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Clássicos do Espiritismo
Ano 7 - N° 316 - 16 de Junho de 2013
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

A Personalidade Humana

Fredrich Myers

(Parte 41)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Personalidade Humana, de Fredrich W. H. Myers, cujo título no original inglês é Human Personality and Its Survival of Bodily Death. 

Questões preliminares 

A. Que tipo de fenômeno oferece, com maior segurança, informação quanto ao grau em que os Espíritos guardam conhecimento das coisas terrestres?  

Segundo Myers, são as experiências de escrita automática e de cristaloscopia que nos proporcionam com maior precisão tais informações, mais até do que as aparições espontâneas. (A Personalidade Humana, capítulo VIII – O automatismo motor.) 

B. Que fenômeno se observa na possessão?  

Afirma Myers que na possessão a personalidade do autômato desaparece completamente por algum tempo, durante o qual se produz uma substituição, mais ou menos completa, da personalidade. A palavra e a escrita são, então, manifestações de um Espírito alheio ao organismo do qual se apossou. (Obra citada. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.) 

C. Como se processa o fenômeno da possessão?  

As provas parecem indicar que o autômato cai inicialmente no estado de êxtase, durante o qual “seu espírito abandona o corpo”, ao menos em parte. Ele entra, então, num estado no qual o mundo espiritual se abre, mais ou menos, à sua percepção e, ao abandonar o organismo físico, favorece a invasão deste por outro Espírito que dele se serve, mais ou menos da mesma forma que o próprio Espírito do sujeito. (Obra citada. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase.)

Texto para leitura 

991. O caso que relataremos pode ser considerado único no gênero. Trata-se do êxito de uma experiência direta, de uma mensagem projetada antes e comunicada após a morte, por um homem que considerava que a esperança de uma existência após a morte merecia um esforço hercúleo, não importando o resultado. O irmão da Sra. Finney (Proceedings of the S. P. R., VIII, pág. 248-251), meses antes de sua morte, pintou um ladrilho, de modo determinado, partindo-o e dando a metade à sua irmã; depois disse-lhe que a avisaria, no dia em que morresse, onde escondera a outra metade do ladrilho, assim como o conteúdo de uma carta que estaria oculta no mesmo lugar. Após a morte do irmão, a Sra. Finney recebeu através de uma mesa as prometidas comunicações, concernentes tanto ao conteúdo da carta como ao lugar onde estava oculta a outra metade do ladrilho. Essas comunicações eram absolutamente corretas.

992. Todos podem tentar experiências desse gênero. E devo acrescentar que são as experiências de escrita automática, de cristaloscopia, etc., mais do que as concernentes às aparições espontâneas, as capazes de proporcionar uma informação real quanto ao grau em que os Espíritos desencarnados guardam um conhecimento das coisas terrestres.

993. Antes de encerrar este capítulo façamos um retrospecto. Comprovaremos que os fenômenos motores nada mais fizeram do que confirmar e estender os resultados que o estudo dos fenômenos sensoriais nos fez entrever. Chamamos a atenção sobre o grau variável de amplitude das capacidades subliminares, quer no sono, quer na vigília. Assistimos a uma intensificação hiperestésica de uma capacidade comum terminar na telestesia e telepatia comuns, das quais as pessoas vivas ou mortas constituem o ponto de partida. Ao lado dessas capacidades que, na hipótese de uma existência independente da alma, nos parecem suscetíveis de explicação, notamos, igualmente, a existência de uma capacidade pré-cognitiva de determinado gênero, que nenhum dos fatos científicos conhecidos é capaz de explicar.

994. Durante o estudo dos automatismos motores encontramos um terceiro grupo de casos que confirmam em todos os pontos os resultados fornecidos pela análise dos automatismos motores do sono e da vigília. As provas convergentes a este ponto supõem, ao serem colocadas em dúvida, uma audácia de negação incomum. Mas os automatismos motores ensinaram-nos coisa diversa, ao mesmo tempo mais enérgicos e persistentes que os automatismos sensórios colocando-nos na presença de certos problemas que a natureza superficial e fugidia das impressões sensoriais nos permite, de certo modo, afastar.

995. Assim, através da discussão do mecanismo dos fantasmas visuais e auditivos se oferecem à nossa escolha conceitos opostos, o da influência telepática e o da invasão psíquica; dizíamos que devemos admitir ou uma ação exercida pelo agente sobre o espírito do sujeito que recebe, estimulando os trajetos sensoriais do cérebro deste último, de tal forma que a impressão exterioriza-se sob a forma de quase-percepção, ou então de uma modificação realizada pelo agente na parte de espaço onde se distingue uma aparição, talvez percebida por diversos indivíduos.

996. Naquele momento, a hipótese da influência telepática pareceu-nos a mais natural, a menos extremada, das duas, talvez porque as imagens de que nos ocupávamos eram tão vagas e obscuras. Mas agora, ao invés de alucinações flutuantes, defrontamo-nos com impulsos fortes e duradouros que parecem vir das profundezas do ser e que, igual à sugestão hipnótica, são capazes de vencer as resistências e repugnâncias do sujeito que desconhece o repouso quando não age de acordo com esse impulso. Podemos também falar de influência telepática, mas agora o termo não será distinto de invasão psíquica.

997. Esse forte influxo nervomotor, ainda que aparente ser estranho, corresponde, na realidade, quase exatamente, à ideia que possuímos de invasão, não só do espaço em que está o sujeito, mas de seu corpo e de suas capacidades. Essa invasão, ao se prolongar indefinidamente, pode se converter em possessão e unir e intensificar, ao mesmo tempo, as hipóteses anteriores: a da ação telepática sobre o espírito do sujeito e a presença fantasmogênica ao seu redor.

998. O que, de início, parece uma simples influência, tende a se converter num comportamento persistente; o que, de início, parecia uma simples incursão no ambiente do sujeito, se converte numa incursão no próprio organismo. Esse ligeiro progresso do estado vago a uma relativa clareza da concepção apresenta-nos uma série de problemas novos. Mas não devíamos nos precipitar; alguns desses fenômenos precedentes podem servir para que compreendamos os fenômenos mais desenvolvidos.

999. Nos casos de desdobramento da personalidade vimos sobrevir os mesmos fenômenos, quando estava em jogo só a personalidade do sujeito. Vimos uma parte do eu subliminar dominar parcial ou temporariamente o organismo inteiro, quer dirigindo os movimentos de um braço, quer todo o sistema nervoso, e isso com graus variáveis de deslocamento da personalidade primitiva.

1000. O mesmo sucede com a sugestão pós-hipnótica. Percebemos que o eu subliminar recebia a ordem de escrever, por exemplo: “Parou a chuva” e escrever imediatamente estas palavras sem considerar a vontade consciente do sujeito e desta vez também com graus variáveis de deslocamento do eu de vigília. Destes ao caso da Sra. Newman, não há mais do que um passo.

1001. O eu subliminar desta última, ao pôr em movimento as capacidades supranormais e realizar um esforço nesse sentido, adquire o conhecimento de certos fatos procedentes do espírito da Sra. Newman e serve-se da mão dela para os escrever automaticamente. O maior problema que surge, sobre isto, é o de saber como a Sra. Newman adquiriu o conhecimento dos fatos, ou melhor, de que forma conseguiu escrevê-los.

1002. Mas, à medida que progredimos, torna-se mais difícil limitar o problema das atividades do eu subliminar do autômato. Nem sempre podemos afirmar que uma parte da personalidade do sujeito chegue ao conhecimento supranormal, através de um esforço pessoal. As provas a favor da influência ou da ação telepática externa parecem acumular-se cada vez mais.

1003. No caso de Kirby, pode-se supor que o espírito da irmã exerceu uma ação telepática de fora, que deu lugar a movimentos automáticos totalmente idênticos aos nascidos de dentro. Então, qual é o mecanismo? Devemos supor que o eu subliminar do autômato executa os movimentos obedecendo a uma ordem ou influência externa? Ou, então, o agente externo que envia a mensagem telepática executa ele mesmo os movimentos telecinésicos que acompanham a mensagem? Devemos supor que estes são também executados pelo eu subliminar do sujeito, sob a direção de um espírito externo, encarnado ou desencarnado? Ou, então, são efetuados diretamente por esse espírito externo? É impossível dizer qual dessas duas hipóteses é a mais correta.

1004. Sob certo ponto de vista, parece que o mais simples é atermo-nos o quanto possível a esta vera causa que é o eu subliminar do autômato e compilar as observações que atestam a existência nele de alguma faculdade capaz de produzir efeitos físicos que se estendem além do organismo.

1005. Sobre isto possuímos observações fragmentárias e inclusive a Sra. Newman acreditava que sua caneta, ao escrever as mensagens que recebia telepaticamente, de seu marido, estava sendo movimentada por algo mais do que a atividade muscular dos dedos que a sustinham.

1006. Por outro lado, parece improvável atribuir à ação de um espírito externo os impulsos e as impressões que, na realidade, pertencem ao próprio autômato e, ao mesmo tempo, negar-se a atribuir à mesma ação externa os fenômenos que se dão fora do organismo do autômato e que se lhe apresentam como dados objetivos, tão exteriores ao seu ser como a queda de uma maçã.

1007. Ao refletirmos sobre estes pontos e admitir esse gênero de ação recíproca entre o espírito do autômato e um espírito exterior, encarnado ou desencarnado, obtemos uma variedade realmente desconcertante de combinações possíveis entre esses fatores, variedade de influências por parte do espírito ativo, variedade de efeitos que se manifestam no espírito e no organismo do sujeito passivo. O que produz essas influências e o que é deslocado ou substituído por elas? De que modo colaboram dois espíritos na possessão e na direção de um organismo?

1008. As palavras possessão e direção nos recordam o extenso número de tradições e crenças relacionadas aos efeitos que os espíritos das pessoas falecidas podem originar, graças à possessão e à direção que exercem sobre os vivos. A essas antigas crendices nos esforçaremos, no capítulo seguinte, para dar uma forma tão exata e estável quanto seja possível. Advirta-se que nos propomos a atingir esse intento com uma disposição espiritual inteiramente nova.

1009. O estudo da possessão não é para nós, como para o sábio civilizado comum, uma simples investigação arqueológica ou antropológica de formas de superstição, totalmente estranhas ao pensamento sadio e sistemático. Pelo contrário, esse estudo se depreende diretamente de nossa argumentação anterior. Esta nos é absolutamente necessária, tanto para a compreensão dos fatos já conhecidos, como para a descoberta de fatos ainda desconhecidos. Sentimo-nos obrigados a examinar certos fenômenos definidos do mundo espiritual, com o fito de explicar certos fenômenos do mundo material.

1010. Capítulo IX – Possessão, arrebatamento, êxtase. Aguardando novos dados que veremos surgir durante o desenrolar deste capítulo, que nos permitam dar uma definição mais ampla da possessão, vamos defini-la dizendo que é somente uma forma mais desenvolta do automatismo motor. A diferença entre esses dois estados consiste em que na possessão, a personalidade do autômato desaparece completamente durante algum tempo, durante o qual se produz uma substituição, mais ou menos completa, da personalidade; a palavra e a escrita são manifestações de um Espírito alheio ao organismo do qual se apossou.

1011. As mudanças produzidas na opinião, no que se refere a esta questão, desde 1888, ano em que concebemos, pela vez primeira, a ideia deste livro, são deveras significativas. Naquela época existia um certo número de provas a favor das ideias que defendemos, mas, por razões diversas, essas provas podiam ser interpretadas de maneiras diferentes. No que concerne aos fenômenos apresentados por Moses, poder-se-ia dizer que a “direção” sob a qual falava e escrevia, no estado de possessão, reduzia-se a mera auto-sugestão ou a impulsos oriundos de sua personalidade mais profunda.

1012. Não tive ocasião, que a gentileza de seus executores testamentários me propiciaram depois, de estudar toda a série desses fenômenos de acordo com as anotações originais de Moses, e de adquirir a convicção, que agora tenho, de que um fator espiritual desempenhava um papel importante nessa extensa série de comunicações.  Em resumo, não suspeitava então que a teoria da possessão pudesse ser apresentada como algo mais do que uma especulação verossímil, como uma nova prova a favor da sobrevivência do homem após a morte corporal.

1013. O estado de coisas, como sabe qualquer leitor dos relatórios da Sociedade de Investigações Psíquicas, sofreu uma mudança total durante os últimos dez anos. Os fenômenos de êxtase da senhora Piper, cuidadosamente observados, durante muito tempo, pelo Dr. Hodgson e outros, formavam, a meu ver, o conjunto de provas psíquicas mais notáveis de todas as que se produziram em qualquer campo. E, mais recentemente, outras séries de fenômenos de êxtase, obtidas com outros “médiuns”, ainda que incompletas, acrescentaram provas materiais às que se concluíram das experiências da Sra. Piper. Daí resulta que os fenômenos de possessão, atualmente, são os melhores testemunhos e, intrinsecamente, os mais avançados de todos os que nos ocupamos.

1014. Mas o mero acréscimo de provas diretas, qualquer que seja a sua importância, está longe de ser a única causa das mudanças por nós referidas. Não só a evidência direta aumentou, senão que a evidência indireta, por seu lado, cresceu. A noção da personalidade, a da conduta ou orientação dada ao organismo pelos espíritos se modificaram, pouco a pouco, a tal ponto que a possessão, que até há pouco passava por mera sobrevivência do pensamento primitivo, pode ser agora considerada como o ápice, o desenvolvimento ulterior da maioria das experiências, observações e reflexões que nos mostraram os capítulos anteriores.

1015. Vejamos o que significa, na realidade, a noção de possessão. É preferível considerar, desde o início, este significado em toda a sua extensão, tendo em conta que as provas obtidas, em diferentes épocas, nada mais fazem do que confirmar, em última análise, o antigo significado do termo. Os casos modernos mais espantosos, entre os quais os de Stainton Moses e da Sra. Piper, que podem ser considerados como os mais característicos, apresentam analogias entre si bastante íntimas e semelhanças que uma análise atenta não tarda a descobrir.

1016. Pretende-se, pois, em primeiro lugar, que o autômato caia no êxtase, durante o qual “seu espírito abandona o corpo”, ao menos em parte; que entre, em todo caso, num estado no qual o mundo espiritual se abre, mais ou menos, à sua percepção e no qual, igualmente – e aqui está um elemento novo –, o espírito ao abandonar o organismo favorece a invasão deste por outro espírito que dele se serve, mais ou menos da mesma forma que o próprio espírito do sujeito. (Continua no próximo número.) 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita