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Clássicos do Espiritismo
Ano 7 - N° 319 - 7 de Julho de 2013
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

A Personalidade Humana

Fredrich Myers

(Parte 44)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Personalidade Humana, de Fredrich W. H. Myers, cujo título no original inglês é Human Personality and Its Survival of Bodily Death. 

Questões preliminares 

A. Que significa a palavra telecinesia e quem a propôs no meio científico?  

Há fenômenos em que objetos ponderáveis se põem em movimento sem que haja contato físico dos objetos com o sensitivo ou com as demais pessoas presentes no recinto. Proposta por Aksakof, telecinesia foi a palavra aplicável a esses fenômenos, que se convencionou chamar “fenômenos físicos do Espiritismo”. (A Personalidade Humana. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.)

B. Quem foi Stainton Moses? 

Stainton Moses foi um sacerdote que serviu, como médium, a uma série de manifestações mediúnicas relatadas no livro intitulado Spirit Teachings, em que reuniu o que considerava os resultados reais de seus anos de misteriosa permanência no vestíbulo de um mundo desconhecido. Sua vida foi uma das mais extraordinárias de sua época e sua história, verídica, encontra-se consignada numa série de manifestações físicas que foram anotadas durante 8 anos, desde 1872, e nas séries de manifestações automáticas, escritas ou faladas, que, iniciando em 1873, prolongaram-se durante 10 anos para cessar somente pouco antes de sua morte.  (Obra citada. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.) 

C. Os Espíritos que se manifestaram por intermédio de Stainton Moses podem ser divididos em três categorias. Qual é, dentre elas, a mais importante?  

A mais importante categoria, segundo Myers, compunha-se de pessoas recentemente falecidas e que, com frequência, se manifestavam durante as sessões, antes que a notícia de sua morte chegasse, através de caminho comum, a uma das pessoas que participavam da sessão. Esses Espíritos proporcionaram muitas vezes provas de sua identidade, mencionando fatos relacionados à sua vida terrestre e que, mais tarde, se verificou serem exatos. (Obra citada. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.)

Texto para leitura 

1077. Analisemos agora a recordação da vigília tal como a possuímos no sonho. É, a princípio, absolutamente caprichosa; posso não lembrar meu nome, mas recordar perfeitamente a forma e disposição das cadeiras da sala de jantar; ou então, mesmo recordando-me das cadeiras, posso localizá-las em outra casa que não a minha. É impossível prever o grau de confusão que se pode produzir desse modo.

1078. A conversa dos sonâmbulos nos proporciona outra analogia. Ao falar a um sonâmbulo, quer se trate de sonambulismo espontâneo ou provocado, não tardamos em constatar que é difícil manter com ele uma palestra contínua sobre os temas que nos interessam. E, a seguir, é incapaz de manter qualquer conversa contínua, porque não demora em cair num estado no qual torna-se completamente incapaz de expressar-se. Quando fala, só o faz sobre os temas que o atraem; segue o curso de suas próprias ideias, interrompido ao invés de influenciado pelo que dizemos. Existe entre os dois estados, o de vigília e o de sono, uma diferença inamovível.

1079. Temos, dessa forma, três gêneros de analogias que nos permitem traçar os limites de nossas antecipações. Da analogia existente entre as possessões e as personalidades secundárias, podemos concluir que o espírito que possui não deve ser capaz de sugerir ao cérebro do sujeito ideias e palavras de um gênero que não lhe seja familiar. Da analogia entre a obsessão e o sonho podemos concluir que a memória do espírito que possui pode estar submetida a omissões e a confusões estranhas. Da analogia, finalmente, entre a obsessão e o sonambulismo, resulta que o colóquio entre o observador humano e o espírito possuidor não é nem completo nem livre, senão atrapalhado pela diferença existente entre os estados de um e de outro e sintetizado pela dificuldade de manter um prolongado contato psíquico.

1080. As observações anteriores, assim espero, prepararão o leitor para considerar os problemas concernentes à possessão com a mesma amplitude de espírito que necessitaria o estudo dos demais problemas abordados nesta obra. Mostrei, com efeito, que este novo problema pode ser considerado como uma consequência, um efeito natural do antigo. Mostrei, nos movimentos e expressões do organismo obsidiado, manifestações motoras automáticas levadas ao extremo, e na invasão do espírito obsedante a vitória total da invasão telepática, e desde o início preveni contra determinadas confusões que no passado afastaram os homens do estudo sério das mensagens recebidas por esta via.

