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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 318 - 30 de Junho de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


E a Vida Continua...

André Luiz

(Parte 3)

Continuamos nesta edição o estudo da obra E a Vida Continua, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Se morresse, para onde Evelina iria?

Essa pergunta ela mesma se fez, já no hospital, à véspera da cirurgia. Quando menina, Evelina acreditava de boa fé na existência do céu e do inferno. Agora, porém, com a ciência explorando as vastidões cósmicas, era bastante inteligente para perceber o tato com que seu confessor lhe falara das indispensáveis renovações que se impunham à esfera religiosa. (E a Vida Continua, cap. 3 e 4, pp. 26 a 29.)

B. Evelina receava morrer?

Sim. Ela não desejava morrer tão cedo. Queria a saúde, a euforia orgânica. Ansiava restaurar-se, viver. Embora as dificuldades conjugais, possuía motivos para contar com feliz reajuste. O que lhe faltava era, tão-só, o reequilíbrio físico. Recuperando-se, diligenciaria remover a outra. Além disso, reconhecia-se útil e poderia ajudar as cria­turas menos felizes, diminuindo a penúria onde a penúria existisse. A lembrança dos necessitados sensibilizou-a... E, assim pensando, decidiu recusar todo pensamento acerca da morte, concentrando-se com todo o vigor no propósito de retomar-se organicamente. (Obra citada, cap. 4, pp. 29 e 30.) 

C. O prognóstico médico inspirava alguma esperança para Evelina?

Não, nenhuma. O cardiologista, aliás, quase desaconselhara o tentame e só não insistiu quanto a isso porque Evelina avançava a passos largos para a morte. No dia seguinte à cirurgia, Caio, seu esposo, foi convidado a entendimento com o cirurgião e, pálido, colheu a sen­tença. Evelina, segundo os recursos da ciência humana, dispunha tão-somente de alguns dias mais. "Ela parece – afirmou o doutor – uma rosa totalmente carcomida por agentes malignos." (Obra citada, cap. 4, pp. 30 a 32.) 

Texto para leitura

9. No hospital - Evelina não sorriu, mas, sem dúvida, foi tocada de forma profunda pela última observação feita pelo amigo. Depois, após longo intervalo, preparou-se para a despedida, comentando: "Bem, senhor Fantini, se houver outra vida, além desta, e se for a vontade de Deus que venhamos a sofrer, em breve, a grande mudança, creio que nos veremos de novo e se­remos lá bons amigos..." Ernesto concordou inteiramente. À saída, após informarem um ao outro que ambas as cirurgias deveriam reali­zar-se nos próximos dias, Evelina obtemperou: "Senhor Fantini, somos am­bos portadores da mesma doença insidiosa e rara. Não será isso o bastante para aproximar-nos um do outro? Esperemos o futuro sem aflição. Se esca­parmos do atoleiro, estou convencida de que Deus nos favorecerá com um novo encontro aqui na Terra mesmo... Se a morte vier, a nossa amizade, em outro mundo, ficará também subordinada aos desígnios da Providência". Er­nesto achou graça e ambos regressaram ao hotel, passo a passo, em como­vido silêncio. Evelina somente voltou a pensar na presença confortadora dele, quando seu esposo, Dr. Caio Serpa, a deixou no hospital, à véspera da cirurgia. Ali, a sós, aguardando a enfermeira, as palavras de Fantini lhe perpassavam o cérebro, escaldando-lhe a imaginação. Se morresse, para onde iria? Quando menina, acreditava de boa fé na existência do céu e do inferno. Agora, porém, com a ciência explorando as vastidões cósmicas, era bastante inteligente para perceber o tato com que seu confessor lhe falara das indispensáveis renovações que se impunham à esfera religiosa. Com ele aprendera a conservar inalterável confiança em Deus, no divino apostolado de Jesus e no ministério inefável dos santos, mas decidira co­locar à parte, no rumo da necessária revisão, todas as afirmativas da au­toridade humana sobre as coisas e causas da Providência Divina. (Cap. 3 e 4, pp. 26 a 29) 

10. Receio de morrer leva a jovem ao pranto - A ideia da morte asso­mou-lhe à cabeça com mais força, mas Evelina repeliu-a. Queria a saúde, a euforia orgânica. Ansiava restaurar-se, viver. Embora as dificuldades conjugais, possuía motivos para contar com feliz reajuste. O que lhe fal­tava era, tão-só, o reequilíbrio físico. Recuperando-se, diligenciaria remover a outra. Além disso, reconhecia-se útil e poderia ajudar as cria­turas menos felizes, diminuindo a penúria onde a penúria existisse. A lembrança dos necessitados sensibilizou-a... E, assim pensando, decidiu recusar todo pensamento acerca da morte, concentrando-se com todo o vigor no propósito de retomar-se organicamente. Nesse ponto, Evelina lembrou-se de que, além da importância do pensamento positivo, em favor de seu res­tabelecimento, a oração constituiria também recurso valioso. Percebeu, então, a pender de parede próxima, a imagem de Jesus Crucificado e, cru­zando as mãos sobre o peito, falou mais com a voz do coração do que com os lábios: "Senhor, compadece-te de mim!..." Ao contemplar a cabeça do Senhor coroada de espinhos e os braços pregados na cruz, Evelina imaginou que o Cristo estimava surgir na memória das criaturas daquela forma para lembrar-lhes a fatalidade da morte, e fundo abalo moral convulsionou-lhe os nervos. Ela não sabia mais se lhe era lícito optar entre viver e mor­rer e, escondendo o rosto entre as mãos, ajoelhou-se, humilde, à frente da escultura delicada, junto da qual chorou copiosamente. A enfermeira, ao chegar para as providências pré-operatórias, encontrou-a nesse estado. Evelina ergueu-se, enxugou as lágrimas e pediu-lhe desculpas. Momentos depois, já preparada para a cirurgia, retornou ao quarto, onde o esposo a esperava folheando os jornais do dia. (Cap. 4, pp. 29 e 30) 

11. A cirurgia confirma o pessimismo dos médicos - Caio Serpa diri­giu-lhe palavras de bran­dura. Advogado jovem, mas experimentado em relações públicas, exibia ma­neiras estudadas, conquanto simpáticas. Sua es­tampa física não era igual ao que mostrava por dentro de sua alma, que patenteava, aos olhos de An­dré Luiz, sombrias inquietações. Depois das primeiras palavras, quentes de ternura, ele abeirou-se da esposa e oscu­lou-lhe os cabelos. Ela não dissimulou a própria alegria e conversaram em suave transbordamento afe­tivo. Evelina reafirmou a certeza de sua recuperação e ele deu notícias acerca dos  familiares dela e sobre os prognós­ticos médicos, que eram otimistas. Evelina não percebia que o marido dis­farçava. Serpa emitia comunicações imaginárias. O médico da família, tanto quanto o cirurgião, nada garantiam além de uma operação explorató­ria, com reduzidas esperan­ças de êxito. O cardiologista, aliás, quase de­saconselhara o tentame e só não insistiu quanto a isso porque Evelina avançava a passos largos para a morte. No dia seguinte à cirurgia, Caio foi convidado a entendimento com o cirurgião e, pálido, colheu a sen­tença. Evelina, segundo os recursos da ciência humana, dispunha tão-somente de alguns dias mais. "Ela parece – afirmou o doutor – uma rosa totalmente carcomida por agentes malignos." Caio, embora quisesse, nada mais ouviu das doutas observações feitas so­bre a doença pelo especia­lista. Sentia-se petrificado e lágrimas compri­das perlaram-lhe a face. Concluída a conversa com o cirurgião amigo, cor­reu para junto da esposa prostrada. E durante dias e noites de paciência e ansiedade foi-lhe o irmão, pai, tutor e amigo. (Cap. 4, pp. 30 a 32) 

12. Evelina vive dias de conforto - Atendendo aos apelos do genro, dona Brígida, mãe de Evelina, e o Sr. Amâncio Terra, o padrasto, compare­ceram desolados, buscando, no entanto, selecionar palavras de otimismo e sustando o choro, na presença de Evelina. Embalada na rede do devotamento familiar, a enferma, aparentemente melhorada, voltou ao ninho doméstico, recolhendo mimos que desde muito não recebia, concomitantemente com as crises periódicas de sufocação que a deixavam inerme. Apesar disso, ela acreditava nas opiniões lisonjeiras dos familiares. Aquilo passaria. Que ela confiasse, orasse com fé. Seguiram-se, então, após duas semanas de calmaria e repiquetes, seis dias de contínuo bem-estar. Ela transferiu-se do leito para a espreguiçadeira e alimentava-se quase normalmente, man­tendo-se em paz e recebendo o conforto da religião através de um sacer­dote abnegado. No quinto dia de esperança, formulou ao esposo uma solicitação inesperada. Não poderia ele levá-la ao passeio predileto dos tempos de noivado? "Morumbi à noite?", indagou a mãezinha, intrigada. Ela justi­ficou-se. Queria ver a cidade faiscante de luzes ao longe; seus olhos tinham saudade do céu estrelado. Caio pediu permissão ao médico e levou-a. Evelina seguiu, encantada. Ao rever as ruas repletas e a paisagem do Morumbi e arredores, ela passou a falar entusiasmada e o marido enterne­ceu-se. Como que a reencontrava na moldura de noiva querida, da noiva a quem amara desvairadamente, anos antes... O marido experimentou remorsos ao recordar a infidelidade conjugal em que se mantinha, e quis suplicar-lhe perdão, reconhecendo, porém, que aquele não era o momento adequado. De repente, após frear o carro, tomou-a nos braços e, num transporte irresistível de carinho, beijou-a e beijou-a, até que lhe sentiu o rosto frio molhado de lágrimas ardentes... A esposa chorava de ventura. Depois, após contemplar o firmamento, buscou a destra do companheiro, apertou-a demoradamente e indagou: "Caio, você acredita que nos encontraremos, de­pois da morte?" O esposo não respondeu e exortou-a a trocar de assunto, proibindo-a, em tom afetuoso, de reportar-se às coisas tristes. Em se­guida, regressaram. No caminho de volta, Evelina lembrou-se do entendi­mento fácil com Ernesto Fantini, o improvisado amigo da estância mineira e, de modo inexplicável, teve saudades daquela presença que lhe fora tão suave e grata. (Cap. 4, pp. 33 e 34)  (Continua na próxima semana.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita