê, perguntou a uma enfermeira, de nome Irmã Isa, o que lhe havia sucedido. A enfermeira, evitando tocar no tema desencarnação, respondeu: "A senhora passou por longa cirurgia, precisa descansar, refazer-se..." Nada havia de surpreendente, para Evelina, na­quelas palavras, pois sabia-se operada e lembrava que estivera em casa e que até fizera um passeio com o marido pelas estradas do Morumbi. Não en­tendia, porém, por que fora novamente hospitalizada. (E a Vida Continua, cap. 5, pp. 37 e 38.)  

B. É verdade que o médico advertiu Evelina quanto ao cuidado com recordações negativas?

Sim. Ele fez essa advertência porque, conforme explicou a ela, em se ligando a quaisquer agentes suscetíveis de induzi-la a recordações muito ativas da moléstia que sofreu, era provável que todos os sintomas reaparecessem. Esse era um dos motivos pelos quais não seria conveniente, por enquanto, contato com seus familiares. Evelina esqueceu-se do aviso e, em dado momento, começou a pensar nos familiares e nas angústias sofridas nos últimos tempos, por causa da doença. Foi o bastante para que a mentalização na família e nas dores fizesse com que, decorridos alguns minutos, a crise se revelasse, impondo-lhe as mes­mas sensações sentidas no corpo físico. Desencadeados os sintomas, Evelina quis reagir, mas era tarde. O sofrimento ganhou-lhe as forças e ela passou a contorcer-se no suplício de que pensara haver-se distan­ciado. (Obra citada, cap. 5, pp. 39 e 40.) 

C. Evelina e Ernesto Fantini (que também havia desencarnado) estavam no mesmo hospital?

Sim. Foi por isso que, descendo ao jardim que circundava o hospital, ela viu, no meio das pessoas que ali convalesciam de enfermidades, seu amigo Ernesto Fantini, que a fitava, evidentemente as­sombrado. O coração de Evelina bateu agitado e ela estendeu, na direção dele, os dois braços, dando-lhe a certeza de que o aguardava de alma aberta. Fantini ergueu-se da poltrona em que estava e avançou para ela, a passos rápidos. – "Evelina!... Dona Evelina!... Estarei realmente vendo a senhora?" – "Eu mesma!", respondeu-lhe a moça, chorando de alegria. O recém-chegado não foi estranho à emotividade daquele minuto inesquecível. Lágrimas lhe ro­laram no rosto simpático e sisudo, lágrimas que ele bus­cava enxugar, em­baraçado, procurando sorrir. (Obra citada, cap. 5, pp. 41 e 42.) 

Texto para leitura 

13. Evelina desencarna e desperta confusa – Na verdade, Evelina sen­tia sede de permuta espiritual. Aspirava a falar nos segredos da vida eterna e ouvir alguém, no mesmo tema e no mesmo diapasão. Evidentemente, o marido não era a pessoa indicada para isso. O dia seguinte transcorreu sereno, mas, em seguida, ela amanheceu em crise e, de angústia em angús­tia, com anestésicos de permeio, a jovem senhora atingiu a derradeira noite no mundo, quando as estrelas desmaiavam na antemanhã. Ante a tristeza do esposo e de seus pais, Evelina despertou num quarto espaçoso em que duas janelas deixavam ver o céu. A princípio, julgou emergir de um sono profundo. Procurou recordar-se dos fatos, assentando contas da própria situação, e não entendia a amnésia que lhe turvava a consciência. A custo desemperrou os mecanismos da memó­ria e passou a lembrar-se, vagarosamente. Sofrera, decerto, uma síncope inexplicável. Percebia mover-se num mundo exótico de imagens que a faziam regredir na estrada das próprias reminiscências, recapitulando, não sabia como, todas as fases de sua curta vida. Voltara no tempo. Reconstituíra todos os dias já vividos, a ponto de rever o pai chegando morto ao lar, quando ela possuía somente dois anos de idade. Nesse filme, que as ener­gias ocultas da mente exibiam para ela, nos quadros mais íntimos do ser, ouvia, de novo, os gritos maternos e enxergava, à frente, os vizinhos es­pantados, sem compreender a tragédia que se lhe abatia sobre a casa. Depois registara a impressão de tremendo choque. Algo como que se lhe de­sabotoara no cérebro e vira-se flutuar sobre o próprio corpo adorme­cido. Logo após, o sono invencível. De nada mais se apercebera. Quantas horas gastara no torpor imprevisto? Não sabia dizê-lo. (Cap. 4 e 5, pp. 35 e 36) 

14. Evelina ignora a morte de seu corpo – Pensando ter voltado a si, vencido o colapso momentâneo, Evelina não compreendia por que não via, ali, junto do leito, algum familiar que lhe desse as necessárias explicações. Tentou sentar-se e o fez sem dificuldade. Inspecionou o ambiente e notou que o quarto era diferente. Deduziu que, tombada em desmaio, ha­via sido reconduzida ao hospital, ocupando agora larga dependência, que o verde-claro tornava repousante. Em mesa próxima, algumas rosas chamavam-lhe a atenção pelo perfume. Cortinas tênues bailavam, de manso, aos rit­mos do vento que penetrava as venezianas diferentes, talhadas em substân­cia semelhante ao cristal revestido de essência esmeraldina. As dores ha­viam desaparecido, mas ela sentia fome. Onde estava Caio? onde estavam seus pais?  Desejava gritar de felicidade, comunicando-lhes que sarara e que os sacrifícios feitos por ela não haviam sido inúteis. Buscou, então, a campainha rente à cama e apertou o botão de chamada. Uma senhora de semblante doce e atraente apareceu, saudando-a com palavras de irradiante carinho. "Enfermeira – disse para a recém-chegada –, posso rogar-lhe o favor de chamar meu marido?" A serviçal respondeu-lhe dizendo ter rece­bido instruções para, antes de tudo, informar o médico sobre suas melho­ras. Evelina concordou, afirmando, porém, que sentia necessidade de reen­contrar seus familiares, para repartir com eles o próprio júbilo. "Tenho sede de entender-me com alguém – acrescentou a convalescente, animada –, como se chama a senhora?" A enfermeira informou chamar-se Irmã Isa e  Evelina indagou-lhe: "Irmã Isa, que me sucedeu? Estou bem, mas num estado estranho que não sei definir..." A nova amiga, evitando tocar no tema desencarnação, respondeu: "A senhora passou por longa cirurgia, precisa descansar, refazer-se..." Nada havia de surpreendente, para Evelina, na­quelas palavras, pois sabia-se operada e lembrava que estivera em casa e que até fizera um passeio com o marido pelas estradas do Morumbi. Não en­tendia, porém, por que fora novamente hospitalizada. Foi quando, chamado por Irmã Isa, o médico de plantão entrou no quarto. (Cap. 5, pp. 37 e 38) 

15. Mentalização inconveniente – Após cumprimentá-la, o médico a examinou e sorriu sa­tisfeito. Evelina pediu-lhe informes. Desejava saber como e quando veria o esposo e os pais. O doutor ouviu-a, paciente, e ro­gou-lhe conformidade. Ela retornaria aos parentes, mas precisava reajus­tar-se. "A senhora está melhor, muito melhor – aclarou o médico –; en­tretanto, ainda sob rigo­rosa assistência de ordem mental. Em se ligando a quaisquer agentes suscetíveis de induzi-la a recordações muito ativas da moléstia que sofreu, é provável que todos os sintomas reapareçam. Pense nisso. Não lhe convém, por agora, recolocar-se entre os seus." E, com um olhar compreensivo, ajuntou: "Coopere..." Evelina ouviu a observação, de olhos lacrimosos, mas resignou-se. Afinal, concluiu, devia ser reconhe­cida aos que lhe ha­viam granjeado a bênção da nova situação e não lhe ca­bia interferir em providências cujo significado era incapaz de apreender. Retirando-se o médico, a jovem passou a folhear um exemplar do Novo Tes­tamento, que lhe foi trazido pela atendente. Sozinha no quarto, Evelina começou a ler o Sermão da Montanha; no entanto, a advertência clínica se lhe intrometia na imaginação, com insistência. Se estava restaurada, qual se via, por que simples lembranças lhe imporiam retorno aos padecimentos de antes? Por quê? Per­cebia-se na posse de inenarrável euforia, e deli­ciosa sensação de leveza lhe mantinha a disposição para a alegria, como nunca sentira em toda a existência. Tais recursos de equilíbrio seriam assim tão fáceis de per­der? Pensou, então, nos familiares e nas angústias sofridas nos últimos tempos, por causa da doença. Foi o bastante para que a mentalização na família e nas dores fizesse com que, decorridos alguns minutos, a crise se revelasse, impondo-lhe as mes­mas sensações sentidas no corpo físico. Desencadeados os sintomas, Evelina quis reagir, mas era tarde. O sofrimento ganhou-lhe as forças e ela passou a contorcer-se no suplício de que pensara haver-se distan­ciado. Avisados, a enfermeira a socorreu e o médico administrou sedativos. Nem ele nem Irmã Isa lhe ende­reçaram o mínimo reproche, mas Evelina pôde ver em seus olhos a certeza de que haviam compreendido tudo, cientes de que ela, não se acomodando aos avisos recebidos, qui­sera experimentar por si mesma o que se consti­tuíra numa mentalização inconveniente. (Cap. 5, pp. 39 e 40) 

16. O reencontro – Após a aplicação de uma injeção calmante em determinada região da cabeça de Evelina, o doutor recomendou medidas especiais para que ela dormisse. Era indispensável que repousasse mais tempo, controlada por anestésicos. A doente não podia nem devia entregar-se a ideias fixas, sob pena de voltar a sofrer sem necessidade. Evelina ouviu as observações em franca modorra. Em seguida, abismou-se em pesado sono, do qual despertou muitas horas depois, consciente de que lhe competia cuidar-se, evitando novo pânico. Mostrando o desejo de alimentar-se, foi imediata­mente atendida com um caldo quente e reconfortante, que lhe ca­lhou gostosa­mente ao paladar, à feição de néctar. Refez-se, vigilante. Reconhecia-se sob uma espécie de assistência cuja eficácia e poder não lhe cabia agora subestimar. Passada uma semana em descanso absoluto, com entretenimentos de leitura escolhida pelas autoridades que a cercavam, passou a caminhar no recinto do quarto. Assinalava, então, inequívocas diferenças em si mesmo. Os pés se lhe patenteavam leves, como se o corpo houvesse dimi­nuído de peso, e, no cérebro, as ideias lhe nasciam em tor­rente, vigoro­sas e belas, quase a se lhe materializarem diante dos olhos. Numa tarde em que se via mais amplamente estimulada a reaver os movimen­tos normais, abeirou-se da janela que dava para um pátio enorme e, do alto do terceiro andar que a hospedava, contemplou dezenas de pessoas a conversar alegre­mente, muitas delas sentadas em torno de irisada fonte que se erigia em centro de florido e extenso jardim. Aquela sociedade se­rena atraiu-a. Com permissão da enfermeira, que a escorou nos braços para a descida, Evelina di­rigiu-se ao grupo de pessoas que a rodeavam, pare­cendo encontrar-se no meio de vasta família de criaturas afins pelo coração, embora desconheci­das entre si, qual acontece num balneário. Todos convalesciam de enfermi­dades, cujos vestígios eram facilmente identifica­dos. Foi então que per­cebeu um homem, não longe de onde estava, que a fi­tava, evidentemente as­sombrado. Era Ernesto Fantini, o improvisado amigo das termas de Minas. O coração bateu-lhe agitado e ela estendeu, na direção dele, os dois braços, dando-lhe a certeza de que o aguardava, de alma aberta. Fantini ergueu-se da poltrona em que estava e avançou para ela, a passos rápidos. – "Evelina!... Dona Evelina!... Estarei realmente vendo a senhora?" – "Eu mesma!", respondeu-lhe a moça, chorando de alegria. O recém-chegado não foi estranho à emotividade daquele minuto inesquecível. Lágrimas lhe ro­laram no rosto simpático e sisudo, lágrimas que ele bus­cava enxugar, em­baraçado, procurando sorrir. (Cap. 5, pp. 41 e 42)  (Continua na próxima semana.)



 


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