1081. Antes de nos aprofundarmos mais, chamamos a atenção sobre outro aspecto da obsessão, que diz respeito a um grupo de fenômenos que de maneiras diversas deram origem a uma confusão e atrasaram nosso estudo, mas que, examinados no devido lugar e devidamente entendidos, parecem formar um elemento imprescindível de qualquer teoria que tenha por fim descobrir a influência exercida pelos fatores invisíveis sobre o mundo que conhecemos.

1082. Considerei, até aqui, as influências telepáticas e supranormais só sob o ponto de vista psicológico, como se o campo de ação supranormal estivesse situado no mundo metaetéreo. Mas, apesar da profunda verdade desse ponto de vista, não representa toda a verdade “para os seres como nós e num mundo como este”. Para nós todo fato psicológico tem seu lado físico, e os acontecimentos metaetéreos, para que nos sejam perceptíveis, devem, de uma forma ou de outra, afetar o mundo e a matéria.

1083. Nos automatismos sensoriais e motores, vemos efeitos que começam a manifestar-se de um modo supranormal e que chegam ao mundo da matéria. Em primeiro lugar, na vida comum, nossos espíritos (uma vez que se admita sua existência) afetam nossos corpos e nos proporcionam o exemplo permanente do espírito que age sobre a matéria.

1084. Logo, quando um homem recebe uma influência telepática que tem sua origem em outro espírito encarnado e que determina a visão de espectros, podemos supor que o cérebro deste homem foi afetado pelo seu próprio espírito, mais do que pelo espírito do seu amigo distante.

1085. Mas nem sempre ocorre, inclusive nos casos de automatismo sensorial, que o espírito do sujeito seja um mero executor das sugestões que procedem de um espírito distante; e nos automatismos motores que terminam na possessão existem indícios cuja natureza faz reconhecer que a influência do espírito do agente é telérgica mais do que telepática e que certos espíritos exteriores são suscetíveis de influir sobre o cérebro e o organismo humano, isto é, de produzir movimentos da matéria, inclusive quando se trata de matéria organizada e de movimentos moleculares.

1086. Uma vez comprovado este fato, que nem sempre foi captado pelos homens dedicados a estabelecer uma diferença fundamental entre a influência espiritual que afeta nossos espíritos e a que afeta o mundo material, nos vemos impelidos a perguntar se a matéria inorgânica revela, tanto como a matéria orgânica, a ação, a influência de espíritos exteriores. A resposta parece, à primeira vista, negativa.

1087. Suponhamos que um espírito desencarnado, na posse temporal de um organismo vivo, provoque, de seu lado, manifestações motrizes automáticas. Podemos dizer, a priori, onde irão se deter os movimentos automáticos do organismo, da mesma forma que podemos prever os limites de seus movimentos voluntários? O espírito exterior não poderia fazer com que o organismo manifestasse mais potência motriz do que a que pode arrancar de si um homem acordado? Não nos surpreenderia ver que os movimentos demonstrassem uma exagerada concentração durante o êxtase e ver o dinamômetro apertado com mais força pelo espírito que agia através do homem, mais do que pelo espírito deste último? Podemos imaginar outro meio que permita ao espírito que me possui empregar minha força vital de maneira mais hábil do que eu posso fazer?

1088. Não sei como minha vontade põe em movimento meu braço; mas sei, por experiência, que minha vontade põe em movimento somente meu braço e os objetos que posso tocar, todos os objetos realmente em contato com o “esqueleto protoplasmático” que representa a vida de meu organismo. Todavia posso, às vezes, provocar movimentos nos objetos com os quais não estou em contato real, como ao fundi-los por meio do calor, ou aquecê-los (no ar seco de Colorado) com auxílio da eletricidade que meus dedos desprendem. Desconheço todas as formas de energia que meus dedos são suscetíveis de desprender, através de um exercício apropriado.

1089. Suponhamos que o espírito possuidor sirva-se de meu organismo mais habilmente do que eu o possa fazer. Não poderia fazer com que meu organismo irradiasse uma energia capaz de pôr em movimento objetos ponderáveis que não estão em contato real com minha carne? Este seria um fenômeno de possessão não muito diferenciado dos demais: seria telecinesia. Mediante esta palavra (proposta por Aksakof) se designam e descrevem o que se convencionou chamar “fenômenos físicos do Espiritismo” e cuja existência, como realidade e não como um sistema de aparências mentirosas, deu lugar, durante meio século, às controvérsias ardentes que ainda persistem.

1090. A simulação persistente da telecinesia inspirou, naturalmente, dúvidas sobre a realidade do fenômeno e isto, inclusive, nos casos em que foram tomadas todas as precauções contra a simulação e nas quais o caráter dos sujeitos tornava improvável qualquer suspeita de simulação. Apesar de toda a sua importância, este tema não está intimamente relacionado ao tema principal desta obra, para que acredite estar obrigado a fazer do mesmo um detalhado exame histórico. Ocupar-me-ei dele só na medida em que surja como um dos elementos da possessão espiritual, no caso de Stainton Moses, por exemplo.

1091. As analogias que podemos estabelecer entre os fenômenos da possessão e os descritos nos capítulos anteriores vão nos facilitar o entendimento dos primeiros e, sem que nos detenhamos nos casos de importância secundária, vamos expor os que concernem a Stainton Moses e à senhora Piper, que pudemos observar pessoalmente e nos quais os fenômenos de possessão revestem a forma mais característica.

1092. Stainton Moses era um sacerdote dogmático, cônscio, trabalhador, impregnado do desejo de fazer o bem e de pregar aos demais os melhores meios de alcançar esse fim. Ele próprio enxergava o elemento essencial daquilo que chamava suas “mensagens”, nas palavras automaticamente pronunciadas ou escritas, não nos fenômenos que as acompanhavam e que por si sós davam a esses processos automáticos sua importância e seu único interesse, por assim dizer.

1093. Num livro intitulado Spirit Teachings, reuniu o que considerava como os resultados reais de seus anos de misteriosa permanência no vestíbulo de um mundo desconhecido. Sua vida foi uma das mais extraordinárias de nosso século e sua história, verídica, encontra-se consignada nesta série de manifestações físicas que foram anotadas durante 8 anos, desde 1872, e nas séries de manifestações automáticas, escritas ou faladas, que, iniciando em 1873, prolongaram-se durante 10 anos para cessar somente pouco antes de sua morte.

1094. Os espíritos que Moses acreditava o possuíssem podem ser divididos em três categorias:

a) A primeira e mais importante categoria compunha-se de pessoas recentemente falecidas e que, com frequência, se manifestavam durante as sessões, antes que a notícia de sua morte chegasse, através de caminho comum, a uma das pessoas que participavam da sessão. Esses espíritos proporcionaram muitas vezes provas de sua identidade, mencionando fatos relacionados à sua vida terrestre e que, mais tarde, se verificou serem exatos.

b) A seguir, um grupo de pessoas pertencentes a gerações mais antigas e que durante sua vida foram razoavelmente célebres. Grocyn, amigo de Erasmo de Roterdã, pode ser considerado como o típico representante deste grupo. Muitos deles proporcionaram, igualmente, como provas de sua identidade, fatos que eram mais exatos do que a ideia ou o conhecimento consciente que podiam ter dos mesmos as pessoas presentes na sessão. Todavia, nestes casos, a dificuldade de provar a identidade aumentava sensivelmente, pelo fato de que a maioria dos dados exatos se encontravam anotados em volumes que Moses poderia ter lido, esquecendo em seguida, ou talvez tomasse conhecimento de seu conteúdo através da clarividência.

c) O terceiro grupo compõe-se de espíritos que trazem nomes semelhantes a Rector, Doctor, Teófilo e, o mais importante, Imperator. De vez em quando revelam os nomes que pretendem ter tido durante sua vida terrestre. Esses nomes ocultos são frequentemente mais antigos e ilustres do que os do grupo “b”.

1095. No que diz respeito às relações entre os espíritos e os fenômenos telecinésicos, não se pode esquecer que esses fenômenos, por estranhos e grotescos que possam parecer, às vezes, não podem ser considerados como absurdos e inúteis. Os presumíveis operadores se esforçam por descrever o que consideram como um fim e o que consideram como um meio tendo em vista aquele fim. Seu objetivo constante, confesso, é relatar, através de Moses, certas opiniões religiosas e filosóficas; e as manifestações físicas são descritas como se fossem somente uma prova de potência e uma base para a autoridade invocada a favor de ensinamentos sérios.

1096. Considerações de ordem moral e o fato de que os fenômenos físicos se reproduziam sempre, quando Moses estava só, impedem-nos de os considerar como manobras fraudulentas produzidas por alguma pessoa presente à sessão. E, por outro lado, parece-me moral e fisicamente impossível considerá-los como fraudes do próprio Moses. E é fisicamente impossível e incompatível com seus próprios relatos e com os de seus amigos que tenham podido prepará-los e reproduzi-los durante o êxtase. Deve-se, pois, considerá-los como se tivessem ocorrido de uma forma realmente supranormal. (Continua no próximo número.) 




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita