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Clássicos do Espiritismo
Ano 7 - N° 315 - 9 de Junho de 2013
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

A Personalidade Humana

Fredrich Myers

(Parte 40)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Personalidade Humana, de Fredrich W. H. Myers, cujo título no original inglês é Human Personality and Its Survival of Bodily Death. 

Questões preliminares 

A. Há nesta obra relatos de comunicação mediúnica em que o conteúdo da informação era desconhecido do médium? 

Sim. Segundo o Dr. Liébault (Phantasms of the Living, I, pág. 293), uma jovem americana, que passava uma temporada em Nancy, tomou conhecimento, através da escrita automática, da morte de uma de suas amigas, que estava na América. Após colher informações, o fato foi confirmado. A amiga morrera, de fato, no dia em que o anúncio foi recebido em Nancy. Outro caso relatado nesta obra refere-se às pesquisas de Aksakof. Uma jovem chamada Stramon, que vivia em Wilna, Rússia, recebeu, também através da escrita automática, a notícia da morte de um jovem que vivia na Suíça e com o qual ela não desejara casar-se. Numa carta que a jovem recebeu de seu pai, três dias depois, a notícia foi confirmada. Seu pai se encontrava na Suíça naquela mesma ocasião. (A Personalidade Humana, capítulo VIII – O automatismo motor.) 

B. As pessoas falecidas continuam a par das coisas que ocorrem em nosso plano? 

Em alguns casos, sim. O caso da jovem Schura, relatado por Aksakof, é um exemplo disso.  Em mensagem transmitida a uma médium, a jovem – que se envenenara aos 17 anos, ao perder seu noivo Michel – solicitou que os familiares de Nicola (irmão de Michel) fossem informados de que o rapaz corria o mesmo perigo que levou Michel à prisão e à morte. A família parece não ter dado nenhuma importância ao aviso, mas dois anos depois Nicola foi detido por participar de reuniões revolucionárias ocorridas na mesma época em que Schura ditou as mensagens. (Obra citada. Capítulo VIII – O automatismo motor.)

C. No caso de Schura, relatado na questão anterior, ocorreu alguma particularidade incomum e digna de nota?  

Sim. Primeiro, Schura manifestou-se por meio das mesas. Na mensagem ela rogava à médium que avisasse sem falta a família de Nicola. Ante a dúvida da médium, Schura tornou-se cada vez mais insistente, chegando a pronunciar palavras encolerizadas, e, para dar uma prova de sua identidade, materializou-se certa noite, com a cabeça e os ombros envoltos numa auréola de luz, fato que, mesmo assim, não foi suficiente para que a médium (Sra. Von Wiessler) tomasse uma decisão. Schura então lhe disse que tudo estava terminado, que Nicola seria preso e que ela se arrependeria de não a obedecer. (Obra citada. Capítulo VIII – O automatismo motor.)

Texto para leitura 

970. Para nós, os casos desse gênero, por mais curiosos que sejam, só constituem uma introdução aos automatismos de um caráter mais profundo. Em nossa tentativa de descobrir as séries evolutivas dos fenômenos que determinam a existência de capacidades humanas cada vez mais elevadas, o menor incidente telepático, a prova mais banal, mesmo sendo prova de comunicações recebidas sem o auxílio dos sentidos, de um Espírito encarnado ou desencarnado, superam em importância as ramificações e as produções mais complexas do próprio espírito do autômato.

971. Possuímos uma série enorme de casos em que as experiências realizadas revelaram, de forma indiscutível, a intervenção de um elemento telepático; de uma influência à distância exercida inconscientemente por pessoas presentes no espírito dos operadores e que provocam, por seu lado, os movimentos automáticos registrados pela tabela, quer quando dizia o nome das pessoas no momento em que suas fotografias eram vistas pelos assistentes, quer quando adivinhava o número de moedas que se achavam no bolso de um auxiliar, quando ele próprio não conhecia exatamente esse número, quer quando calculasse previamente a soma em dinheiro que determinada pessoa devia receber de um amigo e o nome deste último. Nos casos em que a pessoa interessada parecia ignorar o fato anunciado, que dizia respeito a ela, era fácil convencer-se de que tal pessoa tinha, do fato em questão, um conhecimento essencialmente subliminar.

972. O fato mais notável desse gênero é o do casal Newton, que se entregava a experiências que consistiam em a mulher escrever as respostas às perguntas que o homem formulava, também por escrito, sem que ela tivesse visto ou ouvido nunca uma só dessas perguntas. Essas experiências foram repetidas durante muito tempo e, se algumas das respostas escritas pela Sra. Newton não possuíam qualquer relação com as perguntas a que se destinavam, o número de respostas exatas e justas continua sendo ainda muito considerável e autoriza a concluir que se tratava de algo além da coincidência (ver Proceedings of the S. P. R., IX, pág. 61-64).

973. Consideramos até aqui só os casos em que a ação telepática era exercida entre pessoas próximas, reunidas na mesma habitação. No caso da Sra. Kirby, que morava em Santa Cruz, Califórnia, os movimentos automáticos da mesa revelaram fatos concernentes a pessoas que moravam em Plymouth, Inglaterra, em particular a irmã de um criado da Sra. Kirby, criado esse que participava das experiências e que era conhecido por um nome suposto e cujo verdadeiro nome foi revelado pela própria mesa (Proceedings of the S. P. R., IX, pág. 48).

974. Ao lado destes casos de comunicações entre pessoas vivas existem outros em que a mensagem parece provir de uma pessoa falecida, quando, na realidade, na maioria dos casos a origem está no espírito de uma das pessoas presentes. É o caso citado frequentemente do Sr. Lewis (Proceedings of the S. P. R., IX, pág. 64), no qual um médium que não podia, de modo algum, estar ao corrente dos assuntos da família de Lewis, que não conhecia, comunicou por intermédio de uma mesa uma mensagem procedente de uma das irmãs do último, falecida aos 2 anos de idade, antes do nascimento do Sr. Lewis.

975. Citamos ainda o caso do Sr. Long (Proceedings of the S. P. R., IX, pág. 65), ao qual um médium comunicou uma mensagem de um antigo criado, cujo nome estava escrito erradamente e cuja mensagem significava que o criado morrera há 14 ou 15 anos, enquanto que as informações tomadas mais tarde confirmaram que o criado ainda vivia no momento em que a mensagem foi transmitida ao Sr. Long. Pode-se, nesta mesma categoria, classificar o caso transmitido ao Sr. Barret (Proceedings of the S. P. R., XI, pág. 236), relativo a um médium que, após implorar a uma sua amiga que pensasse numa pessoa qualquer, descreveu automaticamente certos fatos relacionados a essa pessoa.

976. Durante uma sessão espírita realizada na residência do Dr. Barallos, do Rio de Janeiro, a mesa anunciou que um vidro contendo ácido fênico quebrara-se às 8 horas da noite na casa da cunhada do médico, que também participava da sessão. Sua casa situava-se distante da de sua cunhada e ao voltar para sua residência pôde comprovar que aquilo era exato. Soube também que suas filhas, que ficaram em casa, ouviram um ruído numa habitação próxima, onde dormia uma criança atacada de varíola e onde se achava o vidro contendo ácido fênico e entraram precipitadamente no quarto, gritando: “O vidro de ácido quebrou!” É possível, e esta é a explicação do Dr. Alexander do Rio de Janeiro, que nos comunicou o fato, que a impressão emocional experimentada pelas jovens ao lançar aquela exclamação exercesse uma influência telepática na mãe e consequentemente na mesa, trazendo à superfície a mensagem que a segunda recebeu subconscientemente (Journal of the S. P. R., VI, pág. 112-115).

977. Temos, a seguir, uma série de casos que propiciam um interessante campo à discussão das duas hipóteses rivais: a da criptomnésia e a da influência exercida pelos Espíritos. São, por exemplo, os casos observados por Wedgwood (Journal of the S. P. R., V, pág. 174 e Proceedings of the S. P. R., IX, pág. 99-109), nos quais desempenhou ativo papel, no sentido de que ele não apresentou nunca manifestações de automatismo, participou de sessões de escrita automática, acompanhado de uma jovem submetida a impulsos automáticos.

978. A escrita obtida nestes casos constituía a relação de fatos concernentes a personagens históricas, mortas há algum tempo, mais ou menos célebres, mas desconhecidos de Wedgwood e de sua acompanhante, especialmente desta, que pouco lera e possuidora de parcos conhecimentos gerais. A única explicação possível nestes casos é a de que Wedgwood, primo e sogro de Charles Darwin, e ele mesmo conhecido sábio que lera muito e era possuidor de extensos conhecimentos, podia não possuir uma lembrança supraliminar das personagens históricas, cujas vidas e episódios descrevia através da mão, mas que se tratava de um afluxo de recordações subliminares.

979. Estes casos apresentam todas as dificuldades que apresenta a teoria das recordações esquecidas. Ver-se-á como um autômato de boa fé pode, através da paciência, alcançar uma solução satisfatória da questão, bastando que nos propicie, com diversos companheiros, uma série de comunicações suficientemente extensas, cujo exame nos permitirá comprovar até que ponto os fatos que relatam essas comunicações foram vistos e ouvidos, sendo, a seguir, esquecidos.

980. As comunicações semelhantes proporcionadas por outros autômatos nos colocam em situação de tirar uma conclusão geral, quanto à origem desses fatos retrocognitivos, se a recordação esquecida não basta para explicar a todas. O fato mais importante sobre isto consiste no relato, absolutamente verídico, a meu ver, prolatado por Stainton Moses em Spirit Identity, de uma série de mensagens comunicadas por compositores de música, relatando os principais acontecimentos da vida de cada um, de modo semelhante ao dos dicionários biográficos. Se essas mensagens nos foram propiciadas por autômatos de duvidosa probidade ou incapazes de fornecer a prova de outras mensagens que não podiam, de forma alguma, estar previamente preparados, não deveríamos levá-los em conta. Mas, no caso de Moses, como no da jovem das experiências de Wedgwood, e num grau mais elevado, possuímos provas indiscutíveis da existência de capacidades subliminares que podemos considerar suas biografias musicais como parte das séries que nos interessam neste momento.

981. Sua particular natureza excitou a curiosidade de Moses e de seus amigos que foram informados por “guias” que se tratava, de fato, de mensagens provenientes dos Espíritos em questão, mas que esses Espíritos reavivaram as recordações de sua vida terrestre consultando as fontes de informação escritas. Isso equivale a impossibilitar a prova que se deseja proporcionar. Se um Espírito é capaz de consultar sua biografia impressa, outros Espíritos podem, da mesma forma, fazê-lo, e o Espírito encarnado do autômato, de igual maneira. Moses considerava isto, pois ele próprio contava-me que a sensação subjetiva que experimentava ao escrever as biografias era diferente da que nele gerava a comunicação direta e real com um Espírito.

982. Desses relatos históricos relacionados a fatos longínquos, passo às mensagens provenientes de pessoas recém-falecidas e que possuem um elemento pessoal mais ativo. Esse elemento é constituído especialmente pela escrita. E essa prova da identidade fornecida pela semelhança de escritas pode ser deveras concludente. Porém, na apreciação dessa semelhança devem-se ponderar as seguintes considerações: primeiro, a semelhança é frequentemente confirmada e reconhecida após um exame superficial e insuficiente.

983. Para não haver dúvidas sobre isto é necessário, se não se quer recorrer a um perito, examinar minuciosamente as três escritas: a escrita automática do próprio sujeito, a deste em estado normal e a da pessoa de quem se acredita provenha a mensagem; isto, nos casos em que o sujeito jamais tenha visto a escrita da pessoa falecida. Ao contrário, nos casos em que se conhece esta escrita, devemos pensar, em segundo lugar, que um sujeito hipnotizado pode, frequentemente, imitar qualquer escrita conhecida com maior facilidade do que durante a vigília e que muitas vezes pode-se tratar de uma capacidade mimética do sujeito subliminar que se manifesta nas mensagens sem a intervenção do eu supraliminar.

984. Citarei alguns casos, nos quais o principal intuito consiste no anúncio de uma morte, desconhecida do médium. É o caso observado pelo Dr. Liébault (Phantasms of the Living, I, pág. 293), sobre uma jovem americana que, passando uma temporada em Nancy, toma conhecimento, através da escrita automática, da morte de uma de suas amigas, que estava na América. Após colher informações, o fato foi confirmado. A amiga morrera, de fato, no dia em que o anúncio foi recebido em Nancy.

985. No caso de Aksakof, uma jovem chamada Stramon, que vivia em Wilna, Rússia, recebe, por meio da escrita automática, a notícia da morte de um jovem que vivia na Suíça e com o qual ela não desejara casar-se. Segundo a mensagem chegada cinco horas antes do falecimento, esta fora ocasionada por uma congestão. Mas, na realidade, tratava-se de um suicídio. Numa carta que a jovem recebeu três dias depois, de seu pai, que naquele momento se encontrava na Suíça, dizia-se, também, que a morte se produzira por congestão pelo qual o autor da carta não poderia saber a causa exata da morte.

986. Aksakof supõe que a pessoa morta deve ter atuado, de um lado, sobre a Srta. Stramon, e, do outro, sobre o pai dela, fazendo com que recebesse a mensagem automática e impedindo que o outro desse em sua carta o motivo exato da morte (Proceedings of the S. P. R., VI, pág. 343-348).

987. O caso de M. W. é dos mais curiosos (Proceedings of the S. P. R., VIII, pág. 242-248). Homem correto, magistrado, assiste certo dia a uma sessão de “mesas falantes”, onde constata possuir o dom da escrita automática. Imediatamente põe-se a atuar e, após adquirir a convicção de realmente possuir o dom, o exerce sempre que tem ocasião e frequentemente com assombrosos resultados; obtém, com auxílio da escrita automática, informações sobre uma infinidade de assuntos que o interessam: o estado de saúde das pessoas ausentes, a morte iminente de pessoas doentes que os médicos não acreditavam estar em perigo, descrição do exterior e de circunstâncias de vida e morte de pessoas que jamais vira, mas nas quais outro frequentador das sessões estava pensando etc. Vê-se que algumas dessas mensagens podem ser explicadas através da hipótese da telestesia subliminar, outros pela telepatia, com origem no Espírito de pessoas vivas; outros ainda, pareciam provir do Espírito de pessoas falecidas.

988. O caso que se segue, publicado por Aksakof, mostra até que ponto as pessoas falecidas podem continuar ao corrente das coisas terrestres. Uma jovem russa, Schura (diminutivo de Alexandra), envenenou-se aos 17 anos, ao perder seu noivo Michel que, preso como revolucionário, foi morto na prisão. O irmão de Michel, Nicola, estava, no momento em que foi feita esta observação, estudando no Instituto Tecnológico.

989. Um dia, a senhora Von Wiessler e sua filha (a primeira se ocupava em práticas espíritas), que mal conheciam a família de Michel e Nicola, e cujas relações com Schura e sua família vinham de longa data, mas que nunca foram muito íntimas, receberam através de uma mesa uma mensagem de Schura rogando-lhes que avisassem sem falta a família de Nicola de que este corria o mesmo perigo que custara a vida do irmão. Tendo em vista a dúvida das duas mulheres, Schura tornou-se cada vez mais insistente, pronunciando palavras encolerizadas, que estava acostumada a proferir em vida, e para dar uma prova de sua identidade, materializa-se certa noite, com a cabeça e os ombros envoltos numa auréola de luz. Isso, entretanto, não foi suficiente para que a Sra. Von Wiessler e sua filha tomassem uma decisão. Finalmente, Schura comunica-lhes que tudo estava terminado, que Nicola será preso e que elas se arrependerão de não a obedecer.

990. As duas mulheres resolvem, então, levar ao conhecimento da família de Nicola os fatos, a que, em virtude do comportamento exemplar deste último, não deram qualquer atenção. Dois anos se passaram sem qualquer incidente, quando, certo dia, soube-se que Nicola fora detido por participar de reuniões revolucionárias ocorridas na mesma época das aparições e mensagens de Schura (Proceedings of the S. P. R., VI, pág. 349-357). (Continua no próximo número.) 



 


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