WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 7 - N° 313 - 26 de Maio de 2013
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Painéis da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 13)

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Quais as causas da tragédia provocada por Ernestina?  

As matrizes do caso remontam à época em que vigorava no Brasil a escravatura. Amenaide (a vítima de agora), movida pelo ciúme, levou à morte uma jovem liberta pela Lei do Ventre Livre que servia à sua casa, somente porque seu esposo havia elogiado a beleza física e o porte altivo da moça. Egberto era também, àquela época, seu esposo. Quanto à jovem vitimada, tratava-se do mesmo Espírito (Ernestina) que, assim que se viu no plano espiritual, jurara vingança. (Painéis da Obsessão, cap. 16, pp. 127 a 129.) 

B. Antes de provocar a tragédia a que nos referimos, que fez Ernestina em seu projeto de vingança?  

Nesse meio tempo, depois de muitos anos, Ernestina reencarnou e, sob o impositivo das Leis, acabou consorciando-se com Egberto, o homem que fora o motivo indireto da sua desdita. A reencarnação amorteceu-lhe as recordações infelizes e, sob a custódia do afeto, ajustou-se ao lar, que teve, porém, duração efêmera, visto que ela desencarnou um decênio depois, sem deixar filhos. Egberto, na condição de viúvo, reencontrou, anos depois, a antiga esposa (Amenaide), com quem se consorciou, despertando assim o ciúme da falecida, que reencontrou na rival a adversária que a levara à morte, no século anterior. Na urdidura do resgate compulsório – que dispensaria a interferência de Ernestina e seus comparsas –, Jaime, o jovem cunhado de Amenaide que faleceu no mesmo acidente, fora o capataz que decepara os seios da mucama, levando-a à morte. (Obra citada, cap. 16, pp. 129 a 131.) 

C. Em casos como o de Ernestina, que tipo de sentimento passa a ter a pessoa que consegue vingar-se?  

Ocorre algo parecido com o caso de Ernestina. Veja o que, a respeito dela, Dr. Arnaldo comentou: "Nossa irmã Ernestina agora sentir-se-á frustrada, como todo vingador que, após a sanha do desforço, perde a razão da luta exaurinte, descobre a inutilidade dos propósitos alimentados, aturde-se, sofre e desperta para outra realidade. Cessada a razão central da sua pertinácia no tentame do mal, experimentará o recrudescer dos remorsos”. (Obra citada, cap. 16, pp. 132 e 133.) 

Texto para leitura 

59. Não há  privilégios nas ocorrências da vida - Continuando, Dr. Arnaldo disse que esse período é muito penoso para o Espírito reencar­nante que, pelo processo da natural diminuição da forma e perda parcial da lucidez, é colhido por um acidente desse porte, sem crédito para a li­bertação mais cuidadosa. "Quando isto se dá – asseverou o doutor –, os envolvidos são, quase sempre, irmãos calcetas, inveterados na sandice e na impiedade, que sofrem, a partir de então, demoradamente, as consequências das torpezas que os arrojam a esses lôbregos sítios de tormentos de­morados... No caso em tela, o pequenino se desenvolverá como se a reen­carnação se houvera completado, crescendo normalmente, participando das atividades compatíveis aos seus vários períodos em Institutos próprios, que os amigos conhecem." Em segundo lugar, acentuou o médico, a cirurgia fez um grande bem à parturiente, que deixaria de sofrer o choque da des­vinculação com o filho e poderia recompor-se mental e emocionalmente, qual se estivesse numa Maternidade terrestre, preservando a sensação do sentimento materno com todos os requisitos de carinho e devotamento até o momento necessário à integração na realidade espiritual. "Não cessemos de repetir – asseverou Dr. Arnaldo – que não existem violência, nem dádi­vas de exceção, nem privilégios nas ocorrências da Vida, na qual todos nos encontramos situados." A vida física é uma cópia imperfeita da espi­ritual; por isso, nesta última se encontram todos os elementos da pri­meira, embora a recíproca não seja verdadeira. A brusca separação do feto, pela desencarnação da gestante, ocasiona lamentável perturbação no Espírito reencarnante. A providência caridosa que dá curso ao processo da reencarnação, mediante a cirurgia espiritual, impede que o Espírito expe­rimente o choque da morte corporal e suas consequências. A morte física é-lhe, nesse caso, apenas um sono mais violento em que mergulha a cons­ciência já um tanto obnubilada, possibilitando eliminar os distúrbios mentais da perturbação decorrente da perda do corpo e facilitando a re­conquista do conhecimento. (Cap. 16, pp. 126 e 127) 

60. O ciúme doentio é o motivo de toda a trama - As causas da tragé­dia provocada por Ernestina têm suas matrizes nos dias da escravidão negra, no Rio de Janeiro. Amenaide era, então, mimada esposa de abastado fazendeiro, no solo fluminense. Exigente, caprichosa e sem maiores ex­pressões de piedade pelos escravos e serviçais da casa, Amenaide tornou-se, com o casamento, ainda mais extravagante quanto à posse de tudo o que lhe dizia respeito. Numa oportunidade qualquer, à mesa de refeição, o esposo referiu-se a uma jovem liberta pela Lei do Ventre Livre, que ser­via à casa, com elogios à sua beleza física e porte altivo. A esposa, fa­zendo-se de desinteressada, inquiriu-o a respeito do que de mais harmo­nioso observava na mucama, a ponto de chamar-lhe a atenção. Sem maior preocupação, ele referiu-se às formas arredondadas do corpo e ao busto bem proporcionado. Menos de uma semana depois, retornando de uma viagem à Capital, o esposo foi brindado pela mulher com um acepipe especial, que lhe chamou a atenção pelo sabor: tratava-se de carne tenra, especialmente condimentada. Não sopitando a curiosidade, ele indagou à companheira onde adquirira tão especial vianda, ao que ela redarguiu ter sido quem a co­zinhara com particular carinho, em sua homenagem. Terminada a refeição, enquanto os cônjuges conversavam, Amenaide, com naturalidade, lhe infor­mou que não pudera esquecer a referência elogiosa que ele fizera à serva. Assim, com o objetivo de honrá-lo, mandou cortar-lhe os seios e, à seme­lhança de Salomé, porém, com requintes de carinho, preparara-os para servi-los à ceia. Dominado por súbito mal-estar e náuseas, o esposo cor­reu à senzala e encontrou a jovem amputada, sobre a cama de varas, sob dores atrozes, exangue, excruciada, vindo a falecer na madrugada se­guinte. Ali estava a terrível ação do ciúme doentio, que chegava a ex­tremos de perversidade mórbida, para saciar a própria paixão. O aconteci­mento abriu imenso abismo no relacionamento do casal. A falecida não en­controu no mundo quem a lamentasse, mas, despertando no Além e dominada pela insânia do ódio que a envenenou, perturbou-se por anos a fio, vindo a cair nos baixos círculos de expiação espiritual, entre antigos escravos sedentos de vingança, que se encontram ainda na psicosfera do planeta, assumindo personalidades mitológicas e vivendo Entidades do culto afro-brasileiro, imanadas a propósitos de vingança. (Cap. 16, pp. 127 a 129) 

61. O resgate dispensaria a interferência de Ernestina - A pouco e pouco conscientizada em torno das ocorrências da vida e da sua indestru­tibilidade, a mucama armou-se para o desforço na hora própria. Sem mani­pular, porém, o próprio desterro, reencarnou, sob o impositivo das Leis, consorciando-se com aquele que fora o motivo indireto da sua desdita. A internação na carne amorteceu-lhe as recordações infelizes e, sob a cus­tódia do afeto, ajustou-se ao lar, que teve duração efêmera, visto que desencarnou um decênio depois, sem deixar filhos. O viúvo reencontrou, mais tarde, a antiga esposa, com quem se consorciou, despertando o ciúme da falecida, que reencontrou na rival a adversária que a levara à morte, no século passado, porquanto Ernestina é a mesma serviçal que, por ciúme tolo, fora martirizada por Amenaide. Na urdidura do resgate compulsório – que dispensaria a interferência de Ernestina e seus comparsas –, o jo­vem cunhado é o mesmo capataz que decepara os seios da mucama e renas­cera sob a injunção da tuberculose. "Como vimos – finalizou Dr. Arnaldo –, Amenaide e o cunhado resgataram, através da expiação, e nosso Eg­berto, novamente viúvo, reeducar-se-á na dor, padecendo o penoso trauma mediante o qual ascenderá, candidatando-se a um futuro melhor." Ato con­tínuo, res­pondendo a uma pergunta direta feita por Philomeno, Dr. Ar­naldo infor­mou-o de que houve uma época, não distante, em que ele, Ar­naldo, se en­contrava em complicado processo de alucinação corretiva, na qual expiava as atitudes imprevidentes de várias encarnações malsucedi­das, quando foi resgatado por Irmã Angélica. Tão logo recobrou suas for­ças, mediante cui­dadoso tratamento espiritual, descobriu que ajudar os outros é auxiliar a si mesmo, e pensar no próximo em primeiro lugar re­presenta a única alter­nativa para superar-se, transformando dores em bên­çãos, mágoas em espe­ranças, distúrbios íntimos em conquistas de paz. Em razão de ter exer­cido a Medicina, na última experiência humana, foi loca­lizado ali para melhorar-se no serviço aos doentes. "Abnegadas religiosas e nobres equi­pes médica e paramédica que aqui trabalham – informou Dr. Arnaldo –, em ambos os planos de ação, têm-me constituído mestres hábeis na arte da ab­negação e da paciência, iluminando-me com exemplos de eleva­ção pela re­núncia." (Cap. 16, pp. 129 a 131) 

62. Depois do desforço Ernestina sentirá remorso - Dr. Arnaldo ex­plicou que, por motivos compreensíveis, havia muito tormento naquela Casa, nas diversas  áreas do comportamento humano: sexo, vícios diversos, abusos de muita ordem, que levam as pessoas a tresvarios e a suicídios periódicos. As Irmãs, vigilantes e discretas, acorrem sob inspiração con­tínua, atendendo emoções e dramas, ocultando os efeitos danosos das cenas de autodestruição, para manter o moral dos doentes graves ou de complei­ção débil. "Inteiro-me, normalmente, quando chegam os enfermos, da sua ficha cármica, dos seus acompanhantes, dos seus mais afligentes proble­mas, de modo a uma eficaz terapia de nossa parte, tanto quanto sobre os compromissos que lhes dizem respeito, afeiçoando-me e dedicando-me, con­forme os títulos de merecimento de cada qual",  informou Dr. Arnaldo.  "Com regularidade, todos os obreiros ouvimos conferências e participamos de seminários realizados por visitantes de outras Esferas que nos vêm adestrar em técnicas socorristas mais avançadas, tomando alguns casos de internados para montarem os estudos sobre seus problemas, cujos resulta­dos são valiosos." Foi assim que ele obteve informações mais pormenoriza­das sobre os fatores que desencadearam a enfermidade de Jaime, interessando-se por sua problemática familiar e dele se afeiçoando. Dispensou-lhe, pois, assistência, que foi distendida ao irmão e à cunhada, cuja história humana muito o sensibilizou. Nessa ocasião conheceu Ernestina e passou a orar por ela, intentando intuí-la ao bem e despertá-la. Conhe­cendo seus planos e o mórbido interesse de prejudicar a família que fi­cara na Terra, nada mais, porém, pôde fazer, senão acompanhar os aconte­cimentos, para minimizar-lhes os efeitos. Concluindo, Dr. Arnaldo comen­tou: "Nossa irmã Ernestina agora sentir-se-á frustrada, como todo vinga­dor que, após a sanha do desforço, perde a razão da luta exaurinte, des­cobre a inutilidade dos propósitos alimentados, aturde-se, sofre e des­perta para outra realidade. Cessada a razão central da sua pertinácia no tentame do mal, experimentará o recrudescer dos remorsos. Poderá ser re­cambiada à reencarnação ou tombará nas mãos dos asseclas, igualmente re­voltados ante o fracasso dos planos de vampirização e obsessão de nossa Amenaide". (Cap. 16, pp. 132 e 133) 

63. O caso Marcondes - Havia no Sanatório, composto de vários blo­cos, a ala dos indigentes com menos apuro e comodidade, onde, no entanto, a assistência dispensada era idêntica à ministrada aos demais enfermos. A convite do Dr. Lustoza, Philomeno dirigiu-se com ele a um apartamento bem decorado, no qual se debatia, nas garras da tuberculose pulmonar, um se­nhor de sessenta anos aproximadamente. O ambiente bem cuidado contras­tava, porém, com a psicosfera ali reinante, irrespirável, na qual se mo­vimentavam Espíritos viciosos, ostentando máscaras de agressividade, com atitudes visivelmente hostis, os quais confabulavam, irônicos, referindo-se ao moribundo com indisfarçável animosidade. Dr. Lustoza informou: "O enfermo, que se encontra em processo de desencarnação, é o senhor Marcon­des Leal, proprietário de imenso latifúndio próximo a esta cidade, que mantém com mão de ferro. Havendo herdado uma sólida fortuna e largos tra­tos de terra, tem vivido inconformado, ingerindo vibrações de baixo teor, a que faz jus, em face do temperamento irascível e rude. Aqui está  inter­nado há quase cinco anos, sem que a doença pudesse ser debelada, embora os cuidados e a dedicação de todos que o assistem com o desvelo que o dinheiro pode comprar". "Tirano doméstico – prosseguiu o doutor –, tor­nou um tormento contínuo a vida da esposa e de dois filhos, hoje adultos, que o suportam, anelando pela sua desencarnação, esperada com alguma an­siedade pela família, há bom tempo... Desnecessário dizer que o nosso Marcondes identifica a indiferença dos seus, reagindo com cólera e morti­ficando-se por não poder descarregar, como revide, a peçonha do inconfor­mismo sobre aqueles que lhe padeceram a injunção familiar. Outrossim, re­bela-se ante a aproximação da morte, pelo fato, entre outros, de ser constrangido a deixar o imenso patrimônio que preservara e aumentara com ganância e avareza..." (Cap. 17, pp. 134 e 135) (Continua no próximo número.) 


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita