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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 315 - 9 de Junho de 2013

RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)

 
 

Colocando a máscara 


Em 1890, Olavo Bilac assim se manifestava em uma crônica sobre o Carnaval de então: “Mas, como enfim a sem-vergonhice está no fundo da natureza humana e como não há lodo que não goste de aparecer ao sol, inventou-se o Carnaval – três dias libérrimos, setenta e duas horas descaradas – em que ficou estabelecido que todos os vícios podem andar à solta, cabriolando na praça pública, de garrafa desarrolhada na mão e perna leve no pincho do cancã”. (revista VEJA, edição 2308, página 98.)

Olavo Bilac ficaria espantado com o espaço que ganhou o Carnaval nos tempos atuais! Quantas coisas nocivas foram acrescidas a ele e, por consequência, àqueles que assim se permitem gozar as folias de Momo pautando pelo desequilíbrio. Fui atrás do significado da palavra “pincho” e encontrei a explicação de que se trata de lançar alguma coisa com força. E “cancã” significa uma dança com movimento rápido de pernas, característico dos cabarés da França a partir de 1830.

Acabado o Carnaval, as máscaras perante a sociedade e a própria consciência foram colocadas outra vez pelas pessoas que a tiraram no início do período carnavalesco caracterizado, na versão delas, pelo “tudo pode” para afastar o stress de todo um ano. Vamos a algumas considerações sob o ângulo da Doutrina Espírita sobre esse período. Quem quiser se aprofundar no assunto leia ou releia os livros Nas Fronteiras da Loucura de Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo, e o livro Sexo e Obsessão do mesmo autor e médium, respectivamente.

Deste último extraímos o trecho que se segue: “Torna-se muito difícil descrever o local e o ambiente de festiva degradação com as suas personagens, participantes que, exaltados, formavam a grande massa deambulante e movimentada em todos os lados. A tonalidade avermelhada da iluminação, que fazia recordar os archotes fumegantes do passado, colocados em furnas sombrias para as clarear, produzia um aspecto terrificante no ambiente que esfervilhava de Espíritos de ambos os lados da vida em infrene orgia de alucinados”.

Permitimo-nos interromper a transcrição para chamar a atenção dos leitores de que participavam dessas comemorações, desencarnados e encarnados! Divaldo contou em uma de suas muitas entrevistas para a televisão que foi, em desdobramento, visitar um local como o que se seguirá na transcrição, com o objetivo de aprendizado e encontrou entre os encarnados lá presentes, pessoas que conhecia quando no corpo!

Continuemos: “Figuras estranhas, com aspecto semelhante aos antigos seres mitológicos do panteão greco-romano, confundiam-se com muitos outros indivíduos extravagantes em complexas simbioses de vampirismo, carregando-se uns aos outros, acompanhando freneticamente um desfile de carros alegóricos, que faziam recordar os carnavais da Terra, porém apresentando formatos de órgãos sexuais disformes e chocantes, exibindo cenas de terrível horror, espetáculos de grosseira manifestação de conúbios sexuais entre animais e seres humanos deformados sob o aplauso descontrolado da massa desnorteada. Aquele circo de hediondez apresentava em cada momento novos e agressivos quadros, enquanto se exibiam sessões de sexo grupal ao som de música estridente e desconcertante, que mais açulava os apetites insaciáveis dos comensais da loucura. O antro asqueroso dava-me a ideia de ser o mundo inspirador de alguns espetáculos da Terra, que ainda não atingiram aquele nível de vileza, mas que dele se vêm aproximando, especialmente durante a apresentação de alguns dos turbulentos e torpes desfiles de Carnaval”.

A Doutrina Espírita, do exposto, é contra o Carnaval? É contrária a que espíritas se entreguem à folia de Momo? E respondemos: a Doutrina dos Espíritos nos revela as consequências de nossas opções, cabendo a cada um a palavra final, a decisão que julgar mais adequada. Se Deus proporcionou a cada ser que chega ao reino da razão o livre-arbítrio é para que ele faça uso dele da maneira como melhor entender. Dessa forma, ao permanecermos livres, nos tornamos responsáveis pelas escolhas e pela colheita. Tanto no bem como no mal. Como Paulo já alertava, tudo nos é lícito, porém, nem tudo convém que façamos. É a liberdade com responsabilidade. É o semear livre com a colheita obrigatória.

O carnaval já acabou, mas as consequências físicas e espirituais do que aconteceu nesses dias agitados que se foram continuam por tempo que, às vezes, demanda mais de uma existência na carne para serem solucionadas. Passadas as comemorações, muitos tornam a vestir as máscaras da realidade exterior. O ideal virá quando a nossa vida pública for exatamente idêntica à nossa vida íntima. Quem já consegue atingir essa plenitude de vida moral continua de face limpa, sem máscara, seja em que tempo for, seja Carnaval ou não. E, o que é mais importante, de consciência tranquila sem a necessidade de máscara nenhuma.

Com máscaras ou sem máscaras, as Leis nos vigiam dando a cada um segundo o próprio mérito ou demérito em exercício. No tempo de Olavo Bilac eram apenas três dias. E ele já julgava excessivo. Os foliões de hoje ampliaram para cinco! Outros mais entusiasmados para sete! Como seria bom se o tempo dedicado ao bem fosse ampliado com tamanha convicção e rapidez!
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita