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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 318 - 30 de Junho de 2013

ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga, SP(Brasil)

 
 
 

Moisés, Jesus e Allan Kardec


Na literatura espírita encontramos diversas referências às denominadas “Três Revelações”, sendo que no livro “Cintilação das Estrelas”, o Espírito Camilo, através da mediunidade de José Raul Teixeira, mostra-nos a perfeita integração que há entre os dez mandamentos, o evangelho de Jesus e o Espiritismo.

A princípio, Camilo nos aponta que em tudo há um planejamento divino, um controle superior, de forma que Deus jamais age de improviso e sempre está presente, inspirando a criatura humana para sua plenitude espiritual, etapa a etapa, sem pressa, como, por exemplo, ao permitir a reencarnação de Espíritos evoluídos, que nos trazem elevados conceitos e posturas nobres.

A divindade, respeitando e entendendo os nossos limites, organizou a vinda das três revelações de forma notável, havendo um encadeamento lógico na cronologia temporal.

À época de Moisés éramos “crianças espirituais”, necessitando mais de limites em nossas condutas levianas e irresponsáveis, de tal sorte o que o citado líder hebreu, guiando um povo indisciplinado, tenta imprimir “as nuanças do respeito ao semelhante e da fidelidade ao Único Senhor”.

Por essa razão, Moisés, no Monte Sinai, entra em sintonia com os Embaixadores do Cristo, e nos traz o Decálogo, que, segundo Camilo, “constituiu-se em bússola segura e em freio, impondo normativas de acatamento e moderação”, tornando-se, assim, “a grande carta que traz notícias do anseio de Jeová, com relação aos tutelados humanos”.

Dos dez mandamentos do Decálogo, a maioria dos preceitos é em tom negativo – não ter outros deuses, não dizer o nome do Senhor em vão, não matar, não adulterar, não furtar, não dar falso testemunho e não cobiçar – os quais, com exceção dos dois primeiros, estão vinculados à postura do indivíduo com seus semelhantes.

A criança, em seu processo educacional, ouve muito a expressão “não”. “Não faça isso”, “não pode”, “não é permitido”, “não, você vai se machucar”. É uma forma de impressionar e chamar a atenção da criança com vigor.

Enquanto “crianças espirituais” na época de Moisés, precisávamos ouvir o “não”, por isso, o Decálogo, ao estabelecer o princípio de justiça, ensina o que não devemos fazer com o escopo de não dificultarmos o nosso processo evolutivo.

Após séculos, Jesus, a segunda e maior das revelações, encarnou-se no orbe terrestre, advindo, assim, “a juventude espiritual do planeta, em condições de ouvir o que o Doce Nazareno tinha a ensinar”.

Jesus refez variados conceitos e sintetiza o Decálogo em dois mandamentos: o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Na condição de “jovens espirituais”, já tínhamos condições de saber o que fazer. O jovem já não necessita ouvir tantos “não”, está mais carente de informação e diretriz, de forma que é mais comum dizermos: “faça assim”, “assim é o correto”, “pense nisso”, etc.

Jesus, o modelo e guia de nossas vidas, veio nos ensinar o significado profundo do amor, mas não foi apenas um teórico, viveu o amor como ninguém, em regime de plenitude, mostrando o que devemos fazer ao próximo e, ao executarmos, realizar como se tivéssemos fazendo a nós. 

Dessa forma, a segunda revelação representa o seguinte ensino: “O que fazer?"

Camilo, ao dar prosseguimento ao seu notável raciocínio, acentua que “passados dezoito séculos nos quais Sua mensagem e Seus Feitos (referindo-se a Jesus) estiveram trancafiados nas masmorras escolásticas, empoeirados em cofres de usura, brilhantes e frios sobre pedras de escuros altares ou adulterados, no verbo interesseiro dos maus obreiros”, renasce, no Ocidente, “a personagem gloriosa de Rivail”.

“Hippolyte Rivail estuda os ensinos de Moisés, dedicado. Penetra a aura evangélica e se emociona com a saga do Cristianismo, sorvendo seu conteúdo a longos haustos. Trava contato com seres que haviam deixado o pouso da matéria, pelo fenômeno da morte. Dialoga com esses imortais e se aprofunda na eloquência dos raciocínios e no sentido real da fé impoluta e refletida. Logra reunir, num só trabalho, o questionamento filosófico, a busca fria da ciência e a lucidez que dirige a crença, ardorosa e racional”.

O Espiritismo é a terceira revelação e, além de repetir as revelações anteriores, ensinou-nos coisas novas (as leis divinas), que nos capacitam a entender o sentido da vida e a causa dos sofrimentos.

Assim sendo, o consolador prometido representa o “Por que fazer?”.

Ao tomarmos contato com as verdades divinas, passamos a entender por que temos que amar (fazer o bem a todos e sem impor condições) e por que devemos evitar o mal, em seus variados espectros (violência, calúnia, indiferença, omissão, egoísmo, vaidade etc.). 

Lamentavelmente, muitos de nós ainda nem sequer conseguimos entender e vivenciar o Decálogo, isto é, ainda causamos danos e sofrimento na vida do próximo, porque o cobiçamos ou desejamos seus cônjuges, matamos sua dignidade e esperança, furtamos seus bens ou sua alegria de viver, etc.

Aquele que é capaz de, conscientemente, lesar ao próximo, ainda não tem condições de dimensionar o significado e a abrangência do amor, esse sentimento sublime que nos conduz a Deus.

Há aqueles que são incapazes de fazer o mal, mas também são impotentes para fazer o bem, situando-se numa faixa de neutralidade que os faz estacionar no processo evolutivo.

Para esses (maus e neutros) e para aqueles que já conseguem fazer o bem ao semelhante, ainda que de forma modesta, vem o Espiritismo, racionalizando a nossa fé e ensinando por que devemos amar (é a nossa destinação, é a fatalidade após sermos criados por Deus, por isso, fora da caridade não há salvação) e nos instruir (para que o conhecimento nos liberte das algemas da ignorância), revigorando as energias e a motivação daqueles que, nos dias atuais, pensam em desistir do bem e da paz, ou acomodam-se diante das facilidades da vida moderna.

Por essa razão, Camilo finaliza seu apontamento, afirmando que: “Identificamos, então, a tríade concorde com todos os fundamentos: Moisés, Jesus e o Espírito de Verdade, que teve em Allan Kardec o Seu iluminado Servidor. O amor a Deus, na projeção do amor ao próximo, aí está a grande ensancha de redenção do gênero humano... Na programação celestial não há tricotomia particularista ou distúrbios entre os mensageiros. O que se vê é uma integração perfeita entre revelações e reveladores, cada qual portando sua característica, não obstante, em função de cada época e das suas conquistas gerais”.

Evitemos o mal, a ociosidade e a indiferença.  Façamos o bem e sejamos úteis na sociedade em que vivemos, espalhando a mensagem do amor (ser cartas vivas do evangelho), cientes de que somos filhos de Deus, destinados à perfeição relativa, e cooperadores da construção do mundo de regeneração. 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita